sexta-feira, 28 de junho de 2013

100 mil voltam a tomar as ruas em Belo Horizonte e a Polícia Militar faz novas vítimas

 
Eles tentaram... O prefeito Márcio Lacerda cortou as linhas de ônibus de vários bairros da periferia e decretou, na tarde de terça feira (25), feriado municipal para o dia seguinte. A Polícia Militar fez várias ameaças públicas aos manifestantes, pediu para que os pais não deixassem seus filhos saírem às ruas, o comandante do policiamento de Belo Horizonte, Coronel Cláudia Romualdo, afirmou no Twitter: "quem sair às ruas na quarta estará cometendo suicídio”.
 
Apesar de tudo isso, na tarde desta última quarta-feira (26) cerca de 100 mil pessoas pararam a capital com mais uma gigantesca marcha. O ato teve concentração na Praça Sete por volta de meio-dia e depois seguiu pela Avenida Antônio Carlos, rumo ao estádio Mineirão. Os gritos e cartazes inundaram BH contra os gastos com os com a Copa, por mais investimentos em áreas sociais como saúde e educação, pela redução das tarifas de ônibus, pela ampliação do metrô e o passe livre estudantil.
 
Os movimentos de trabalhadores organizados participaram em peso da marcha. Estiveram presentes o Sind-REDE (rede municipal de educação), o Sindibel (servidores da PBH), o Sind-UTE (rede estadual de educação), o Sind-Saúde, o Sind-Eletro (eletricitários), o Sindpol (policiais civis em greve), Federação Democrática dos Metalúrgicos, MST e as centrais sindicais CSP-Conlutas, CTB e CUT Minas. Até mesmo a Vallourec & Mannesmann, fábrica de tubos de aço localizada na região do Barreiro, fechou as portas. O medo era que os operários aderissem ao dia de luta.
 
A participação dos trabalhadores da saúde foi uma demonstração de solidariedade. Cerca de 200 servidores da saúde municipal organizados pelo Sindibel participaram da marcha de branco, atendendo voluntariamente os feridos pela repressão policial.
 
A Polícia Militar faz novas vítimas
Um ato gigantesco, que contou com a participação dos mais diversos setores populares, reunindo trabalhadores, estudantes, aposentados, mães e pais com seus filhos, idosos, deficientes físicos, dentre outros, terminou com a Polícia Militar cumprindo o prometido: reprimindo brutalmente os manifestantes com uma violência completamente desproporcional. Mais dois manifestantes, tentando fugir dos disparos e das bombas da polícia, caíram do Viaduto José de Alencar.
 
O jovem metalúrgico Douglas Henrique de Oliveira de apenas 21 anos foi mais uma vitima da Polícia Militar,  do Governador Antônio Anastasia (PSDB) e da Presidente Dilma Rousseff (PT), que enviou a Força Nacional de Segurança para auxiliar na repressão aos manifestantes. Não é uma coincidência, nem um trágico acidente. O viaduto fica bem próximo à barreira militar colocada para impedir o acesso ao "perímetro de segurança" da FIFA.
 
A imprensa dos ricos manipula os fatos
A grande imprensa mostra os fatos de maneira completamente distorcida com o objetivo dividir a opinião pública. Os telejornais, as rádios e os veículos impressos focam toda a cobertura nos momentos de violência e nas ações de depredação às grandes concessionárias e agência bancárias. Todos sabem, e até a própria PM já admitiu, que existem policiais à paisana infiltrados entre os manifestantes. Eles atuam para criminalizar ativistas, provocar conflitos entre os próprios manifestantes e para incitar a violência. 
 
Durante a manifestação, no momento em se iniciavam os conflitos, o carro de som dos movimentos sociais que ajudava a organizar a manifestação foi atacado por um grupo de provocadores, o que fez a manifestação se dividir.
 
A primeira violência em todas as manifestações vem por parte da policia e do Estado que cerceiam a população de usufruir de espaços da cidade. O “território da FIFA”, como ficou conhecido, é um ataque direto aos direitos dos jovens e trabalhadores de BH, em favor de interesses privados e da elite do país. Por isso, não podemos aceitar a forma como a mídia vem tratando as mobilizações, dando foco às ações violentas e ignorando as reivindicações do movimento.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

OPLEBISCITO ELEITORAL PODE SER UMA FARSA


   As lutas no mundo inteiro estão provando que quando os trabalhadores, a juventude e setores da classe média lutam para muda sua vida sem um programa social definido ou quando aposta todas as suas fichas na solução dos problemas nas daqueles que eles mesmos reclamam o avanço é mínimo. Também é verdade que a classe dominante, nos momentos de crise, sempre apresenta propostas que a façam perder somente os anéis para deixar os dedos intactos.
                Penso que esses elementos podem estar em curso. Na reunião com sindicalistas foram reapresentadas várias propostas como Redução da Jornada de Trabalho, fim do Fator Previdenciário, fim dos leilões das reservas de petróleo, etc. Tal reunião só aconteceu, pois o governo tenta evitar a greve geral convocada, por todas as centrais para o dia 11 de julho. Ao sair desta reunião o Sindicalista Pelego e Deputado Federal pelo PDT Paulinho Pereira disse que Presidenta Dilma estar somente jogando para a plateia.

                Outro clamor das ruas que pode não ser atendido, como se espera, é a tal reforma politica eleitoral. As principais propostas apresentadas, na visão deles, serão levadas a um plesbicito apenas consultivo, o que implica dizer que os Deputados e Senadores não serão obrigados a se submeterem ao resultado que virá das urnas.

