terça-feira, 29 de julho de 2014

UM LUTADOR QUE NÃO SE RENDE: MARCOS SILVA – CANDIDATO A SENADOR PELO PSTU.

Marcos Silva na comunidade do São Raimundo em campanha para prefeito de São Luís-MA 2010
 Este blog fará uma serie de matérias sobre os perfis dos candidatos a cargos majoritários do PSTU no Estado do Maranhão. Será uma forma de mostrar para os E-leitores as candidaturas formada por trabalhadores e lutadores sociais. Começamos pelo nosso companheiro Marcos Silva, um dos fundadores do PSTU e atual candidato a Senador- 163:

Marcos silva, maranhense da cidade de Bacabal tem 48 anos de idade dos quais mais da metade dedicado à luta social. Em 1986 na função de eletricistas industrial foi eleito para representar os trabalhadores da empresa a qual trabalhava na comissão Interna de prevenção de acidente (CIPA), posteriormente em 1987 é escolhido para ser presidente do conselho fiscal da Associação dos profissionais nas indústrias de carne e laticínios do Maranhão. Em 1989 é eleito para presidente do sindicato de sua categoria profissional e reeleito por mais um mandato 1992 a 1995, neste período também exerceu o cargo de secretario de organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT).  Em 1995 deixa a presidência do sindicato dos trabalhadores nas indústrias de carnes e laticínios e passa a se dedicar a formação sindical com a marca de um sindicalista combativo, classista e de luta por uma sociedade justa e igualitária, após uma dura batalha contra as privatizações do governo Lobão e de Roseana Sarney.

 Marcos Silva sofre um duro golpe e é demitido pelo governo de Roseana Sarney em fevereiro de1997, então o mesmo passa a organizar os comitês de desempregados para trabalha na requalificação profissional de seus companheiros demitidos pelo processo de privatização de Roseana Sarney e FHC bem como a luta pelo recebimento dos passivos trabalhistas. Na área profissional passa a trabalha no setor de elétrica e refrigeração de forma autônoma e em 2007 começa a trabalhar no setor de saneamento básico através de um concurso realizado para a CAEMA, assim logo inicia uma luta pela valorização dos trabalhadores e moralização da CAEMA através da universalização do saneamento básico.  A partir dessa época Marcos silva se dedica a luta em defesa do saneamento ambiental e se gradua no curso de bacharel em serviço social e licenciatura em historia, além de se pós graduar em historia e cultura afro-brasileira.

No campo eleitoral Marcos Silva foi candidato a prefeito de São Luís em 1996, 2000 e 2012, a vereador em 2004 e a governador em 1998, 2002, 2006 e 2010. Sempre na luta por uma sociedade justa e igualitária no combate permanente a oligarquia Sarney e seus satélites, com um perfil de esquerda classista e socialista, Marcos silva foi da direção municipal do PT rompendo em 1993 para se juntar aos companheiros e companheiras da frente única revolucionaria na luta pela construção de um partido socialista revolucionária que originou o movimento PRO PSTU com a criação do partido em 1994 participando do congresso de fundação do PSTU na cidade São Paulo.


Como define o mestre Hertz Dias em uma musica: “Marcos silva camarada lutador das antigas, eletricista comunista não se vende e não se rende, para oligarquia não da trégua, Marcos Silva sempre foi contra burguês”. Atualmente Marcos silva se dedica ao serviço social de forma voluntária e a luta em defesa da universalização do saneamento ambiental e é pós graduando em gestão e politica de serviço social.

terça-feira, 22 de julho de 2014

DEUS NÃO PARTICIPA DE ELEIÇÃO E NEM É CABO ELEITORAL



Ontem estive presente, representando o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU, em uma reunião com Juízes e Promotores responsáveis pela propaganda eleitoral realizada no Auditório do Tribunal Regional Eleitoral na cidade de São Luís do Maranhão (TER-MA).

Os promotores e Juízes alertaram aos representantes partidários sobre o que pode e o que não pode ser feito na divulgação de seus candidatos nas eleições de 2014. Uma dos artigos da Lei que me chamou atenção foi aquele que proíbe a utilização do uso de templos religiosos para propaganda de candidaturas, seja a distribuição de santinhos, diabinhos ou até marcadores de bíblias.

