Onde
a maioria dos Apartidários se unem com a maioria dos Partidários; e onde a
minoria dos Partidários tem acordo com os Apartidários e onde se separam Partidários
e Apartidários entre si?
Hoje me propus a escrever sobre os acontecimentos atuais.
Sei que não é de fácil entendimento nem para o escritor e, é ainda, maior para
o receptor. Essas dificuldades acontecem por vários motivos, mas eu apontaria
dois básicos. Primeiro, na sociedade em que vivemos somos preparados para
entender e viver o presente, nos preparar para o futuro e negar o passado.
Segundo, as ideias contrárias entre si, que são captadas da realidade,
diferente das coisas físicas, andam juntas por muito e, para muitos (pelo
produto do primeiro argumento), parecem que são novas. Ademais, a coisa física
que não serve mais para o momento presente eu posso guardar em um museu, já as
ideias não.
Por exemplo, a carruagem com rodas de ferro jamais
voltará a conviver com os modernos automóveis e, se alguém deseja vê-la terá
que recorrer ao museu. Mas, por exemplo, é comum as pessoas dizerem que todo
homem é mal por natureza e outros
discordam dizendo que não é, os homens nascem bom e a sociedade os
transformam. Os dois acham que estão dizendo algo inédito e original, quando na
verdade estão defendendo ideias já formulada no passado pelos filósofos Thomas Hobbes e Jacques Rousseau.
No
meio desta crise algo parecido está acontecendo. Veja o editorial do Jornal o
Globo do dia 3 de abril de 1964, dois dias após o Golpe Militar que eliminou
fisicamente vários brasileiros e brasileiras:
Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro
confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções,
pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e
insensatez.
Este não foi um movimento partidário. Dele
participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a
ninguém escapava o significado das manobras presidenciais.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso
povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento
vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi
contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada
dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do
País. (Jornal o Globo, Edição de 3 de Abril de 1964)
Como
vemos, o Editorial no seu conteúdo exacerba o Apartidarismo, o Nacionalismo e a
da defesa da Ordem e do Progresso expresso na
Bandeira do Brasil. E os brasileiros que discordaram disso, ou foram mortos,
expulsos do país, ou tiveram que ficar calados. Os que concordaram foram
agraciados, a exemplo do dono do Jornal o Globo, Roberto Marinho, que ganhou um
canal de televisão um ano depois: A REDE GLOBO.
A
partir de então, os Militares proibiram todos os partidos, verdadeiramente de
esquerda, de levantarem suas bandeiras em qualquer espaço do território
brasileiro. No entanto, permitiram aos partidos de direita continuarem a
existir na sigla ARENA (DEM, PSDB, PPS) e, para disfarçar, aceitou uma
pseudoposição com o nome de MDB (atual PMDB). No momento atual, vários
elementos da época se repetem. A Rede Globo continua orientando a grande
maioria como proceder nesse momento e estão restringindo a existência dos
partidos verdadeiramente de esquerda.
Outro
elemento que se repete na atualidade é o debate entre Apartidários versus
Partidários. Vou tentar esclarecer onde eles se unem e onde se separam, apesar
de serem todos brasileiros, mesmo que alguns Apartidários tentem negar.
Todos
Apartidários (incluindo os honestos Anarquistas) e uma minoria dos Partidários
(PSTU, PCO, PCB e PSOL) tem acordo que a saúde, a educação, o transporte, a
moradia, etc, vão mal e dificultam a vida da maioria do povo brasileiro.
Também, têm acordo que os poderes que sustentam a sociedade burguesa (Executivo,
Legislativo e Judiciário) não atendem aos interesses da maioria do nosso povo.
Enquanto, a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e
outras legendas de aluguel) de conteúdo, não desaprova tal política.
Por
outro lado, a maior parte dos Apartidários (menos os Anarquistas) junto com a
maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas
de aluguel) tem acordo que as instituições da República devem ser mantidas e
que precisa apenas ser REFORMADAS, o mesmo discurso de 1964, em que pese a
maioria dos Partidários da época também serem defensores de Reformas, mas com
outra visão.
Outro
elemento a considerar é que enquanto a maioria dos Apartidários defende a
manutenção dos principais poderes da Republica e que os mesmos sejam apenas
reformados, a minoria dos Apartidários (Anarquistas) defendem o fim desses
poderes e inclusive, acham que devem ser destruídos fisicamente, por isso
depredam os prédios aonde esses poderes existem e, assim, passam a ser chamados
pela maioria dos Apartidários e Partidários
de Vândalos.
Já
a minoria dos Partidários (PSTU, PCO, PCB e setores do PSOL) acha que os
poderes não devem existir, mas entendem que a destruição dos seus prédios
físicos de imediato não vai transformar a realidade e, além do mais esses
prédios públicos podem ser usados no futuro como escolas, hospitais, etc.
Ou
seja, a grande maioria dos Apartidários e a minoria dos Partidários tem como
principal divergência a maneira de se organizar, entretanto os fins são comuns,
objetivam a melhoria da condição de vida da classe trabalhadora.
Já
a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras
legendas de aluguel) e a minoria dos Partidários (PSTU, PSOL, PCB, PCO) possuem
diferenças profundas, marcadas principalmente pelo conteúdo de classe, enquanto
a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras
legendas de aluguel), ainda que se difiram na tática, estão fazendo política
para favorecer o Latifúndio, Banqueiros, os Empresários dos Transportes, etc, a minoria dos Partidários (PSTU, PSOL, PCB,
PCO) está ao lado da Classe Trabalhadora e apontando para uma ruptura do
capital e a construção do socialismo.
Neste sentido, uma grande maioria dos
Apartidários (menos os honestos Anarquistas) ao apontarem como inimigos os
Partidários minoritários e os movimentos sociais, aponto de os agredirem,
acabam sendo, mesmo que não queiram partidários da maioria (PMDB, DEM, PT,
PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel).
Reproduzido junto com mais dois artigos. De um cientista político e de um jornalista.
ResponderExcluirhttp://diretodaaldeia.blogspot.com.br/2013/06/mais-tres-explicacoes-diversas-sobre-as.html
Grato meu amigo.
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