sexta-feira, 30 de julho de 2010

PSTU REIVINDICA DEMOCRACIA EM DEBATE ELEITORAL


Do site do PSTU

Nesse dia 29 de julho, o PSTU entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral reivindicando a participação de Zé Maria no debate que será realizado pela TV Bandeirantes no dia 5 de agosto.

Seguindo a prática antidemocrática dos veículos de comunicação em eleições anteriores, a Bandeirantes convidou somente os candidatos de partidos com representação parlamentar para o debate. Desta forma, embora amparado pela Lei dos Partidos, a emissora priva a população de conhecer todos os programas que disputam as eleições.

Ao criticar a medida da emissora, Zé Maria ressaltou a pesquisa realizada pelo Datafolha, informando que 88% dos eleitores usam a TV para obter informações que os levem a uma opinião sobre as eleições. ”Isso significa que, ao não permitir a participação de todos os candidatos, a emissora passa uma informação errada para a população sobre quais candidatos concorrem às eleições. Desconhece um direito fundamental da população e contribui para manipular a opinião dos eleitores”, afirma Zé.

O candidato argumenta ainda que as empresas de televisão são concessionárias de um espaço público e, portanto, são os interesses públicos que devem prevalecer. “Não pode ser que seja permitida às empresas privadas tamanha interferência no processo eleitoral do país” concluiu Zé Maria.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Candidata a Governadora do PSTU, Vanessa Portugal, tem 6% em BH


A pesquisa Datafolha da semana passada aponta Vanessa Portugal com 6% das intenções de voto, em Belo Horizonte, para o governo de Minas. Além disso, a candidata é mais bem votada entre as mulheres, entre os jovens, entre os trabalhadores que ganham até R$ 1.000 e entre os que têm curso superior.

Na avaliação da coordenação de campanha, a notícia é muito boa. O resultado se deve ao maior conhecimento da candidata na capital e ao trabalho cotidiano do PSTU entre estes setores sociais.

A estratégia agora, além de melhorar ainda mais o desempenho em BH, é levar mais a candidata ao interior, para fortalecer a organização do PSTU nas diversas regiões do estado.

Esta semana Vanessa e Zé Maria estarão no Sul de Minas.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Gramsci: "viver significa tomar partido".



Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.

A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso.

Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis.

Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.

A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.

Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir.

Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.

Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

Direitos de Reprodução: Marxists Internet Archive (marxists.org), 2005. A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License

Reunião da coordenação nacional de entidade fundada no Conclat aprova nome da da nova central e plano de lutas


Do site do PSTU

A Coordenação Nacional da nova entidade eleita no Congresso da Classe Trabalhadora realizou sua primeira reunião nesses dias 23, 24 e 25 de julho no Rio de Janeiro. Dirigentes sindicais e de movimentos populares de todo o país se reuniram para definir os rumos da nova entidade fundada em Santos (SP) no início de junho.

A representatividade da reunião indicava sua importância. Foram 194 delegados, 107 observadores, representando 71 sindicatos, 24 oposições e minorias de sindicatos, além de 9 entidades do movimento popular, 6 entidades estudantis e dois movimentos de luta contra as opressões.

Carlos Sebastião, o Cacau, da Secretaria Executiva Nacional eleita no Conclat, sintetizou os principais desafios colocados aos ativistas naquele momento. ”São três elementos fundamentais que temos que tomar nessa reunião: consolidar nossa ferramenta, uma necessidade para a classe para que possamos, assim, dar conta das tarefas colocadas, avançando num plano de lutas e, finalmente, seguir com todos os esforços no sentido de recompor a unidade”.

Tarefas essas que se traduziam principalmente na definição do nome da nova central, a eleição de sua secretaria executiva e a aprovação de um plano de mobilizações para o próximo período, seguindo o diálogo com os setores que romperam no Conclat.

Legitimidade do Conclat

Embora não tenha sido o ponto principal da reunião, a avaliação do Conclat, assim como a ruptura dos setores minoritários como a Unidos para Lutar e a Intersindical, foi amplamente discutida na reunião. Apesar de pontos divergentes e polêmicas, todos os setores reconheciam a legitimidade do Conclat, que reuniu mais de 4 mil pessoas, e suas deliberações. ”Foi a culminação de um processo amplo que durou meses e realizou mais de 900 assembleias em todo o país, cotando com a inscrição de 20 teses, que tiveram o mesmo tempo de defesa”, lembrou Cacau.

O dirigente lembrou ainda que a ruptura não se deu por conta do nome, mas envolveu entendimentos distintos sobre o funcionamento da entidade, assim como seus métodos de deliberação e os setores que deveriam compor esse novo instrumento. Os setores que romperam eram contra a participação de estudantes e dos movimentos populares, e defendiam que a entidade adotasse o “consenso progressivo”, ou seja, que apenas aprovasse deliberações com o mínimo de 2/3 dos votos. Método que privilegia os acordos entre correntes em detrimento dos votos da base.

Gizélia Rocha, a Gigi, do Sintsef de Natal, apesar de não fazer parte do setor majoritário, expressou seu desacordo com a ruptura. ”Todos sabem que não somos mais do PSTU, e sempre soubemos que seríamos minoria e que tínhamos que respeitar a democracia operária”, disse a dirigente, que compõe hoje um coletivo chamado GAS. “A decisão de se retirar do congresso foi absurda e infantil”, concluiu a dirigente.

Janira Rocha, dirigente do MTL, afirmou ser importante entender as diferenças políticas que existem no bloco que rompeu. ”Assim como existem diferenças entre nós, é importante entender que do lado deles também existem”, disse, explicando que alguns dirigentes da Intersindical defendiam a permanência na nova central. Janira relatou ainda todo o processo de negociação e discussões que culminaram no Conclat, afirmando que tanto a proposta de congresso deliberativo como a formulação do nome “Conlutas-Intersindical Central Popular e Sindical”, havia partido dos próprios setores da Intersindical.

O respeito à democracia operária foi um aspecto ressaltado também por Cleber Rabello, dirigente da Construção Civil de Belém (PA). ”Imaginem numa assembleia para decidir a greve, ter uns poucos contrários, a gente pegar e falar: 'pessoal, não tem consenso, então vamos voltar para os canteiros de obra”, disse, mostrando na prática o imobilismo que a proposta de consenso provocaria na nova entidade.

Pra resistir, pra ocupar, CSP Conlutas pra lutar

Após uma ampla discussão, finalmente a reunião da coordenação nacional aprovou o nome da nova entidade. Foram defendidas três propostas: “CSP (Central Sindical e Popular)”, “CSP Conlutas” e “Conlutas-Intersindical CSP”. Por 128 votos foi aprovado “CSP Conlutas”, contra 26 votos para “CSP” e apenas 5 para a terceira proposta. O nome expressa o caráter sindical e popular da nova entidade, assim como o patrimônio organizativo e de princípios acumulado pela Conlutas nesses seis anos de existência. “Pra resistir, pra ocupar, CSP Conlutas pra lutar”, entoaram em coro os ativistas.

A reunião elegeu ainda os 27 nomes da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas, contemplando todos os diferentes setores que estão no processo de construção dessa nova central.

Com o nome da nova entidade definido, os dirigentes aprovaram um plano de lutas para o próximo semestre que abarca as campanhas salariais das categorias em curso, a luta contra o veto ao fim do fator previdenciário, o combate à criminalização dos movimentos sociais, culminando num dia unificado de mobilização em 10 de agosto. Além disso, foi aprovado também a realização de manifestações contra a ocupação militar do Haiti nesse dia 28 de julho.

A dirigente do Cpers, Neida Oliveria, expressou bem o processo que foi o Conclat. “Recuso-me a considerar o Conclat uma derrota; assim que saímos de lá e retornamos ao estado, fomos apoiar uma luta contra o despejo de inúmeras famílias e dissemos: 'nós representamos a nova central fundada no Conclat”, afirmou a dirigente, enfatizando ainda que ”não devemos paralisar. A primeira reunião da Coordenação Nacional da nova CSP Conlutas mostrou que, apesar dos impasses no processo de reorganização, a classe trabalhadora do país vai ter uma alternativa de luta e mobilização.

terça-feira, 27 de julho de 2010

PEQUENA NOTA SOBRE ALTA DOS JUROS


O Partido de Lula (PT) e o de Serra (PSDB) vivem se digladiando sobre quem controla melhor a taxa de Juros. Tentam passar para a população que os problemas da economia e da melhoria do nosso povo estão centrados na taxa de juros. Se pegarmos os valores da taxa de longo prazo nos oito anos de FHC e os quatro primeiros de Lula veremos que esta discussão é falaciosa.