Após ouvir a explanação resolvi indagar do promotor se a aparição de candidatos nos templos religiosos nos momentos de oração não se configura propaganda irregular. Fiz o seguinte comentário antes de ouvir sua resposta. “Alguns cristãos honestos e os Ateus de maneira geral tem certeza que Deus não participa de eleição e nem é Cabo Eleitoral de nenhum candidato, mas alguns pastores, que se declaram representantes de Deus na terra, utilizam a fé do nosso povo para tentar afirmar o contrário”. 

A resposta do Promotor foi categórica isso é propaganda irregular. Imediatamente um representante dos Pastores questionou ao Promotor “se o espaço do templo fosse usado para uma reunião que não fosse um culto”. A resposta do Promotor foi clara; “o que é proibido é utilização do templo e pelo que sabemos Deus não permite que se use o espaço do templo para outro objetivo”.

Partindo dessa afirmativa jurídica eleitoral, e vendo os blogues locais colocando de forma positiva a passagem de Pseudos-Cristãos e Pseudos- Comunistas em vários templos evangélicos na tentativa de convencer os fiéis que são ungidos por Deus para administrar nossos recursos públicos, fica a pergunta no ar: quando o Ministério Público vai obrigar esses vendilhões da fé cumprirem a Lei dos homens já que a Lei Sagrada eles não respeitam e nós seres humanos não temos com interferi no julgamento divino?


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Entrevista com Cláudia Durans: “Sou mulher trabalhadora, tenho raça e por isso estou com o Zé”

Da redação Nacional do PSTUWilson H. Silva

No dia 6 de junho, Cláudia Durans, candidata à vice-presidência pelo PSTU, deu início à campanha eleitoral no Bairro da Liberdade, onde nasceu e cresceu, em São Luis do Maranhão. Percorrendo ruas que se confundem com sua própria história, Cláudia, que é militante do Quilombo Raça e Classe e do Movimento Mulheres em Luta, filiados à CSP-Conlutas, nos concedeu uma entrevista, discutindo o significado de sua candidatura para o PSTU e o porquê foi escolhida para ser a companheira de Zé Maria na disputa eleitoral. Cláudia também é assistente social e, desde 1992, professora do Departamento de Serviço Social da UFMA. É mestra e doutora em Serviço Social e autora do livro “Limites do Sindicalismo e Reorganização da Luta Social” (EDUFMA, 2008). Atualmente, é diretora licenciada da Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão e professora no curso de Serviço Social na Universidade Federal do Maranhão.

Cláudia Durans é candidata a vice-presidente ao lado de Zé Maria
Foto: Thiago Mahrenholz

Portal do PSTU – Cláudia, por que a escolha do Bairro da Liberdade para o lançamento da campanha?
Cláudia Durans – Foi aqui, na Liberdade, que eu nasci e vivi por quase toda a minha vida. Este é um bairro negro, de gente alegre e batalhadora, um verdadeiro quilombo urbano. É um espaço conquistado de resistência cultural e de luta, onde se escuta um bom samba, um reggae roots, bumba meu boi de vários sotaques. Mas, infelizmente, nas últimas décadas, a exemplo de bairros populares em todo Brasil, a Liberdade tem passado por um processo de degradação absurdo. Começar a campanha aqui não significa apenas resgatar minhas próprias raízes, mas também reafirma que nossas candidaturas estão a serviço da luta para resgatar a dignidade do nosso povo, para combater o racismo que se esconde por trás desta degradação, para reconstruir um quilombo onde, de fato, tenhamos a liberdade pela qual nossos ancestrais tanto lutaram.
 
