quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUEM VENCEU E QUEM PERDEU NO DEBATE DOS GOVERNADORES



Do Blog do Companheiro Carlos Leen

Assim que encerrou o debate de ontem com os candidatos a governo do Maranhão, vários correligionários, alguns amigos e demais figuras políticas me ligavam para uma rápida explanação do que eu havia achado de resultado.

Opiniões todos nós temos em menor ou maior grau sobre determinado assunto e, antes de fazer esse texto, liguei pra tantos outros companheiros, amigos, parentes e serpentes que me relataram suas impressões e desatinos. Como entendo que a verdade de cada um é um espelho na frente de outro espelho, resovi ler alguns noticiosos e textos para só depois me manifestar também, sob o risco de parecer meticuloso demais, afinal de contas imparcialidade só existe na mente dos repórteres mercenários da Veja, ou dos jornalistas labigós da Globo e ainda na cabeça de meia dúzia de professores e estudantes fora da realidade.

Como primeira constatação, temos o fato de quê Jackson Lago não teve tanto dinamismo desta vez. O velhinho se perdeu no tempo, e por vezes não foi convincente nas respostas, mesmo que tenha elementos para tanto. Como ponto positivo temos sua fala final, muito contundente e de conclamação a derrotar a oligarquia. Jackson finalizou bem o debate.

Saulo Arcangeli também deixou a desejar. Perdeu oportunidades preciosas de contrapor o discurso do mais do mesmo (o discurso da oligarquia Sarney tentou jogar na vala comum todos os outros candidatos) e demonstrou estar na cômoda posição de franco atirador, por vezes fez comparações que a maioria das pessoas não compreendeu. Como ponto positivo, o PSOL, é formador de opinião, alem disso Saulo resgatou muito bem elementos contundentes como o caso Gautama e os baixos orçamentos para a educação e saneamento básico. Achei que ele poderia focar mais seu debate em torno de outras propostas como saúde e políticas sociais. Teria sido mais proveitoso do que “bater” em Deus e o mundo.

Roseana Sarney parecia nervosa. As mãos trêmulas e a voz em tom choroso deixavam à impressão de que estava sempre se justificando pelo o que não fez. Ledo engano. Roseana tentou ainda ligar sua a imagem a da mulher, que por ser única candidata no meio dos homens estava sendo apedrejada. Disse que iria chamar Zé Sarney pra debater com os demais candidatos e tentou justificar suas péssimas atuações nos governos passados ao fato de não ter Lula como presidente. Resalte-se que Roseana sempre esteve do lado de quem estava no poder, portanto, não convenceu.

Flavio Dino parecia o mais sereno de todos, mesmo que um certo tom arrogante pudesse estar presente em algumas falas, este, se mostrou preparado e com o estudo das questões em dia. Não titubeou em responder nenhuma das perguntas e acusações feitas por adversários, e ainda convenceu bem nisso tudo. Não falo por mim, falo pelo eleitorado imperatrizense na qual pacientemente tive que ouvir. Flavio Dino pode vir com tudo por aí.

Pra mim o grande vencedor deste debate: Marcos Silva. O candidato do PSTU também não vacilou em momento algum. Rápido e rasteiro emocionou ao desafiar Zé Sarney e Lula para o debate além de saber conduzir muito bem sua fala em torno dos demais candidatos. Marcos Silva ainda questionou a candidata oligarca se esta não teria remorso das injustiças feitas por seu grupo no Maranhão, tais como privatizações, demissões em massa e os péssimos índices sociais no Estado. De braços abertos, erguidos pra cima, tal qual um samurai que não teme a luta seja em quaisquer condições, Marcos Silva foi seguro e aproveitou bem seu tempo na TV. Se houvesse o critério do debate para eleger o melhor, Marcos estaria eleito.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010



Quem ainda tinha alguma dúvida sobre a capacidade política de Marcos Silva do PSTU deve ter mudado de opinião no debate realizado pela TV Mirante, filial da Rede Globo, na noite de ontem. Muitos esperavam um Marcos Silva, candidato, atirando a esmo, mas viu um militante experimentado e sereno no enfrentamento a oligarquia e seus satélites políticos.

Os blogueiros da Mirante e seus, igualmente, satélites políticos estão estupefatos com Marcos Silva, dormiram nocauteados e acordaram atônitos. Assim com a candidata que virou picolé, os mesmos viram suas táticas desesperadas virarem pó. Divulgaram aos quatro cantos do estado que todos os candidatos de oposição teriam combinados bater só na candidata picolé, mas era tudo um grande blefe para blindar Roseana Sarney. Fizeram isso para pressionar Marcos Silva (PSTU) e Saulo Arcengeli (PSOL), os dois únicos realmente de esquerda, a bater em Jackson Lago e Flávio Dino mais do que na Dondoca.

Queriam ver Roseana tirando casquinha da esquerda em razão de sua indisfarçável incapacidade para debater política e esconder os quase cinqüenta anos de domínio oligárquico que levou o Maranhão a bater recordes e mais recordes de baixíssimos IDH. Marcos Silva foi implacável, sem perder a ternura. Fez diferença com Jackson Lago, principalmente relembrando suas gestões municipais desastrosas, não poupou Flávio Dino em sua equivocada proposta de aumentar a repressão policial no estado, mas foi na candidata da oligarquia que Marcos Silva, inequivocadamente, centrou suas críticas encurralando-a por diversas vezes, contrariando assim a tática dos blogueiros da Mirante e C.I.A. que jogaram verde para colher maduro a custa do PSTU.

Nessa manhã, basta dar uma olhadinha em seus blog’s para perceber que os mesmos e sua candidata a DONDOCA cultivaram maus de Marcos Silva nessa madrugada e agora devem está colhendo boas olheiras. Marcos Silva realmente um grande estrategista, por isso, um revolucionário imprevisível.

* por Hertz Dias ( candidato a vice-governador na chapa de Marcos Silva)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vote contra a direita, vote 16

Escrito por Zé Maria

As eleições estão chegando, e a campanha chega à reta final. Está na hora de decidir em quem votar. Vote contra a direita, vote nos candidatos do PSTU.


Alguns podem pensar que é melhor votar em Dilma para evitar a volta da direita. De fato, as pesquisas têm demonstrado grande possibilidade de Dilma se eleger no primeiro turno. Serra é o representante das privatizações – que Lula não cancelou. Mas quem é a direita?

Na verdade, são “duas direitas” disputando o aparato de Estado. Dilma e Serra têm o mesmo projeto para o país. Nos governos do PSDB e nos dois mandatos de Lula, os banqueiros e os grandes empresários se deram muito bem. No governo Lula, lucraram mais que no de FHC. Alguns dos setores mais importantes da burguesia estão apoiando Lula.



Nós, do PSTU, queremos conversar com os trabalhadores e jovens que estão prestes a votar. Durante os últimos meses, tentamos mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros uma alternativa que realmente os representasse e atendesse às suas necessidades.



As candidaturas de Dilma, Serra e Marina são apoiadas e financiadas pelos maiores bancos e pelas maiores empresas do país. Depois, no governo, eles pagarão esses favores com ataques aos direitos dos trabalhadores, arrocho salarial e sucateamento da saúde, educação, transportes.



Nós, ao contrário, queremos o apoio dos trabalhadores e estudantes conscientes. Precisamos do seu voto.

Temos orgulho de não aceitar dinheiro de nenhum setor da burguesia. Mantemos nossa independência financeira, o que é imprescindível para manter nossa independência política em relação a todos os setores da burguesia. Ficamos com nossos poucos recursos e nossa campanha modesta.

Em compensação, você não vai ver o PSTU nos noticiários envolvido em escândalos de corrupção. Você não vai ver o PSTU na TV defendendo políticas contra os aposentados, anunciando cortes de recursos para a saúde e a educação.

O PSTU vai estar ao seu lado, nas lutas do dia-a-dia, nas campanhas eleitorais, nas greves por melhores condições de trabalho, pela reforma agrária e todas que servirem para trazer benefícios aos trabalhadores e à juventude, pelo fim da exploração.

Dizemos aos trabalhadores que, se não houver um programa econômico que rompa com o imperialismo e o FMI, as mudanças necessárias ao país não vão acontecer, pois as nossas riquezas são sugadas. É por isso que defendemos o não-pagamento das dívidas, a estatização dos bancos e o controle de capitais e apoiamos as lutas por salário e emprego dos trabalhadores.

Um voto seu no PSTU significa um voto num programa socialista que, se não fossem nossas candidaturas, estaria ausente da campanha eleitoral em boa parte do país. Você que está conosco nas lutas aposte em nós também nas eleições.

Vote em nossos candidatos e convide seus colegas de trabalho, amigos, familiares, vizinhos a votarem 16 também. Some-se à nossa campanha ajudando a convencer mais pessoas a votar em nossos candidatos.

Não será um voto perdido. É um voto para manter viva a luta da classe trabalhadora contra os patrões e fortalecê-la para o futuro. É hora de fortalecer a verdadeira esquerda no país. O voto contra a direita, o verdadeiro voto de protesto é no 16!

Contra burguês, vote 16!

Marx e a crise: os fantasmas, agora, são eles



Texto de Mauro Luis Iasi – Professor Adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ. MP

A atual crise do capitalismo mundial, além das graves consequências que traz para os trabalhadores, acabou por propiciar um efeito direto no debate teórico e acadêmico: uma retomada das idéias de Marx. Por que isso ocorre? Que tipo de previsão foi realizada por Marx que o faz tão maldito, perseguido e tão renitente em nascer e renascer cada vez que o julgam morto em definitivo?

Passamos, nós marxistas, pelas décadas de 1980 e 1990 resistindo no universo acadêmico como se fôssemos dinossauros anacrônicos, insistindo em teses que desmoronam diante das “evidências” pós-modernas, que afirmavam o fim da validade da teoria do valor, o fim da centralidade do trabalho, das classes e, por consequência, das formas organizativas e dos projetos políticos próprios da classe trabalhadora.