A época de FHC no ano de 1995 a taxa de juros de longo prazo era de 55,55% foi caindo até atingir em 2002 o índice de 19,10%. Já no primeiro ano de Lula (2003) ela subiu pra 23,29% terminado o seu governo, em 2006, a taxa chega a 17, 21%%. Hoje a taxe de juros está num patamar inferior a dez por cento, e nem por isso a vida de nosso povo estar melhor.

Isto implica dizer que, se não é totalmente inverdade, a redução da taxa de juros não é a grande vilã da nossa economia. O Japão, num passado recente, ficou mais de dez anos com taxa de juros negativa. O grande problema da economia capitalista é que ela convive constantemente com sua crise cíclica, advinda da permanente redução da taxa de lucro do capital. Para resolver este problema os capitalista vão sempre atacar os direitos dos trabalhadores e levar a humanidade cada vez mais para o caminha da barbárie.

domingo, 25 de julho de 2010

“QUEM PAGA A BANDA ESCOLHE A MÚSICA”


Nas eleições passadas para Prefeitura de São Luís, no Estado do Maranhão, o candidato do PSTU, Welbson Madeira, fez um importante debate sobre a ligação entre os doadores de campanhas eleitorais e as suas opções de classe e para quem eles vão governar. Partindo de um trecho da letra de Chico Buarque que diz “quem paga a banda escolhe a música” ele apontava para quem iam governar, se eleitos, Castelo, Flávio Dino ou Clodomir Paz. Passada as eleições vimos que os três foram financiados pela DALCAR a proporção de seus índices de pesquisa.

Lembrando deste debate resolvi realizar uma pesquisa nos doadores de alguns candidatos nacionais das eleições nacionais de 2006 para verificar se é possível estabelecer suas ligações de classe através dos doadores. Sabemos que os banqueiros, latifundiários e grandes indústrias não repassaram grana para aqueles que sejam seus inimigos de classe. Sem muita surpresa os dados revelarão o que já vimos afirmando há muito tempo: PT e PC do B têm os mesmo financiadores que PSDB e DEM.

Ao abstrairmos a sigla partidária e irmos para os nomes as coisas ficam mais claras. A CAEMI - MINERAÇÃO E METALÚRGICA S/A é doadores de políticos que na aparência, e para a maioria da população, são vistos como inimigos. Ela doou para o candidato a Senador José Sarney do PMDB R$ 400.000,00, para o candidato a Deputado Federal Flávio Dino do PC do B R$ 100.000,00, para a candidata a Governadora do Maranhão Roseana Sarney R$ 2. 600.000,00 e para o candidato a Presidente da republica do PSDB Geraldo ALCKMIN R$ 3. 200.000,00 e para Lula R$ 1.800.000,00.

O atual Presidente da República outrora afirmou “ que nunca os banqueiros lucraram tanto no meu governo”. Quando verificamos os doadores de Lula fica mais fácil entender porque Lula governa para os ricos. Para não enchê-los muito com números vou apresentar só alguns dos bancos que financiaram a campanha de Lula: BANCO ITAU S/A - R$ 3.500.000,00, BANCO ALVORADA S/A - R$ 2.500.000,00, e BANCO ABN AMRO REAL S/A R$ 1.500.000,00. Se vocês quiserem confirmar estes dados é só ir na página do TSE ou diretamente no site da ONG Às Claras (/www.asclaras.org.br). É uma pena que só saberemos os doadores comuns de Roseana, Jackson, Flavio Dino, Dilma e Serra depois de encerrado o processo eleitoral. Nestas eleições mais uma vez lembre-se: “quem paga a banda escolhe a música”.

Marcos Silva afirma que o PSTU mostra a força da esquerda no Maranhão


Do site de Manoel Santos

O candidato a governador do PSTU, Marcos Silva, orgulha-se de dizer que é um operário. Ele tem 44 anos de idade e está convencido de que a oligarquia Sarney é a força política supremamente responsável pelos baixos indicadores sociais e econômicos do estado. Com um discurso radical, Silva diz que não tem como o Maranhão mudar nem com Dilma Roussef (PT) nem com José Serra (PSDB) e muito menos com Marina Silva (PV). Com a experiência de quem trabalhou 12 anos na extinta Companhia de Produtos Agropecuários do Maranhão (Copema), no cargo de eletricista de manutenção industrial, Marcos Silva diz que conquistou respeito profissional por sua agilidade e competência técnica. Ele assinala ainda que ganhou o respeito político pela sua prática justa, sensata e sempre na defesa dos interesses da classe trabalhadora.
Em 1997 o governo de Roseana, contrariando convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) à qual o Brasil é consignatário, demitiu arbitrariamente Marcos Silva, sem adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV). Atualmente, ele é trabalhador urbanitário do setor de saneamento ambiental e já tem publicados diversos textos na defesa do financiamento público para o saneamento básico.
Ele defende a Caema como instituição pública e moralizada, que significa a valorização dos trabalhadores da empresa e o atendimento a 100% dos domicílios maranhenses com água potável e coleta e tratamento do esgoto a fim de assegurar melhor qualidade de vida humana e ambiental. Defende também a reestatização da Cemar para assegurar uma tarifa de energia mais barata e a democratização da riqueza produzida pelos trabalhadores. Eis a seguir a íntegra da entrevista de Marcos Silva:

Jornal Pequeno – Como será a participação do PSTU nas próximas eleições de outubro no Maranhão?

Marcos Silva – Enfrentaremos muitas dificuldades, pois as eleições burguesas não asseguram condições de igualdade na disputa. Os nossos recursos financeiros são escassos diante das necessidades para produção de panfletos, programas de TV e rádio, bem como assegurar as viagens para o interior do estado.
O nosso partido conta só com a contribuição espontânea da militância e de setores da classe que já alcançaram uma consciência transformadora. Nosso tempo de TV é reduzido diante dos demais partidos. Não contaremos com estruturas de carro de som etc. No entanto, estas dificuldades não desanimam o nosso partido, pois o nosso referencial é a classe trabalhadora.
Não aceitamos dinheiro de empresários e faremos de tudo para que a “consciência da classe para si” faça a diferença, pois a humanidade, como dizia Rosa Luxemburgo, está entre “o socialismo ou a barbárie”. E o nosso partido utiliza todos os espaços para demonstrar que só a classe trabalhadora tem a possibilidade de arrastar todos os setores explorados e oprimidos no capitalismo para a construção do socialismo.

JP – Serão quantos candidatos do partido à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados? Ao todo, são quantos candidatos do PSTU?

Marcos Silva – Teremos um candidato para representar nosso sentimento político no Parlamento estadual – o professor Ramon Zapata. E na Câmara Federal, o economista e dirigente sindical bancário da Caixa Econômica Eloy Natan.

JP – O que representa, no atual cenário político do Estado, a candidatura de Marcos Silva ao governo do Estado?

Marcos Silva – O Maranhão é um estado agraciado por uma localização geográfica formidável. Mais de 331 mil km², uma rica bacia hidrográfica com rios perenes, um dos maiores litorais do Nordeste, um povo misturado entre indígenas,afrodescendentes e outras etnias, que nos assegura um destaque de uma riqueza cultural imensa. No entanto, esta situação contrasta com dados econômicos e sociais que fazem com que dos mais de 6 milhões e trezentos habitantes seja extraída a seguinte situação: um PIB estadual abaixo de 1% do PIB nacional, para uma população acima de 3%. Isto significa que para três maranhenses dois não têm acesso à produção. Mais de 700 famílias dependem do Bolsa Família. Isto significa que mais de 3 milhões de maranhenses sobrevivem com renda mensal inferior a 120 reais. 19,5% da nossa população acima de 15 anos é analfabeta, não sabe ler nem escrever, sendo que esse índice, considerando só a população branca é de 14,9%, e em se tratando da população negra aumenta para 23,3%, somando os que se julgam pardos o índice é de 20,5%. Em se tratando dos que lêem mas não entendem o índice vai para 33,2% analfabetos funcionais.
Do ponto de vista do saneamento básico 72,03% da população tem rede de água potável, quanto à coleta de esgoto apenas 13,36%. A maioria dos municípios não possui serviços de drenagem urbana tecnicamente corretos e são deficientes na coleta e no tratamento do lixo.
Além disso, a desigualdade no campo com a concentração fundiária que faz com que mais de 80% do nosso território esteja nas mãos do latifúndio moderno (bancos, grandes empresas e o agronegócio) um alto índice de violência no campo, mais de 15 mil famílias vítimas de conflitos agrários.
Em se tratando do desemprego, só em São Luís são mais de 200 mil desempregados cadastrados no Sine à espera de emprego. Esta realidade não é produto de uma ação divina ou uma catástrofe da natureza, é resultado da ação de políticos que enriqueceram às custas do sacrifício do nosso povo, que além de ter que conviver com o sistema capitalista contam com a dominação perversa de uma oligarquia que construiu um império de comunicação, muitos investimentos em empresas, a maioria fora até do estado e uma riqueza patrimonial e financeira de dar inveja a burguesias do Primeiro Mundo.
Neste sentido só há uma forma de reverter este quadro: é a mobilização dos trabalhadores e da juventude para impor um programa que coloque na ordem do dia a reforma agrária (coletivização das terras) para aumentar a produção de alimentos; um programa de desenvolvimento industrial que tenha como lógica as necessidades do nosso povo e a universalização dos serviços públicos. Nossa candidatura está a serviço desta missão.