                Além do mais algumas propostas que venham democratizar mais a disputa eleitoral me parecem que estão longe de acontecer. Por exemplo, em relação ao tempo de TV acho que o tempo para as candidaturas majoritárias deveriam ser divididos por igual apenas para os partidos que encabeçam a chapa (Presidente, Governador ou Prefeito), isto já restringia a criação de partidos que são utilizados apenas para vender seu tempo de televisão; outro elemento importante seria acabar com a restrição da participação, em debates nos meios de comunicação, a partidos que não tenha representação parlamentar; também deveria ser obrigatório a todos os candidatos majoritários a participarem em debates eleitorais sob pena de ter sua candidatura indeferida.
                Um dos principais jurista envolvido na Reforma Eleitoral é o Maranhense Marlon Reis. Os Movimentos Sociais do nosso Estado devem urgentemente organizar um debate publico com o nosso jurista e poeta para que ele possa detalhar melhor o projeto que estar sendo proposto e sua impressão sobre esse Plebiscito, já que ele participou da reunião, sobre o tema, com a presidenta Dilma.
(revisado as 08:47h da mesma data)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"OPORTUNISMO NÃO É LEVANTARA AS BANDEIRAS, MAS AO CONTRÁRIO, ESCONDÊ-LAS".

Escrito pelo Professor e Militante do PSTU Valério Arcary

 
Os símbolos são menos importantes que as ideias. É verdade. Não é uma questão de princípios levantar bandeiras em todos os atos. É uma escolha tática, portanto, em última análise, depende da correlação de forças. Debaixo de uma ditadura não levantamos bandeiras, senão seremos presos. E só idiotas agem sem medir a consequência de seus atos. Não somos nem gente teimosa, nem obtusa. Mas há uma questão de princípios envolvida na polêmica sobre baixar ou não as bandeiras.
Queremos apresentar nossa opinião, com franqueza, para toda a esquerda e, em especial, para os mais jovens. Sabemos que têm dúvidas. É razoável ter dúvidas. Afinal, são milhares gritando “sem partido!” e isso impressiona. Mas é bom saber que a luta política é quase sempre assim, difícil, porque é contra a maioria.
Quando estamos diante de grandes mobilizações de massas, com milhares de pessoas, em condições de liberdades democráticas, em que não seremos presos pela polícia, não é somente um direito, mas, também, um dever dos socialistas levantar as suas bandeiras. Muitos concordam conosco que é um direito, o direito elementar à liberdade de expressão, mas discordam que é um dever. Queremos explicar porque é um dever. Nossa opinião é que oportunismo não é levantar as bandeiras, mas o contrário, escondê-las.

Os revolucionários podem e devem usar os métodos conspirativos contra a polícia, os patrões, e todos os inimigos para se proteger. Em condições adversas, entramos na clandestinidade, se necessário. Mas, ainda nessas condições extremamente difíceis, com as mediações de segurança necessárias, não escondemos pelo que lutamos diante dos ativistas. E o fazemos porque os socialistas têm o dever de não se esconder do proletariado.

O que nos faz agir assim é simples: a honestidade política nos obriga a dizer quem somos, e qual é o nosso programa. Sabemos que o proletariado não concorda, atualmente, com o projeto da revolução brasileira. Sabemos que hoje estamos em minoria. Mas só poderemos ser maioria, um dia, quando se abrir uma situação revolucionária, se tivermos a coerência e honradez de defender o programa enquanto formos, paciente, porém, corajosamente, uma minoria. Confiamos no proletariado e na sua vanguarda, porque é com eles que queremos fazer a revolução brasileira. Confiamos nos trabalhadores, até quando eles mesmos não confiam em si próprios. Queremos mudar o mundo, mas, para isso, é preciso mudar as pessoas. Mudar as pessoas é fazer política, e a luta política é uma luta educativa.

Somos honestos, e dizemos quem somos e pelo que lutamos. E isso não é fácil. Porque, a maior parte do tempo, defendemos ideias revolucionárias em situações políticas em que a maior parte dos trabalhadores não concorda conosco. Seria mais fácil nos adaptarmos, e dizer somente aquilo que a maioria, nas fábricas e escolas, quer ouvir, porque já concordam. Queremos ser um instrumento de organização para que eles, trabalhadores e jovens, possam lutar e vencer contra o capitalismo. Não escondemos nossa identidade, não nos mascaramos atrás de siglas obscuras e mutantes, não apresentamos nossas ideias pela metade. Não queremos o apoio fácil, não queremos ser votados sem que os trabalhadores saibam em quem estão votando. Não somos oportunistas, somos honestos.
Não o fazemos porque queremos “aparecer”. Não somos uma marca que precisa de publicidade. Não estamos vendendo nada. Estamos defendendo um programa. Não somos surfistas das lutas, somos parte, lado a lado, dos agitadores e organizadores das lutas. Quem esteve nas greves e lutas dos últimos quarenta anos pode não concordar conosco, mas não pode negar nossa dedicação, honestidade e coragem. Já tivemos erros (e quem não teve?), mas sempre estivemos do lado certo das barricadas. Sempre estivemos ao lado dos trabalhadores, da juventude, dos explorados e oprimidos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

ESTOU DENUNCIANDO! URGENTE - LEIAM TODOS - O BRASIL CORRE RISCO!