Karl Offe chegou a afirmar que, depois das ideias de Touraine, Foucault e Gorz, o pensamento marxista não teria mais muita “respeitabilidade cientítico-social”. O próprio Keynes, que alguns se preparam para resgatar como balsamo benígno contra os males da desregulação, sobre O Capital de Karl Marx decretou:

“Como posso aceitar uma doutrina que estabelece como bíblia, acima e além de qualquer crítica, um manual econômico obsoleto que reconheço não só como científicamente errôneo, mas também sem interesse ou aplicação para o mundo moderno?”

Logo na sequência do mesmo texto, Keynes confirmará sua postura “científica” ao declarar preferir a burguesia que “apesar de suas falhas, representa a prosperidade” e certamente leva as “sementes de todo avanço humano”, criticando aqueles que “preferem a lama ao peixe” e “exaltam o proletariado rude” contra a burguesia.


Parece que a burguesia continua, em sua incansável rota em direção ao avanço humano, cometendo “algumas falhas”, que ameaçam a humanidade para garantir o avanço do capital. O proletariado rude, imerso na lama na qual tem que viver, mais uma vez tenta compreender a natureza da vaga que ciclicamente o afoga e, mais uma vez, o velho Karl Marx se levanta de seu descanço no cemitério de Londres para assombrar os respeitáveis senhores da ciência.

Qual seria o elemento teórico que encontramos em O Capital que permite que Marx seja ainda tão contemporâneo? Primeiro, poderíamos dizer que Marx era, de certa forma, mais anacrônico em sua época do que agora. Como pensa o capital como um conceito, um movimento do real que dialeticamente transita através de suas formas e, sendo histórico, nasceu, se desenvolveu e um dia irá ser superado, Marx projeta, pela análise precisa do ser do capital, aquilo que denomina de modo de produção especificamente capitalista, ou seja, um mundo subssumido inteiramente ao metabolismo do capital, no qual reina a subordinação real do trabalho ao capital, no qual a mercadoria e o dinheiro são realidades universais, subordinando o valor de uso ao valor de troca.

Ao projetar o capital maduro e completo é que Marx pode avaliar o processo possível de sua superação. Um procedimento que os antigos, antes que os pós-modernos convencessem o mundo acadêmico a aderir a um novo agnosticismo, chamavam de ciência. Ora, este capital maduro estava longe de corresponder à realidade de meados do século XIX; no entanto, para desespero da respeitável intelligentsia, o capitalismo contemporâneo se parece muito mais com a previsão de Marx do que com a projeção mítica anunciada pelos arautos do liberalismo e da economia política.

Apesar de autores como Boaventura de Souza Santos afirmarem que, considerando os três gigantes clássicos do pensamento social (Marx, Durkheim e Weber), Marx teia sido entre eles o que “errou de forma mais espetacular”5. Mas o desfecho do mundo burguês no inicio do século XXI se caracteriza inequivocamente por uma constatação: o mito liberal morreu!

Qual é a essencia do mito liberal e como Marx se contrapôs a ele? O fundamento do mito liberal pode ser resumido da seguinte maneira: o capitalismo é um sistema virtuoso, pois permite que cada um, buscando seu próprio interesse egoísta, contribua para o estabelecimento do bem comum. Dessa maneira, é o único que pode articular de maneira eficiente os valores do indivíduo, da liberdade, da propriedade e da igualdade. O capitalista busca lucro, mas para obtê-lo produz mercadorias e para tanto gera emprego. O trabalhador quer pagar suas contas e viver e por isso vende sua força de trabalho. Com seu salário compra as mercadorias oferecidas pelos capitalisas e assim se fecha o ciclo. O burguês tem seu lucro, o trabalhador seu salário e a sociedade cada vez mais mercadorias com que satisfazer suas necessidades.

O sistema capitalista seria, ainda, virtuoso não apenas pelo equilíbrio entre interesses individuais egoistas e interesse geral, mas por sua dinâmica: quanto mais o capital produz mercadorias, mais contrataria, mais salários distribuídos intensificariam o consumo, que levaria a nova produção, mais contratações e novos salários que induziriam ao aumento do consumo e assim por diante, da melhor forma possível e no melhor dos mundos.

Recentemente o presidente Lula conjurou o mito com todas suas letras ao afirmar que diante da crise os trabalhadores em vez de pedir aumento deveriam fazer com que suas empresas produzissem mais, para aquecer o Mercado, atender as necessidades do mercado consumidor e daí garantir, não apenas empregos como a possibilidade futura de melhores salários.

Apesar da fé consagrada de muitos ao mito, Marx escreveu O Capital para comprovar a falácia deste argumento central do pensamento burguês. Podemos resumir desta forma as principais conclusões do pensador alemão para contrapor uma visão científica à ideologia liberal: a) quanto mais cresce a concorrência entre os capitalistas, menor é a livre concorrência e maior é a tendência ao monopólio; b) nas condições de uma concorrência entre monopólios, os capitalistas tendem sempre a investir mais em capital constante (máquinas, instalações, novas matérias primas, etc) para aumentar a produtividade do trabalho, do que em capital variável (a compra da força de trabalho) alterando drasticamente a composição orgânica do capital em favor do trabalho morto; c) o resultado aparentemente paradoxal desse processo é uma tendência à queda na taxa de lucro, ou seja, quanto mais o capital cresce, maior é a produtividade do trabalho pela aplicação consciênte da técnica e da ciência ao processo de trabalho, quanto mais o capital se torna monopolista e mundial, menor é a taxa de lucro.

Na verdade, a tautoligia liberal afirma que quanto mais o capital cresce, mais ele cresce. O que Marx anunciou pela dialética do capital, compreendido pela minuciosa análise que se nega a permanecer na superfície aparente dos fenômenos, é que quanto mais o capital cresce, mais ele produz a crise que é própria à sua natureza, ou seja, de ser valor em constante processo de valorização, ou seja, uma crise de superacumulação que se combina de forma explosiva com manifestações de superprodução, subconsumo e queda tendencial da taxa de lucro.

O fato desconcertante para os adeptos dos planos de aceleração do crescimento, ou da irracionalidade exuberante como batizou Greenspan (ex-presidente do Banco Central norte-americano), é que o que causa a crise não é a carência, mas a abundância, a pletora. Um raciocínio típico de Marx, isto é, não argumenta com o advesário teórico pela negação de sua tese, mas pela suposição de sua plena realização. No caso concreto de nossa análise, afirma que a dinâmica do capital leva à aparente confirmação do mito liberal, levando a sociedade a uma espiral irresistível de produção, consumo e reivestimento; no entanto este reivestimento sempre se dá, pela própria concorrência, seja livre ou monopólica, alterando a composição orgânica em favor do capital constante e, portanto, alimentando a queda tendencial da taxa de lucro.

No momento agudo deste processo, o capital realizado ao final do ciclo, e que deveria voltar ao início como novo capital inicial, encontra todo o metabolismo do capital saturado de investimentos, muitos meios de produção instalados, muitos trabalhadores empregados, muitas mercadorias produzidas, e tudo isso com taxas de lucro menores. Em momentos normais, o capital migra para outra area, seja para produzr outro tipo de mercadoria, seja para outra região em busca de elementos que possam baratear seus custos com força de trabalho, matérias primas ou outros elementos do capital constante. No entanto, nas épocas que antecedem às crises, considerando o capital total, é como se o capital não encontrasse onde aportar e começa a parar.

Como o capital é, antes de qualquer coisa, movimento do valor em constante processo de valorização, sua crise ocorre quando este movimento se paraliza em algum ponto do ciclo do capital: como dinheiro que não consegue virar crédito, como capacidade instalada e ociosa, como força de trabalho contratada e impedida de trabalhar, como mercadoria produzida e que não encontra o consumo na proporção de sua oferta, ou ainda pior, como consumo realizado que alimenta a fogueira da superacumulação.

Para que possamos entender o desfecho da crise e, principalmente, os efeitos sobre a classe trabalhadora, é necessário recorrer a um raciocínio essencial que Marx desenvolve ao tratar de sua tese sobre a queda tendencial da taxa de lucro no Livro III de O Capital: as contratendências.

Marx precisava defender sua tese em um momento no qual o mito liberal esbanjava saúde. A primeira grande crise do capital, entre os anos 1870 e 1880, ofereceu para o autor os elementos centrais de sua afirmação. No entanto, o capital estava destinado a sair dessa crise e de outras. É preciso não confundir a teoria de Marx sobre a crise com qualquer afirmação messiânica sobre uma crise final catastrófica que levaria por si mesma ao fim do capitalismo6. Para o autor, o capital desenvolveria elementos contratendenciais que fariam da queda na taxa de lucro uma tendência e das crises uma realidade cíclica, ou seja, em outras palavras, não se trata de uma linha descendente que culmida no fim do poço, mas de um movimento de crescimento, auge, crise e retomada até novo ápice que leva a uma nova crise.

As chamadas contratendências seriam todas as ações empreendidas pelo capital no sentido de se contrapor à queda na taxa de lucro. Podemos resumi-las da seguinte maneira: a) aumento do grau de exploração da classe trabalhadora, seja pelo aumento da jornada de trabalho, seja pela intensificação do trabalho; b) redução dos salários; c) redução dos preços dos elementos do capital constante, tais como buscar matérias primas mais baratas, máquinas mais eficientes, subsídios para insumos e serviços essenciais como aço, mineração, energia, armazenamento, transporte e 6
outros; d) formação de uma superpopulação relativa, ou seja, reunir um contingente de força de trabalho muito além das necessidades do capital e mesmo além do exército industrial de reserva como forma de prescionar o valor da força de trabalho para baixo; e) ampliação e abertura de mercado externo como forma não apenas de desovar o excedente produzido, como de encontrar fontes de materia prima e recursos abundantes, barateando seus custos; d) o aumento do capital em ações, isto é, buscando compensar a queda na taxa de lucro com juros oferecidos pelo mercado de papéis oferecidos por empresas ou por títulos do Estado.

