domingo, 29 de julho de 2012

PSTU FAZ CAMPANHA NA RUA



Depois de realizarmos uma caminhada pela rua grande no centro de São Luís na sexta-feira, hoje iniciamos nossas caminhada pela feira da Cidade Operária, um dos grandes bairros da nossa Capital.

É uma campanha de corpo a corpo com uma militância que não recebe um tostão para realizar tal tarefa. Uma militância do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado-PSTU que já estar acostumada a participar de atos de rua independente do processo eleitoral. Nossas bandeiras estão na rua o ano todo. Nos atos e protestos da nossa classe lá estamos nós. Não temos medo e NEM VERGONHA de levantar nossa bandeira, diferente de vários partidos que suas bandeiras só tremulam em época de eleição.

Outra característica nossa que difere dos outros partidos tanto de direita como da pseudoesquerda é que fazemos questão de propagandear o partido. Os candidatos entendem que suas candidaturas pertencem é ao partido, ao coletivo e não uma aspiração individual. Por isso todos os candidatos a prefeito, vice e vereadores fazem campanha juntos.

É difícil para as pessoas que tem uma ideia de partido como sigla e não como agrupamentos de pessoas com visão comum de mundo e por isso se organizam para defender tal concepção, entenderem isso.

Nas eleições nós do PSTU queremos seu voto, pois achamos importante elegermos prefeitos, vice e vereadores. Porém não criamos ilusões de que os problemas cruciais da nossa classe serão solucionados a partir do parlamento ou do poder executivo. Achamos que é só na luta concreta contra os donos do capital que vamos avançar em nossas conquistas. Faço um chamado àqueles que já aderiram as nossas candidaturas que venham nessa caminhada com o PSTU.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dia 27 de Julho (sexta-feira) o PSTU vai às ruas


Marcos Silva e Kátia Ribeiro os candidatos a Prefeito e Vice do PSTU

Amanhã às 16 horas, os candidatos do PSTU irão realizar uma caminhada pela Rua Grande, principal rua do comércio popular da capital apresentando suas propostas para uma São Luís para os trabalhadores.
A concentração acontecerá na Praça João Lisboa a partir das 15h30 e contará com a presença do candidato a prefeito pelo PSTU, o urbanitário Marcos Silva e da professora Kátia Ribeiro, que concorre a vice-prefeita.
Em todo o país, o PSTU estará fazendo nesta sexta um dia de agitação com suas candidaturas sempre no mesmo horário: 16 horas. “O PSTU faz uma campanha eleitoral diferente dos demais partidos, sem financiamento de empresas e agiotas, sem cabo eleitoral pago para carregar bandeira” explica Kátia Ribeiro.
“Estamos apresentando à população que a saída para os problemas vividos nas cidades é a luta e a organização da classe independente dos patrões e dos governos. Por exemplo, na educação municipal defendemos um plano de valorização e democratização do ensino que contenha entre outros pontos a eleição dos diretores de escola pelos trabalhadores e estudantes.” afirmou Marcos Silva.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Edir Macedo: racismo, machismo, homofobia e muita asneira, em nome de deus

Wilson H. da Silva, da redação do site do PSTU

Líder da Igreja Universal, Edir Macedo
Em um país em que os governantes se recusam a criminalizar a homofobia e tratam com descaso criminoso episódios mais variados de machismo e racismo, realmente não pode haver limites para os absurdos que rondam a vida de mulheres, negros e a população LGBT.

Infelizmente não faltam exemplos: dos assassinatos de jovens negros na periferia aos ataques a homossexuais no centro da cidade; da constante e crescente violência machista a uma escalada de demonstrações de asqueroso preconceito nos meios de comunicação em geral.

O último e deplorável exemplo disto foi dado por um velho conhecido porta-voz da opressão: o “bispo” evangélico Edir Macedo, título por trás do qual se esconde um burguês racista, machista e homofóbico cujo poder é alimentado pelo dinheiro que rouba de um povo pobre, movido por fé e desespero, e pelas relações espúrias que mantém com o poder, inclusive o Federal.

Alguns dos frutos mais recentes das relações promíscuas que o poderoso chefão da Igreja Universal do Reino de Deus mantém com Dilma e seus aliados (particularmente na infernal bancada evangélica) foram o veto ao kit anti-homofobia, a mutilação do PLC 122 e do Estatuto da Igualdade Racial.