         Meu nome é Márcio Hiroshi. Sou membro do Movimento Integralista há 5 anos. Sempre acreditei no Integralismo como forma de mudar o país. Mas o que venho narrar aqui me fez refletir e romper com o Movimento.

A Esquerda simbolo da Bandeira dos Integralistas e a Direita a do Nazismo.


         Desde que as manifestações c omeçaram temos nos reunido todos os domingos para traçar rumos de ação de nosso movimento. A ação é pautada em TUMULTUAR, EXPULSAR OS PARTIDOS DE ESQUERDA E ACABAR COM AS PASSEATAS PROMOVENDO A DESORDEM. Por que isso? Para acabar com as mobilizações dirigidas pela esquerda.

       Neste último domingo, as posições definidas pelo grupo me fizeram sair e denunciar o que está havendo. Como prova da veracidade dos fatos estou divulgando fotos e nomes de meus comandantes.

1 - Os integralistas estão desde os primeiros dias nas passeatas.
2 - A linha de atuação do grupo é TUDO PELO BRASIL, retirar as bandeiras dos partidos de esquerda e prevalecer a do Brasil.
3 - Nas manifestações gritar SEM PARTIDO e expulsar os partidos de esquerda.
4 - Há um núcleo político e um núcleo de ação.
5 - O núcleo político inicia a agitação e o núcleo de ação intervêm batendo nos militantes.
6 - Há o movimento fortemente organizado em São Paulo, Rio de Janeiro, Por to Alegre, BH e outras cidades.
7 - O objetivo é acabar com as passeatas, sempre tumultuando.
8 - Nas reuniões somos ajudados por pessoas do serviço reservado da PM e por dirigentes do PSDB, DEM e outros deputados e vereadores (depois direi nomes e fotos). Estes partidos nos financiam.
9 - Em São Paulo os carecas de SP e Carecas do ABC são pagos para nos ajudar a bater e a gerar grande desordem. Eles são do núcleo de ação.
 De início eu participei ativamente do núcleo de agitação. Estava em São Paulo (onde moro) e todos íamos sempre para outras cidades, pois as datas não eram conflitantes.
O que me fez sair do grupo? As ações previstas agora estavam sendo muito violentas, onde teve gente que quebraram o braço, machucaram bastante.
 Meu chefe de agitação é Marcelo Coradassi Eiras (https://www.facebook.com/marcelo.eiras.180). Ele aparece nas fotos à direita, onde estamos em Anauê. Em breve irei revelar mais nomes e endereços de todos.
      Estou publicando as fotos de nossa reunião ocorrida sábado e domingo em SP e Rio. No domingo, na parte da manhã fomos bater fotos no Viaduto do Chá. Nas fotos estão apenas o núcleo de agitação. O núcleo de ação está atrás de quem tira a foto, pois não queríamos que os carecas aparecessem.
        Nas passeatas o núcleo de ação está sempre com a máscara do mascarado do filme V, o anonymous. Nosso grupo tem influência em diversas páginas do Facebook, incluindo esse, onde revelarei todas em breve.
       Também falarei de nosso financiamento e de quem recebe dinheiro, pessoas, páginas do Facebook, etc.
     Em breve mais informações, pois quero que todos divulguem ao máximo o que está ocorrendo. Neste momento sou jurado de morte e não sei o que fazer par a me proteger. Tenho 43 anos e fiz a minha parte do que considerei errado.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

IRONIAS DA HISTÓRIA


 

                Entre as várias aberrações ditas por alguns Apartidários honestos e por todos Apartidários desonestos, para tentar justificar porque nossas bandeiras não devam ser levantadas, é que nós somos manipuladores.

                Fiquei pensando se isso fosse verdade então somos péssimos manipuladores, pois nas últimas ELEIÇÕES parte dessas pessoas diziam que não votariam no PSTU pelo fato de nós não termos propostas e QUE, nos programas eleitorais, apenas denunciamos a corrupção e que nossa única proposta era risível: SÓ A LUTA MUDA VIDA!
                Agora as pessoas estão LUTANDO PARA MUDAR A SUA VIDA e nós que sempre os manipulamos com nossa palavra de ordem SÓ A LUTA MUDA A VIDA somos seus inimigos e os seus amigos são a REDE GLOBO, NEONAZISTAS, FASCISTAS, todos travestidos de nacionalistas.

                Conclusão, nós do PSTU temos que fazer AUTOCRÍTICA manipulamos errados o povo quando não explicamos a ele que a nossa vida não muda quando lutamos com a bandeira dos inimigos, mas sim ao lado dos trabalhadores da juventude, dos sem-terra, sem teto e contra o CAPITALISMO, rumo a uma sociedade igualitária, solidária, O SOCIALISMO.

               

domingo, 23 de junho de 2013

NÃO DEIXE QUE SARNEY E SUA GANGUE CONTROLE O MOVIMENTO AQUI NO MARANHÃO

   Texto do Professor Hertz Dias -militante do QUILOMBO URBANO e LUTA POPULR
 Você sabia como surgiu esse fantástico movimento que se espalhou pelo país? O que defendiam seus coordenadores? Contra quem lutavam? Pois bem, o VEM PRA RUA foi uma iniciativa de diversos movimentos de São Paulo, sobretudo do Movimento Pelo Passe Livre (MPL).