Notem que todas as contratendências escondem um sujeito oculto. Trata-se, já no final de O Capital, de mais um embate, este decisivo, contra a ideologia liberal. Quem adiministra os limites da exploração do trabalho, seja pelo tamanho da jornada, seja pelas condições gerais da contratação? Quem determina os limites legais da compra da força de trabalho e seu valor? Quem pode baratear os elementos do capital constante por meio de subsídios, créditos facilitados, isenções e outros meios conhecidos? Quem assume o custo de administração, manutenção e controle sobre uma superpopulação relativa cujo papel é nunca entrar no mercado e trabalho? Quem representa os interesses das corporações monopólicas na ampliação, conquista e manutenção de mercados em disputa com outros monopólios? Finalmente, quem se presta ao papel de oferecer títulos que remuneram com taxas de juros generosas sem se preocupar em perder dinheiro ou comprar de volta títulos podres e sem valor?

Esse sujeito, que mal se oculta, só pode ser o Estado! Eis que se desmorona a mãe de todos os mitos liberais: o Estado não deve intervir na livre concorrência entre os indivíduos pela disputa de riquezas e propriedades, resumido na tese da não intervenção estatal na economia. Para Marx, o Estado sempre foi um fator determinante no sócio-metabolismo do capital, em seu nascimento na acumulação primitiva de capitais, na garantia das condições gerais chamadas de extra-econômicas (garantia da propriedade, subordinação legal e institucional da força de trabalho ao capital, defesa da ordem, etc.) no período de ouro do liberalismo, na representação dos monopólios na partilha e repartilha do mundo, fazendo dos interesses das corporações o interesse nacional; e, por fim e mais importante, nos momentos de crise em que o custo da exuberancia irracional, que levou à apropriação indecente da
riqueza socialmente produzida na forma de acumulação privada, tem que ser socializado por toda a Nação.

Além do evidente papel do Estado no comando e gerenciamento das contratendências, fica evidente o caráter de classe destes mecanismos, o que nos ajuda a entender os efeitos que recairão sobre os trabalhadores. A intensificação da exploração, que leva ao aumento do desgaste da força de trabalho e à intensificação dos acidentes e das doenças profissionais; a redução de salários, assim como a precarização das condições de contratação, com relativização e perda de direitos; o aumento da superpopulação relativa, que tem por base a intensificação da expropriação dos camponeses e de todos que ainda conseguem manter seus meios diretos de trabalho, e que leva à explosão urbana com todas suas consequências conhecidas no campo da habitação, dos serviços essenciais como educação e saúde, mas também no que se refere a questão da violência e da criminalidade.

Mesmo as ações que aparentemente não se relacionam diretamente com o agravamento das condições de exploração e a precarização das condições de vida dos trabalhadores acabam por ter efeitos muito sérios sobre a vida de quem trabalha. Os subsídios e isenções ao capital, para baratear os elementos do capital constante ou ajudá-los a manter seus patamares de venda, só podem sair do fundo comum do Estado e, portanto, à custa de cortes dramáticos em serviços públicos duramente conquistados. Só em uma semana, o governo brasileiro gastou R$50 bilhões para manter o valor do dólar, enquanto durante todo o ano anterior foram gastos um pouco mais de R$ 20 bilhões com a saúde, apenas para ficar em um exemplo. As fortunas gastas para manter bancos em funcionamento só podem sair do recurso público numa clara expressão de privatizar a pequena parte da produção social da riqueza que ficou no espaço publico, sem que em nenhum momento se questione o volume da riqueza que no ciclo de crescimento permaneceu na esfera da acumulação privada.

Talvez o mais grave quanto aos efeitos da ação do Etado na gestão das contratendências para os trabalhadores e a própria humanidade seja um aspecto para o qual Marx não deu maior atenção: a expansão do Mercado externo. Quando Marx escrevia o último livro de O Capital, a ordem monopolista mal fazia sua estréia histórica. Para o autor, tratava-se apenas de encontrar mercados para os produtos e encontrar fontes de matérias primas. Ocorre que com o pleno desenvolvimento dos
monopólios passa a ser decisivo, como estudou mais tarde Lenin, a exportação de capitais, e daí a necessidade de controle da areas de influência, levando a constante partilha e repartilha do globo, primeiro entre os monopólios e depois entre as nações que os representam, levando à Guerra.

A fase imperialista e a prática da guerra, que lhe é inseparável, fizeram desta contratendência quase que a síntese da ação do Estado em defesa do capital e da manutenção de suas taxas de lucro contra a tendências das mesmas em cair. Não apenas pela enorme destruição material que a Guerra causa, abrindo campo para novas inverções em condições de lucratividade retomada em patamares aceitáveis para o capital, como pelo próprio estabelecimento de um complexo industrial-militar que vende ao Estado mercadorias que terão que ser substituídas quer sejam ou não usadas (como no caso do arsenal nuclear), como teorizou de forma precisa Mészáros.
Podemos resumir, afirmando que, na dinâmica das contratendências, as vítimas são os trabalhadores, os beneficiários a burguesia monopolista e o instrumento o Estado, não apenas como aparato técnico jurídico-adiministrativo, mas também e principalmente pela capacidade que lhe é própria de apresentar como universal um interesse que é particular. Nesse campo, o da luta política, a crise é o momento de retirar da gaveta do arsenal da política burguesa a tese do pacto social.

No momento da crise se reapresentam todas as alternativas em disputa. Podemos resumi-las em três posições: a) a afirmação de que tudo não passa de um incidente, mais ou menos grave, mas de qualquer forma um incidente que não compromete a estrutura do mito, ou seja, basta voltar a cresce que os empregos voltam, o consumo cresce, e tudo volta ao círculo virtuoso do capital; b) a retomada da crítica keynesiana, que aparece simultaneamente como afirmação da ordem do capital com todos os elementos que lhe são próprios (inclusive a livre concorrência), mas que afirmará a necessidade de retormar mecanismos de regulação, ou seja, não se trata de evitar a livre concorrência, mas de regular certos aspectos para que suas conseqüências inevitáveis não gerem condições catastróficas que possam levar ao questiomento do sistema; c) a alternativa socialista, ou seja, aquela que se fundamenta na afirmação sobre a necessidade da produção social da riqueza ser gerida também de forma social, levando à acumulação social da riqueza ser concebida como valor de uso e não mercadoria.

No presente quadro, a primeira, um pouco na defensiva e sem a arrogância que caracterizou o último ciclo, não desaparecerá. Ela se inscreverá na afirmação que basta o Estado dar os elementos para que o capital volte a crescer, sem que interfira na disputa econômica direta, por exemplo, através das estatizações. A segunda, de corte keynesiana, será a mais ativa e, portanto, mais enganosa e perigosa para os trabalhadores. Sob o manto de uma necessidade comprovada de maior regulação, que deverá se inscrever nos limites do mundo financeiro, pode chegar até a defender, como aliás já está acontecendo, algumas ações estatizantes. No entanto, esta opção mal esconde uma enorme luta política que marcou o século XX. Foi preciso ceder a determinadas demandas dos trabalhadores, por direitos e condições de vida, frente à ameaça de superação revolucionária da ordem, representada pelo advento da revolução Russa de 1917.

A solução keynesiana, que não se revestiu no século XX necessáriamente com a forma de um Welfare State social democrata de perfil europeu, nos EUA prevaleceu como New Deal, mantendo a base de uma economia de mercado fundada na livre concorrência, e na América Latina, por exemplo, a regulação estatal se deu na forma de ditaduras militares mais preocupadas com o Estado do que com o bem-estar. No quadro conjuntural atual, de inflexão política, de desmonte e isolamento das tímidas alternativas de transição socialista iniciadas no século XX, os regulacionistas tendem a se comportar mais como liberais contidos e responsáveis do que como social democratas.

Aos trabalhadores cabe uma outra ordem de tarefas. Primeiro: resistir, não aceitando que o onus da crise recai sobre o setor que mais se penalizou no ciclo de crecimento. Não apenas lutando para que nenhum direito lhe seja retirado, como se recusando a proposta do tipo redução de jornada com redução de salário ou qualquer precarização de suas já precárias condições de contrato e de trabalho. Segundo: forçar o Estado para que se recuse a usar o recurso público para dirimir perdas ou incentivar produtividade de um setor da economia monopolizada, que lucrou fortunas e as acumulou privadamente. Enquanto o governo se regogiza com a informação de que os 20% mais pobres passaram de U$ 1,00 por dia pra U$ 2,00 de maneira que saíram de uma posição que os colocava abaixo da linha da miséria para uma condição de dignidade duvidosa na linha da miséria, as 500 maiores empresas do Brasil, entre 2002 e 2007 viram seus lucros saltares de R$ 2,9 bilhões para R$43 bilhões.

Em terceiro lugar, está na hora da classe trabalhadora deixar de optar entre qual é a ortodoxia burguesa que mais lhe convém, se a liberal ou a keynesiana, e dizer a pleno pulmões que as previsões liberais ou regulacionistas, que prometiam que o crescimento economico levaria a uma paulatina diminuição das desigualdes sociais e a um mundo justo e equilibrado, naufragaram triunfalmente. Depois os marxistas é que são acusados de “determinismo econômico”! O que é a tese de que os problemas sociais só se resolverão com o crescimento econômico de tipo capitalista senão a mais mecânica afirmação economicista?

O Brasil tinha como modelo os EUA e a Europa. Queríamos, na expressão de Galeano, ser como eles. Pois bem, já somos. Somos parte integrante do sistema capitalista mundial, no papel que nos cabe, como área de saque do imperialismo. Uma área especial que, devido ao grau de investimento imperialista dos grandes monopólios, constituímos como uma formação social com um capitalismo moderno e completo que inclusive ensaia seus primeiros movimentos no sentido do imperialismo tupiniquim, como tem teorizado Virgínia Fontes, sem, contudo, nunca sair de baixo das asas dos centros hegemônicos do imperialismo mundial.