Quais são as condições em que vivem os homens, mulheres e jovens da Liberdade e, como você disse, são iguais a outras comunidades de maioria de gente negra e pobre?
Cláudia – Neste bairro com um nome tão lindo e tão importante para a humanidade, nosso povo está preso à terrível combinação de opressão racial e exploração capitalista. Por isso, vive em meio à violência policial, à criminalidade e a consequente falta de perspectivas para a juventude. É muito triste ver as mães que choram a cada final de semana a morte de seus filhos. Faltam creches, escolas, saúde de qualidade e transporte digno. Não há saneamento em muitas ruas onde as famílias têm de conviver com esgotos fétidos, causando doenças, principalmente às crianças, falta água. E é importante lembrar que, por trás de tudo isso, está o fato de que um grande número de famílias sobrevive da informalidade e de programas insuficientes como o Bolsa Família. Aliás, é importante registrar que, fruto de quase 50 anos de oligarquia Sarney, o resultado é que, dos 7 milhões de habitantes do estado do Maranhão, cerca de 4 milhões sobrevivem do Bolsa Família. Isso é emblemático. Como também é emblemático que essa oligarquia, com raízes na ditadura, seja parceira de primeira hora dos governos do PT.
 
Enquanto você lançava a campanha no Liberdade, Zé Maria percorria as ruas de São Gonçalo e do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, duas regiões também majoritariamente negras. Por que o PSTU fez esta opção?
Claudia – Isto tem tudo a ver com o próprio sentido de nossas candidaturas. Não só para a Presidência, mas em todos os níveis país afora. Decidimos iniciar nossa campanha nos bairros operários, periferias, bairros negros, feiras populares. Esse início deu o tom de como será a nossa campanha, centralmente junto à classe trabalhadora em seu local de moradia, trabalho ou estudo, apresentando candidatos e candidatas socialistas como alternativa às eleições burguesas. Como sempre dizemos, só a luta muda a vida, e, pra nós, o processo eleitoral também é uma forma para organizar os mais explorados e oprimidos.
 
Essa é a segunda vez que você é candidata à vice do Zé Maria. Qual é o significado desta parceria?
Cláudia – Nós achamos que ela traduz a essência daquilo que queremos dizer para os trabalhadores, as trabalhadoras e a juventude deste país, particularmente os negros e negras. A mensagem que o Zé e eu queremos levar a eles é que, num mundo em que o racismo, o machismo e todas formas de opressão, como a homofobia e o massacre dos povos indígenas, estão a serviço dos lucros dos capitalistas, a única saída para nós que sofremos com o preconceito, a discriminação e a marginalização é combater esta situação lado a lado com a classe trabalhadora. Como tenho dito, sou negra, sou mulher, mas também tenho consciência de classe. Por isso, só posso estar com o Zé, um operário que não mudou de lado.
 
É a isto que você se refere ao dizer que a chapa Zé e Cláudia é uma aliança de raça e classe?
Cláudia – Exatamente. Hoje sou professora universitária e tenho militado em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, que também será um dos focos da minha campanha em particular, assim como minha militância no Serviço Social. Mas sei que a carreira que exerço é uma exceção no que diz respeito à maioria das mulheres negras. E, também, não só em função de minhas origens, mas também por uma opção política, continuo vivendo e lutando ao lado da classe trabalhadora. E eu aprendi, aqui mesmo no Bairro da Liberdade, que não há saídas individuais. E mais, não há liberdade possível sem que até o último dos mais oprimidos e explorados estiver livre. O que queremos dizer, nas ruas, nos próximos meses, é que não há soluções possíveis do ponto de vista dos explorados, oprimidos e humilhados sem que nos unamos para transformar nossa realidade, pois somos a maioria que produz a riqueza do nosso país. Só quem é parte dessa classe que sofre na pele pode denunciar com autenticidade a situação de calamidade em que vive o nosso povo.
 