 Esses movimentos lutavam diretamente contra o aumento das tarifas de ônibus, portanto, diretamente contra os prefeitos e governadores ligados a partidos como PSDB, PMDB, DEM, PT, PSB, PPS e muitos outros partidos  de direita que usam os serviços públicos para dá lucro aos empresários. Por outro lado, esses movimentos nunca se opuseram a que partidos de esquerda como PSTU, PSOL e PCB levassem suas bandeiras aos atos. Pelo contrário, representantes desses partidos estiveram nas primeiras reuniões que organizaram essas mobilizações em São Paulo.
 

ENTÃO, DE ONDE PARTE A AGRESSÃO CONTRA OS PARTIDOS DE ESQUERDA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS?

Aproveitando da influência que tem na mídia burguesa e no parlamento, esses partidos de direita passaram a dirigir muitos atos no Brasil que seriam contra eles próprios; são espertos não?. Aproveitaram do justo sentimento contra os partidos de direita que parte da população tem para apregoar o antipartidarismo. O alvo é justamente aqueles partidos de esquerda que sempre estiveram na luta dos trabalhadores e da juventude. Tentam insuflar a população a odiar os partidos de esquerda que ajudaram a construir tudo isso. Até os movimentos que iniciaram essa luta estão sendo agredidos por essa corja em diversas cidades brasileiras.

SE O QUE NOS UNE É O DESEJO DE LIVRAR O MARANHÃO DA FAMILIA SARNEY, NÃO DEIXE QUE ELES NOS DIVIDAM.

 No Maranhão alguns bandidos financiados pelo PMDB, PSDB, PSB se infiltraram em nosso meio para dividir o movimento e para tirar a sarneyzada do foco das denúncias. Detonam mais os partidos de esquerda do que os governos por que são capachos da direita para controlar o movimento. No ato do dia 19 de junho, quarta feira,  tiveram a cara de pau de queimar uma faixa do PSTU que dizia “Fora Sarney” e ainda ajudaram a polícia a impedir que nosso carro de som subisse a rampa do Palácio dos Leões.

 O direito de não ser de partido e até contra partido é legítimo, mas o direito de ser de partido, que conquistamos com muita luta, é igualmente legitimo. Os ricos acham que só eles podem ter o direito de se organizar em partidos e como estão desmoralizados tentam jogar todos na vala comum.  As bandeiras de nossas organizações não são como as deles, as nossas não estão manchadas com a lama da corrupção e é por isso que temos orgulho em empunhá-las.

NÃO DEIXE QUE BANDIDOS PAGOS POR JOÃO ALBERTO, ROBERTOS COSTA E ROSEANA SARNEY COLOQUE PALAVRAS DE ORDEM FACISTAS EM SUAS BOCAS.

sábado, 22 de junho de 2013

ONDE SE UNEM E SE SEPARAM APARTIDÁRIOS E PARTIDÁRIOS


 
"A história sempre se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”... de Karl Marx.

Onde a maioria dos Apartidários se unem com a maioria dos Partidários; e onde a minoria dos Partidários tem acordo com os Apartidários e onde se separam Partidários e  Apartidários entre si?

       Hoje me propus a escrever sobre os acontecimentos atuais. Sei que não é de fácil entendimento nem para o escritor e, é ainda, maior para o receptor. Essas dificuldades acontecem por vários motivos, mas eu apontaria dois básicos. Primeiro, na sociedade em que vivemos somos preparados para entender e viver o presente, nos preparar para o futuro e negar o passado. Segundo, as ideias contrárias entre si, que são captadas da realidade, diferente das coisas físicas, andam juntas por muito e, para muitos (pelo produto do primeiro argumento), parecem que são novas. Ademais, a coisa física que não serve mais para o momento presente eu posso guardar em um museu, já as ideias não.

            Por exemplo, a carruagem com rodas de ferro jamais voltará a conviver com os modernos automóveis e, se alguém deseja vê-la terá que recorrer ao museu. Mas, por exemplo, é comum as pessoas dizerem que todo homem é mal por natureza e outros  discordam dizendo que não é, os homens nascem bom e a sociedade os transformam. Os dois acham que estão dizendo algo inédito e original, quando na verdade estão defendendo ideias já formulada no passado  pelos filósofos Thomas Hobbes e Jacques Rousseau.       

No meio desta crise algo parecido está acontecendo. Veja o editorial do Jornal o Globo do dia 3 de abril de 1964, dois dias após o Golpe Militar que eliminou fisicamente vários brasileiros e brasileiras:



Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem.

Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.

Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais.

        A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País. (Jornal o Globo, Edição de 3 de Abril de 1964)

 

Como vemos, o Editorial no seu conteúdo exacerba o Apartidarismo, o Nacionalismo e a da defesa da Ordem e do Progresso expresso na  Bandeira do Brasil. E os brasileiros que discordaram disso, ou foram mortos, expulsos do país, ou tiveram que ficar calados. Os que concordaram foram agraciados, a exemplo do dono do Jornal o Globo, Roberto Marinho, que ganhou um canal de televisão um ano depois: A REDE GLOBO.

A partir de então, os Militares proibiram todos os partidos, verdadeiramente de esquerda, de levantarem suas bandeiras em qualquer espaço do território brasileiro. No entanto, permitiram aos partidos de direita continuarem a existir na sigla ARENA (DEM, PSDB, PPS) e, para disfarçar, aceitou uma pseudoposição com o nome de MDB (atual PMDB). No momento atual, vários elementos da época se repetem. A Rede Globo continua orientando a grande maioria como proceder nesse momento e estão restringindo a existência dos partidos verdadeiramente de esquerda.