A mais recente demonstração de ódio e preconceito de Macedo, contudo, é uma exclusividade dele e veio através de um de seus púlpitos midiáticos na forma de uma série de bizarras orientações para seus fiéis e auxiliares, dentre as quais a recomendação categórica para que os “desejam fazer a Obra de Deus” não se casem com mulheres mais velhas e, ainda mais absurdo, fujam de relacionamentos interraciais.

Machismo e racismo em nome de deus
Em uma peça de lixo jornalístico intitulada “Homem de Deus quanto à idade e à raça: ele precisa estar sempre preparado para servi-Lo” e publicada no portal da IURD, Macedo não mede palavras para destilar seus preconceitos e para praticamente “obrigar” seus seguidores a conduzir suas vidas movidos pelo racismo mais asqueroso e por uma forma arcaica de machismo. O que, por si só, já deveria ser suficiente para colocar esta verdadeira besta para fora do convívio social.

O “primeiro mandamento” do preconceito “a la” Edir Macedo começa com uma norma estupidamente machista: “O rapaz que deseja fazer a Obra de Deus não deve se casar com uma moça que tenha idade superior à dele”. O motivo? “Para não se deixar influenciar por ela” porque “quando a mulher tem idade superior à do seu marido, ela, que por natureza já tem o instinto de ser 'mandona", acaba por se colocar no lugar da mãe do marido” .

Dando sequência a sua patética versão do “perigo” que as mulheres representam na mitologia cristã (desde a história de Eva), Macedo explicita a hipocrisia de seus “valores” e “moral”, defendendo que o casamento com mulheres mais velhas também são desaconselháveis porque “a experiência tem mostrado que é muito mais difícil, mas não impossível, manter a fidelidade conjugal”. Um detalhe que não pode nos escapar: evidentemente, a recomendação é só para mulheres mais velhas; homens mais velhos, mandões e autoritários estão liberados para oprimir suas mulheres mais novas.

É até um desperdício de palavras comentar esta quantidade de asneiras ofensivas. Temos certeza que nossos leitores e leitoras sabem muito bem o significado delas. E o pior é que o absurdo do “primeiro mandamento” é apenas uma prévia da fúria ensandecida do bispo contra outro setor marginalizado da sociedade, apesar de compor metade da população brasileira: negros e negras.

Pregando contra o amor inter-racial
O “segundo mandamento” é de asqueroso racismo, embalado em uma “justificativa” é um verdadeiro insulto para qualquer ser pensante. A pregação começa com um porém: “Não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco”.

Ou seja, o bispo agracia seus seguidores com um ensinamento cuja lógica só não é mais obscura do que as finanças e a conta bancária de Macedo e sua igreja: a melhor forma de evitar a discriminação e o racismo é tomando uma “atitude racista preventiva”, impedindo sequer a aproximação das raças. Ou, ainda, para que as futuras crianças negras não enfrentem o racismo “deste louco mundo”, a melhor coisa é institucionalizarmos, já, uma sociedade totalmente racista e segregada.

Grande idéia! Mas Macedo também deveria ser processado por plágio. Afinal, ela não é nada original. Os “eugenistas” (ou defensores da “raça pura”) do século 19, a Ku Klux Klan, Hitler e Mussolini e, acima de tudo, os defensores do apartheid, na África do Sul, há muito já detêm a patente deste tipo de idéia.

Com o objetivo de se defender das evidentes críticas a seu delírio fascista-religioso, Macedo encerra seu artigo afirmando que tudo o que está apenas fazendo um “alerta” sobre a situação “não porque a Igreja Universal do Reino de Deus tenha qualquer objeção quanto ao casamento envolvendo mistura de raça ou cor. Não, muito pelo contrário!” , já que tem muitos fiéis nesta condição e só está querendo evitar “este tipo de problema acontecendo com as crianças dentro das nossas igrejas, em outros países”.

Sempre movido pelo desejo de retirar os obstáculos do caminho para que o “homem de Deus” exerça suas funções (e caberia perguntar que tipo de deus é este que criaria seres que não pudessem exercer livremente o tão propagado amor que recheia os discursos religiosos...), Macedo tenta sustentar seu racismo com nojeiras como a “preocupação” os “riscos de traumas ou complexos que as crianças poderão absorver durante os períodos escolares”.

Desconsiderando-se o fato de que, para o bispo racista, ser negro por si só já é um “problema”, os absurdos escritos por Macedo são dignos de uma mentalidade escravista e, inclusive, há muito já foram legalmente proibidos.

Apartheid em nome de deus
Como dissemos, as idéias de Edir Macedo não são novas. Mas, ao contrário do que acontece no país governado por Dilma, elas não são defendidas com tanto descaramento também há muito tempo. Até mesmo porque foram derrotadas nas ruas e proibidas por leis que resultaram destas lutas.

