quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nota do PSTU sobre o esforço para a construção de uma frente de esquerda para as eleições de outubro


Foi realizada recentemente uma reunião entre dirigentes do PSTU e do PSOL para debater a proposta de constituição de uma Frente de Esquerda envolvendo estes dois partidos e o PCB. Na reunião, iniciamos o debate acerca do programa e perfil político da frente, dos critérios sobre arco de alianças e financiamento da campanha e sobre o espaço dos partidos na chapa presidencial e em estados como o Rio de Janeiro onde há, até agora, um veto do PSOL à coligação com o PSTU na eleição proporcional.
No debate feito foram identificadas visões distintas acerca do programa e do perfil político que a frente apresentaria nas eleições. Os companheiros do PSOL defenderam um programa e perfil político da campanha que tivesse como centro a busca de uma identidade com o senso comum da população, para facilitar a disputa do voto. O PSTU defendeu que a campanha da frente buscasse sim, fazer a disputa dos votos da melhor forma possível, mas sem abdicar da defesa das mudanças, profundas e radicais, que precisamos fazer no Brasil para que o povo possa ter uma vida digna.
Esta diferença se materializou, por exemplo, numa visão distinta de como apresentar um programa que garanta o atendimento de uma demanda muito presente nas mobilizações de junho passado, a Tarifa Zero no transporte coletivo para garantir o direito ao transporte a toda população. O PSOL defende uma proposta que mantém o sistema privado de transporte, onde a Tarifa Zero seria financiada com o aumento de impostos. O PSTU defende a suspensão imediata do pagamento dos juros aos banqueiros para financiar o sistema, mas também a estatização dos serviços de transportes para acabar com as máfias que controlam o setor e roubam o povo cotidianamente. Esta mesma diferença de enfoque se translada ao resto do debate programático e à definição do perfil político da campanha da frente.
Ficamos de dar continuidade a este debate, para vermos a possibilidade de chegarmos a um patamar que pudesse ser comum aos dois partidos, em uma próxima reunião marcada para a primeira quinzena de março. Por outro lado, os representantes do PSTU deixaram claro aos dirigentes do PSOL que o anúncio realizado na véspera, de que o candidato à presidente da chapa seria do PSOL, assim como o candidato à vice, não sinalizava a constituição de uma Frente de Esquerda. Criava um quadro de adesão dos demais partidos à candidatura do PSOL, denotava desrespeito para com os demais partidos que, por óbvio, era inaceitável. Também sobre este assunto ficamos de voltar a conversar na próxima reunião agendada para março.
Passada a reunião, o PSOL agendou e realizou o lançamento, neste 24 de fevereiro , de sua pré-candidatura à presidência e vice-presidência em ato político na cidade de São Paulo.
O PSTU pensa que, em política, o que se fala é importante. Ainda mais importante é o que se faz, pois indica objetivamente a escolha que se fez. O PSTU tem defendido e segue defendendo a Frente de Esquerda, respeitado o acordo de programa, critério sobre arco de alianças e financiamento da campanha e respeito ao espaço de cada um dos partidos. O PSOL também tem falado em defesa da Frente de Esquerda. Mas o que está fazendo indica claramente outra escolha.
Ao fechar completamente as condições para que se possa construir uma Frente que respeite o espaço de cada partido, o PSOL atua para inviabilizar a Frente. Indica que não quer ou não acredita na discussão para buscar um acordo de programa que possa ser expressão das lutas sociais que ocorrem em nosso país. Um programa para mudar tudo isso que aí está, como reclamavam as manifestações de junho e julho passado. Que possa ser a expressão de um projeto socialista para o Brasil. Só isso explicaria a atitude concreta de fechar a chapa presidencial sem nenhum respeito pelos demais partidos com quem diz querer fazer a Frente.
O PSTU irá a próxima reunião marcada com o PSOL, ainda imbuído da defesa da Frente de Esquerda. Mas alertamos para a necessidade de reversão desse quadro, para que haja uma possibilidade real de esta frente vir a se constituir.
São Paulo, 25 de fevereiro de 2014
Direção Nacional do PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Nota da CSP Conlutas sobre reportagem da Revista Veja