Além de atuar no Andes, você é militante da Secretaria de Negros e Negras do PSTU e dos movimentos Quilombo Raça e Classe e Mulheres em Luta, tendo uma forte atuação contra a combinação do machismo, do racismo e da exploração. Fale-nos um pouco sobre a situação das mulheres e jovens negras.
Cláudia – Segundo uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas, as mulheres negras correspondem a 50% da população feminina. Aqui, no Norte, somos 74,7%. Mesmo considerando que as mulheres brancas também são vitimadas pelo machismo e a exploração, lamentavelmente, a situação das negras é muitíssimo pior. Por exemplo, em casas chefiadas por homens brancos, a média salarial é de R$ 1 mil, enquanto naquelas que são mantidas por mulheres negras é R$ 500. Em 2012, uma mulher negra ganhava 72,9% da média salarial dos homens brancos. Ainda segundo a pesquisa, em 2009, 37,6% dos domicílios chefiados por trabalhadoras domésticas (cerca de 7,2 milhões de pessoas, uma herança da época em que nossas ancestrais serviam nas casas grandes) se encontravam abaixo da linha de pobreza, ou seja, a renda chegava a meio salário mínimo para cada membro da família. Na Educação, enquanto 23,8% das mulheres brancas estão com matrícula adequada a sua idade, a porcentagem de negras é de 9,9%. Também são a maioria dos que dependem dos sucateados serviços públicos, como o SUS. E, como se tudo isso não bastasse, essa sociedade machista, racista e que tenta transformar tudo em produto e lucro, tenta nos fazer de objetos sexuais. Somos assediadas nos lotadíssimos transportes públicos e somos as vítimas mais frequentes da violência, do tráfico e do turismo sexual, como lamentavelmente, está sendo constatado durante a Copa).
 
Apesar de tudo, há quem ainda negue que exista racismo no Brasil. O que você tem a dizer sobre isso?
Cláudia – Queremos desmascarar o discurso de que vivemos numa democracia racial. Aqui não há igualdade, muito menos justiça. É verdade que as péssimas condições de vida afetam a maioria da classe trabalhadora. Mas neste país que viveu quase 400 anos de escravidão, sendo o último a aboli-la, as classes são racializadas, ou seja, a maioria dos ricos é formada por um punhado de brancos, herdeiros dos escravocratas, e os negros e negras são os mais pobres. Minha candidatura e de várias outras candidaturas negras que o PSTU está apresentando, como da Dayse Gomes e do Jair Pedro, candidatos ao governo do Rio de Janeiro e de Pernambuco, além de vários candidatos a deputados estaduais e federais, estão a serviço de desmascarar este mito e organizar negros e negras na luta contra o racismo nada sutil em que vivemos.
 
Para tal, quais são as principais propostas que o PSTU defenderá nestas eleições?
Claúdia – Em primeiro lugar, como realmente não acreditamos que seja possível separar raça e classe, nossas propostas para o combate ao racismo, como também ao machismo e a homofobia, cruzam todos os pontos de nosso programa. Ao defendermos melhores condições de saúde, moradia, educação, transporte etc. nunca nos esquecemos daqueles para quem o acesso é ainda mais difícil. Mas, especificamente no que se refere ao racismo, nossa campanha começa pela denúncia do verdadeiro genocídio ao qual os negros estão submetidos, particularmente os mais jovens. Este é o país em que pedreiros como o Amarildo desaparecem. No qual uma auxiliar de serviços gerais como a Cláudia é arrastada como saco de lixo por um camburão da polícia, onde mortes absurdas como as dos jovens Douglas, Jean e o bailarino DG comprovam pesquisas que mostram que um jovem negro é morto a cada 25 minutos e que a possibilidade de um jovem negro ser assassinado é 153,4% maior de que um branco. Uma situação que vale lembrar, só piorou nos governos petistas. Entre 2002 e 2010, por exemplo, o número de jovens brancos mortos caiu em 26,4%; enquanto o de negros subiu 30,6%.
 
Quais são as propostas defendidas contra a violência racista?
Cláudia – Em primeiríssimo lugar, defendemos a desmilitarização da Polícia Militar, esta herança maldita da ditadura que está, sob as fardas e os capuzes de milicianos e justiceiros, por trás de uma porcentagem significativa destas mortes. Pra nós, desmilitarizar é um primeiro passo para a extinção da PM e a criação de novas políticas de segurança que sejam submetidas aos trabalhadores. Além disso, no decorrer da campanha, vamos apresentar nossas propostas para aquilo que chamamos de violência difusa que em muito contribui para que a expectativa de vida de um negro seja seis anos menor que a de um branco: a violência da fila no posto médico, do sufoco no transporte, da falta de moradia e de acesso à educação.
 