Nos Estados Unidos, as chamadas “leis antimestiças” (que proibiam até sexo interracial) vigoraram em vários estados até 1967, quando as mobilizações pelos direitos civis baniram da segregação institucional. O mesmo aconteceu com legislações semelhantes que foram criadas na Alemanha Nazista (de 1935 até 1945) e na África do Sul, durante a era do "apartheid", de 1949 a 1985.

Em todos os casos, as leis foram derrubadas como frutos de vigorosos processos de mobilização e luta por direitos fundamentais. E, apesar de sabermos que isto não tenha significado o fim da segregação ou do racismo, é evidente que foram parte das conquistas arrancadas da derrota de regimes e Estados que deveriam ser varridos para o lixo da História.

No nosso país, onde a elite branca se utilizou de outras armas (como a “teoria do embranquecimento, no século 19, e o “mito da democracia racial”, no século 20), nunca houve uma legislação abertamente segregacionista, apesar da cotidiana prática do racismo.

Edir Macedo, contudo, através de suas “doutrinas e normas” parece querer inovar e transformar seus templos “caça-níqueis” em áreas regidas pelo apartheid. E o pior é saber que está sendo proposto não acobertado pelo silêncio cúmplice de um governo que se diz democrata, mas por um de seus aliados mais fiéis.


terça-feira, 10 de julho de 2012

O Bóson de Higgs e o socialismo

Henrique Canary Militante do PSTU NA CIDADE DE São Paulo (SP)


Por que deveríamos subsidiar a curiosidade intelectual?"
Ronald Reagan, presidente americano, discurso de campanha eleitoral, 1980.

"Nada é mais digno de nosso patrocínio que o fomento da ciência e da literatura. O conhecimento é, em todo e qualquer país, a base mais segura da felicidade pública"
George Washington, presidente americano, discurso no congresso, 1790.


No dia em que se comemora a Independência norte-americana, dia em que os Estados Unidos escolheram para dizer para si mesmos e para o mundo como eles são uma grande nação, a velha Europa, mergulhada em crise, mas herdeira de uma gloriosa tradição intelectual, anunciou o que pode ser o maior feito científico desde o descobrimento do DNA, em 1953.

O “bóson de Higgs”, partícula fundamental que fornece massa a todas as outras partículas e que, portanto, é responsável por formar simplesmente toda a matéria do universo, está prestes a ser encontrado. No último dia 4 de julho, experimentos realizados no Centro Europeu de Física Nuclear (CERN) mostraram fortes indícios da existência do bóson. Embora muitos cálculos e novos experimentos ainda precisem ser feitos, é inegável que nos aproximamos cada vez mais da última fronteira que nos permitirá entender a origem da matéria, e com ela, a origem do próprio universo. Mas as lições desse feito não se reduzem ao mundo da ciência e aos cadernos de domingo dos jornais burgueses. Todo operário consciente deve conhecer essa discussão e saber tirar as conclusões necessárias.

O incrível mundo subatômico
Como todos aprendemos na escola, a matéria que nos rodeia é composta por átomos. Mas os próprios átomos, que antes se acreditavam unos e indivisíveis, são apenas uma combinação específica de outras partículas ainda menores: os prótons, neutrons e elétrons. Os prótons e neutros se agrupam no núcleo do átomo em um número específico, dando origem a um determinado elemento químico: hidrogênio, oxigênio, carbono etc. Os elétrons, por sua vez, orbitam esse núcleo.

Frequentemente, para representar um átomo, desenhamos um pequena esfera com os elétrons girando ao seu redor. Isso é assim apenas em parte. A ideia central está correta, mas se fôssemos levar em consideração a escala das coisas, o desenho seria muito diferente. Se o núcleo do átomo fosse do tamanho de um limão, por exemplo, os elétrons estariam girando a cerca de 3 quilômetros de distância desse “limão” (núcleo). Quer dizer, o espaço entre a órbita dos elétrons e o núcleo atômico é imensamente “grande” (em termos sub-atômicos, obviamente). Daí tiramos uma primeira conclusão como mínimo impressionante: a maior parte da matéria que vemos, das coisas e pessoas que tocamos e sentimos é composta de... vazio.