A Revista Veja desta semana, em matéria sobre os black blocs, tenta estabelecer uma relação entre a CSP Conlutas e esse grupo, que absolutamente não é verdadeira.
A matéria afirma que os black blocs são apoiados por uma “organização (...) composta de advogados que ficam a postos, nas ruas e em delegacias, para ajudar manifestantes detidos em confrontos de rua. Em São Paulo, quem faz esse papel são os advogados da CSP-Conlutas, entidade sindical ligada ao PSTU”.
A Veja, mais uma vez, distorce declarações de nossa Central e, dessa forma, se presta ao papel de desinformar.
A CSP Conlutas é uma central sindical e popular, composta por sindicatos, organizações populares e juvenis. Atua em todo o país e esteve presente nos protestos de junho, nas mobilizações que seguiram e nas paralisações nacionais de 11 de julho e 30 de agosto, convocadas pelas centrais sindicais.
Não temos nenhuma ligação com os black blocs. Temos outros métodos e formas de atuação. A Central tem, no seu interior, militantes de partidos de diferentes ideologias, mas preserva a sua autonomia frente aos partidos políticos e sua independência frente ao estado e suas instituições.
É reconhecida a atuação da Central na defesa das reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras por ela representados(as).
É sabido por todos que a truculência da polícia do governador Alckmin (PSDB- SP) desatou uma onda de solidariedade aos poucos milhares de manifestantes que iniciaram a luta contra o aumento das passagens em São Paulo em 2013. Os militantes da CSP Conlutas estavam nessas manifestações.
Foi fruto dessa truculência absurda que os atos se massificaram e se espalharam por todo o país, afirmando que a luta não era apenas pelos 20 centavos.
A CSP Conlutas teve alguns de seus militantes detidos, junto com algumas dezenas de jovens nessas manifestações. E colocou os advogados ligados à Central à disposição para liberar esses manifestantes.
Da nossa parte, não houve distinção quanto a esses jovens terem ou não ligação com a Central, ou serem ou não ligados aos black blocs, pois se tratava, naquele momento, da defesa do direito democrático de manifestação, que o governador Alckmin (PSDB) tentava impedir. Trata-se de um gesto de solidariedade que é obrigação de qualquer organização dos trabalhadores.
A ilação feita pela Revista Veja, em sua reportagem, misturando uma ação de solidariedade da nossa Central com um suposto pagamento a pessoas para tumultuarem manifestações no Rio de Janeiro é muito grave. Tenta criar um ambiente de criminalização das lutas sociais no país, chegando ao cúmulo de transformar em crime até mesmo a atividade dos advogados.
Em sua sanha por buscar responsáveis pela trágica morte do jornalista Santiago, já condenada por nossa Central em nota oficial, tenta agora atingir partidos políticos de esquerda, sindicatos e advogados, no exercício de suas prerrogativas profissionais.
A CSP Conlutas repudia os ataques infundados da Revista Veja. Seguiremos defendendo o direito democrático de manifestação e não aceitaremos que sob a trágica morte do jornalista Santiago e a dor dos amigos, profissionais e familiares, com os quais nos solidarizamos, se abram as portas para ataques às organizações sindicais e populares como a nossa Central, que lutam em defesa dos direitos da população trabalhadora, ao direito de manifestação e às liberdades democráticas.

São Paulo, 17 de fevereiro de 2014.
Secretaria Executiva Nacional da
CSP CONLUTAS – Central Sindical e Popular 

www.cspconlutas.org.br

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Como fazer uma campanha suja?