JP – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado da República? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney?

Marcos Silva – A própria situação econômica e social do Maranhão já responde esta pergunta. No entanto, eles só são senadores porque detém um poder econômico e de mídia para enganar o nosso povo. É uma vergonha!

JP – O que significa a candidatura de Luiz Carlos Noleto e Claudicéa Durans ao Senado da República?

Marcos Silva – É um companheiro e uma companheira que são parte da classe trabalhadora e se dedicam à luta pelo socialismo, contra a opressão e a exploração do nosso povo.

JP – E o que dizer do candidato a vice-governador Hertz da Conceição Dias, o Hertz Dias?

Marcos Silva – Tenho a felicidade de ter como vice um companheiro de uma trajetória de vida, luta e profissional inquestionável. Um companheiro que historicamente se dedicou à organização da juventude de periferia, à luta contra o racismo e foi por diversas vezes vítima de violência policial. No entanto, nunca abandonou a defesa do socialismo ao mesmo tempo em que se dedicou aos estudos acadêmicos. Graduado em História e mestre em Educação pela UFMA é hoje um intelectual não só orgânico da nossa classe, mas também acadêmico. Hertz da Conceição Dias, pela sua própria experiência de vida, dispensa comentários.

JP – Quantas eleições o senhor já disputou?

Marcos Silva – Desde a fundação do PSTU que tenho contribuído politicamente em eleições. O importante nesta pergunta é ficar claro que a cada eleição amplia-se o espaço ocupado pelo partido eleitoralmente e politicamente. Tenho todos os dados em mente, no entanto é redundante falar de eleição por eleição. O passado a gente não muda, serve para análise, o futuro sim. De forma que nesta eleição a consciência da classe poderá fazer a diferença. Destaco que em 2006 fui impedido de disputar a eleição através de uma manipulação jurídica até hoje inexplicável. Tive em São Luís 12.066 votos e mais de 16.000 em todo o estado, com 50 segundos de tv e sem sequer uma “bike som”.

JP – O que é importante destacar no programa de governo do PSTU?

Marcos Silva – O nosso programa não atenderá às necessidades das multinacionais, da burguesia e nem das oligarquias. Será um instrumento construído coletivamente, uma síntese das verdadeiras necessidades do nosso povo.

JP – Por que o PSTU preferiu não coligar com nenhum outro partido, para estas próximas eleições?

Marcos Silva – Desde 1994 temos construído nossa disputa eleitoral assentada em uma tática com independência de classe, enfrentando a oligarquia Sarney, que na época era aliada de FHC (PSDB), que privatizaram empresas públicas e nacionais como a Vale do Rio Doce e a Embratel, e aqui no Maranhão Roseana liquidou e privatizou várias empresas públicas – Copema, Cemar, Emater, Comaba e Codagro – e entregou o BEM para ser privatizado.

E todo este processo nós enfrentamos com o petismo que dirigia a maioria dos sindicatos a CUT e foram totalmente inoperantes na construção da unidade da nossa classe para derrotar FHC e a oligarquia Sarney. Portanto, temos clareza da importância da unidade da classe e no campo da política. Nosso leque de aliança inclui PSOL e PCB. De forma que demos uma batalha para construirmos a unidade nacionalmente e no estado. Lamentavelmente, problemas de balanço e posturas políticas impossibilitaram a unidade no momento. Mas, continuaremos na busca da unidade nas lutas diretas da classe.

JP – Qual a posição do PSTU do Maranhão em relação à sucessão presidencial?

Marcos Silva – O PSTU entende que há uma falsa polarização entre os projetos de Dilma e Serra, e que Marina Silva do PV de Sarney Filho não significa alternativa a esta polarização. Por isso, lançamos a candidatura de um operário, o socialista Zé Maria de Almeida e nós do Maranhão temos o orgulho de apresentar como candidata à vice-presidência da República a companheira Cláudia Durans – mulher, negra, professora doutora da UFMA, maranhense.

JP – Como o senhor avalia as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Professor Adonilson etc?

Marcos Silva – O PSTU tem o companheiro Noleto e a companheira Claudicéa Durans concorrendo ao Senado, na defesa da nossa visão de mundo e com o objetivo de cumprir nossa missão partidária. Os candidatos do PMDB e da oposição vacilante representam um projeto nos limites da ação burguesa. Agora, quero também destacar que merece nosso respeito o candidato do PSOL Paulo Rios pela sua história de luta.

JP – Como o senhor avalia a candidatura da governadora Roseana Sarney à reeleição?

Marcos Silva – A oligarquia Sarney é a força política supremamente responsável pelos indicadores sociais e econômicos do nosso estado. Vejamos só um pouco da história. Não é uma avaliação política, já é efeito e causa, exposto até por vários intelectuais (Alfredo Wagner, Luiz Rios, Wagner Cabral, Fátima Gonçalves e outros). Sarney quando governador implementou a lei da terra, situação esta que contribuiu decisivamente para a desigualdade e violência no campo e o êxodo, ou seja, praticou um projeto que entregou as nossas terras às grandes empresas de fora do estado em vez de praticar a reforma agrária.
No mais seguiu todas as orientações do governo central (os militares), freando as possibilidades de mobilização social do Maranhão na construção de um projeto de desenvolvimento próprio do estado.
Já em 1995, quando a Roseana assume o governo segue à risca as orientações do pai Sarney e se subordina a política de FHC de liquidação e privatização da pouca capacidade produtiva propriamente dita do Maranhão. Além do mais o projeto de desenvolvimento de Roseana, que incluiu o pólo de desenvolvimento de confecção de Rosário, aliado a um chinês, deixou somente dívida para os trabalhadores cooperativados e a amargura do desemprego.
Toda esta situação gerou um sentimento profundo de revolta no povo do Maranhão e que em 2006 confluiu com a derrota eleitoral da oligarquia Sarney, não conformados perseguiram judicialmente no plano nacional, uma armação para cassar Jackson e retomarem o controle da máquina do Estado. Hoje desesperadamente tentam se manter com propagandas midiáticas de um minuto sustentadas com dinheiro público agenciadas por agentes publicitários que levam uma grande fatia de recursos públicos para as empresas de tv, rádio e jornais da família Sarney. O mais lamentável é que talvez não paguem bons salários aos trabalhadores, embora tenham bons profissionais.

JP – E as candidaturas ao governo de Jackson Lago, Flávio Dino, Saulo Arcangeli etc?