Assim, ao estudar o mundo subatômico, os cientistas começaram a descobrir coisas fantásticas. Mas o mais importante: começaram a perceber que as leis tradicionais da física, a chamada “física newtoniana” (em referência a Isaac Newton, formulador das leis da mecânica clássica) simplesmente não se aplicavam ao mundo subatômico. Por exemplo, na física clássica, qualquer objeto, para dar uma volta completa em torno de si mesmo, tem que girar 360 graus. Assim ocorre, por exemplo, com a Terra ou com um casal que dança forró. Já no mundo subatômico, existe toda uma classe de partículas que, para dar uma volta completa em torno de seu próprio eixo, tem que girar... 540 graus, ou seja, uma volta e meia. Isso parece muito estranho, mas é assim.

Esses estranhos fenômenos observados pelos cientistas deram origem a uma nova mecânica, a mecânica do mundo subatômico, completamente diferente da mecânica clássica de nosso mundo visível: a chamada mecânica quântica.

O “modelo padrão”
Estudar o mundo subatômico é algo muito complicado. Não se pode abrir um átomo e ver o que tem lá dentro. O que se sabe sobre sua estrutura interna provém fundamentalmente de experimentos que “refletem” essa estrutura e, obviamente, de muitos cálculos matemáticos. Assim, ao longo do tempo, foi se estabelecendo um determinado “modelo” de como seria essa estrutura interna, seus componentes, seu comportamento etc. Isso não significa que os cientistas façam “especulações” sobre o mundo subatômico. Muita coisa foi demonstrada com precisão através de experimentos absolutamente incontestáveis, verificados exaustivamente por todo o mundo científico. Já outra parte do “modelo” não foi ainda demonstrada. Mas mesmo o que não foi ainda demonstrado ou descoberto foi previsto matematicamente. Ou seja, os cientistas não detectaram ainda algumas partículas subatômicas, mas eles sabem que elas devem estar lá, só podem estar lá, porque todo o modelo só faz sentido se elas existirem e estiverem lá.

O “modelo padrão” é, portanto, um enorme (ou minúsculo) quebra-cabeça que vem sendo montado ao longo de várias décadas através dos esforços conjuntos de diferentes gerações de cientistas de diversos países.
A última peça desse quebra-cabeça é o “bóson de Higgs”, cujos indícios foram encontrados no último dia 4 em Genebra, na Suiça.

O “bóson de Higgs” e o LHC
A peça faltante no quebra-cabeça do modelo padrão diz respeito ao seguinte: como se formam as partículas subatômicas? Como elas adquirem massa, ou seja, como se tornam matéria?

Em 1964 o físico britânico Peter Higgs propôs a hipótese de que existiria uma partícula específica no mundo subatômico, cuja função seria justamentre fornecer massa a todas as outras partículas. Essa partícula, pelo cálculos de Higgs, teria surgido logo após o Big Bang, há cerca de 15 bilhões de anos atrás, dando origem aos primeiros átomos e à matéria tal qual nós a conhecemos.

No entanto, a hipótese de Higgs permaneceu apenas um modelo matemático porque não havia condições técnicas de por à prova sua teoria.

Somente em 2008, com a inauguração do LHC (Large Hadron Colider, ou “Grande Colisor de Hádrons”), um imenso acelerador de partículas de 27 quilômetros de circunferência enterrado na fronteira entre a Suiça e a França, foi possível dar início aos experimentos que deveriam demonstrar a existência do bóson de Higgs.

O que faz um acelerador de partículas? Basicamente, consiste em dois tubos circulares dentro dos quais se injetam duas “nuvens” de prótons eletricamente carregados. Essas “nuvens” vão sendo aceleradas em direções contrárias por meio de um sistema de imãs colocados ao longo dos tubos. Quando as duas nuvens atingem 99,99% da velocidade da luz, os dois tubos são “conectados” um ao outro (como nos desvios de trens), fazendo com que as duas “nuvens”, que giravam em direções opostas, se choquem violentamente. A colisão é tão poderosa, que a energia liberada pode ser comparada (proporcionalmente, é claro) ao próprio Big Bang. Os prótons literalmente “se quebram”, dando origem a partículas menores, ou seja, demonstrando de que são feitos. Quanto maior o choque, menor a partícula gerada e mais a fundo a estrutura subatômica é revelada.
Foi basicamente esse experimento que detectou fortes indício do bóson de Higgs no último dia 4 em Genebra. Se não o capturamos ainda, pelos menos estamos nas suas pegadas...

O que muda com o bóson de Higgs?
Uma coisa muito importante: a percepção do homem sobre o universo e a matéria. Se o bóson de Higgs for encontrado, ficará definitivamente provado que a matéria pode sim surgir do nada.