Jeferson Choma, da redação do PSTU

Logo após a prisão dos dois acusados de acionar o rojão que atingiu o cinegrafista, estes governos não perderam tempo em exigir a “mão pesada da ordem” sobre as manifestações. Tentam se aproveitar do clima de comoção nacional para aprovar a toque de caixa a chamada lei antiterrorismo, apelidada (com justiça) de “AI-5 padrão FIFA”. O objetivo é claro: ampliar a escalada repressiva e a perseguição contra as manifestações e os movimentos sociais.
Vale lembrar que, desde as mobilizações de junho, diversos setores dos trabalhadores e da juventude brasileira aprenderam uma importante lição: que é possível lutar, realizar protestos e conquistar suas reivindicações. Por isso assistimos desde passeatas de policiais até manifestações nos bairros populares. A lei antiterrorismo vai tentar amedrontar e evitar a reedição das mobilizações que tomaram o país depois de junho.
Também é parte da estratégia de criminalização envolver organizações que nada têm a ver com as ações realizadas por organizações como os “Black Bloc’s”. É o que está acontecendo neste momento com o PSTU e o PSOL. Nesse dia 13 foi divulgada amplamente pela imprensa a suposta participação destes dois partidos num suposto esquema de financiamento de militantes que participam dos protestos.
Trata-se de uma mentira que está se transformando em uma verdadeira campanha suja pela imprensa. O ataque ao PSTU tem como objetivo atacar um partido que desde o início apoiou e esteve presente nos protestos. Todos sabem que desde o ano passado o PSTU foi o único partido de esquerda que criticou publicamente os Black Blocs por discordar de sua metodologia de ações por fora e (muitas vezes) contra o movimento.
Nesta quinta-feira, 13,  o blogueiro de O Globo, Ricardo Noblat, deu o tom da campanha. Mesmo sem nenhuma prova, ele postou a nota intitulada “Beneficiários da violência”, na qual acusa a extrema-esquerda “como o PSOL e o PSTU” por se favorecerem com os confrontos. “Eles querem chegar ao poder a qualquer preço. Sem bandeiras capazes de atrair votos no curto prazo, apelam para a violência. E alguns dos seus integrantes chegam ao ponto de financiá-la”, diz.
Em nota, o PSTU refuta as acusações, responsabiliza os governos pelo aumento da repressão e reafirma suas diferenças com os “Black Bloc’s”. Diferenças estas publicadas em inúmeros artigos do Portal do partido, que sequer foram consultados por Noblat.
Perguntamos ao blogueiro: por que não investigar as relações do advogado dos acusados com o governo Cabral e com as milícias que atuam no Rio de Janeiro? Esse advogado já defendeu o miliciano Natalino José Guimarães. Em uma de suas entrevistas à imprensa, o advogado deixou clara suas críticas aos atos no Rio contra o governo Cabral.
A verdade que Noblat faz questão de esconder é que os maiores beneficiários com a morte trágica do cinegrafista são o governo Dilma, Cabral, as empreiteiras e a FIFA. Todos muitos satisfeitos com essa situação, porque querem passar a ofensiva e evitar as mobilizações em defesa do transporte, educação e saúde pública.  É esse o jogo que os governos e a FIFA fazem hoje. Quem mais vai jogar no time deles?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Nota do PSTU sobre os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro - Partido responde a informações veiculadas em setores da imprensa

1- Temos orgulho de ser parte das manifestações da juventude e dos trabalhadores em defesa de serviços públicos gratuitos e de qualidade, como saúde, educação, moradia e transporte. Achamos que é por isso que estamos sendo atacados.
2- Responsabilizamos o governo Cabral e Paes pelo aumento das passagens do transporte e pela repressão policial às legítimas manifestações. Acreditamos que os governos tem utilizado a trágica  morte do cinegrafista para criminalizar o movimento.
3- Assumimos publicamente, desde o ano passado, a crítica aos ‘Black Blocs’ e grupos afins por terem uma metodologia fora do movimento de massas, com ações inconseqüentes e equivocadas.
4- Alguns setores da imprensa divulgaram depoimentos dos suspeitos que indicariam “que os partidos que levam bandeiras são os mesmos que pagam os manifestantes”. Um dos presos informa já ter visto “bandeiras do PSOL, PSTU e FIP" (como divulgado por jornais como Extra e Globo). Nós nos indignamos com essa acusação. Todos que conhecem nossa prática sabe que isso não corresponde  à realidade. É necessário investigar com clareza  o suposto aliciamento nas manifestações. Pode ser que haja setores da direita fazendo isso.
5- É importante que as organizações da sociedade civil, como a OAB, possam acompanhar as investigações para garantir a transparência da mesma. 
 
6- O advogado dos acusados recentemente atacou as manifestações contra o governo Cabral e já foi advogado das milícias, tendo por isso uma atitude suspeita no caso.
 
7- Por último, este tipo de acusação contra o PSTU  não nos intimida. Seguiremos sendo parte das mobilizações contra os governos e por direitos e exigimos que se apure a verdade e puna os responsáveis.
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
13 de fevereiro de 2014

domingo, 9 de fevereiro de 2014

PSTU lança Saulo Arcangeli pré-candidato a Governador nesta quarta


Atividade contará com a presença de Zé Maria, pré-candidato do Partido à Presidência

Nesta quarta-feira, dia 12 de fevereiro, o PSTU Maranhão fará em São Luís o lançamento oficial da candidatura do servidor público federal e professor universitário Saulo Arcangeli ao governo do Estado. A atividade iniciará a partir das 9 horas com uma coletiva à imprensa na Assembleia Legislativa e logo após às 10h30 ocorrerá um ato político no auditório do Sindicato dos Bancários no Centro.

A candidatura de Saulo, um ativista presente nas principais lutas que ocorreram no Maranhão nos últimos anos, é a expressão no campo eleitoral das reivindicações dos trabalhadores e da juventude maranhense que desejam não só o fim de uma Oligarquia, mas também buscam construir um Maranhão livre do latifúndio e do coronelismo.