Por fim, quais são expectativas para as eleições?
Cláudia – Como disse, acreditamos que só a luta muda a vida. No processo eleitoral, lutamos por algo mais do que o voto. Cada um deles é importante para nós, porque significa mais um passo na organização dos trabalhadores, os mais explorados e oprimidos em particular, para que possamos travar a luta necessária. Negros e negras estão lutando por todos os cantos. Estiveram nas Jornadas de Junho de 2013, desceram do Pavão Pavãozinho e tomaram Ipanema contra a violência racista, fizeram rolezinhos denunciando a falta de lazer, foram a maioria absoluta entre os garis, rodoviários e trabalhadores do Complexo Petrolífero do Rio de Janeiro e têm se manifestado contra os gastos absurdos com a Copa. O queremos é sair das eleições com muitos deles organizados conosco, contribuindo para a construção de um quilombo socialista. Por isso, particularmente nós, negros e negras do PSTU, estamos entrando nas eleições não só como candidatos. Entramos como herdeiros de Zumbi, de Dandara e os quilombolas de Palmares, de Luiza Mahim e os revoltosos Malês, de Luis Gama e os abolicionistas rebeldes, de João Cândido e os marinheiros que voltaram seus canhões contra o poder para se livrar das chibatas, de Carolina de Jesus e de todos e todas que, mesmo marginalizados, resistiram.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Plínio de Arruda Sampaio: presente!



Depois de anos lutando contra a doença, Plínio não mais resistiu e nos deixou. Perdemos um companheiro de lutas muito importante. Em muitos momentos tivemos opiniões diferentes sobre muitos aspectos da vida política do país. Nem sempre fizemos as mesmas escolhas nas batalhas que travamos.
Mas Plínio, com a sua coerência e generosidade política, sempre foi um ponto de apoio importante para as lutas dos trabalhadores e em defesa das liberdades democráticas em nosso país. E isso, em um país como o nosso - onde grande parte das lideranças históricas da nossa classe bandearam-se para o outro lado da trincheira com malas e bagagens - tem ainda mais importância.
Plínio vai fazer falta a todos e a todas que, como nós, aprendemos a respeitá-lo nas lutas que travamos juntos. Vai deixar saudades. Mas a melhor homenagem que podemos prestar a ele é dar continuidade à luta contra toda forma de exploração e opressão contra a classe trabalhadora. Com esta homenagem nos comprometemos, toda a militância do PSTU.
Deixo aqui um abraço fraterno e a minha solidariedade à sua família, seus amigos e à militância do PSOL pela perda de um de seus mais importantes quadros.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