Marcos Silva – Com relação ao companheiro Saulo Arcangelli é uma questão de tempo para estarmos juntos. No segundo turno estaremos um apoiando o outro ou os dois na campanha do voto nulo. Com relação a Jackson e Flávio Dino, pelo que representam, já demonstram a incapacidade da construção das verdadeiras mudanças que o nosso povo precisa. Não se muda o Maranhão com Dilma Roussef, nem mesmo com Serra e muito menos com Marina Silva.
Os indicadores econômicos do Brasil demonstram que somos o 10º PIB mundial, ou seja, tudo o que é produzido das empresas nacionais e multinacionais. Quando separamos a participação das multinacionais, aplicamos o PNB, caímos para o 97º no ranking mundial, perdemos para a Argentina e Chile. Em se tratando de IDH somos o 63º, o Brasil é o país mais desigual da América Latina. As quatro cidades mais desiguais do mundo estão no Brasil (Brasília, Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza). Temos 18 milhões de famílias que não tem sequer banheiro em casa, mais de 12 milhões de famílias tem renda inferior a 120 reais. Isto significa uma população de 44 milhões.
Estes indicadores são produtos dos governos militares, Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula que se aproveitam da crise mundial e do deslocamento de investimentos internacionais na busca de força de trabalho barata, recursos energéticos, fartura em águas e espaço para acomodar lixo industrial que é o resultado de crescimento econômico vivido no Brasil neste período. Por fim, a popularidade de Lula é fruto do apoio da mídia, dos banqueiros, latifundiários, grandes empresários e da boa vida dada à burocracia sindical. Nunca ganharam tanto dinheiro e mordomias como estão ganhando no governo Lula.

sábado, 24 de julho de 2010

JORNAL PEQUENO INICIARÁ NESTE DOMINGO ENTREVISTA COM CANDIDATOS A GOEVRENADOR E A SENADOR


Do site de Manoel Santos

O Jornal Pequeno iniciará neste domingo (25) a publicação de uma série de entrevistas com candidatos às eleições majoritárias – governador e senador – cujas candidaturas já foram deferidas pela Justiça Eleitoral. Dentre estes candidatos, contactados através de suas assessorias, os primeiros entrevistados foram Marcos Silva, candidato a governador pelo PSTU, e Paulo Rios, candidato a senador pelo PSOL.

A idéia do JP é abrir espaço para todos os seis candidatos ao governo e aos 12 candidatos ao Senado. A prioridade será dada àqueles cujas candidaturas já passaram pelo crivo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA). Como se sabe, ainda falta o julgamento dos processos de impugnação envolvendo alguns dos principais candidatos, entre os quais Roseana Sarney (PMDB), Jackson Lago (PDT), José Reinaldo Tavares (PSB), João Alberto (PMDB) e Edson Vidigal (PSDB).

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fala Zé Maria: Nove programas, apenas dois caminhos




Zé Maria
Candidato a Presidência pelo PSTU

O dia 5 de julho foi o prazo final para o registro das candidaturas à presidência da República. Após algumas desistências, o quadro da disputa para o Planalto fechou em 9 candidatos, contando com a nossa candidatura do PSTU.

A grande imprensa tenta reforçar a falsa polarização entre PT e PSDB, tachando as demais candidaturas como “nanicas”, à exceção de Marina Silva que vem cumprindo um papel auxiliar dos tucanos. Por trás desse termo se esconde um esforço de estigmatizar as candidaturas que fogem do eixo dos grandes partidos, dando-lhes um aspecto “folclórico”, ou seja, de que não deve ser levado a sério.

É uma forma de se desviar a atenção para o que deveria ser de fato discutido nessa campanha eleitoral: o programa político de cada candidato. Qual o programa que está por trás de Dilma, Serra ou Marina Silva? No registro, cada candidato é obrigado a apresentar um resumo de seu programa político. Embora seja algo meramente formal, uma rápida análise nos diferentes programas submetidos ao TSE ajuda a indicar o caráter de cada candidatura.

Duas candidaturas, um só programa
O programa apresentado por José Serra expressa bem qual será a principal dificuldade de sua campanha. Na verdade, o candidato tucano não apresentou nenhum programa de governo. O PSDB se limitou a transcrever dois discursos do então pré-candidato em eventos de campanha e registrá-lo como se fossem diretrizes de um futuro governo tucano. Sem ter como se diferenciar politicamente da candidatura Dilma, Serra dedicou algo como dois terços desses discursos para falar sobre suas qualidades pessoais de “bom gestor” e de como teve uma “infância pobre”, que superou com “trabalho e suor”.

Já a candidata do governo, Dilma Roussef, apresentou na manhã daquele dia o programa aprovado pelo congresso do PT. Após polêmicas com alguns pontos do texto, como a defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas ou a restrição aos grandes monopólios de mídia (que o congresso havia aprovado a fim de satisfazer as correntes de “esquerda”), o PT simplesmente cortou esses pontos e apresentou um outro documento editado ao final do dia, mostrando que mesmo esses pontos limitados não passavam de medidas cosméticas num programa de governo essencialmente neoliberal.

O documento da petista se limita a defender o governo Lula e pregar a sua continuidade. Citando apenas promessas genéricas do tipo “ampliar e melhorar” tal coisa, a candidata petista faz a defesa explícita do setor que é visto pelo governo como prioritário. “Continuar e aprimorar as políticas de fortalecimento do agro-negócio”, afirma um trecho do programa, que também prega a ampliação da política de subsídios a bancos e empresas, através de uma profunda reforma tributária que desonere os empresários. Ou seja, em bom português, continuar transferindo recursos públicos em prol do lucro de um punhado de empresários e banqueiros.

As duas candidaturas majoritárias se limitam, então, a brigar entre si para ver quem é o legítimo sucessor do governo Lula. Nenhuma medida para resolver o problema do desemprego crônico do país ou mesmo para acabar com a miséria e pobreza que fazem com que 35% das famílias brasileiras passem fome (pela recente pesquisa POF do IBGE). As propostas se limitam a continuar e aumentar o Bolsa Família. Ou seja, “nanica”, na verdade, é a diferença entre Dilma e Serra. Ou o salário e perspectivas dos trabalhadores.

E Marina?
Marina Silva tem tido uma repercussão na imprensa desproporcional à sua intenção de votos. O programa apresentado ao TSE deixa claro o porquê de tanta boa vontade. Justiça seja feita, o seu programa é bem mais detalhado do que o de Dilma ou Serra. Mas nem por isso melhor. O programa apresentado pela candidata do PV é tão ou mais neoliberal que os outros dois.

O programa “verde” faz rasgados elogios à política econômica dos governos FHC e Lula. Mais que isso, o programa fala abertamente de uma nova reforma da Previdência. O seu programa ainda propõe “separar os benefícios previdenciários da Seguridade Social”. Isso significa oficializar uma manobra que os defensores da reforma já fazem hoje, a fim de “criar” um déficit da previdência e impedir reajustes aos aposentados ou medidas como o fim do fator previdenciário.

Um programa socialista
Nossa candidatura apresentou diretrizes que propõe uma clara ruptura com o imperialismo como pré-condição para que sejam possíveis medidas como emprego, saúde e educação para toda a população. Desta forma, ao invés de pagar a dívida pública aos grandes especuladores internacionais, por exemplo, investiríamos massiçamente em serviços públicos e na geração de empregos.

Infelizmente, mesmo a candidatura do companheiro Plínio se mostra bastante limitada, propondo apenas a “auditoria e suspensão da dívida”, ao invés de propor concretamente a ruptura com o pagamento da dívida e o imperialismo.

Nossa candidatura apresenta um conjunto de medidas como uma reforma agrária ampla, a estatização das grandes empresas e a nacionalização e estatização do sistema financeiro como formas de se garantir o pleno emprego, o fim definitivo da pobreza e miséria, rumo a uma sociedade mais justa e igualitária. É a única forma de se ter mudanças profundas, estruturais para os reais problemas do nosso povo.

Na próxima semana publicaremos uma edição de nosso jornal, Opinião Socialista, especialmente dedicado ao nosso programa. Ele trará uma síntese de um seminário que realizamos recentemente e que discutiu questões como reforma agrária, emprego, o problema da moradia e a luta contra as opressões.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dia 28 de julho é dia de luta contra a ocupação militar no Haiti

Do site do PSTU

No dia 12 de julho completaram-se seis meses da tragédia que atingiu o Haiti, destruindo sua capital Porto Príncipe e matando centenas de milhares de pessoas. Estima-se que até 230 mil pessoas tenham morrido no terremoto. A infra-estrutura do país continua completamente destruída, enquanto 1,5 milhão permanece vivendo precariamente em barracas.

Seis meses após o desastre, fica cada mais evidente o verdadeiro caráter das tropas de ocupação no país devastado. Longe de empreender qualquer esforço pela reconstrução do país, os soldados estão no país para garantir a ordem e evitar qualquer tipo de rebelião popular.

Jornada de lutas
No próximo dia 28 ocorrem, no Brasil e no Haiti, mobilizações contra a ocupação militar do país caribenho. A data lembra o ano de 1915, quando o Haiti foi ocupado pela primeira vez pelos EUA. No Brasil ocorrem manifestações em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Secretaria Nacional provisória eleita no Conclat divulgou nota convocando as manifestações e fazendo um chamado aos sindicatos e entidades dos movimentos sociais e populares a se somarem à campanha. As mobilizações vão denunciar o governo Lula por manter tropas no país, além de exigir a imediata retirada dos soldados. “A luta do povo haitiano é também a nossa luta”, afirma a nota.