Devemos recusar o papel miserável de entrar no debate que busca “como sair da crise”. Devemos pautar o debate, o único que interessa aos trabalhadores, sobre qual forma de sociabilidade atende os interesses reais dos trabalhadores e da humanidade e pode, de quebra, evitar que ciclicamente todo o esforço produtivo seja destruído por uma nova crise que, para salvar o capital e suas taxas de lucro, destrói produtos, fábricas e seres humanos em uma escala genocida. Para nós, marxistas, existe essa alternativa: é necesário e urgente que a produção social da vida liberte-se das relações sociais de produção de tipo capitalista, superando a propriedade privada dos meios de produção e desenvolvendo as forças produtivas materiais como recursos coletivos e pratrimônio da humanidade, e não propriedade dos monopólios burgueses, de maneira que possamos caminhar para a superação da forma mercadoria e afirmar a centralidade do valor de uso.

Nossa meta socialista pode ser compreendida por aqueles que nos interessam que a compreendam? Em grande parte esta é a arte da política, como disse Bourdier: a política é a arte de “fazer crer que se pode fazer o que se diz”8. Nós acreditamos que sim e que podemos expressar os fundamentos de nossa proposta através de três afirmações muito simples: 1) ninguém pode se apropriar de recursos necessários à produção das condições que garantem a existência coletiva da humanidade; 2) ninguém pode se apropriar em caráter privado da força de trabalho humana, pois ela é a principal força de produção e o principal recurso comum da éspecie para garantir sua existência, não podendo assumir a forma de uma mercadoria; e 3) a riqueza coletivamente produzida não pode ser acumulada privadamente.

Como dizia Brechet, “uma coisa muito simples, dificílima de ser feita”. No entanto, nesse ponto a crise nos ajuda, Nunca ficou tão didático o caráter destrutivo da atual forma do capitalismo monopolista e imperialista, nunca ficou tão evidente a falácia do mito liberal, nunca foi tão urgente dotar a humanidade de uma alternativa para além da ordem do capital.

Os liberais, velhos, neos e recentes; os pós-modernos, pós-industriais, pós-socialistas; todos timidamente voltam ao “refugo das livrarias vermelhas”, ao qual Keynes havia condenado a leitura marxista como nada tendo de aplicabilidade prática para os tempos modernos, para discretamente voltar a ler Marx e entender o que se passou e o que seus ideólogos não conseguem lhes explicar. Marx, hoje, volta a rondar a Europa, os EUA, a Ásia, nossa América Latina. Não somos mais um mero espectro. Somos cada vez mais de carne, osso, sangue e sonhos, enquanto eles se tranformam a cada dia em fantasmas.

Nota do blogueiro: No texto original existe várias notas de rodapé que foram retirada para se adaptar a este formato

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

RS: Corrente do PSOL chama voto em Vera Guasso (PSTU) para o Senado Leia abaixo a declaração da corrente Alternativa Socialista, sobre as eleições pa




Frente ao grave erro político cometido pela direção majoritária do PSOL, decidindo retirar a candidatura ao Senado para apoiar o candidato do PT, nossa corrente, Alternativa Socialista, conclama seus militantes, simpatizantes e apoiadores a votar na companheira Vera Guasso, candidata do PSTU ao Senado Nacional.

Também estamos fazendo um chamado as demais correntes do partido para que, junto conosco, respondam de forma adequada, apresentando uma alternativa conseqüente aos trabalhadores, indicando o voto na companheira Vera Guasso.

Militante das causas sociais e sindicalista, Vera tem dedicado a sua vida à defesa da classe trabalhadora. Ela faz parte da esquerda classista que não se rendeu e que segue firme na resistência aos ataques patrocinados pela burguesia e seus governos de plantão.

Julgamos que o período eleitoral significa um momento privilegiado para debater política com a população e que, portanto, a esquerda socialista precisa estar participando com todas as suas forças nas eleições. Porém, repudiamos este vale-tudo eleitoral com objetivo de vencer eleições ou eleger parlamentares a qualquer custo.

Queremos, com esta decisão, reafirmar nosso compromisso com a construção de uma alternativa socialista para a classe trabalhadora brasileira.


Coordenação Estadual da Alternativa Socialista

MARX: OS HOMENS NÃO SÃO O QUE DIZEM , MAS O QUE PRATICAM

Lendo a entrevista do candidato do PCB ao SENADO no Jornal Pequeno, CHARLES ELETRICISTA,a primeira vista me pareceu alguém que conhecia de fato os meandros da Luta de Classes e quem são os nossos inimigos. No entanto, ao ver matéria publicada no Blog do Jornalista Frederico Luiz vejo o que velho MARX tem razão:



Acessem o blog http://frederico2010.blogspot.com/ e verão mais detalhes. Aos camaradas dirigentes do PCB nacional e Local cabem continuar seu processo de depuração.

domingo, 26 de setembro de 2010

O PSOL, PAULO PAIM E O EXEMPLO DE ZUMBI!!!


Texto de Rosenverck E. Santos - Professor da UFMA, militante do PSTU e do movimento Quilombo Raça e Classe!- sobre o fato do PSOL do Rio Grande do Sul ter retirado sua cnadidatura de Senador para apoiar Paulo Paim do PT.

É conhecida a luta de Zumbi dos Palmares contra Gangazumba quanto este quis fazer um acordo com os escravocratas e o governo a fim de garantir a liberdade apenas àqueles que se encontravam no território de Palmares, renunciando dessa forma a luta e resistência contra a escravidão, exploração e opressão que eram marcas da sociedade colonial brasileira. Gangazumba aceito o acordo, pois achava que era um avanço conquistar a liberdade para os palmarinos mesmo que renunciando à luta pela liberdade dos outros escravizados e escravizadas, sem falar nas condições futuras de vida. Zumbi não aceito esse acordo, sua luta não era apenas pela liberdade dos Palmarinos era contra a estrutura escravista da sociedade brasileira.

Não aceitou renegar a totalidade de seu povo por promessas falsas, logo comprovadas com a prisão dos que aceitaram o acordo. Zumbi manteve-se firme em seu propósito e por isso é lembrado hoje com grande líder da luta pela emancipação da população negra neste país. Esse é o exemplo de Zumbi e Palmares. Esse é o exemplo de quem não rendeu aos acordos escusos com a oligarquia latifundiária e escravista.

Qual o exemplo de Paulo Paim, um senador que diz estar ao lado das lutas da população negra e, no entanto, fez o contrário de todo o exemplo histórico de Palmares e Zumbi. Foi por meio de Paulo Paim que o PT e o DEM fizeram um acordo maléfico e degradante para a população negra desde país ao desfigurar completamente o Estatuto da Igualdade Racial para satisfazer os interesses do agronegócio e dos latifundiários. Esse foi o exemplo de Zumbi? Fazer acordos com a elite escravista – porque é isso que é, ainda hoje, o DEM – é representar a luta contra exploração e opressão do povo negro? Claro que não!

A luta dos escravizados no Brasil não teve recuo, nem acordos escusos. Não ignorou a maioria em detrimento de alguns supostos benefícios que mais enganam do que fizeram avançar a luta dos negros e negras deste país. Paulo Paim representa este acordos e o Partido do qual faz parte representa o que temos de pior na história das traições da luta do da classe trabalhadora, e portanto, da população negra. Zumbi com certeza, não estaria no PT nem tampou apoiando candidatos do PT. Princesa Isabel com certeza estaria ao lado de Dilma e LuLa, assim como estão os Sarneys e Collor. Vai nosso repúdio o PT e a Lula por colocarem no mesmo patamar Luiza Mahim e Princesa lsabel. Luiza Mahim não autoriza essa desonra! Fiquem com Princesa Isabel, pois vocês se merecem. Como ensinou o filho de Luiza Mahim, Luis Gama quando se mata um escravocrata não é assassinato é resistência! Essa é a lição, qual é a lição do PT e de Paulo Paim: traição, acordos escusos?

E o PSOL? Cometer erros é humano, ficar nos mesmos é o que? Eles esquecem até porque foram expulsos do PT: - não foi por que discordavam desse partido? Não foi por que lutavam contra as determinações da direção neoliberal desse partido direitista? Alegam para apoiar Paim que este enfrenta as decisões partidárias. Então porque nunca foi expulso, como, por exemplo, foi a Convergência Socialista, também?

Paulo Paim faz o mesmo que o MDB representava na Ditadura Militar, ou seja, representava uma oposição consentida. Paulo Paim é daqueles que latem, mas não mordem. Por isso ainda está no PT. É em benefício dele que garante seus cargos eleitorais e daí não precisa voltar para as ruas, para o movimento social e do PT, pois garante a imagem de partido que garante as divergências internas e, por isso, é democrático. Cair nessa armadilha, não é apenas burrice intelectual e hipocrisia eleitoral é, sobretudo, mentira oportunista e abandono da luta direta em favor da classe trabalha e da população negra do Brasil.

Saudações socialistas a todos aqueles que ainda seguem os exemplos de Zumbi, Luiza Mahim e Luis Gama!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Zé Maria critica veto a sua participação em debate da CNBB



• O candidato à Presidência pelo PSTU, Zé Maria, divulgou uma carta aberta à CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, criticando os critérios utilizados pela entidade para a realização do debate entre os presidenciáveis nesse dia 23.

Apesar de ser uma entidade com atuação no movimento dos trabalhadores, a CNBB adotou critérios para a participação dos candidatos similares aos adotados pelos grandes veículos de comunicação. Ou seja, repetindo o que fizeram grandes redes de TV, como a Band, e veículos como a Folha, a CNBB abriu a participação somente às candidaturas com representação parlamentar.

Ficaram de fora as candidaturas de esquerda que, em momentos recentes, atuaram lado a lado com a CNBB em lutas importantes, como a campanha contra a Alca.

Do lado de fora do debate, os candidatos dos partidos excluídos realizaram uma manifestação contra o veto da entidade.

Leia abaixo a carta aberta de Zé Maria à CNBB:

Carta aberta à Comissão Brasileira de Justiça e Paz e à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Perde-se a oportunidade de realização de um debate democrático com os presidenciáveis

Há cerca de um mês soubemos pela imprensa do debate que hoje se realiza com quatro dos presidenciáveis, por iniciativa da Comissão de Justiça e Paz da CNBB. Imediatamente, naquela ocasião, fizemos contato com os organizadores. Por óbvio, nada tínhamos contra o convite feito àqueles candidatos. Nossa ponderação foi: porque não os demais?