Isso abalaria profundamente os alicerces das distintas religiões, pois várias delas, depois que aceitaram muito a contragosto a ideia do Big Bang, seguem batendo na tecla de que a matéria do universo não poderia ter surgido “do nada”. O bóson de Higgs comprovaria justamente que a matéria não só surgiu do nada, como ainda hoje surge constantemente do nada e se transforma constantemente em nada. Aceitar essa ideia é difícil para qualquer pessoa normal exatamente porque se trata de um fenômeno quântico, ou seja, regido por outras leis que não as da física clássica. Parece ilógico, absurdo, irracional, mas de acordo com as leis da física quântica, é um fenômenos tão banal, quanto a queda de uma maçã ou a frenagem de um carro.

“Partícula de Deus”?
O bóson de Higgs é frequentemente chamado na imprensa de “partícula de Deus”. A conotação ideológica do apelido é evidente: tentar atribuir a Deus a existência da partícula, mantendo assim uma visão mística do universo.

No entanto, há dois problemas com esse apelido: o primeiro é que ele não passa de um mal entendido. Em 1993, o prêmio Nobel de física Leon Lederman escreveu um livro sobre o bóson de Higgs, cujo título em inglês era “The goddamn particle” (literalmente, “a partícula maldita”), em referência às dificuldades que se enfrentavam para encontrá-la. Mas a editora de Lederman achou o título muito agressivo e mudou para “The God particle” (A partícula de Deus), para não afastar o público religioso. O infeliz apelido acabou pegando e a pobre partícula é chamada assim até hoje.

O segundo problema é que o bóson de Higgs justamente afasta ainda mais a ideia de um deus-criador do universo. Da mesma maneira que Darwin demonstrou que o homem não necessitou ser criado, pois havia evoluído de especies anteriores, assim também o bóson de Higgs demonstrará simplesmente que a matéria do universo (ou seja, tudo!) não precisou de um deus para ser formada. Formou-se e organizou-se por si mesma.

Sobre isso, é bom que se esclareça: nenhuma descoberta científica jamais provará a inexistência de deus, como desafiam os religiosos. Isso é assim por uma questão lógica. Só se pode provar que algo “existe”. Não se pode provar que algo “não existe”. Justamente por isso, o ônus da prova recai sempre sobre aquele que quer demonstrar a existência de algo. Mas cada descoberta científica prova, isso sim, que deus não é necessário. Com o tempo e com o avanço da ciência, assim esperamos, a hipótese de um ser-criador do céu e da terra ficará cada vez mais insustentável e as pessoas abandonarão essa ideia de maneira mais ou menos natural.

As conclusões políticas
A discussão sobre o bóson de Higgs nos remete também a outras, mais políticas. Em primeiro lugar, ficou definitivamente comprovada a importância decisiva do financiamento estatal às pesquisas científicas. O LHC custou cerca de 3 bilhões de euros. Quando começaram as discussões sobre sua construção, muitos políticos e meios de comunicação criticaram o projeto como sendo um “brinquedinho” para cientistas vaidosos brincarem de deus. Obviamente, nenhuma empresa privada queria investir tanto dinheiro em algo que não se tinha nenhuma certeza que iria dar certo. Se chegou a especular que os experimentos com as nuvens de prótons gerariam um buraco-negro que engoliria todo o planeta etc. Tamanho o obscurantismo de certos meios reacionários...

Pois o LHC não só foi construído com dinheiro estatal em um consórcio entre diversos países, como funciona de maneira extremamente democrática: os dados obtidos em todos os experimentos são compartilhados livremente com milhares de cientistas no mundo inteiro. Ficou provado também, portanto, que as atuais leis que regem a propriedade intelectual na maioria dos países protegem apenas as grandes corporações, sendo absolutamente nefastas para desenvolvimento da ciência. É preciso garantir o livro compartilhamento de toda e qualquer informação, seja ela científica, cultural, política ou de qualquer outra natureza. As novas leis que estão sendo votadas em vários países, sobretudo EUA e Europa, e que regulam o uso da internet e criminalizam compartilhamento de informação, sob a justificativa da “proteção” dos autores, vai na contra-mão da história. Puxa a humanidade para trás.

O espírito da ciência e o socialismo
O que buscam os cientistas do CERN quando enviam os dados de seus experimentos para colegas do mundo inteiro? A resposta é simples: buscam críticas ao seu trabalho. Querem que outros cientistas encontrem os erros que eles não encontraram. Tal é o espírito da verdadeira ciência: a verdadeira ciência é movida por grandes paixões e hipótese visionárias, mas é rigidamente controlada pelo pensamento cético. A ciência não busca respostas fáceis e fábulas reconfortantes. A ciência busca a verdade. Só a verdade lhe interessa, por dura, incômoda ou vulgar que seja.