As manifestações fazem parte da campanha internacionalista de ajuda e solidariedade ao povo do Haiti. Durante todo o primeiro semestre, a Conlutas e sindicatos organizaram uma campanha de arrecadação de recursos para os movimentos sociais do Haiti, em paralelo à luta contra a ocupação militar estrangeira.

O editor do Opinião Socialista e membro da direção nacional do PSTU, Eduardo Almeida, deve viajar nos próximos dias ao país caribenho. Ele vai levar a solidariedade ativa aos trabalhadores mobilizados do Haiti. Eduardo fica no país de 27 de julho até 3 de agosto.

Nada mudou
Hoje, apesar das inúmeras promessas de ajuda internacional ao país caribenho, a situação continua exatamente igual ao do dia seguinte ao tremor. Somente 2% dos 50 bilhões de dólares arrecadados pelas ONG’s e governos até agora foram utilizados. Se por um lado o terremoto expôs o descaso da comunidade internacional com o país, por outro ele descara o verdadeiro papel das tropas da ONU que por seis anos ocupavam o Haiti.

Longe de realizar qualquer ação de reconstrução ou resgate das vítimas, as tropas, primeiro da ONU e depois dos EUA, asseguram apenas o controle da população, impedindo qualquer tipo de rebelião. Desta forma, as multinacionais instaladas no país podem voltar a explorar os trabalhadores, até mesmo aproveitando a tragédia para impor salários cada vez mais baixos.

domingo, 18 de julho de 2010

Sócrates: "Imagina a Gaviões da Fiel politizada! Esse é o grande medo do sistema"


Do site do PSTU

Confira a entrevista concedida por Sócrates ao Sintrajud-SP (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo), pouco antes do início da Copa do Mundo.

Como você está vendo a organização da Copa do Mundo aqui no Brasil daqui a quatro anos?
SócratesAqui no Brasil, ainda não há organização nenhuma, pelo que eu saiba. Na verdade, existe uma desorganização dirigida para que os investimentos que sejam alocados nas obras não passem por licitações, então estão protelando o máximo possível para que isso ocorra.

Você acha que é intencional?

É claro! Isso aconteceu no Pan-Americano, acontece sempre. Quanto mais demorado melhor, porque aí tudo é feito a toque de caixa, e a toque de caixa tem situação emergencial que vale a pena para desviar alguma coisa.

Você acha que a exclusão do Morumbi como um estádio da Copa tem a ver com isso?

Não tenho dúvida. Eles querem construir um outro estádio. Desde o começo estava na cara, criaram todo tipo de dificuldade. E acho que o São Paulo fez certo, fazer um investimento de 700 milhões no Morumbi? É mais fácil o São Paulo construir outro estádio.

Você acha que o interesse é mais econômico ou político?

É para-econômico. Não é nem econômico. Economicamente não poderíamos escolher Manaus em vez de Belém. Cuiabá como sede, onde eles vão ter que construir o estádio para depois ficar parado, Brasília a mesma coisa, Natal a mesma coisa. É não é interesse econômico. É desperdício de dinheiro. Desperdício econômico. É para-econômico, para desviar verba.

Você não vê o fato de o São Paulo ter encabeçado uma chapa de oposição na eleição do Clube dos 13 como um elemento para a exclusão?

Não, isso vem lá de fora. Todos os estádios vão ser reformados. Alguns com um custo absurdo. Deve ser a quinta ou sexta vez que fazem reforma no Maracanã nos últimos três anos. O Minerão também. Vão construir outro na Bahia. Entendeu? É pro dinheiro andar. Andando o dinheiro alguém tá ganhando. Seja quem constrói, quem administra. O único que não ganha é o povo.

Você sempre diz que atualmente o futebol tem mais força do que arte. Você acha que a Copa de 1982 foi um marco na consolidação do esporte como está hoje?

Não existe um divisor aí. O que ocorre é uma falta de adaptação do futebol com a evolução física dos atletas. A questão não é só filosófica, claro que isso faz parte do processo. Mas ela é muito mais dependente da questão física. Inclusive na minha tese de mestrado, seria nove contra nove, tirar dois jogadores de cada time. Quer dizer, você resgatar os espaços que tínhamos há anos atrás. Então vão ter que jogar. Hoje tem gente que se esconde. Você pega um back central da vida ai que não sai do lugar. A única coisa que ele faz é chutar a bola pra frente, pro lado, isso não é jogar futebol. Com nove contra nove, o back central vai ter que saber jogar. Não só ele, todos vão ter que saber jogar, porque a bola vai correr.

Na verdade o futebol é um dos poucos esportes que não se adaptou a essa evolução. Imagine uma prova de atletismo, 100 metros, hoje, com cronômetro manual... Iria dar empate para caramba. Ou 50 metros na piscina. Tem que se adaptar a isso. E futebol não mudou nada. Não quer mudar. Nem tecnologia se utiliza para se dirimir as dúvidas de arbitragem.

Você não acha que essa não adaptação beneficia maus jogadores, que mesmo não tendo tanto talento, mantêm contratos milionários?

Hoje, na verdade, se nivelou o futebol. Um ou outro jogador que se destaca, que tem mais técnica, mais talento. Na verdade, todo mundo privilegia o físico hoje e é isso que impera no futebol. Seja na seleção de Honduras, você comparar com a seleção da Inglaterra. Você vê as equipes que se classificaram, tem time que nunca passou para a segunda fase e tem um monte na segunda fase, tá tão igual.

Como foi a democracia corinthiana?

Uma sociedade que decidia tudo no voto e a maioria simples levava vantagem nas decisões, absolutamente democrático. O roupeiro tinha o mesmo peso de voto de um dirigente.

Como a direção do time reagiu? Não só a direção, mas os patrocinadores, o Leão quis dar uma pernada?

O Leão não dava pernada em ninguém, ele nunca votou ué. Um voto nulo, em branco. Se você não quer participar de uma sociedade você não vota e agüente a decisão da maioria. A direção participava, um voto era da direção do clube e não tinha patrocinador, nessa época não tinha essas coisas.

Esse foi um dos poucos momentos em que o futebol cumpriu um papel mais positivo politicamente?

Na verdade cumpriu um papel importante nesse processo de redemocratização, porque o processo corintiano começou dois anos antes da grande mobilização das Diretas Já! Acho que foi um fator importantíssimo na discussão da realidade política brasileira. Você está dentro de um meio extremamente popular, com uma linguagem que é acessível a todo mundo está discutindo uma coisa que há muito tempo ninguém ou muita gente jamais teve a possibilidade de efetuar, que era o voto. Foi importantíssimo. Igual a isso eu não conheço nada parecido no futebol.

Você acha que o futebol pode cumprir um papel mais progressivo?

Claro. E esse é o grande medo do sistema. Você imagina a Gaviões da Fiel politizada. Né!? Você tem mobilização já pronta, você tem palco, duas vezes por semana, para exercer o seu direito, a ação política, só falta a politização.

Falta organização política para os jogadores?

Falta consciência! Falta... Por isso o sistema deseduca esses caras. Em vez de educar, faz de tudo para o cara não adquirir uma consciência social, política, porque esse é o mais importante. Ele é mais ouvido que o Presidente da República, esse cara pode mudar o país. Uma das brigas que eu tenho é “por que não educar esse povo, se é obrigação do Estado educar todo mundo?”. Pelo menos esse povo tem que ser educado. Agora mesmo, fui para a África do Sul, uma campanha pró-educação, inclusive com iniciativa da Fifa, com chancela da ONU, Educação Global, que é uma das metas do milênio, até 2015 pôr todas as crianças na escola. Então, no caso da Fifa, ponha primeiro os jogadores. (risos)

Você acha que o Estado deveria cumprir um papel mais importante na gestão do esporte?

É claro! Mas ninguém quer mexer muito nisso. Ninguém quer mexer, porque é um vespeiro. Mas deveria. Particularmente o futebol no Brasil é um negócio, como outro qualquer. Por que o Estado não tem controle sobre isso. Ele usa todos os símbolos nacionais, hino, bandeira, até a alma do brasileiro ele usa.

Você acha que o Estado deveria intervir para tentar segurar os jogadores no Brasil?

Já existe legislação para isso. O trabalho infantil ele é penalizado. Mas como você vai evitar que uma criança se transfira para outro país dentro das condições legais, quer dizer, arrumam emprego para os pais, os caras sempre fazem aquilo que precisa ser feito. Isso só vai ser educado quando tivermos consciência de que temos que valorizar a ‘commodite’ que temos em mão. Que é a qualidade do jogador brasileiro, o talento do jogador brasileiro. Em vez de vez vender o artista, tem que vender a obra dele. Quando a gente começar a vender a obra dele, a gente vai ter muito mais riqueza.