O sistema eleitoral brasileiro está repleto de vícios que comprometem a democracia das eleições. Alem do sistema privado de financiamento das campanhas que gera desigualdades imensas entre as candidaturas, a exposição dos candidatos na TV revela-se outro problema de enorme gravidade. O horário eleitoral gratuito já é distribuído de forma desigual. Enquanto uma candidata tem 10 minutos, outro candidato 7 minutos, eu tenho apenas 55 segundos para expor ao país as minhas propostas de governo. Alem diss o as empresas privadas que controlam as redes de TV abertas do país decidiram apresentar aos eleitores brasileiros apenas três candidaturas. É isso que vemos nos noticiários destas TVs, nos debates e entrevistas.

Se somarmos a isso a informação publicada na Folha de São Paulo, de pesquisa indicando que 88% das pessoas buscam na televisão informações para definir o seu voto, temos uma manipulação óbvia de todo o processo. O povo é levado a crer que apenas estas três alternativas existem, excluindo todas as demais, afetando de forma evidente o resultado das eleições. Registre-se que esta decisão das redes de TV não se deve a determinação legal, como alegam algumas emissoras. A lei é clara: determina a participação dos candidatos de partido que tem representação parlamentar e FACULTA aos demais a participação, ou seja, permite. São as redes de TV - empresas privadas, portanto - que decidem quais candidatos mostram e quais não mostram. Isso atinge tanto o direito dos candidatos como o direito da população a ter uma informação adequada e isenta.

Que as redes de TV façam isso nós entendemos, apesar de não aceitarmos: trata-se de empresas que agem em função de seus interesses econômicos. Nunca tiveram, e demonstram mais uma vez não ter, nenhum compromisso com valores democráticos. Que a justiça brasileira permita uma barbaridade destas, também não nos surpreende, trata-se de uma regra em nosso país – as empresas, o poder econômico é que toma as decisões, e as autoridades apenas obedecem.

Mas, ponderamos naquela oportunidade, não entendíamos a razão pela qual a CBJP da CNBB adotava o mesmo critério – sabidamente antidemocrático – das emissoras de TV para organizar o seu debate. E pedimos reconsideração, na medida em que é grande o respeito que temos por esta instituição. Pensamos diferente sobre vários aspectos, da vida e da política no nosso país, mas é inegável a contribuição da CNBB à luta por liberdades democráticas e pela cidadania no Brasil.

Infelizmente, não houve reconsideração. Estamos excluídos, juntamente com as demais candidaturas, do debate que acontece hoje sob o patrocínio da CBJP da CNBB. Não tenho procuração para defender os demais candidatos, mas minha candidatura tem lastro nos movimentos sociais do nosso país. Minoritária, sim, mas tem representação social significativa. Aliás, já fomos parceiros na jornada de lutas contra a Alca, contra o pagamento das dívidas externa e interna, no recente Plebiscito pela Delimitação do Tamanho da Propriedade da Terra e tantos outros movimentos de interesse do povo brasileiro. Não há justificativa plausível para esta exclusão.

O respeito que tenho pelas instituições que organizam o debate é justamente o que me obriga a registrar minha discordância com os critérios adotados para o debate. Simplesmente não é democrático. Acredito que a CBJP e a CNBB perdem uma grande oportunidade de agir diferente da grande mídia, de dar um exemplo ao país. Pelo contrário, reproduzem o critério antidemocrático que estas empresas aplicam, emprestando a ele uma legitimidade que não têm. É lamentável

Registro esta crítica por dever de franqueza que, acredito, devem nortear as relações entre as nossas organizações. E espero que a crítica leve a reflexões que nos ajudem, a todos, a avançar. Mas, ao mesmo tempo quero reafirmar também que o PSTU, como sempre esteve, continuará lado a lado com a CBJP e a CNBB em todas as lutas que se colocarem para defender os interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. É a defesa da nossa classe e do nosso país que nos move. É isso que estamos fazendo no processo eleitoral, apesar dos imensos obstáculos que enfrentamos com a discriminação da mídia.

Saudações socialistas,
São Paulo, 23 de setembro de 2010

Zé Maria
Candidato a presidente da república pelo PSTU

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Candidatos da esquerda socialista fazem debate mediado pelo Brasil de Fato Zé Maria (PSTU), Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Pimenta (PCO) fazem propostas

Da redação do PSTU NACIONAL



• Reforma agrária, jornada de trabalho, desemprego, déficit habitacional. Temas que passam longe dos debates eleitorais tradicionais promovidos pelas grandes emissoras de TV deram o tom do debate dos candidatos da esquerda à Presidência mediado pelo jornal Brasil de Fato na noite desse dia 21 de setembro, em São Paulo. O debate reuniu Zé Maria (PSTU), Ivan Pinheiro (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO), candidatos da esquerda vetados pelas coberturas eleitorais da grande mídia.

Mais que um debate dos candidatos da esquerda, foi um verdadeiro ato contra a censura que, na prática, os grandes meios de comunicação impõem à campanha eleitoral. O debate da esquerda mostrou que existem alternativas à falsa polarização entre PT e PSDB que as TV’s querem que a população engula.




Ivan Pinheiro (PCB), Zé Maria (PSTU) e Rui Pimenta (PCO)

Rompendo o cerco da mídia
A própria realização do debate já serviu para furar em parte o bloqueio da mídia. Transmitido pela Internet, chegou a ser visto simultaneamente por mais de 4.300 pessoas. Sucesso que acabou por prejudicar a própria transmissão, que ficou sobrecarregada. O que mostra que a falta de visibilidade imposta pela imprensa não é conseqüência, como fazem crer, de uma suposta inexpressividade das candidaturas.

Contraditoriamente, o debate atraiu grande parte da imprensa comercial. Band, Folha, Estadão, e praticamente todos os portais de notícia compareceram. Até mesmo veículos estrangeiros, como o jornal La Jornada, do México e a TV argentina La Vision foram ver os candidatos socialistas.

Debate de verdade
O clima amistoso e de companheirismo entre os militantes das diferentes organizações na plateia, assim como o respeito entre os próprios candidatos, contrariaram uma ideia bastante difundida sobre a esquerda socialista e seu suposto sectarismo intrínseco. O que não impediu, é claro, a existência de polêmicas no decorrer do debate. O mais importante, porém, é que foram discutidas propostas de verdade, ao contrário dos outros debates.

Democráticos, além da pergunta de jornalistas, os candidatos responderam às questões dos internautas. Foram debatidos temas como a política econômica do governo Lula, sua política externa, a injusta carga tributária do país, a reforma agrária e a violência no campo, entre outros assuntos. O debate também tratou de temas espinhosos, como a divisão da esquerda e diferentes visões sobre, por exemplo, o papel de Hugo Chávez. Temas polêmicos, mas tratados com muito respeito entre os candidatos.



Debate atraiu atenção de grande parte da imprensa

Uma importante ausência
O debate, infelizmente, poderia ter sido melhor caso o candidato do Psol, Plínio Sampaio (PSOL) tivesse aceitado o convite do Brasil de Fato para participar. O candidato, porém, alegou problemas de agenda para justificar sua ausência. No mesmo dia, Plínio estaria em um evento do instituto Ethos, uma entidade que prega a responsabilidade social entre os empresários.

O candidato do PCB, Ivan Pinheiro, mesmo reconhecendo a importância do Psol e de Plínio, criticou a decisão do candidato. “Plínio foi desrespeitoso com a esquerda e os demais candidatos, principalmente porque o motivo alegado por ele para não vir, seu compromisso, terminava meio-dia e meio”, disse. O debate do Brasil de Fato teve início às 21 horas.

Reforçar a unidade
A opinião unânime é que o debate foi uma grande vitória. O que prevaleceu foram importantes acordos, tantos estratégicos, como a impossibilidade de grandes mudanças sociais por dentro do sistema capitalista e a necessidade do socialismo, como táticos, como a importância de se aprofundar a unidade da esquerda para além das eleições de outubro, construindo-a na luta concreta da classe trabalhadora. Algo que ninguém vai ver na Globo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chapa apoiada pela CSP-Conlutas vence eleições do sindicato dos metroviários de São Paulo


Emmanuel Oliveira
de São Bernardo do Campo (SP)

• São Paulo, madrugada do dia 18 de setembro, sábado, por volta de 1h20 da manhã. O atual presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e candidato à reeleição, Wagner Gomes, anuncia a vitória da chapa 2 “Oposição, é hora de mudar”.

Nesse momento, uma explosão de alegria toma conta dos militantes da oposição que se encontravam na quadra do Sindicato dos Metroviários, onde estava sendo realizada a apuração da eleição.

Após o anúncio, Altino de Melo fez uma breve saudação aos militantes e, já como novo presidente do sindicato, conclamou a unidade em defesa dos metroviários. A chapa 2 obteve 53% dos votos válidos, contra 47% da chapa 1.

Sindicato de referência

No dia 26 de agosto o sindicato dos metroviários completou 29 anos. É um sindicato de referência nacional no setor de transporte e um dos mais importantes do país. A categoria tem por volta de 8.600 metroviários, sendo 6.640 associados.

A “Chapa 2, Oposição é Hora de Mudar”, obteve 2.650 votos, ou 53%, e a Chapa 1, “Sindicato no Rumo Certo”, 2.321 votos, ou 47%. Votos brancos foram 28 e nulos 187, totalizando 5186 participantes. A chapa 2 foi composta pela CSP-Conlutas, Intersindical, a corrente “Unidos Pra Lutar” e dois outros grupos independentes, um deles ligado ao setor da segurança. A chapa 1 foi formada pela CTB e a CUT.

A campanha foi marcada por um debate sobre os problemas da categoria. No meio do processo, a direção do sindicato baixou o nível e partiu para ataques pessoais, mas o mais importante é que a categoria participou ativamente da eleição e não se intimidou.