16 propostas para construir um Brasil para os trabalhadores

Seminário de Programa do PSTU
Fotos Romerito Pontes
Doze grupos temáticos discutiram os temas específicos reunindo, lado a lado, operários, estudantes, intelectuais e militantes que debateram de forma democrática as propostas para mudar o país.
Confira abaixo 16 propostas para construir um Brasil para os trabalhadores:
1- Romper com a dívida pública
Até maio, o pagamento dos juros da dívida externa e interna já consumiu R$ 460 bilhões, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida. Isso representa 54% de todos os gastos do governo federal. O pagamento da dívida impede que sejam investidos mais recursos em áreas como saúde, educação, transporte e reforma agrária. Para mudar o Brasil, a primeira coisa que deve ser feita é parar de pagar essa dívida.
2 - Estatização do sistema financeiro
É necessário estatizar todo o sistema financeiro, acabando com a farra dos bancos, que lucram ao custo do endividamento dos mais pobres. Seria possível, assim, acabar com os juros altos, ter o controle de capitais externos e impedir a fuga do capital especulativo, assim como a remessa de lucros das grandes multinacionais para fora do país.
3- Reestatização das empresas privatizadas
Anulação de todas as privatizações realizadas durante os últimos governos neoliberais. Um marco desse processo de desnacionalização e entrega do patrimônio nacional ao capital privado e estrangeiro foi FHC, que entregou empresas que até então eram verdadeiros símbolos nacionais, como a Vale do Rio Doce, vendida por R$ 3,3 bilhões, em 1997, ou seja, um valor bem menor que os lucros anuais obtidos pela mineradora. Defendemos a reestatização dessas empresas, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, para que possam servir aos interesses do país e da grande maioria da população.
4- Anulação do leilão do Pré-sal, por uma Petrobras 100% estatal
O governo Dilma iniciou a privatização do Pré-Sal, entregando o megacampo de Libra, a preço de banana, às multinacionais do petróleo. A desnacionalização do petróleo brasileiro se dá juntamente com o processo de privatização da Petrobras. O PSTU defende a anulação do leilão do Pré-Sal e de todos os campos entregues às multinacionais e uma Petrobras 100% estatal sob controle dos trabalhadores.
5- Aumento dos salários e congelamento dos preços
A inflação diminui os salários dos trabalhadores. O aumento dos preços, sobretudo dos alimentos, atinge principalmente os mais pobres. A inflação funciona, na prática, como uma redução salarial por parte dos patrões, um tipo de confisco de parte dos salários dos trabalhadores através do preço dos produtos. Para enfrentar a inflação, defendemos aumento geral dos salários e o congelamento dos preços dos produtos.
6- Reforma e revolução agrária
Uma verdadeira reforma agrária, que está paralisada no governo Dilma, poderia garantir alimentos para a população a um preço mais barato, além de garantir terra aos sem-terras. Para isso, é preciso enfrentar o latifúndio e o agronegócio.
7- Redução da jornada de trabalho 
Nos anos de crescimento econômico, os governos do PT poderiam ter acabado com o desemprego. No entanto, a quase totalidade dos novos postos de trabalho criados nos últimos 10 anos são empregos com os salários mais baixos e piores condições de trabalho. Os trabalhadores de setores como a indústria, por exemplo, sofrem com jornadas extenuantes e aumento das horas extras. Reduzindo a jornada de trabalho das atuais 44h para 36h semanais, sem redução nos salários, abriria novos postos de trabalho e melhoraria as condições de trabalho dos já empregados.
8- Estatização dos transportes
O principal problema que fez explodir os protestos de junho foi o caos e a precarização do transporte público que, além de ser um dos mais caros do mundo, submete a grande maioria da população e os trabalhadores a um inferno diário. Isso é causado pela lógica privada do serviço, que beneficia os lucros das grandes concessionárias. Só um transporte estatal, sob controle dos trabalhadores, pode garantir um serviço barato, a preço de custo, de qualidade e rumo a tarifa zero.
9 - Fim das isenções às grandes empresas
Ao mesmo tempo em que faltam recursos à saúde e à educação, sobra dinheiro para as grandes empresas, sem qualquer tipo de contrapartida. As montadoras, por exemplo, gozam de isenções e subsídios, demitem quando querem e são campeãs em remeter lucros ao exterior. Só em 2013, por exemplo, mandaram mais de 3 bilhões de dólares para fora.
10 - Educação pública e de qualidade
Embora o Brasil esteja entre as maiores economias do mundo, a educação pública está à míngua. Enquanto bilhões são destinados, todos os meses, para os banqueiros, as escolas estão caindo aos pedaços. Lutamos por 10% do PIB para a Educação já e não em 10 anos como prevê o Plano Nacional de Educação do governo.
11 - 10% do PIB para a Saúde
A saúde pública definha por conta da privatização dos serviços e a falta de investimentos públicos no setor. Em geral, o país gasta apenas o equivalente a 3,5% do PIB com saúde, sendo que o mínimo necessário para um serviço público universalizado seria o dobro disso. Defendemos a aplicação de 10% do PIB para a saúde, recursos esses que poderiam vir do fim do pagamento da dívida pública.
12 - Plano de obras públicas para garantir moradia e emprego para todos
O país viveu, nos últimos anos, um verdadeiro boom imobiliário. Nunca as empreiteiras e construtoras lucraram tanto. Mesmo assim, persiste o dramático déficit habitacional em torno de 7 milhões de moradias. Defendemos um plano de obras públicas para a construção de moradias dignas, saneamento básico e que possa ao mesmo tempo avançar no combate ao desemprego.
13 - Saneamento básico para todos
Em pleno século 21, o país tem enormes áreas sem saneamento básico. Na região Norte, que tem os maiores rios do mundo, somente 13% das cidades contam com redes de esgoto. No Pará, só 6,3% das cidades contam com o serviço. Isso se reflete em inúmeros problemas de saúde e mortalidade, sobretudo infantil. É preciso investimento maciço em saneamento básico para todos.
14 - Não à criminalização das lutas e greves, desmilitarização da PM
O país vive uma onda de lutas e greves. Os governos, a Justiça e a polícia reprimem e criminalizam os movimentos. Milhares de ativistas foram detidos e centenas estão sendo indiciados. Trabalhadores em greve são brutalmente reprimidos como os metroviários de São Paulo, em que 42 trabalhadores foram demitidos e as contas do sindicato bloqueadas. Não à criminalização! Lutar não é crime! Reintegração dos demitidos, já! Fim das perseguições e processos! Fim da PM, por uma polícia civil unificada controlada pela população.
15- Contra o racismo
O capitalismo utiliza as opressões para explorar ainda mais enormes setores da classe trabalhadora. O racismo, o machismo e a homofobia, além de dividir a classe, são usados para aumentar os lucros do capital, além de significar, para esses setores, uma brutal violência diária, seja pelo preconceito e discriminação, seja pela repressão policial. Defendemos o combate a toda forma de opressão. Pela aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha, o fim do genocídio da juventude negra e a criminalização da homofobia.
16- Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores
A corrupção está no DNA do capitalismo. Ela nasce antes mesmo das eleições, quando as grandes empresas, bancos e empreiteiras pagam milhões para as campanhas dos grandes partidos. Uma vez eleitos, eles beneficiam essas mesmas empresas. Defendemos a prisão e o confisco dos bens dos políticos corruptos, e, também, de seus corruptores, ou seja, as empresas que se beneficiam com esses crimes.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Convenção do PSTU lança Saulo Arcangeli ao Governo do Maranhão e Marcos Silva ao Senado Federal