Um bom exemplo é o Ronaldo. O Ronaldo é um cara que vale ouro, que veio pra cá e está ganhando o mesmo que estava ganhando lá, ou mais.

Então é possível sim, mas é uma mudança de mentalidade. Na verdade o futebol brasileiro vende seu artista porque também é uma forma mais fácil de se manipular os recursos. Nem todo dinheiro que saí de lá chega aqui, no meio do caminho tem muita gente intermediária.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

OS CEM ANOS DE PAGU


Do site do PSTU.
Pagu tem os olhos moles
uns olhos de fazer doer.
Bate-côco quando passa.
Coração pega a bater.

É, Pagu, é! Dói porque é bom de fazer doer!

(poema de Raul Bopp)


Adentremos os olhos tristes da foto de Patrícia Galvão. Naqueles olhos se encontra a mulher de cores antropofágicas, que tão jovem se uniu aos artistas modernistas para redefinir os rumos da arte no Brasil e no mundo. Lá se encontra a militante revolucionária, tantas vezes perseguida por defender o ideal de sociedade justa e igualitária. Lá está “a musa trágica da revolução”, na definição de Carlos Drummond de Andrade.

No centenário de seu nascimento, lembrar ou conhecer Patrícia Rehder Galvão é tatear um espírito revolucionário, feminista, artista. Nascida em 9 de junho de 1910, Pagu desde muito jovem foi uma grande mulher.

Vida
Ainda adolescente, o ato de fumar na rua, as roupas mais ousadas, o corte de cabelo, a forma de falar, tudo em Patrícia denunciava que ela era incomum para seu tempo e sua origem familiar. Em 1925, com apenas 15 anos, Patrícia começa a escrever para o Brás Jornal, sob o pseudônimo Patsy.

Patrícia tinha 19 anos quando conheceu o casal de modernistas Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, se juntando ao grupo de artistas e praticamente se tornando musa do movimento. Em 1930 Oswald separa-se de Tarsila e se casa com Pagu que estava grávida de seu primeiro filho, Rudá de Andrade. Três meses após o parto, Pagu viaja para um festival de poesia na Argentina. Lá, ela conhece Luís Carlos Prestes. Após este primeiro contato com as idéias marxistas, Patrícia volta ao Brasil e se filia ao Partido Comunista.

Em 15 de abril de 1931, Pagu foi presa como militante comunista, durante uma greve dos estivadores em Santos. Quando foi solta, o PCB a fez assinar um documento em que se declarava uma "agitadora individual, sensacionalista e inexperiente". Esta foi a primeira de 23 prisões que Patrícia sofreu ao longo de sua vida.

Em 1933, é publicado seu primeiro romance, "Parque industrial", que ela assina como Mara Lobo por exigência do Partido Comunista.

Depois disso, como jornalista, Pagu viajou por países como EUA, Japão, China, União Soviética. Filiou-se ao PC na França, onde foi presa como militante comunista estrangeira, em 1935. Quando seria deportada para a Alemanha nazista, o embaixador brasileiro Souza Dantas a manda de volta ao Brasil.

Ao retornar, Pagu se separa de Oswald e retoma suas atividades jornalísticas. Porém, em 1935, ela é novamente presa e torturada. Ao sair da cadeia 5 anos depois, Patrícia rompe com o PCB, em 1940. Descontente com as posturas do stalinismo, Pagu adere então ao trotskismo, se incorpora à redação do jornal A Vanguarda Socialista, junto com seu segundo marido Geraldo Ferraz, o crítico de arte Mário Pedrosa, Hilcar Leite e Edmundo Moniz. Do casamento com Geraldo Ferraz, nasce seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, em 18 de junho de 1941.

Após a descoberta de que tinha câncer, Pagu volta a Paris em setembro de 1962, para ser operada. A cirurgia não teve sucesso e ela tenta suicídio, o que já havia feito após sair da cadeia em 1940. Morreu em dezembro de 1962.

Literatura de cores proletárias
Pagu publicou os romances Parque Industrial (1933), sob o pseudônimo Mara Lobo, e A Famosa Revista (1945), em colaboração com Geraldo Ferraz. Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados na revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues. Além disso, revelou e traduziu grandes autores até então inéditos no Brasil como James Joyce, Eugène Ionesco, Arrabal e Octavio Paz.

“Parque Industrial”, que Pagu escreveu ainda muito jovem, foi um marco: é considerado o primeiro romance proletário brasileiro. O livro adentra, com todas as cores reais, o cotidiano das mulheres operárias da década de 30 na região do Brás em São Paulo.

No Parque Industrial de Pagu estão os dias cansados, as ruas, as casas, os quartos, os sonhos das operárias. Lá está a trabalhadora grávida, que perde o amante, o emprego, o filho, a liberdade.

“Na grande penitenciária social os teares se elevam e marcham esgoelando”. Depois, Pagu pinta o fim de turno: “Novamente as ruas se tingem de cores proletárias. É a saída da fábrica”. “O apito escapa da chaminé gigante, libertando uma humanidade inteira que se escoa para as ruas da miséria. Um pedaço da fábrica regressa ao cortiço”.

A escritora também escancara as janelas burguesas. “A burguesia combina romances medíocres. Piadas deslizam do fundo dos almofadões. Saem dos arrotos de champanhe caro. O caviar estala nos dentes obturados”. Caricaturiza a patroa, estabelecendo poética comparação: “Madame, enrijecida de elásticos e borrada de rímel, fuma, no âmbar da piteira, o cigarro displicente. Os olhos das trabalhadoras são como os seus. Tingidos de roxo, mas pelo trabalho noturno”.

Pagu mostra o despertar das operárias para a luta. “O Brás acorda. A revolta é alegre. A greve, uma festa!”. Depois, mostra a repressão.

No Parque Industrial, Pagu se veste de todas aquelas mulheres. Ela é Rosinha Lituana, dirigindo e encorajando as colegas. Ela é a esperança de Otávia, é a dor de Corina.

Pagus
Nos olhos tristes da fotografia de Pagu encontram-se a Mara Lobo, a Patsy, a Corina, a Patrícia, todos os nomes a que ela tem direito para se fazer lembrar. E o centenário de nascimento de Patrícia Galvão reimprime a necessidade de todas nós, mulheres revolucionárias, sermos a cada dia um pouco do que foi Pagu.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

PERFIL FORMAL e POLÍTICO DO CANDIDATO A SENADOR DO PSTU





Nome: Luiz Carlos Noleto Chaves (conhecido por todos como Noleto)
Naturalidade: Bacabal – MA
Nacionalidade: brasileiro
Nascimento: 18/04/63 (47 anos)
Escolaridade: graduado em Ciências Econômicas – UFMA e formado em ELETRICISTA pelo SENAI
Estado Civil: casado e pai de 04 filhos
PERFIL POLÍTICO DO CANDIDATO

Iniciou sua militância política aos 25 anos, na época em que trabalhava como eletricista da ALUMAR, no movimento dos trabalhadores metalúrgicos, onde foi vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), vice-presidente da cooperativa de crédito dos trabalhadores da ALUMAR, 1º vice-presidente do sindicato dos trabalhadores metalúrgicos e diretor da CUT – MA.

Na sua militância sindical encabeçou várias lutas dentro da ALUMAR na defesa dos direitos dos trabalhadores, tais como: insalubridade (que, aliás, até hoje não é paga), periculosidade para os eletricistas (inclusive move uma ação judicial contra a ALUMAR no sentido de garantir o direito que já perdura mais de 20 anos). Devido a essa atuação, após 10 anos de serviços prestados, teve seu contrato suspenso, mesmo sendo dirigente sindical, o que acabou redundando em sua demissão definitiva. Neste intervalo, encabeça a oposição sindical, denominada MOMETAL, haja vista que a diretoria daquele sindicato mantinha e mantém relações escusas com a direção da ALUMAR. Esses fatos levaram-no a ser impossibilitado de exercer sua profissão durante um longo tempo, pois a empresa iniciou um verdadeiro processo de perseguição aos trabalhadores da oposição sindical.