Para falar dessa histórica vitória, falamos com Altino de Melo Prazeres Júnior, que encabeçou a chapa 2, e é militante do PSTU e da CSP-Conlutas.

Portal do PSTU - Qual a importância dessa vitória para o movimento dos trabalhadores de São Paulo?

Altino em primeiro lugar, quero dizer que vamos cumprir com nossos eixos de campanha que tem, entre outros pontos, a necessidade de devolver o sindicato para as mãos dos metroviários, pois a atual diretoria estava muito distante da base. Esse sindicato, que é uma referência para as lutas, estava atrelado ao governo Lula, e fazendo parceira com a empresa. Agora vamos defender os interesses dos metroviários, porque vamos ser independentes dos governos, sejam eles quais forem.

Como foi a formação da chapa?

Nós primeiro propusemos formar uma chapa nas áreas, os trabalhadores escolheriam os diretores e quem encabeçaria a chapa. A atual diretoria não aceitou. Então propusemos para a oposição realizar uma prévia pela base entre as correntes da oposição e, nessa prévia, também se escolheria o encabeçador da nossa chapa, que tinha três companheiros concorrendo. Mas o Metrô não permitiu a realização da prévia. Então não houve outro jeito a não ser fazer uma convenção para escolher o presidente de chapa. As outras correntes retiraram os nomes ficando só o meu.

A que você atribui a vitória?

Em primeiro lugar, à categoria que confiou no nosso projeto, que é de construção de um sindicato independente dos governos e que lute pela categoria, pois estamos sendo atacados pela empresa e o nosso sindicato não reagia a esses ataques. Para se ter uma idéia, em todo o país as categorias estão conquistando aumento real aqui não conseguimos nem a reposição da inflação.

Como será a convivência entre as correntes?

Da melhor forma possível, organizaremos o trabalho do sindicato através de comissões de base. A organização de base é quem de fato decidirá o rumo de categoria em cada momento, e também através de suas assembléias.

E sobre a filiação do sindicato à CTB, já que você é da CSP–Conlutas?
Faremos um amplo e real debate na base e só depois a categoria vai decidir o que fazer.

E agora?

Agora vamos arregaçar as mangas e dar prosseguimento ao trabalho que já vínhamos fazendo. Quero aqui agradecer a todos aos militantes das outras organizações, mas quero mandar um agradecimento especial aos militantes do PSTU que muito ajudaram nessa vitória histórica.

Pobreza americana por JOSÉ MARTINS – Economista.

A foto não faz parte do original é de responsabilidade deste blog.

A crise econômica capitalista aumenta suas vitimas. Não é só na China, na Índia, na Etiópia e no Brasil que a pobreza e a fome fazem parte da paisagem nacional. Essas irmãs gêmeas da exploração assalariada acontecem até nas melhores famílias do maravilhoso sistema capitalista de produção. Melhor dizendo, a pobreza e a fome estão a aumentar assustadoramente na sua mais ilustre e mais poderosa família, nos Estados Unidos da América, a maior potência econômica e militar do planeta. Os números foram publicados nesta semana pelo Escritório do Censo dos Estados Unidos.

MISÉRIA IMPERIAL – O regime capitalista é revelado no Censo norteamericano como um fenômeno social. No coração do sistema. O número oficial de pobres dos Estados Unidos subiu para 43.6 milhões de pessoas, o maior dos últimos 51 anos em que esse levantamento oficial é realizado. Um em cada sete norteamericanos está abaixo da linha oficial de pobreza, definida pelo governo como o teto de renda mensal de 1.830 dólares (cerca de 3.000 reais) para uma família de quatro pessoas.

A causa? O regime capitalista de produção e suas crises periódicas de superprodução de capital e de desemprego da população: “Brandy Burkhead, 28 anos, declarou que ele perdeu seu emprego como assistente de enfermagem em Abril e não conseguiu encontrar trabalho desde então. „É uma batalha‟, diz Burkhead, de pé em uma fila de pessoas esperando ontem para concorrer a uma vaga no Tanger Outlet Center, que será aberto em Mebane, Carolina do Norte, em Novembro. „Só Deus sabe como tenho procurado por um emprego‟, diz. Burkhead e sua família de cinco pessoas subsistem com 600 dólares mensais [cerca de 1.100 reais] do seguro desemprego e mais alguma ajuda de parentes, o que os joga para abaixo da linha de pobreza.”

A “batalha” da procura de emprego em North Carolina enquanto aumenta a pobreza,A taxa de desemprego oficial dos EUA era de 5% em Dezembro de 2008. Em Agosto continuava estacionada em 9.6% da população economicamente ativa, próxima do maior índice (10.1% em Outubro de 2009) ocorrido no auge da crise. O relatório do Censo 2010 dos EUA mostra que o último período de crise (2008/2009) chamado pelos homens do mercado de “Grande Recessão”, rebaixou significativamente os rendimentos da população trabalhadora, agravando o quadro anterior de anos seguidos de salários em queda. Resultado: os últimos dez anos foram os piores dos últimos sessenta anos para os lares norteamericanos.
O que está acontecendo agora, diz o relatório do Censo, é diferente de outros ciclos econômicos anteriores. Antes, até a crise de 2000/2002, os rendimentos caíam depois de anos de crescimento nos períodos de expansão, voltando a crescer quando se encerravam os períodos de crise. Agora, o declínio dos rendimentos acontece depois de um longo período em que ficaram estagnados mesmo durante o período de forte expansão ocorrida entre 2003 e 2007.

MORADORES DE RUA EM MIAMI – As pessoas sentem no dia-a-dia esse arrocho que a mídia econômica capitalista chama de década perdida dos rendimentos das famílias: “Carol Hanlon, 58 anos, está lutando para sobreviver. Ela recebe cerca de quinze mil dólares por ano no seu trabalho de empacotar caixas de papelão em uma empresa gráfica. Seu salário e horas de trabalho foram cortados neste ano. Além disso, ela agora está sustentando o marido desempregado, que está também fora do seguro saúde, porque a empresa em que ela trabalha cortou esse seguro para cônjuges”

Contingentes cada vez maiores da população da maior potência econômica do planeta mergulham na pobreza absoluta. Esse irreversível processo social é presenciado nas ruas das principais cidades dos Estados Unidos. É uma coisa que surpreende até pessoas que vivem em países da periferia onde os moradores de rua é uma coisa muito comum, mas que nunca imaginaram que isso também poderia acontecer na sede do império: “Ontem, em visita aos Estados Unidos, o cantor René Pérez, da banda porto-riquenha Calle 13, mostrou-se surpreso com a pobreza nas ruas de Miami e iniciou uma campanha para ajudar moradores de rua. Na noite desta quinta-feira, ele convidou seguidores no Twitter a doar travesseiros, lençóis e sabonete”

Continuaremos com esse assunto, agora vendo como ficaram os ricos no mesmo período.

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Núcleo de Educação Popular - 13 de Maio São Paulo, SP. CRÍTICA SEMANAL DA ECONOMIA Tel. (11) 8201 6059. e-mail: criticasemanal@uol.com.br EDIÇÃO nº 1035; ano 25; 3ª semana Setembro 2010.

domingo, 19 de setembro de 2010

DESESPERO DE ROSEANA SARNEY TIRA DO AR PROGRAMAS DO PSTU

A foto não consta da matéria postada no Blog de Zema Ribeiro

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) nasceu em 1994. Há 16 anos – o número da legenda – portanto, vem concorrendo sistematicamente às eleições. Para a Oligarquia Sarney, “nunca fedeu nem cheirou”. O grupo político que domina o Maranhão há quase meio século, que monopoliza os meios de comunicação no Estado, sempre tratou das campanhas eleitorais como se as mesmas tivessem apenas dois ou três candidatos: um preposto do grupo Sarney e um ou dois que lhe poderiam fazer frente e levar as eleições para o segundo turno e vencê-las.

Nunca o PSTU recebeu tantos pedidos de direito de resposta ou suspensão de seus programas no horário eleitoral gratuito como na campanha de 2010. Dois programas de seus candidatos ao senado – Noleto e Claudicéa Durans –, que defendem a extinção da casa hoje presidida por José Sarney, já foram retirados do ar. E mais recentemente o programa do candidato a governador Marcos Silva, em que o mesmo afirma que “é inconcebível a ideia de que para governar o Maranhão tenha que ter sangue do Sarney ou a sua bênção”.



Claudicéa Durans, em seus programas, tem puxado pela memória a Operação Tigre, comandada pelo então governador João Alberto, o "90% honesto", hoje um dos pseudo-candidatos da oligarquia ao senado (vote neles e receba outros senadores, de brinde), um dos maiores grupos de extermínio institucional da história recente do país, pós-Constituição Federal, de 1988.



Os números das notícias são generosos com aquele senador que pede aos eleitores que votem primeiro no outro: o juiz Jorge Moreno, hoje aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, então na comarca de Zé Doca, lembra que só naquele município a Operação Tigre matou 60 pessoas em seus cerca de três meses de operação.

Há muito sem vencer as eleições do Maranhão no voto, a oligarquia Sarney apela. Nos pedidos de direitos de resposta, os advogados da coligação O Maranhão não pode parar alegam que a propaganda do PSTU estaria denegrindo a imagem do senador João Alberto. O Tribunal Regional Eleitoral concede os direitos de resposta e os candidatos da oligarquia sequer tocam no assunto.

As promessas repaginadas, a entrevista do marqueteiro considerando a real possibilidade de segundo turno, a horrenda propaganda da voz da consciência, os ataques a blogueiros e tuiteiros e ao PSTU têm tradução: Roseana Sarney e sua parentalha estão desesperados com a possibilidade de segundo turno. E mais: com a possibilidade de novamente serem derrotados nas urnas. Resta a nós, eleitores, provar-lhes que o desespero não é infundado: e, já que estamos falando em possibilidades, após a derrota sarneysta nas urnas não permitir que nossos destinos sejam decididos apenas por um punhado de juízes.

postado por zema ribeiro 12:57

sábado, 18 de setembro de 2010

Brasil de Fato promove debate entre e entre presidenciáveis




Um esforço do Brasil de Fato para denunciar o caráter antidemocrático do atual processo eleitoral


As eleições – espaço político que poderia ser importante para apresentar projetos para o país e elevar a consciência política da população brasileira – estão cada vez mais despolitizadas e dependentes do poderio econômico. São vergonhosas e imorais as milionárias cifras gastas para eleger os integrantes dos poderes Executivo e Legislativo em nosso país.

