
O Maranhão é o Estado com o maior número de conflitos agrários no país, com denúncias que envolvem humilhações, ameaças e assassinatos. O caso mais recente envolveu o trabalhador e liderança quilombola do Charco, Flaviano Pinto Neto, assassinado com sete tiros na cabeça em novembro do ano passado e até hoje sem apuração dos assassinos e mandantes.
O assassinato tem relação com a demarcação de terra da comunidade quilombola Charco, invadida por latifundiários e grileiros ligados à políticos da localidade de São Vicente Férrer e aliados da Oligarquia Sarney.
O processo de demarcação anda a passos lentos devido a falta de estrutura do INCRA (apenas 1 profissional é responsável pela realização do estudo antropológico de mais de 400 comunidades em todo o Estado), a negligência do ITERMA (Instituto de Terras do Maranhão) e o posicionamento tendencioso para o latifúndio do Judiciário maranhense.
Além disso, a relação dos governos (Roseana/Dilma) com o latifúndio e o agronegócio mostra de que lado estão. A retirada do texto que trata da demarcação das terras de comunidades quilombolas do Estatuto da [des] Igualdade Racial aprovado no final do Governo Lula e a negligência de órgãos estaduais como o ITERMA e a Secretaria de Segurança Pública que sabiam das ameaças de morte desde o início são exemplos que Roseana e Dilma pagam com o sangue dos quilombolas o apoio do agronegócio dado durante a campanha eleitoral.
A CSP Conlutas acredita que somente a unidade dos trabalhadores do campo e da cidade na luta contra o latifúndio pode garantir reforma agrária, a demarcação imediata das terras de quilombo e cadeia para os assassinos e mandantes do assassinato de Flaviano Pinto Neto e de outros crimes contra quilombolas e sem-terras.
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