Diante disso, ingressou na Universidade Federal do Maranhão, no curso de Matemática inicialmente, abandonado logo em seguida. Em 1993, ingressa no curso de Ciências Econômicas da mesma Instituição. No entanto, devido à necessidade de trabalhar, tranca sua matrícula para se deslocar, primeiro, a Porto Velho, e posteriormente a São Paulo onde permaneceu até 1996, retornando a São Luís. Nesse seu retorno, envolveu-se no Movimento Estudantil, vindo a encabeçar várias lutas em defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade Social, principalmente com as sucessivas investidas do governo FHC em privatizá-la, chegando a compor a diretoria do DCE- UFMA, durante a gestão 2001-2002.

Em 2004 gradua-se em bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Maranhão. Mais recentemente participou ativamente na luta contra os ataques a meia-passagem promovidos pelos “patrões” e encaminhado pelo atual prefeito de São Luís, Tadeu Palácio. No final de 2004 candiatou-se a uma vaga de Economista para a Assembleia Legislativa do Maranhão sendo aprovado em primeiro lugar. Depois de dois anos de trabalho organizou a sua categoria e juntos fundaram o SINDSALEM Sindicato dos Servisores da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. Atua também na formação política como monitor do Instituto 13 de Maio.

Durante essa trajetória de lutas, filia-se ao Partido dos Trabalhadores em 1992, rompendo logo em seguida para fundar o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado. Desde então é militante e dirigente dessa organização em São Luís. A partir daí, seu nome durante diversas vezes foi indicado pela militância do Partido a representá-lo em vários processos eleitorais: Senador (1998), Vereador (2000) e Vice-Governador (2002) e candidato a Prefeito de São Luís-MA em 2004, Vice-Governador (2006 )e novamente Vereador (2008).

É por toda essa trajetória ao lado das lutas dos trabalhadores e da juventude socialistas, que novamente toda a militância do Partido o indica a representá-lo no processo eleitoral mais importante para a história do PSTU, na qualidade de candidato a SENADOR com número 163 para ajudar a transformar esse Estado e colocá-lo a serviço de toda a classe trabalhadora e juventude socialista.
O mote principal da sua campanha para o SENADOR é discutir com a sociedade a necessidade do FIM DO SENADO. Acredita que a manutenção do sistema bicameral é nocivo para o avanço da verdadeira democracia em nosso país. No futuro entende que, através da revolução socialista, avançaremos para a construção dos conselhos populares e o fim em definitivo das instituições de representatividade burguesa tipo, Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa e Câmara Federal

sábado, 3 de julho de 2010

Estatuto da igualdade racial: a aprovação de uma farsa


Cláudia Durans, pré- candidata a vice-presidente pelo PSTU, e Hertz Dias



• Foi com entusiasmo que o ex-ministro da Igualdade Racial Edson Santos celebrou a aprovação do Estatuto da (des)Igualdade Racial pelo Senado. Mas não há nada o que comemorar, pois o texto não representa as reivindicações históricas do povo negro. O estatuto, durante o tempo em que tramitou no Congresso, sofreu ataques da direita e de setores burgueses até ser aprovado totalmente diferente do projeto original.

O fato revela o cinismo e a perversidade da burguesia racista, herdeira econômica, política e culturalmente dos escravocratas, que pretende continuar mantendo a exploração, a opressão e a humilhação da população negra.

A expectativa era de que o Estatuto da Igualdade Racial fosse um instrumento que de fato contribuísse para enfrentar a discriminação racial. E que também estabelecesse políticas de ações afirmativas para garantir os direitos essenciais dos afrodescendentes vitimados pelo processo de histórico de escravidão.

No entanto, o que poderia ter sido um avanço não passou de um acordo entre o PT, através do senador Paulo Paim (RS), a SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e representantes do agronegócio e ruralistas, por meio do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator na Comissão de Constituição e Justiça.

Assim, o estatuto aprovado é a síntese mais fiel da aliança de forças nacionais que representa o governo Lula. A secretaria de igualdade racial deste governo nada fez de concreto para reduzir as desigualdades raciais no Brasil. Ao contrário, não passou de acessório, de uma simbologia racial para cooptar parte da militância negra.

Desta forma, o estatuto aprovado suprimiu pontos importantes como as cotas para negros nas universidades públicas, o que não nos causa espanto, pois o relator defende as “cotas sociais” e não raciais, e que o acesso à universidade deve ser baseado no “princípio do mérito e da capacidade de cada um”.

Da mesma forma, foram suprimidas as cotas do mercado de trabalho, assim como a redução do percentual de 30% para 10% de cotas reservadas à participação de negros em partidos políticos.

Outro aspecto importante excluído do texto original foi o que tratava da regularização de terras para remanescentes de quilombos, um erro muito grave. A retirada deste tema não considera os quilombolas como proprietários de territórios historicamente ocupados, como forma de sobrevivência física e cultural desta população. Acrescentou-se a esse documento o incentivo fiscal que o governo poderá dar a empresas com mais de 20 funcionários que decidirem contratar pelo menos 20% de negros.

Há ainda neste estatuto erros gravíssimos do ponto de vista conceitual, a exemplo da retirada das categorias raça, escravidão e identidade negra. No que se refere a raça, o argumento utilizado enfatiza que do ponto de vista genético as raças não existem. No entanto, como conceito social, esta categoria ganhou um novo significado através do movimento negro e por intelectuais de várias áreas de conhecimento. O sentido é o de deixar clara a hierarquização da sociedade brasileira, na qual os grupos étnicos foram e são marcados por profundas desigualdades e discriminações.

Na mesma direção, foi rejeitado o termo escravidão, pois ele foi considerado como tradicional e inadequado, pois se trata de algo do passado. Como a sociedade brasileira está em transição, emergindo para uma sociedade democrática, com propostas de ações afirmativas que visam acabar com as desigualdades sociais, “escravidão” não seria o termo mais adequado.

Ora, a escravidão do negro no Brasil durou quase quatrocentos anos, em contraste com apenas 122 anos de trabalho livre, o que constitui uma prolongada experiência histórica que até hoje deixa marcas profundas nessa população, tanto no que se refere ao acesso aos bens materiais e culturais, como na dificuldade de construção da identidade étnica.

Não restam dúvidas que o Estado brasileiro tem uma dívida histórica com o povo negro. O estatuto seria uma forma de buscar assegurar direitos políticos, econômicos, sociais e culturais desta população, através de uma política de ações afirmativas que dessem conta das demandas históricas.

Precisamos desfazer os mitos junto à população submetida à miséria, à violência cotidiana e aos programas assistencialistas, que reiteram a subalternidade e retiram a dignidade do ser humano. Assim como o significado do governo Lula, que tem suas raízes no movimento operário, que confirma as políticas racistas e reacionárias do DEM, impossibilitando o acesso da juventude à educação superior, da população negra a políticas de saúde diferenciadas, dos remanescentes de quilombo à terra.

Somamo-nos às 24 organizações do movimento negro que se manifestam contra a versão atual do Estatuto da Igualdade Racial, esvaziado de conteúdo de justiça racial. O estatuto aprovado não tem força de lei, foi rebaixado, tendo o caráter de apenas autorizar e não determinar, fazer cumprir. Isto fica visível inclusive com a retirada de recursos para sua execução pelos gestores, que não são obrigados a colocarem-no em prática.

O estatuto está na contramão dos avanços nas lutas institucionais do movimento negro contra o racismo, a exemplo da política de cotas implementada em muitas universidades públicas.

Conclamamos a juventude, as trabalhadoras e os trabalhadores negros para a luta contra a dominação racista, contra a exploração, por melhores condições de trabalho e de existência, para que reine a liberdade e as diferenças sejam respeitadas. Em defesa das cotas para negros nas universidades públicas! Pela titulação de terra aos remanescentes de quilombos!

Alforria


No cheiro de mato que exala do teu
Corpo e das profundezas das tuas axilas
No aroma forte que flutua das tuas entranhas íntimas
Em períodos de lua cheia

No abraço consolador
Na noite em que a dor
Foi mais forte pela saudade de
Uma cabocla

No orgasmo que busca em mim
De noite e de dia
Tudo isto me leva a certeza
Que já conquistei definitivamente,
a minha alforria "

(Do nego para nega)

A trajetória de um operário que não mudou de lado


José Maria de Almeida nasceu em Santa Albertina, interior de São Paulo, em 1957. Com 20 anos, foi estudar na Fundação Santo André, no ABC. De dia trabalhava como metalúrgico. “Eu era calouro de Matemática, mas fui assistir a um debate na calourada de Sociologia”, lembra. “Fiquei ali, sem entender muita coisa”, diverte-se. Até que o orador começou a falar dos operários, da exploração nas fábricas... “Isso aí eu entendia. Acabei conhecendo o pessoal, que era da Liga Operária”, conta Zé Maria.