Ao mesmo tempo, o PSTU mantém o chamado feito ao PSOL e PCB no sentido da constituição de uma Frente de Esquerda que apresente uma única candidatura ao Governo do Estado em 2014.

Lançamento da pré-candidatura de Zé Maria à Presidência da República em São Luís

Estará presente também o presidente nacional do Partido, o metalúrgico Zé Maria de Almeida, que é o pré-candidato do PSTU à Presidência da República. “Minha candidatura parte da necessidade de apresentar uma alternativa de classe e socialista perante as candidaturas da presidente Dilma Roussef (PT) e os candidatos da direita representados pelo PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos” afirma Zé Maria.

Segundo o pré-candidato do PSTU, estes dois campos políticos, no entanto, representam o mesmo modelo econômico e o mesmo projeto para o país, que privilegia os bancos, grandes empresas e o agronegócio em detrimento das necessidades e reivindicações dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude.

Quem é Saulo Arcangeli?


Candidato a governador do Estado pelo PSOL em 2010, saiu deste partido em 2011 e ingressou no PSTU, por onde foi candidato a vereador de São Luís em 2012. Servidor público federal do Ministério Público da União e professor universitário da UEMA, é dirigente sindical do Sintrajufe e da CSP Conlutas, Central Sindical e Popular.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Nota de Zé Maria sobre a proposta da Frente de Esquerda nas eleições 2014

Zé Maria é pré-candidato do PSTU à Presidência da República

Zé Maria é metalúrgico e presidente Nacional do PSTU
O PSTU, no final do ano passado, lançou o meu nome como pré-candidato à Presidência da República mantendo e reafirmando, ao mesmo tempo, a proposta de constituição de uma Frente de Esquerda envolvendo, alem do próprio PSTU, também o PSOL e o PCB (veja aqui).

Em entrevistas à imprensa recentemente, o pré-candidato lançado pelo PSOL, senador Randolfe Rodrigues, tem anunciado suas propostas e informa que convidou a ex-deputada Luciana Genro para ser sua candidata à vice, ao mesmo tempo em que diz estar “conversando” com o PSTU e o PCB no sentido da constituição da Frente. Da parte do PSTU, esclarecemos que não fomos contatados, nem houve qualquer conversa com a direção do PSOL até agora.

Estranhamos essa situação na medida em que a construção de uma Frente pressupõe acordo sobre o programa da candidatura, critérios para financiamento, independência de classe, etc. Já havíamos tornado pública nossa preocupação pela distância programática que existe entre nós e as propostas defendidas pelo pré-candidato definido pelo PSOL. Assim, não temos como deixar de registrar que a proposta de assegurar tarifa zero para o transporte público com aumento progressivo do IPTU, conforme dito pelo senador em entrevista ao Jornal Zero Hora de quatro de janeiro, o que manteria o controle das empresas privadas, não tem o nosso acordo. Tampouco o governo João Goulart é referência para nossa proposta de reforma agrária.
O transporte público deve ser estatizado para acabar com as máfias que controlam o setor e para garantir um serviço de qualidade a toda população. A reforma agrária que queremos fazer implica no fim do latifúndio e do domínio do agronegócio sobre as terras do país, de modo que elas possam ser usadas para produzir alimentos para o povo.

Esse é o caminho que precisamos adotar se queremos realmente mudar o país e atender as demandas que a juventude e os trabalhadores levaram às ruas nas jornadas de junho passado. Caso contrário, seríamos “mais do mesmo” que aí está. O programa da Frente de Esquerda deve partir das lutas da juventude e dos trabalhadores e suas reivindicações para mudar efetivamente o nosso país. E é a serviço destas lutas para mudar o país que deve estar a campanha da esquerda socialista.

Por outro lado, lembramos que a constituição da Frente de Esquerda pressupõe o respeito ao espaço de todos os partidos que comporão a aliança. Isso significa que, entre outros critérios, caso o PSOL venha a indicar o candidato à presidente na frente de esquerda, obviamente a candidatura à vice deve ficar com o PSTU.

Nas próximas semanas, realizarei uma rodada de debates e palestras por várias regiões do país apresentando as idéias que o nosso partido tem para as eleições presidenciais e também para as tarefas e desafios colocados pela luta da nossa classe durante todo este ano, com destaque para as mobilizações que queremos construir no período da Copa do Mundo.
 São Paulo, 28 de janeiro de 2014
Zé Maria