A burguesia brasileira reduziu a campanha eleitoral à propaganda na televisão, a marketing de pessoas – não de programas – que dependem de esquemas econômicos muito caros. A compra de cabos eleitorais – “militância” paga e material de propaganda sofisticados – se tornou um fato normal. Com isso, têm mais vantagem os candidatos que conseguem maiores arrecadações de recursos, junto a empresas, bancos etc., em mecanismos no mínimo promíscuos para quem deseja ocupar cargos públicos e administrar volumosos recursos do povo.

Nesse cenário, não há um clima de debates de ideias e de agitação política na sociedade. As campanhas eleitorais estão engessadas, moldadas por uma legislação que impede uma participação popular mais ativa. Limita comícios e atividades de agitação política próprias da natureza do processo.

Com as candidaturas favoritas niveladas por baixo e o debate sobre os rumos do país jogado ao ostracismo, a grande ausente do processo eleitoral brasileiro é a política. Política aqui entendida como a disputa de interesses contraditórios acerca dos problemas fundamentais da sociedade. E, numa sociedade de classes, desigual como a brasileira, o desaparecimento do conflito favorece os mais fortes, os dominantes.

A mídia corporativa cumpre ainda um papel fundamental nesta mediocrização das campanhas eleitorais. A cobertura limita-se aos favoritos – exatamente aqueles com os orçamentos milionários – e a linha editorial prioriza as trajetórias e características pessoais dos candidatos. Ou seja, projetos para o país jamais são discutidos.

Num esforço para romper um pouco com esse atual quadro eleitoral, o Brasil de Fato irá realizar no dia 21 de setembro, às 21 horas, um debate entre os candidatos à Presidência da República representados em nosso conselho editorial. Por ordem alfabética, foram convidados Dilma Rousseff (PT), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria de Almeida (PSTU), Marina Silva (PV), Plínio Arruda Sampaio (PSOL) e Rui Costa Pimenta (PCO).

E, o jornal Brasil de Fato como organizador, por sua característica plural no campo da esquerda está fazendo um esforço para articular outros veículos de comunicação da imprensa alternativa e popular no sentido de dar amplitude ao debate.

O debate é uma atividade unificada de partidos progressistas e de esquerda, juntamente com outros setores da esquerda, que farão um esforço no sentido de engajar o conjunto do movimento social, sindical e partidário no apoio ao debate.

A atividade terá também um caráter de ato político, com o objetivo de denunciar a falta de democracia do atual processo eleitoral, uma vez que a mídia corporativa adota critérios arbitrários para excluir candidaturas da sua cobertura. Portanto, o debate é na prática, um protesto contra o atual sistema eleitoral e midiático.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PSTU apresenta denúncia crime contra veto das emissoras de TV “A população tem o direito de saber que existem nove candidatos, quem eles são e o que


Da redação do site do PSTU



• O PSTU apresentou nesse dia 13 de setembro uma representação de denúncia de abuso de poder econômico contra a Globo e o grupo Bandeirantes. Na representação, que também denuncia as demais emissoras da TV aberta, pede-se a instauração de inquérito policial eleitoral.

A iniciativa acontece pelo tratamento desigual que os meios de comunicação estão dando às candidaturas à Presidência. “Enquanto os três candidatos chamados ‘principais’ são convidados para entrevistas e debates, e têm as suas atividades de campanha amplamente divulgadas, os demais sequer são citados, como se não existissem”, disse o advogado do PSTU Américo Gomes.

Segundo argumenta, o critério das emissoras para definir quem são os candidatos prioritários, portanto merecedores de maior cobertura jornalística, é subjetivo. Américo destaca que, antes de tudo, as emissoras de rádio e televisão são empresas privadas que têm interesses na disputa eleitoral, portanto, “não podem gozar de tamanho poder de influência sobre os resultados eleitorais”.

“As emissoras de TV, detentoras de uma concessão pública, deveriam estar subordinadas ao interesse publico, servindo o conjunto do eleitorado. A população tem o direito de saber que existem nove candidatos, quem eles são e o que pensam”, concluiu.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O capitalismo não vai acabar com a violência à mulher




Escrito por Claudia Durans

Somos constantemente bombardeados com notícias sobre assassinatos de mulheres. O Brasil é o 12º no ranking mundial desse tipo de homicídio. Uma mulher é morta a cada quatro horas.

Vale lembrar os últimos casos de violência emblemáticos divulgados na imprensa: Eliza Samúdio, Mércia Nakashima, a menina Eloá, Maria Islaine, Sandra Gomide. São exemplos entre tantos outros que ficam ocultos. Todas têm em comum o fato de terem sido mortas por mortas por homens com que tiveram um relacionamento afetivo.

A impunidade reinante incentiva a violência contra mulheres. O assassinato de Sandra Gomide, morta em 2000 pelo jornalista Pimenta Neves, ex-diretor da Folha de S. Paulo, completou dez anos, na semana passada, sem nenhuma punição.

Na maioria das vezes, essas mulheres já tinham denunciado ameaças e riscos a parentes, amigos e em delegacias de atendimento à mulher. Foi o caso de Eliza Samúdio. Contudo, nada foi feito para impedir os assassinatos. Isso demonstra a completa inoperância do Estado brasileiro para combater a violência e o machismo.

As emissoras de televisão, fazendo sensacionalismo, têm alcançado altos índices de audiência, procurando envolver emocionalmente os telespectadores. Apresentando tais casos como verdadeiras obras de ficção, mostram imagens de reconstrução dos fatos e a mulher como objeto, muitas vezes “culpada” pela violência sofrida por ter tido algum “comportamento” considerado reprovável pela sociedade ou por ter “provocado” (como se diz nos meios populares) através de denúncias nas delegacias ou por usar roupas curtas e ainda por não aceitar mais o companheiro. Isto tudo é um absurdo!

Por outro lado, têm sido destacadas as iniciativas do Estado para combater a violência, como a Lei Maria da Penha, identificando o país como modelo a ser seguido, e que os casos isolados devem ser combatidos. Porém esquecem de destacar a conivência dos governos com essas práticas machistas e que não há por parte deles nenhuma política efetiva que possa de fato erradicá-las.

Para se ter uma ideia, em 2010 o governo Lula alocou menos recursos para enfrentar a violência contra a mulher, com corte orçamentário de 36%, não garantindo os serviços básicos como assistência médica e psicológica. Daí os limites da Lei Maria da Penha. Vale dizer que só os encargos com a dívida pública – juros e amortizações – consumiram do orçamento em 2009 35%, 57%. O que demonstra a opção e compromisso deste governo com banqueiros e empresários.

Por outro lado, crescem assustadoramente as denúncias de violência contra as mulheres chegando a um percentual de 112% em 2010 segundo dados da Secretaria da Mulher do governo federal. Não é difícil imaginar quem são as mulheres vítimas dessa situação. A maioria é negra e indígena. Nas suas trajetórias de vida, têm como marca o abuso e a violência sexual, além de serem tratadas até hoje como objeto de trabalho e sexo, sem a mínima garantia dos direitos sociais básicos do ser humano.

Esta triste estatística de assassinatos, violência física e psicológica sofrida pela maioria das mulheres – trabalhadoras, negras e indígenas – sequer aparece na mídia. Soma-se a isso o fato de que as mulheres negras, durante séculos, foram expostas a várias formas de violência – trabalho escravo, depois trabalhos precarizados, exploração do trabalho doméstico, vítimas de um padrão de beleza que impôs a mulher branca como modelo, desvalorizando traços físicos e atributos étnicos negros.

Elas são ignoradas pelo sistema de saúde, seja pelo péssimo atendimento, seja pela não aceitação do item cor nos dados censitários dos hospitais públicos. Tudo isso dificulta saber quantos somos, que doenças carregamos e como podemos ser tratadas. A simples inclusão desse item diminuiria enormemente as doenças consideradas étnicas, como anemia falciforme, pressão alta, miomas, bem como a mortalidade materna que incide consideravelmente entre a população negra.

Assim, a violência só poderá ser de fato combatida através da organização e luta cotidiana das trabalhadoras e dos trabalhadores, com a implementação de um programa socialista. É preciso lutar! É possível vencer!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nesta quinta, PSTU promove em todo o país o “dia do 16” Partido leva às ruas o dia nacional do “contra burguês, vote 16”

Da redação do Opinião Socialista - Jornal do PSTU

PSTU faz campanha na Cinelância, Rio de Janeiro. Dia 16 essa cena ocorre em todo o país




• A falsa polarização entre PT e PSDB, imposta pelos grandes meios de comunicação, tornou essa campanha eleitoral a mais fria dos últimos anos. Ao mesmo tempo as candidaturas da esquerda socialista sofrem o boicote da mídia, enquanto os principais candidatos contam com orçamento milionário, tempo de TV e um exército de cabos eleitorais nas ruas.

Para se contrapor a isso a militância do PSTU em todo o país vai às ruas no próximo dia 16, quinta-feira. Será um dia nacional de mobilização das candidaturas socialistas. Os militantes do PSTU e apoiadores vão sair com suas bandeiras, carros de som, panfletos, bancas, e tudo mais que estiver à mão para mostrar à população que existe uma alternativa de esquerda para essas eleições.

Dia agitado de campanha

Em todas as regionais, o PSTU está organizando a militância e os apoiadores para, no dia 16, colocar o bloco na rua. Em Belo Horizonte, o dia começa cedo na portaria da siderúrgica Mannesmann, com panfletagens na entrada e saída dos operários. Às 9h tem caminhada na UFMG e à tarde, às 15h, a militância se concentra na Praça Sete, no centro da cidade.