1977
Ele já era próximo ao grupo trotskista e foi convidado a distribuir o boletim “Faísca”, para o 1º de Maio. “Fui preso na minha primeira panfletagem”, lembra. Eles ficaram 30 dias na cadeia e a campanha pela libertação motivou as primeiras passeatas dos estudantes contra a ditadura.

1978
É uma das lideranças da onda de greves no ABC paulista e um dos principais dirigentes em Santo André. Operário da Cofap, torna-se um dos membros do comando de greve do ABC. Propõe no congresso dos metalúrgicos em Lins (SP) a fundação de um Partido dos Trabalhadores. Participa, depois, da fundação do PT e da CUT.

1980
Preso com Lula e mais 10 sindicalistas, Zé Maria é enquadrado na Lei de Segurança Nacional e fica mais de um mês preso.

1984
Muda para Minas Gerais, onde participa da vitória da chapa de oposição, dirigida pela Convergência Socialista, no Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem.

1989
Zé Maria lidera a greve com ocupação da siderúrgica Mannesman. Durante sete dias, centenas de operários controlaram a empresa. Em uma greve radicalizada, os operários usavam barras de ferro e, encapuzados, prometiam reagir diante de uma invasão, como havia ocorrido no anterior, na CSN, em Volta Redonda (RJ). A greve da Manesmann foi notícia nacional e permitiu a fundação da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais, naquele ano.

1992
Com a Convergência, é expulso do PT por levar a campanha do Fora Collor, que, então, a maioria da direção do PT era contrária. Zé Maria é um dos fundadores do PSTU, dois anos depois.

1995
Na Executiva Nacional da CUT, esteve à frente dos grandes enfrentamentos contra FHC, como a greve dos petroleiros. E nos anos seguintes, na greve do funcionalismo, em apoio aos sem-terra e contra as privatizações.

1998
É candidato à Presidência da República pelo PSTU, com o lema “Contra burguês, vote 16”

1999
Participa da preparação da marcha dos 100 mil em Brasília, onde coloca em votação a proposta de Fora FHC e o FMI.

2000
É preso e agredido na forte repressão da polícia de ACM e FHC, contra a marcha Brasil Outros 500, em Porto Seguro (BA).

2002
Candidato a presidente, oferece uma alternativa a Lula e Serra, que haviam assinado protocolo de intenções com o FMI. O PSTU põe a campanha a serviço da denúncia da Alca, que iria transformar o país em uma colônia dos EUA. O partido sai fortalecido, e Zé Maria recebe 440 mil votos. Lula é eleito. O PSTU adverte que, sem romper com a Alca e o FMI, Lula não iria governar para os trabalhadores.

2003
No primeiro ano do governo Lula, Zé Maria participa ativamente da greve dos servidores contra a reforma da Previdência e das marchas a Brasília.

2004
Entrega seu cargo na Executiva Nacional da CUT e defende a necessidade de uma nova direção para o movimento sindical brasileiro. É um dos organizadores do Encontro em Luiziânia (GO). Em 16 de junho, é um dos principais dirigentes da marcha da Conlutas a Brasília, contra as reformas de Lula e do FMI.

2005
Explode o escândalo do “mensalão”. Em agosto, Zé Maria é um dos líderes da marcha que toma conta de Brasília.

2006
O Conat aprova a fundação oficial da Conlutas. Em junho, ato lança a Frente de Esquerda (PSOL-PSTU-PCB), com Heloísa Helena. A frente tenta ser uma alternativa aos dois blocos: de Lula e de Alckmin. Zé Maria é proposto para vice, refletindo o peso do PSTU. No entanto, o PSOL, de forma hegemonista, aprova um vice próprio.

2007
No 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres é também de luta contra a presença de Bush. Ele foi recebido por Lula enquanto, na Av. Paulista, a tropa de choque atacava barbaramente os manifestantes, ignorando os protestos de Zé Maria, do carro de som. Em junho, uma caravana da Conlutas viaja ao Haiti, exigindo a retirada das tropas. Essa será uma das principais campanhas da Conlutas.

Neste ano, Zé Maria também lançou o livro “Os sindicatos e a luta contra a burocratização” pela Editora Sundermann. Na obra, ele debate a estrutura dos sindicatos atualmente e um projeto político para a luta sindical que questione a exploração capitalista.

2008
Em abril, participa do I Encontro Nacional de Mulheres da Conlutas. Em maio, é preso na Parada GLBT de São Paulo. A pedido da organização, a PM retira o carro da Conlutas, espancando ativistas. “Uma intolerância inacreditável”, disse Zé Maria. “A marcha é uma manifestação contra a intolerância e foi proibida nossa participação”. Em julho, ocorre o II Congresso da Conlutas, em Betim (MG). Representantes de diversos países, incluindo o Haiti, participam do Elac.

2009
Israel invade Gaza. Zé Maria e o PSTU usam o programa de TV para denunciar o massacre. A crise capitalista provoca milhares de demissões, como na GM e na Embraer. Zé Maria denuncia que o presidente da CUT sabia das demissões na Embraer. Em janeiro, participa de ato em Itabira (MG), com trabalhadores da Vale. Em novembro, é um dos principais organizadores do Seminário de Reorganização, que marca um congresso para 2010 e pode significar a unidade de Conlutas e Intersindical.

Zé Maria no Dieese Memória

O BRASIL REAL É UM PAÍS QUE LUTA


Existe um Brasil que aparece aos olhos do mundo... E outro que é escondido. Não estamos falando da atual presença permanente da seleção brasileira na mídia. Isso vai durar até o início de julho.

Estamos falando do que veio antes e virá depois. Falamos da farsa do “Brasil do presente e do futuro” apresentada pelo governo, pela CUT e a UNE, de um país em que tudo vai bem. Falamos da farsa da oposição de direita, mostrando como em São Paulo tudo vai bem porque é dirigido pelo PSDB.

O faz de conta eleitoral do PT e do PSDB vai ignorar a realidade do povo brasileiro. Nessa edição do Opinião, mostramos o Brasil real. Falamos de trabalhadores que, em pleno século XXI, têm de ir a pé para o trabalho, por não ter dinheiro para pagar as passagens. Discutimos a situação do transporte, sob o ângulo dos que usam os ônibus e trens nesse país.

Poderíamos ter falado de outros temas, como das crianças que ainda morrem de fome, das milhares de pessoas que moram nas ruas das grandes cidades.

A realidade é o arrocho salarial que segue presente na vida dos trabalhadores. Dos juros altíssimos do cheque especial e do dinheiro que falta no fim do mês. O Brasil dos bairros populares, abandonados pelos governos e atacados duplamente, pela polícia e pelos bandidos.

O Brasil real não aparece na Rede Globo, nem vai aparecer nos programas eleitorais do PT e do PSDB. É o das greves do funcionalismo federal contra o governo do PT, dos funcionários da USP contra o governo do PSDB. É a greve dos motoristas de Fortaleza contra a patronal e contra a prefeitura do PT. É o movimento popular com ocupações de terrenos como as do MTST.

O Brasil real é um país que luta. Existem muitas lutas diretas dos trabalhadores nos dias de hoje, ignoradas pela mídia. Esse país precisa ter voz e vez.

O Conclat realizado em Santos tinha esse objetivo. A idéia era construir uma alternativa unitária para as lutas do movimento sindical, popular e estudantil, que agrupasse todos os que querem superar o peleguismo da CUT e Força Sindical. Um congresso importantíssimo, que reuniu 3180 delegados eleitos pela base. Infelizmente, um setor minoritário – a Intersindical e outros grupos menores – rompeu com o congresso simplesmente por isso, por ser minoria, por não aceitar que a base decida. Cometeram um erro gravíssimo, que enfraquece a necessidade da luta conjunta dos trabalhadores.

Mas a realidade depois do congresso já comprova que a central fundada em Santos começa a se mover ao lado e à frente dessas lutas. Os que romperam devem repensar o que fizeram, aceitar que a base decida, e voltar a se incorporar à central e às lutas diretas dos trabalhadores.

Esse país que luta também deve ter uma expressão nas eleições. A candidatura Zé Maria à Presidência estará aberta a todos os que se mobilizam. Os grevistas poderão usar o tempo de TV do PSTU para divulgar suas reivindicações. Essa é a tradição dos socialistas, como expressão do proletariado em movimento. O socialismo estará presente nas eleições, para dar voz e vez ao Brasil dos trabalhadores que lutam.

Do site do PSTU