Ato discutiu o papel do partido nas eleições com a presença de várias categorias e da juventude.



Neste sábado (28 de junho) foi realizada a Convenção Estadual do PSTU que confirmou o nome do servidor público federal Saulo Arcangeli (42 anos) para Governador e do urbanitário Marcos Silva (48 anos) para Senador. O Partido não fará coligações com nenhum partido. A professora da rede municipal e militante do PSTU, Ana Paula Martins, será a candidata a vice-governadora.

A Convenção realizada no auditório do Sindicato dos Bancários no Centro de São Luís reuniu mais de 100 pessoas de diversas entidades e movimentos sociais do estado em apoio às candidaturas do PSTU. Durante o evento foi reafirmada a construção de uma candidatura de esquerda e socialista que expressará as lutas populares e as greves do último período em nosso estado em oposição às candidaturas de Edinho Lobão (PMDB) e Flávio Dino (PC do B).

Esteve presente na convenção Cláudia Durans, professora da UFMA e assistente social, candidata à Vice-Presidência da República pelo PSTU na chapa encabeçada por Zé Maria de Almeida. Cláudia ressaltou a importância do debate contra as opressões no Maranhão e que as candidaturas do PSTU no estado estarão à serviço da luta contra o machismo, o racismo e a homofobia.

Para Saulo cada voto conquistado pelo PSTU nestas eleições será um passo para o fortalecimento das mobilizações e lutas em nosso estado, frutos da insatisfação da população contra seus governantes. Ana Paula Martins, professora da rede municipal de São Luís, categoria em greve contra a Prefeitura de Edvaldo Holanda (PTC), afirmou que as candidaturas do partido se colocam à disposição das lutas que estiverem ocorrendo em todo o Estado.

Segundo Marcos Silva, o PSTU apresentará um verdadeiro projeto de mudança em nosso estado capaz de alterar o quadro de miséria e barbárie que vive o Maranhão através da participação direta da população através dos Conselhos Populares.

Os nomes de Saulo Arcangeli e Ana Paula Martins para Governo e Marcos Silva para o Senado foram aclamados por todos os presentes. A campanha começará com visitas às categorias em seus locais de trabalho e a preparação de seminários temáticos que debaterão um Maranhão para os trabalhadores.