No Rio de Janeiro, capital, está prevista uma concentração ao longo da avenida Rio Branco, no centro da cidade, com início por volta das 10h. Estarão ocorrendo diversas mobilizações na cidade, entre elas uma passeata do Sepe, o sindicato dos profissionais da educação do estado, que deve passar pelo local.

Já em São Paulo, os militantes do PSTU se concentram às 14h na Praça do Patriarca, centro da cidade. Em seguida, ocorre uma caminhada até o Largo São Francisco, local em que, às 18h, acontece um debate sobre opressões com a candidata ao Senado, Ana Luiza.

Fique ligado, entre em contato com o PSTU em sua região e veja onde ocorre a atividade em sua cidade.

sábado, 11 de setembro de 2010

A capitalização da Petrobrás é mais um roubo do patrimônio público

Dalton Santos* e Américo Gomes**



• Está prevista, para o dia 30 de setembro, a capitalização da Petrobras. O barril do petróleo que será usado para isso vai custar, em média, US$ 8,51. O valor foi comunicado dia 2 de setembro pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A capitalização será feita por meio de uma “cessão onerosa”. O governo vai ceder cinco bilhões de barris de petróleo custando US$ 42,533 bilhões.

Segundo Mantega, sete campos de reserva serão entregues à Petrobras para exploração: Tupi Sul, Florim, Peroba, Tupi Nordeste, Guará, Iara e Franco. O campo de Peroba, no entanto, só será acionado se a extração nas demais reservas não alcançar o volume de cinco bilhões de barris.

Desde outubro de 2009, o barril de petróleo bruto é vendido no mercado internacional a um preço médio de US$ 80 – cinco bilhões de barris de petróleo valem US$ 400 bilhões. O governo Lula entrega à Petrobras uma riqueza que vale US$ 400 bilhões por apenas US$ 42,533 bilhões.

Se a empresa fosse totalmente estatal, seria compreensível. Porém, atualmente, a União detém somente 29% das ações preferenciais da Petrobras. Assim, 71% serão entregue aos acionistas privados. Destes, cerca 50% são acionistas da bolsa de Nova Iorque. São mais de US$ 357 bilhões para os especuladores internacionais.



O absurdo é tanto que o petróleo extraído do campo de Iara será “cedido” ao valor de US$ 5,82 o barril. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, lembrou que a escolha da área de Franco para fazer a maior capitalização reflete o melhor conhecimento exploratório que existe no momento. “Não teremos nenhum risco em relação ao volume [de petróleo]”.

Especialistas governistas ou diretores da Federação Única dos Petroleiros (FUP) dizem que esse cálculo é exagerado, pois há o custo de produção. Acontece que o custo médio mundial de extração e refino de um barril de petróleo bruto é US$ 9,28 dólares.

Some-se, então, os US$ 9,28 da extração e refino e os US$ 8,51 pagos a União e chegaremos a um custo total de US$ 17,79, faltando ainda US$ 62,21 para chegar aos US$ 80. Ou seja, os 70% de acionistas privados da Petrobras ganharão com essa negociata da “cessão onerosa”, só em lucro líquido, US$ 311 bilhões.

E o mais impressionante é que, desde que foi anunciada a “cessão onerosa” dos cinco bilhões de barris de petróleo bruto para a Petrobras, suas ações ordinárias e preferenciais caíram na bolsa de valores. No primeiro semestre de 2010, a queda foi de 24% no valor das ações da empresa.

Como se explica que uma empresa, que ganhará um “bônus” de mais de US$ 300 bilhões de dólares, tenha suas ações em queda? Só há uma explicação: pura e absoluta especulação financeira.

Os especuladores internacionais estão derrubando as ações para depois comprá-las na capitalização a um preço mais barato. Só George Soros, testa-de-ferro de especuladores internacionais, acaba de repassar US$ 9,1 milhões em ações ordinárias e US$ 5,8 milhões em ações preferenciais da Petrobras para outros especuladores. Ações que, rapidamente, chegarão a valer mais de US$ 400 milhões de dólares.

Assim vai ser com todo petróleo do pré-sal. Dados da Petrobras informam que a reserva total do Pré-Sal pode estar entre 50 e 100 bboe (bilhões de barris de óleo equivalente). Reservas provadas acima de 100 bboe só existem na Arábia Saudita, Irã e Iraque. Isso significa que o valor da riqueza do Pré-Sal pode chegar a US$ 8 trilhões.

O Pré-Sal foi fatiado pelo governo Lula e distribuído às empresas petrolíferas – Big Oil, petroleiras independentes e Petrobras. As Big Oil, grandes multinacionais petroleiras, ficam com quase metade do bolo do Pré-Sal, US$ 3,52 trilhões. Do restante, 37% foram leiloados, 44% estão reservados para as empresas estrangeiras e apenas cerca de 20% serão controlados pela Petrobras. Já a União só detém, hoje ,um terço das ações preferenciais da Petrobras.






O prejuízo para o povo brasileiro
De um barril de petróleo bruto, quando destilado, são retirados 14 litros de gás de cozinha, que custa US$ 9,58, cobrindo por completo o custo de sua extração e refino.

No Brasil, o preço de um botijão de gás de 13 quilos (31,5 litros) é R$ 35 (US$ 19,95). Significa que metade de um botijão de gás de cozinha (US$ 9,98) cobre os custos de extração e refino das empresas petrolíferas.

De um barril de petróleo bruto, são retirados 74 litros de gasolina e 34 litros de diesel, além de 37 litros de outros produtos, incluindo os derivados nobres do setor petroquímico. O preço da gasolina e do diesel de um barril de petróleo bruto totaliza, na bomba, hoje R$ 260 reais (US$ 148), 1.495% acima do custo de extração e refino.




O povo brasileiro está sendo roubado descaradamente. Vai perder o Pré e o Pós-Sal para os as grandes multinacionais e os especuladores financeiros e terá de continuar pagando caro pelo gás de cozinha, pela gasolina e pelo diesel.

É urgente a reestatização da Petrobras e a retomada de todos os blocos exploratórios e campos de produção de petróleo bruto, sem indenizações e a nacionalização de todas as empresas petrolíferas que operam no Brasil. Com o monopólio estatal da exploração e do refino do petróleo, poderemos ter gasolina muito mais barata.

O preço dos alimentos também caíram, pois o transporte de carga seria mais barato. O preço das absurdas passagens de ônibus e do transporte coletivo vão cair vertiginosamente, e o gás poderá ser dado de graça para a população mais carente.

O petróleo tem que ser nosso, de todo o povo brasileiro!

*Dalton Santos é geólogo da Petrobras e diretor do Sindipetro-AL/SE
**Américo Gomes é advogado com especialização em política e relações internacionais, assessor do Sindipetro-AL/SE

Mais da metade das famílias brasileiras estão endividadas Endividamento crescente é uma bomba relógio que pode explodir no acirramento da crise inter

Da redação doi site PSTU



• Por detrás do recente período de crescimento econômico no país, cresce um monstro, escondido no seio da maioria das famílias brasileiras. É o monstro do endividamento. Pesquisa do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, realizada em agosto, mostra que a maior parte das famílias brasileiras, ou 54%, tem dívida, cujo valor médio supera R$5.400. Dessas, 37,8% disseram que simplesmente não têm como pagar as contas.

Esses dados fazem parte da pesquisa que traçou o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), captado pelo instituto através de entrevistas realizadas com 3.810 famílias em 214 cidades. A pesquisa busca captar a expectativa das famílias em relação à economia e mostra que, embora grande parte das pessoas tenha percebido uma melhora na vida no último período e mostre certo otimismo em relação ao futuro, tal sentimento se ampara sobre um nível crescente de endividamento.




Fonte:IPEA

A pesquisa aponta que somente 22,8% das famílias esperam pagar totalmente suas dívidas. O resto espera pagar parte dela, ou avalia que simplesmente não terá condições de pagar. Ou seja, 74,5% das famílias não têm a expectativa de pagar todas as suas contas.

Das famílias endividadas, 23% têm uma dívida superior a 5 vezes o valor de sua renda mensal. Na região Norte a situação das famílias é ainda mais precária. Mais da metade, ou 53%, afirmam que não vão quitar suas dívidas. No Nordeste esse índice é também altíssimo, de 46,9%.

Bomba relógio

A pesquisa do Ipea e o alto grau do endividamento das famílias ajudam a entender não só o atual crescimento, baseado no consumo, como parte da enorme popularidade do governo Lula e da percepção de que a vida melhorou. A facilidade de se contrair crédito possibilitou o acesso de milhões a bens de consumo que antes eram bastante restritos. Com isso, as pessoas foram levadas a pensar que a vida de fato melhorou.

O emprego, os serviços públicos essenciais como Saúde e Educação, e os salários, porém, não melhoraram. Foi divulgado recentemente os dados da Pnad 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Segundo a pesquisa anual do IBGE, a renda média do trabalhador era de R$ 1.106 no ano passado. Só para se ter uma ideia, em 1996 era de R$ 1.144 e em 1986, de R$ 1.238. Ou seja, visto sob uma perspectiva mais ampla, os salários estão diminuindo e o povo está ficando mais pobre, apesar do acesso ao consumo criar a ilusão de que ocorre o contrário.

O endividamento das famílias, desta forma, pode lentamente se tornar uma verdadeira bomba relógio, pronta a explodir diante do acirramento da crise econômica internacional. O próprio Ipea alerta que ”com as elevadíssimas taxas de juros ao consumidor praticadas no Brasil há muitos anos, não seria descabido temer pelo risco de inadimplência”. Com o aumento do desemprego, tal tendência seria incontrolável.

A última Pnad mostrou que em 2009 a crise no Brasil produziu 1,3 milhão de novos desempregados. Ou seja, apesar do discurso do governo e de grande parte da mídia, a economia do país continua vulnerável aos solavancos da crise. E os ventos que sopram da Europa dão apenas uma mostra do que está por vir.