Outro elemento que se repete na atualidade é o debate entre Apartidários versus Partidários. Vou tentar esclarecer onde eles se unem e onde se separam, apesar de serem todos brasileiros, mesmo que alguns Apartidários tentem negar.

Todos Apartidários (incluindo os honestos Anarquistas) e uma minoria dos Partidários (PSTU, PCO, PCB e PSOL) tem acordo que a saúde, a educação, o transporte, a moradia, etc, vão mal e dificultam a vida da maioria do povo brasileiro. Também, têm acordo que os poderes que sustentam a sociedade burguesa (Executivo, Legislativo e Judiciário) não atendem aos interesses da maioria do nosso povo. Enquanto, a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel) de conteúdo, não desaprova tal política.

Por outro lado, a maior parte dos Apartidários (menos os Anarquistas) junto com a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel) tem acordo que as instituições da República devem ser mantidas e que precisa apenas ser REFORMADAS, o mesmo discurso de 1964, em que pese a maioria dos Partidários da época também serem defensores de Reformas, mas com outra visão.

Outro elemento a considerar é que enquanto a maioria dos Apartidários defende a manutenção dos principais poderes da Republica e que os mesmos sejam apenas reformados, a minoria dos Apartidários (Anarquistas) defendem o fim desses poderes e inclusive, acham que devem ser destruídos fisicamente, por isso depredam os prédios aonde esses poderes existem e, assim, passam a ser chamados pela maioria dos Apartidários e  Partidários de Vândalos.

Já a minoria dos Partidários (PSTU, PCO, PCB e setores do PSOL) acha que os poderes não devem existir, mas entendem que a destruição dos seus prédios físicos de imediato não vai transformar a realidade e, além do mais esses prédios públicos podem ser usados no futuro como escolas, hospitais, etc.

Ou seja, a grande maioria dos Apartidários e a minoria dos Partidários tem como principal divergência a maneira de se organizar, entretanto os fins são comuns, objetivam a melhoria da condição de vida da classe trabalhadora.

Já a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel) e a minoria dos Partidários (PSTU, PSOL, PCB, PCO) possuem diferenças profundas, marcadas principalmente pelo conteúdo de classe, enquanto a maioria dos Partidários (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel), ainda que se difiram na tática, estão fazendo política para favorecer o Latifúndio, Banqueiros, os Empresários dos Transportes, etc,  a minoria dos Partidários (PSTU, PSOL, PCB, PCO) está ao lado da Classe Trabalhadora e apontando para uma ruptura do capital e a construção do socialismo.

 Neste sentido, uma grande maioria dos Apartidários (menos os honestos Anarquistas) ao apontarem como inimigos os Partidários minoritários e os movimentos sociais, aponto de os agredirem, acabam sendo, mesmo que não queiram partidários da maioria (PMDB, DEM, PT, PSDB, PCdoB, PPS, PSB e outras legendas de aluguel).

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Não deixem abaixar as bandeiras vermelhas


Escrito pelo Professor e miltante do PSTU Valério Arcary

“A liberdade é sempre a liberdade para o que pensa diferente.” (Rosa Luxemburgo)

“Liberdade é o direito de estar errado, e não de fazer errado.” (John Diefenbaker)

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.” (Albert Einstein)

De repente, tudo mudou. Nas manifestações de ontem, segunda, 17 de junho, aconteceu algo excepcional, algo de inusitado e heroico, que remete ao extraordinário, ao imprevisto, ao grandioso. Bonita, magnífica, majestosa, em São Paulo, no Rio de Janeiro, e pelo Brasil afora, a juventude saiu às ruas e fez tremer a Avenida Paulista e a Rio Branco, fez tremer os banqueiros, fazendeiros, empreiteiros, fez tremer os comandos das Polícias Militares, os governadores, prefeitos, deputados e até o último dos vereadores. Ontem, toda a ordem econômica, social e política que preserva o Brasil como um dos países mais injustos do mundo tremeu. Eles não podiam ir dormir. Tinham que procurar uma explicação. Porque eles precisavam entender porque são desprezados.

Foi surpreendente, mas sabíamos que teria que acontecer, que estava no horizonte, pelo que esperamos por vinte anos; esperamos, alguns, uma vida inteira. O que tinha sido, até então, em quatro passeatas corajosas em São Paulo, um protesto contra o aumento das passagens, se agigantou em manifestação política nacional e, de repente, tudo mudou. O capitalismo brasileiro, que estava comemorando as suas grandes obras, os seus estádios, suas hidroelétricas, foi para a cama de olhos arregalados, assustados.

Mudou porque esta geração da juventude, a mais escolarizada da história do Brasil, os desaprova, os condena, os odeia. Pior e mais importante que tudo, temem que a juventude esteja somente abrindo a porta para a entrada em cena da classe trabalhadora. Se os milhões de assalariados, que fazem o Brasil ser um dos países periféricos com um dos maiores proletariados do mundo, entrarem na briga, o que vai estar em disputa não será somente a anulação do aumento das passagens. Esta aliança da classe trabalhadora com a juventude é a maior força social que existe. Foi assim nas Diretas. Foi assim no Fora Collor.

