A Revista Veja desta semana, em matéria sobre os black blocs, tenta
estabelecer uma relação entre a CSP Conlutas e esse grupo, que absolutamente
não é verdadeira.
A matéria afirma que os black blocs são apoiados por uma “organização (...) composta de advogados
que ficam a postos, nas ruas e em delegacias, para ajudar manifestantes detidos
em confrontos de rua. Em São Paulo, quem faz esse papel são os advogados da
CSP-Conlutas, entidade sindical ligada ao PSTU”.
A Veja, mais uma vez, distorce
declarações de nossa Central e, dessa forma, se presta ao papel de desinformar.
A CSP Conlutas é uma central sindical e
popular, composta por sindicatos, organizações populares e juvenis. Atua em
todo o país e esteve presente nos protestos de junho, nas mobilizações que
seguiram e nas paralisações nacionais de 11 de julho e 30 de agosto, convocadas
pelas centrais sindicais.
Não temos nenhuma ligação com os black
blocs. Temos outros métodos e formas de atuação. A Central tem, no seu interior,
militantes de partidos de diferentes ideologias, mas preserva a sua autonomia
frente aos partidos políticos e sua independência frente ao estado e suas
instituições.
É reconhecida a atuação da Central na
defesa das reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras por ela
representados(as).
É sabido por todos que a truculência da
polícia do governador Alckmin (PSDB- SP) desatou uma onda de solidariedade aos
poucos milhares de manifestantes que iniciaram a luta contra o aumento das passagens
em São Paulo em 2013. Os militantes da CSP Conlutas estavam nessas
manifestações.
Foi fruto dessa truculência absurda que
os atos se massificaram e se espalharam por todo o país, afirmando que a luta
não era apenas pelos 20 centavos.
A CSP Conlutas teve alguns de seus
militantes detidos, junto com algumas dezenas de jovens nessas manifestações. E
colocou os advogados ligados à Central à disposição para liberar esses
manifestantes.
Da nossa parte, não houve distinção
quanto a esses jovens terem ou não ligação com a Central, ou serem ou não
ligados aos black blocs, pois se tratava, naquele momento, da defesa do
direito democrático de manifestação, que o governador Alckmin (PSDB) tentava
impedir. Trata-se de um gesto de solidariedade que é obrigação de qualquer
organização dos trabalhadores.
A ilação feita pela Revista
Veja, em sua reportagem, misturando uma ação de solidariedade da nossa
Central com um suposto pagamento a pessoas para tumultuarem manifestações no
Rio de Janeiro é muito grave. Tenta criar um ambiente de
criminalização das lutas sociais no país, chegando ao cúmulo de transformar em
crime até mesmo a atividade dos advogados.
Em sua sanha por buscar responsáveis
pela trágica morte do jornalista Santiago, já condenada por nossa Central em nota
oficial, tenta agora atingir partidos políticos de esquerda, sindicatos e
advogados, no exercício de suas prerrogativas profissionais.
A CSP Conlutas repudia os ataques
infundados da Revista Veja. Seguiremos defendendo o direito democrático de
manifestação e não aceitaremos que sob a trágica morte do jornalista Santiago e
a dor dos amigos, profissionais e familiares, com os quais nos
solidarizamos, se abram as
portas para ataques às organizações sindicais e populares como a nossa Central,
que lutam em defesa dos direitos da população trabalhadora, ao direito de
manifestação e às liberdades democráticas.
São Paulo, 17 de fevereiro de 2014.
Secretaria Executiva Nacional da
CSP CONLUTAS – Central Sindical e Popular
www.cspconlutas.org.br
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