O socialismo, ao libertar a sociedade das amarras da propriedade privada e do lucro, dará à ciência um impulso nunca visto. A ciência verdadeira, sinônimo de liberdade e humildade, será ensinada nas escolas, na internet, nos programas de TV (ou outras tecnologias que venham a ser criadas) de maneira profunda e interessante, e substituirá as atividades fúteis e alienantes que preenchem hoje a infância de nossas crianças. A população será cientificamente culta. Dessa população culta e consciente, se destacarão em número inacreditável para nossos padrões atuais, os novos gênios do mundo comunista. As mais fantásticas obras da ficção científica serão realidade em nosso cotidiano e o cidadão comum terá acesso não apenas ao fruto da ciência, ou seja, à tecnologia, como é hoje, mas conhecerá o próprio processo científico. Será mais consciente de si mesmo e do mundo a seu redor. A simples curiosidade, característica dos mamíferos superiores (e não devemos esquecer nunca que somos apenas uma entre as várias espécies de mamíferos) trouxe o homem até aqui. No futuro, conduzirá a humanidade muito além, até fronteiras jamais sonhadas.

Nas eleições, a ousadia das candidaturas socialistas!

Da Redação do site oficial do PSTU

Nas eleições deste ano, os grandes partidos e seus candidatos vão apresentar soluções milagrosas para resolver todos os problemas sociais. Em suas campanhas milionárias, tentarão manipular a população por meio de gigantescos aparatos de marketing eleitoral, pagos a peso de ouro.

Num passe de mágica, partidos e candidatos comprometidos com as grandes empresas são subitamente transformados em defensores dos trabalhadores. Corruptos e candidatos a corruptos viram defensores da ética na política.

A direita (PSDB e DEM) vai tentar utilizar o julgamento do mensalão para atacar o PT. O PT vai usar o escândalo Do bicheiro Carlinhos Cachoeira para atacar a direita. No entanto, apesar das expectativas dos trabalhadores, o PT não defende nem aplica um programa distinto da direita. Os governos do PT (e os partidos que são parte de seu bloco como PMDB, PSB, PCdoB) e da direita são estreitamente ligados aos bancos e grandes empresas e têm a mesma prática corrupta da direita.

O PSTU está lançando pré-candidatos em todo o país. A crise econômica mundial europeia, com a Grécia no epicentro, mostra que os ventos podem novamente soprar em direção ao socialismo. É preciso ousar na defesa do socialismo e superar a polarização entre os dois blocos (o do PT e o da direita) que têm o mesmo programa.

'Me engana que eu voto!'
Para garantir a dominação, a democracia dos ricos e poderosos cria a falsa ideia de que o povo decide tudo com o voto, de que basta “eleger outro” para resolver os problemas.

O problema é que as eleições funcionam como um jogo de cartas marcadas.
Os grandes partidos elegem a maioria dos candidatos, por meio de polpudos financiamentos dos empresários e banqueiros. Depois de eleitos, a fatura é cobrada. Assim, empreiteiras, grandes empresas, latifundiários e bancos têm acesso a contratos com o Estado, em licitações fraudulentas, além de conseguirem aprovar leis em seu favor, contra os trabalhadores. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a aprovação do novo código florestal, a criação da Previdência privada para o funcionalismo (o Funpresp), entre outros exemplos.

O caso Demóstenes e do bicheiro Cachoeira é uma ilustração clara da natureza da dita “democracia” em que vivemos. Os ricos e poderosos podem tudo, à custa da miséria do povo pobre. O Senado e a Câmara dos Deputados são verdadeiras tribunas de negócios e privilégios, onde a corrupção é parte desse mesmo jogo. Nas prefeituras e Câmara de Vereadores a situação é a mesma. A corrupção rola solta, enquanto leis são aprovadas contra a população trabalhadora todos os dias.

Uma campanha diferente
As mudanças necessárias em nossas cidades e no país só vão acontecer com o povo na rua, mobilizado e organizado. Para nós as eleições servem para fortalecer a luta dos trabalhadores e divulgar o programa socialista. Por isso é tão importante que os trabalhadores e os jovens que estão a frente das lutas sindicais, estudantis e populares se integrem no apoio as nossas candidaturas.

Não vamos ter em nossa campanha nem o dinheiro das empresas nem o dinheiro da corrupção. Nossas campanhas serão pobres, a partir das contribuições dos que trabalhadores e jovens que nos apoiam. Isso para nós é um princípio. Teremos menos recursos de campanha, mas continuamos independentes da burguesia e dos corruptos. Podemos ter um programa contra todos eles.