Por que mudou? Mudou porque éramos muitos, éramos centenas de milhares, e isso faz toda a diferença. Mudou porque eram milhões que nos apoiavam. Mudou porque aqueles que não saíram nas ruas, ontem, virão nas próximas. Mudou porque nossos inimigos se calaram, silenciaram, roendo as unhas. Mudou porque aquilo que é justo merece vencer. A alegria tomou conta das ruas e o medo tomou conta dos palácios. Eles gemeram, e nós cantamos. Andamos, gritamos e cantamos, com deve ser. Aliás, como andamos em São Paulo! Muitos cartazes maravilhosos: “Se o povo acordar, eles não dormem!” “Não adianta atirar, as ideias são à prova de balas!” “Não é por centavos, é por direitos!” “Põe a tarifa na conta da Fifa!” “Verás que um filho teu não foge à luta!” “Se seu filho adoecer, leve-o ao estádio!” “Ô fardado, você também é explorado!”

Mas, se apareceu o que existe de mais generoso, valente e solidário no coração da juventude, apareceu, também, o que existe de ingênuo, confuso e até reacionário. Não foi tudo progressivo. Apareceram jovens embriagados de nacionalismo, embrulhados na bandeira nacional, e cantando “sou brasileiro com muito orgulho e muito amor”. O nacionalismo é uma ideologia política perigosa. Só é positivo quando defende o Brasil do imperialismo. Acontece que não parecia que os que cantavam o hino estavam de acordo em exigir a anulação dos leilões de privatização, portanto, de desnacionalização do petróleo do pré-sal.

Alguns destes jovens fizeram ainda pior. Avançaram sobre militantes de esquerda e suas bandeiras. Atacaram as bandeiras do PSOL, do PCB e do PSTU. Por sorte, não aconteceu uma tragédia: porque a militância da esquerda tinha o direito e a disposição de defender suas bandeiras, a qualquer custo, e poderia ter se precipitado uma pancadaria séria, com feridos.

Gritar “sem violência” não é o mesmo que gritar “sem partidos”. Quando gritamos juntos “sem violência” estamos denunciando a presença de provocadores infiltrados da polícia que querem oferecer um pretexto para a repressão. Não estamos condenando o direito legítimo à autodefesa, um direito inalienável, que qualquer um aprendeu no jardim de infância. Estamos tentando impedir que nossas manifestações sejam destruídas pela repressão, e que esta repressão consiga ganhar apoio do povo contra a juventude. As televisões usaram e abusaram de imagens de uma estação de metro depredada. O povo que trabalha é contra a destruição do metro. Foi isso que Alckmin tentou fazer, por quatro vezes, manipular a população acusando a juventude de vandalismo, e foi derrotado.

Gritar “sem partidos”, contra a esquerda, é muito diferente. Que uma parcela de juventude ingênua tenha profunda repugnância pela política, que associe toda a esquerda ao PT, o PT à corrupção, e o Haddad ao aumento, embora seja superficial, portanto, meia verdade e meia mentira, é compreensível. Que grupos reacionários, nacionalistas, que estão contra o governo Dilma pela ultradireita, que odeiam a esquerda porque ela representa o projeto coletivista e igualitarista da classe operária, aproveitem da confusão de uma manifestação com muitos milhares para expressar seu ódio de classe, insuflados por Jabor da Rede Globo, é previsível. Que alguns pequenos núcleos de inspiração anarquistas – não todos, vale ressalvar! – ainda insistam na divisão do movimento, querendo impor pela força dos gritos sua ideologia, é antidemocrático, divisionista, portanto, lamentável.

Mas o que aconteceu em São Paulo, no Rio de Janeiro e Salvador foi diferente, e muito, muito mais grave. Foi parecido com o Cairo, onde a Irmandade Muçulmana tentou impedir a esquerda de se apresentar publicamente.

O que aconteceu foi que jovens de rosto coberto, mascarados, alimentando a ilusão de que a intimidação física é o bastante para vencer na luta política, foram a linha de frente de um ataque covarde, quando estavam, acidentalmente, em maioria, e tentaram derrubar as bandeiras vermelhas. Não conseguiram fazê-lo, nem no Rio, nem em São Paulo, mas conseguiram em Salvador.

As lutas são apartidárias, mas não são monolíticas, são plurais. À exceção dos reacionários, marchamos todos juntos, não importa a ideologia, pelas reivindicações comuns que nos unem. Cada um abraça sua ideologia, seu programa e, se quiser, um partido. Sim, porque na vida, é preciso, mais cedo ou mais tarde, tomar partido. Mas, dentro do movimento ninguém pode impedir os outros de apresentar sua identidade, ou de expressar sua posição. O antipartidarismo, mais grave quando se dirige contra a esquerda socialista, é uma ideologia reacionária e tem nome: chama-se anticomunismo. Foi ela que envenenou o Brasil para justificar o golpe de 1964 e vinte anos de ditadura.

O PSTU vai empunhar suas bandeiras. O PCB e o PSOL certamente farão o mesmo. E os honestos anarquistas, aqueles que sabem que nenhuma aliança com a direita anticomunista é correta, com certeza terão a coragem de desfraldar suas bandeiras libertárias. Não deixem abaixar as bandeiras vermelhas. Foram os melhores filhos do povo que derramaram seu sangue pela defesa delas.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Anarquismo e socialismo: o individual e o coletivo nas mobilizações de massas

Henrique Canary do site do PSTU
 
Certa vez, Margaret Thatcher, a primeira-ministra mais odiada da história da Inglaterra, afirmou: “Não existe essa coisa de sociedade, o que há e sempre haverá são indivíduos.” Diante de nossos olhos, em uma única frase, vemos resumida toda a filosofia neoliberal, reacionária e burguesa que domina o mundo há quase três séculos. Desde que o capitalismo existe, as classes dominantes e seus pensadores tentam nos convencer exatamente desta ideia: a de que os meus interesses como indivíduo são opostos aos interesses da sociedade como um todo. E quando esses interesses entram em conflito, o que deve prevalecer são os interesses individuais, mesmo em detrimento de toda a sociedade. É a filosofia perfeita para justificar a propriedade privada e o lucro individual.

Assim, a necessidade de “manter as vias livres” para que carros particulares possam circular é a justificativa mais importante para a repressão exercida pela PM de São Paulo durante os atos contra o aumento. Não importa se são 12 mil nas ruas por uma causa justa. O que importa é que os indivíduos devem poder passar com seus carros. A luta dos movimentos sociais sempre foi por romper com essa lógica: por organizar os explorados e oprimidos; dar a eles a noção da igualdade de seus interesses; estruturar suas forças; dar estabilidade, continuidade e alcance à sua luta; combater a ideologia liberal-individualista.

Liberalismo burguês: a verdadeira filosofia do anarquismo
O anarquismo é hoje uma força influente nos movimentos contra o aumento das passagens em todo o país. Sua ideia central é a defesa de um movimento “horizontal”, formado apenas por “indivíduos”, sem partidos ou sindicatos, sem qualquer organização, estrutura e estabilidade. Essa ideia parece muito boa, mas é muito ruim. O movimento contra o aumento precisa da classe trabalhadora para vencer, precisa atrair os movimentos sociais organizados, e é justamente aí que a “horizontalidade” e a “individualização” do movimento exibem seus limites.

Gostemos ou não, a dura realidade é que os trabalhadores são explorados, oprimidos e alienados pelo capitalismo. Por isso, quando dispersos em “individualidades”, os trabalhadores podem muito pouco, ou quase nada. Um “indivíduo” trabalhador, sozinho, não conquista um aumento salarial, não enfrenta o patrão, não pára uma fábrica, não ocupa uma rua ou uma praça, não coloca a linha de produção para funcionar. Tudo o que os trabalhadores fazem – seja no trabalho ou na luta econômica e política – o fazem de maneira coletiva e organizada. Só podem fazer assim porque isso é da natureza de sua classe. Somente quando se organizam e se submetem conscientemente à disciplina de um coletivo, quando entrelaçam seus braços em um piquete e resistem coletiva e disciplinadamente à investida dos fura-greve – somente aí é que os trabalhadores começam a adquirir algum “poder”, alguma liberdade.

A “liberdade individual”, tal como defendida pelo liberalismo e pelo anarquismo, pode ser uma boa ideia para as classes médias da sociedade. São elas que lutam pela própria sobrevivência de modo sempre individual, com seus pequenos empreendimentos comerciais e empregos competitivos. Mas para a classe operária, as coisas são diferentes. A força dos trabalhadores está em sua organização, mais do que em seu número ou em suas individualidades.

Por isso, o surgimento de simples sindicatos só foi possível historicamente graças a uma luta prolongada contra a burguesia. Partidos políticos operários, então – pior ainda. Se contabilizarmos a história geral de todo o movimento operário mundial, na maior parte do tempo os partidos operários estiveram na ilegalidade. Em larga escala histórica, a existência de partidos operários legais é uma exceção. O direito dos trabalhadores à organização foi arrancado a ferro e sangue e é uma gigantesca vitória sobre o inimigo de classe. E a burguesia entende isso.

No Brasil, que vive em uma “democracia” há quase trinta anos, as pessoas tem uma tendência a desvalorizar essa enorme conquista. Os partidos estão desgastados e a maioria deles abusou da paciência dos trabalhadores, é verdade. Mas não seria justo aplicar a todos os partidos a mesma medida que a burguesia quer impor aos movimentos sociais como um todo: semi-proibí-los, escondê-los, forçá-los a se manifestar apenas em situações específicas, torná-los insignificantes perante as grandes massas, desmoralizá-los. Ou não é justamente isso que a mídia e os governos tentam fazer com o movimento em geral?

O “apartidarismo”: supressão da liberdade, sob gritos de liberdade

Assim, há nos movimentos contra o aumento uma ideia que é muito difundida: a de que partidos políticos não deveriam levar bandeiras, não deveriam se manifestar em atos e passeatas. A justificativa é sempre a mesma: “a união de todos”. Mas há um problema nessa justificativa. Como “unir” todo mundo se se proíbe alguns de se manifestarem, de expressarem, por meio de uma bandeira, o que pensam do mundo e as causas que apoiam?

Ora, o movimento de massas lutou muito no passado, entre outras coisas por democracia e liberdades políticas. Muito sangue foi derramado e muitos lutadores tombaram para que houvesse hoje no Brasil um mínimo de liberdade pelo menos para fundar um partido político e levantar uma bandeira em praça pública.

Mas alguns setores anarquistas cumprem um papel verdadeiramente vergonhoso. Tentam proibir, inclusive por meio da força física, que os militantes dos partidos políticos exerçam uma liberdade elementar: a liberdade de expressão, de levantar uma bandeira, de dizer “nós apoiamos este movimento”. Não é exatamente por essa mesma liberdade que estamos nas ruas neste exato momento? Não lutamos pelo direito de poder lutar?