Acreditamos que é muito importante votar e eleger nossos candidatos socialistas. O voto em um candidato nosso significa fortalecer uma estratégia socialista para a sociedade. A velha história do “voto útil”, no candidato “menos pior”, só fortalece a continuidade da situação atual.

A eleição de um vereador revolucionário representa um importante ponto de apoio para a luta dos trabalhadores. Nossos pré-candidatos são militantes com um importante histórico de lutas. Muitos deles estiveram ao seu lado como na batalha contra a reintegração do Pinheirinho, nas greves operárias da construção civil e metalúrgicas, nas mobilizações do funcionalismo e da juventude.

Um parlamentar revolucionário pode ocupar a tribuna, ajudando na mobilização e rompendo o enorme bloqueio imposto pela grande imprensa às lutas. Pense, por exemplo, como seria importante a atuação de um vereador do PSTU em uma luta como a dos moradores do Pinheirinho, ou qualquer outra luta por moradia denunciando a contrarreforma urbana e a especulação imobiliária; ou ainda nas greves dos operários da construção civil de Fortaleza; nas lutas dos trabalhadores em educação defendendo 10% do PIB para investir no setor. Ou ainda, presente na luta da juventude contra o aumento da passagem e defendendo a estatização completa do transporte e tarifas subsidiadas.

O mandato de um vereador do PSTU servirá para fortalecer todas essas lutas, denunciar as falcatruas do regime, apoiar e divulgar as greves. O gabinete de um vereador nosso será o terreno ou edifício ocupado pelos sem-tetos, as ruas e canteiros de obras tomados por greves e mobilizações, o piquete de todos aqueles que cruzam os braços para defender seus direitos.

Sem privilégios
Um vereador do PSTU não terá os privilégios de todos os outros parlamentares. Eles ganharão o mesmo salário que recebiam antes de ser eleitos. Assim, viverão nas mesmas condições sociais de antes.

Não temos a ilusão de que as mudanças reais no país virão através do jogo de cartas marcadas das eleições. Mas somos conscientes de que o processo eleitoral é importante para a disputa política pela consciência e pelo voto dos trabalhadores para fortalecer uma perspectiva socialista e transformadora.

Nesta edição mostraremos alguns de nossos mais importantes pré-candidatos que apresentam propostas socialistas para os problemas sociais que vivemos nas cidades. E queremos chamar você, ativista que está junto conosco nas lutas, a se integrar no apoio as nossas candidaturas.

sábado, 7 de julho de 2012

DRENAGEM, TRÂNSITO E TRATAMENTO DO LIXO SÃO AS PRIORIDADES DO PSTU

Do Blogue do Jornalista Ed wilson (a exceção da foto)




Candidato a prefeito de São Luís pelo PSTU, Marcos Silva apresenta nesta entrevista as principais diretrizes da campanha. O socialista afirma que as candidaturas vinculadas ao PTC, PSB e PDT foram “injustas” com o prefeito João Castelo, porque estiveram na Prefeitura e depois abandonaram o tucano.

Silva criticou também o candidato do PSOL, Haroldo Sabóia, acusando-o de personalista.

Saneamento, transporte de massa, pavimentação e tratamento do lixo são as prioridades da candidatura do PSTU para São Luís. Veja a entrevista.

Como foi o processo de definição da sua candidatura no partido?
Marcos Silva - Como é feito historicamente nos partidos revolucionários, através do debate político e democrático. Através do método democrático após varias discussões em plenárias e conferência, o partido optou por uma chapa composta na majoritária pela minha pessoa e tendo como vice a professora e advogada ativista Kátia Ribeiro. Então tivemos uma convenção marcada pela unidade dos revolucionários e fortalecimento do PSTU.


O PSTU costuma fazer da campanha um espaço de disputa ideológica. Vai manter a regra ou optar por uma campanha mais propositiva?
Marcos Silva - Penso que face aos ataques que os setores oprimidos explorados sofrem, isso sempre levou o nosso partido a priorizar as denúncias do sistema, mas o nosso partido - sem capitular ao processo eleitoral burguês - é composto de pessoas com muita capacidade de gestão e pesquisa e temos nossos planos construídos de forma concreta nas lutas sociais da nossa classe. Então apresentaremos um programa que é a síntese das reivindicações da classe trabalhadora e da juventude, uma mediação para enfrenta os problemas sociais e estruturais da nossa cidade, com base na democracia dos trabalhadores, na transparência com os recursos públicos e priorizando as ações nas comunidades mais carentes de São Luís.


Qual a sua análise sobre a administração do prefeito João Castelo (PSDB)?
Marcos Silva - Não poderia o atual prefeito fazer diferente das práticas sarneístas. O mesmo se formou na escola da oligarquia, é compadre do Sarney, aplica os mesmos hábitos e governa em defesa de interesses privados. Assim nossa cidade é débil em políticas publicas e estruturais. Para cada buraco tampado surgem outras dezenas. Claro que até ontem essa administração contava com o apoio direto do PTC, do PSB, do PDT e outras legendas de aluguel que na minha opinião foram oportunistas com o Castelo. Estiveram na barca até começar a afundar e então começaram a cair fora e deixaram ele até sem vice de outra legenda.


Como o senhor avalia as outras candidaturas de oposição ao prefeito Castelo?
Marcos Silva - Alguns dos candidatos foram injustos com o Castelo. Usaram e abusaram da Prefeitura para até garantir eleição de deputado federal e estadual e outros benefícios pessoais. Depois, em função da rejeição do prefeito nas pesquisas, resolveram abandonar a barca tucana. Outros são produtos da vontade da oligarquia ter um prefeito que seja um fantoche na administração municipal. Quanto à candidatura do PSOL o próprio candidato já disse que quer mesmo é se fortalecer para disputar o senado em 2014. Mas eles têm o direito de pleitearem a Prefeitura, só espero que os mesmos não abusem do poder econômico e não fujam do debate ou tentem nos tirar dos mesmos. Queria finalizar essa resposta dizendo que os nossos adversários não se utilizem da compra de votos e da consciência dos eleitores e façam uma disputa honesta. Espero também que o Ministério Público Eleitoral seja atuante.


Caso vença a eleição, quais serão as prioridades da sua gestão para São Luís?
Marcos Silva - Penso que construir uma equipe de governo que possa ter disposição para aplicar uma gestão pensando no social e não em interesses privados. Isso nos leva a compreensão de enfrentar os desafios de organizar a administração do município de forma democrática, com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras. E buscar a construção de programas sociais e estruturais para melhorar a nossa cidade do ponto de vista da habitação, saneamento e mobilidade urbana.


Indique três obras de infra-estrutura essenciais para São Luís?
Marcos Silva - Primeiro reestruturar os serviços de drenagem urbana, buscando recuperar nossos rios; segundo, reorganizar nossas avenidas e ruas no sentido de garantir uma melhor fluidez do trânsito, levando em consideração o uso de transporte de massa, veículos particulares, ciclistas e pedestres; terceiro, construir uma estrutura sanitária que possa nos livrar dos lixões e aterros. Penso que é necessário uma estação de tratamento do lixo. Essas são obras que penso ser necessárias para melhorar a vida do povo de São Luís na responsabilidade da gestão municipal. Não é obrigado seguir a ordem estabelecida, bem como nossa gestão não será produto só do nosso pensamento. Aqui em nossa cidade tem uma vasta quantidade de recursos humanos com capacidade de contribuir com uma gestão pública que priorize os interesses da maioria do povo.


Como será o posicionamento do PSTU na campanha, em relação às outras candidaturas?
Marcos Silva - Vamos tentar incentivar a construção da consciência social em nossa classe, mostrando que interesses estão por trás dos candidatos.


Por quê o PSTU não coligou com o PSOL?
Marcos Silva - Seria muito importante essa unidade, mas o PSOL foi ganho para um projeto pessoal do Haroldo Sabóia, então não deu para unirmos a esquerda na defesa de um projeto classista e socialista. Tudo bem, continuaremos a carregar essa bandeira sozinho. Veja só o ditado popular: “antes só que mal acompanhado”. Isso é realmente uma lição, muitos deveriam levar em consideração.


Como o PSTU recebeu o ingresso de ex-militantes e dirigentes do PSOL, liderados pelo professor Paulo Rios?
Marcos Silva - Para nós nos reencontramos na luta política com valorosos companheiros que militamos juntos no PT quando esse ainda não era uma legenda alugada para o Sarney. Sem dúvida alguma é magnífico tanto Paulo Rios, Saulo Arcângelo, Kátia Ribeiro e outros que vieram do PSOL, são companheiros que tem uma vida dedicada à luta dos trabalhadores e trabalhadoras sem terem por traz interesses pessoais. Eles fazem juntos com os nossos antigos militantes nosso partido ficar mais forte e por consequência a luta pelo socialismo.