Suponhamos que seja proibido aos militantes de partidos políticos levantarem suas bandeiras. Afinal, nem todos os que participam da passeata são, por exemplo, do PSTU. Muito bem. Mas fica a pergunta: e se os militantes LGBT resolverem apoiar a causa e levarem suas belas bandeiras coloridas? Serão proibidos de lavantá-las? Faremos com eles o que os setores mais reacionários da sociedade fazem? Os expulsaremos da manifestação? Afinal, nem todos os que participam da passeata são homossexuais e a causa LGBT não contempla toda a passeata! Vamos agir da mesma forma que agem Marco Feliciano e Silas Malafaia? “Mas o movimento LGBT não é um partido!”, dirão alguns. Muito bem. Mas é uma causa. É uma ideia. É um sonho, da mesma forma que o socialismo. A bandeira vermelha é o símbolo deste sonho.

Ou então: se os militantes do MST levarem suas bandeiras, serão também proibidos de levantá-las? Por acaso o  MST não é também um movimento social tão organizado e legítimo quanto os partidos políticos? Ou o MTST? Ou a bandeira negra da Anarquia? Ou a bandeira lilás da luta das mulheres? Ou do movimento negro? Vamos forçar todos a baixarem suas bandeiras? Não é exatamente a diversidade de bandeira e opiniões que faz um movimento forte? Não são todos os movimentos sociais também e ao mesmo tempo movimentos políticos? Ou se há uma diferença entre esses dois tipos de movimento, quem determina quais os movimentos são puramente “sociais” e quais são “políticos”? Onde está esta fronteira tão bem definida que alguns companheiros dizem enxergar? Quem decidirá quais bandeiras baixar e quais não? Tudo isso não parece um pouco... autoritário? Não seria mais democrático e lógico admitir simplesmente que todos podem e devem levar suas bandeiras e tornar com isso a passeata tão colorida que ninguém ouse dizer que o movimento pertence a essa ou àquela organização?

Lutar contra as bombas... e as ideias do inimigo!

A ideologia “apartidária”, pregada pelos anarquistas (e muitas vezes apoiada por setores sinceros e bem intencionados do movimento) parece muito progressiva, mas é muito reacionária. É a ideologia mais conservadora que existe porque é o liberalismo levado às últimas consequências: só admite indivíduos; ignora o caráter necessariamente coletivo e necessariamente organizado das ações da classe trabalhadora. Com isso, o movimento cai no jogo malandro das classes dominantes e se enfraquece, pois expulsa de antemão da luta o ator mais importante de toda e qualquer transformação social mais profunda: a classe trabalhadora e suas organizações.

Não é à toa que os governos e a imprensa sempre se remetem ao fato de que existem, supostamente, “partido infiltrados” neste e naquele movimento. Querem fazer as pessoas acreditar que só são válidos os movimentos individuais, sem qualquer organização. Querem ver as pessoas dispersas. Se para isso usarão bombas de gás lacrimogêneo ou ideias – tanto faz. Enquanto isso, eles mesmos (os governantes e a imprensa) têm seus próprios partidos, os financiam e os protegem. Que nobres! Que sacrifício fazem! Se “sujam” com a política para que as pessoas não tenham que se sujar! Ao quererem proibir a participação de partidos nas mobilizações de massas, os anarquistas só jogam água neste moinho burguês; combatem as bombas do inimigo, mas inalam e se contaminam de suas ideias.

Além disso (e para piorar), é por terem essa visão individualista ao extremo, que os setores anarquistas são, em geral, os primeiros a romper a disciplina do coletivo. Caem nas provocações da polícia e decidem por sua própria conta realizar ações que só prejudicam a luta e desmoralizam a todos, como danificar estações de metrô, se enfrentar com trabalhadores do comércio e do transporte e um longo etc. Para os anarquistas, portanto – liberdade individual irrestrita!; para os militantes dos partidos – baixem as bandeiras! Como Luis XIV, o rei da França que dizia ser ele próprio a encarnação do Estado (“O Estado sou eu”, dizia), os anarquistas agem segundo um princípio parecido, o mesmo de Margaret Thatcher, o mesmo do liberalismo: o de que só existe o indivíduo e (vejam que sorte!) o indivíduo... sou eu!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

LANÇAMENTO CONJUNTO EM IMPERATRIZ E SÃO LUÍS DO LIVRO DE CYRO GARCIA EM JUNHO


Do blog do PSTU - MA

PSTU DO MARANHÃO fará lançamento conjunto em Imperatriz e São Luis, dias 11 e 12 de junho, respectivamente, do Livro de Cyro Garcia “PT: de Oposição à sustentação da ordem”.

O lançamento dá continuidade às discussões sobre os dez anos do PT no Governo Federal, com a pergunta: PRA QUEM ESTA ESTRELA BRILHOU?


Cyro Garcia nasceu em 1954 e em 1978 formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Concluiu o mestrado em 2000 e o doutorado em 2008, ambos em História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi fundador do PT e da CUT. Exerceu, entre 1992 e 1993, na condição de suplente, o mandato de deputado federal e em 1992 sua corrente, a Convergência Socialista, foi expulsa do PT. Participou em 1994 da fundação do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), integrando-lhe até os dias hoje. Em 2003 rompeu com a CUT e participou da fundação da Conlutas, atualmente CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular.