terça-feira, 30 de agosto de 2011

Governo anuncia aumento do superávit e cortes de mais R$ 10 bi


Do site do PSTU

Ao mesmo tempo em que tem recorde de arrecadação e lança um pacote bilionário de ajuda à indústria, o governo Dilma acaba de anunciar o aumento do superávit primário, os recursos economizados para o pagamento de juros da dívida pública. Isso implica num aumento do aperto fiscal e, nas palavras do ministro da Fazenda Guido Mantega, maior “controle de gastos”.

O governo antecipou o anúncio em reunião com representantes das centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, durante o Conselho Político na manhã desse 29 de agosto, em Brasília. Ao final da reunião, os sindicalistas informaram inicialmente à imprensa que os cortes adicionais ficariam em R$ 14 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB. A reunião foi convocada para o governo pedir a “compreensão dos movimentos sociais” para os cortes, necessários diante da conjuntura de uma provável recessão internacional.

Poucas horas depois, o ministro da Fazenda Guido Mantega realizou o anúncio oficial do aumento do superávit. 'Eu acredito que a situação pode piorar', confessou o ministro, se referindo à conjuntura internacional. Segundo o Mantega, o governo vai enviar projeto de Lei ao Congresso alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2011, que estabelece o valor do superávit primário. “Estamos propondo a elevação da meta dos atuais R$ 117 bilhões para R$ 127 bilhões” , informou Mantega. Isso representa, para o orçamento da União especificamente, um aumento de R$ 81 para R$ 91 do superávit. Uma elevação de R$ 10 bilhões na economia do governo, que se somam aos R$ 50 bilhões dos cortes recordes anunciados pelo governo no início do ano.

Preparando para a crise
Apesar das insistentes declarações de que o Brasil estava hoje mais preparado para uma crise econômica internacional, o governo não fez outra coisa em 2011 que preparar o país para uma recessão. E tomando medidas para salvaguardar os empresários e investidores, jogando os efeitos da crise nas costas dos trabalhadores.

Primeiro foi o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Depois, o reajuste pífio do salário mínimo enquanto a economia registrava crescimento acelerado e os lucros das empresas só aumentavam. Mais recentemente, o governo vetou reajuste real das aposentadorias com o valor superior a um salário mínimo em 2012.

Ao mesmo tempo em que mostra a necessidade de se ajustar as contas, a arrecadação do governo em impostos só aumenta. Em julho passado ficou em R$ 90 bilhões, valor recorde para o mês.

Para os empresários e industriais, por outro lado, o governo reserva subsídios e isenções fiscais. O programa Brasil Maior de “estímulo” à indústria, que conta com isenção da alíquota patronal do INSS para alguns setores, deve garantir um total de R$ 25 bilhões em renúncia fiscal aos empresários.


Junto com o corte adicional de R$ 10 bilhões, o governo já mandou um recado que não vai aceitar aumento nos gastos. Isso significa não conceder reajustes aos servidores públicos, barrar a PEC 300 (do piso nacional a policiais e bombeiros), a Emenda 29 que garantiria mais recursos à Saúde e o fim do fator previdenciário. Aumentar em 10% do PIB os recursos para a Educação então, nem pensar.

sábado, 27 de agosto de 2011

CARTA ABERTA A SOCIEDADE E AOS DEPUTADOS




Os Servidores da Assembléia Legislativa, organizados através do Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa-SINDSALEM, decidiram, em Assembléia Geral, reiterar sua pauta de reivindicação junto à Direção da Assembléia Legislativa do Maranhão – ALEMA, no sentido de garantir os direitos que possam melhorar suas condições salariais. Fazem parte desta pauta o imediato aumento do ticket alimentação, congelado há quatro anos, de R$ 200,00 para R$ 500,00; a aplicação do artigo 25A do atual Plano de Cargos, Carreira e Vencimento – PCCV referente ao Adicional de Qualificação; a aprovação de três resoluções que versam sobre Plano de Saúde, Ticket Alimentação e Auxilio Transportes; a retificação do atual reajuste de 5,9% do PCCV; e por último, uma nova reforma do atual PCCV com vista à sua aplicação em maio de 2012. Entendemos que essas demandas restritas a, aproximadamente, 483 servidores efetivos e estáveis, está longe de ser um entrave para o equilíbrio da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ao contrário achamos que o desequilíbrio se encontra é no o inchaço de funcionários comissionados. Se não, vejamos: dos 2050 funcionários da casa, aproximadamente, 483 são efetivos e estáveis, incluindo aí apenas 19 concursados. Dos 42 deputados cada um tem direito a 19 assessores que resulta num total de 798. Sobram então 775 em cargos de comissão, cargos técnicos dos setores de comunicação, Procuradoria, Recursos Humanos, Manutenção, etc., que deveriam ser ocupados por concurso público ou por servidores permanentes da Casa.

Da proposta orçamentária anual (2011) da ALEMA (R$ 199.888.203) a maioria é gasta com pessoal (R$ 121.305.590) e deste valor, grande parte (R$ 64.221.973), só com gabinetes dos deputados.

Dito isto, esperamos que nos próximos dias a Mesa Diretora da ALEMA receba a Direção do SINDSALEM, junto com uma comissão de base da categoria, e apresente algo de concreto que venha atender às nossas demandas e assim evitar processos judiciais e mobilizações internas e externas com formam de fazermos valer nossos direitos.

ASSINA
SINDSALEM

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Marcha em Brasília reúne 20 mil manifestantes e cobra investimentos em saúde, educação e reforma agrária



Estive em Brasilia participando da Jornada Nacional de Lutas. Fui como representante da base do SINDSALEM. Abaixo uma matéria extraída do blog da CSP - CONLUTA que explica melhor o caráter do ato:

A Marcha de Brasília, atividade convocada pela Jornada Nacional de Lutas, reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo os organizadores, com início por volta das 10h e encerramento às 13h30. Trabalhadores de diversas categorias do país participaram da iniciativa, entre eles, metalúrgicos, petroleiros, professores universitários, trabalhadores dos Correios, servidores públicos federais, mineradores, bancários, rodoviários, estudantes, além de integrantes de movimentos populares. Os manifestantes saíram do estádio Mané Garrincha e percorreram as ruas do centro de Brasília finalizando o protesto em frente ao Congresso Nacional.


Audiências – Às 11h houve audiência com o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho; às 11h30, a audiência foi com o presidente da Câmara Federal, Marco Maia. Às 19h será com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Aires Brito. Nesses encontros os representantes da Jornada Nacional de Lutas levam suas reivindicações a cada um dos órgãos.


Após o encerramento do ato pelo dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luis Carlos Prates, o Mancha, os estudantes se dirigiram para o Ministério da Educação; os integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) foram para o Ministério das Cidades realizar um protesto contra os despejos que vêm ocorrendo no país devido à construção de obras da Copa do Mundo e da Olimpíada. A Via Campesina foi para o Ministério da Comunicação. Cada setor em luta, categorias em campanha salarial, está promovendo uma atividade específica por suas pautas de reivindicações. Às 15h acontece uma plenária pelos 10% do PIB para a Educação já!



De acordo com o dirigente da Secretaria Executiva nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, a presença diversificada de categorias em luta mostrou que é possível organizar mobilizações unitárias que denunciem e apresentem alternativas à política do governo Dilma Rousseff. “É preciso que o governo deixe de governar para empresários, banqueiros e empreiteiros e atenda aos interesses dos trabalhadores do país, direcionando verbas para saúde, educação e transporte públicos, verbas para a reforma agrária”.


O protesto também exigiu o fim da corrupção no governo, e prisão e confisco dos bens dos corruptos e dos corruptores.


Segundo Barela, haverá continuidade dessa iniciativa. Nas próximas semanas acontece nova reunião das entidades que participaram a organização da Jornada Nacional de Lutas, que acontece de 17 a 26 de agosto em todos os estados do país. “O ponto alto da jornada foi a marcha em Brasília, mas antes foram realizadas passeatas, paralisações, assembléias, ocupações de terrenos e de terras e outras atividades em diversas categorias”.

Resistência Urbana ocupa Ministério dos Esportes

Cerca de 1,2 mil pessoas ocuparam às 16h o Ministério do Esporte, em Brasília. A iniciativa foi promovida pela Resistência Urbana, composta por vários movimentos sociais do país. A ocupação ocorre em virtude das ações de despejo e remoções de populações pobres das periferias das grandes cidades em locais que sediarão a Copa do Mundo de 2014. Os manifestantes denunciam o estado de exceção implantado por governos estaduais e municipais desconsiderando os direitos humanos e o direito à moradia daqueles que se encontram no caminho das obras da Copa. A Resistência Urbana também denuncia o uso do dinheiro público utilizado para construção de estádios e empreendimentos particulares financiados pelo BNDS.


O protesto nacional é organizado pela CSP-Conlutas e diversas entidades. Entre elas, MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, COBAP – Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas, Via Campesina, MTL – Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Resistência Urbana, Intersindical, CNESF – Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais, CONDSEF – Confederação Nacional dos Servidores Federais, ANDES – Sindicato Nacional, FENASPS – Federação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social, SINASEFE – Nacional, ASSIBGE – Sindicato Nacional, CPERS – Sindicato, ANEL – Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre e várias outras entidades de base de vários estados do país.


As bandeiras da Jornada Nacional de Lutas:


- Defesa da aposentadoria e da previdência pública / fim do Fator previdenciário;
- Aumento geral dos salários;
- Redução da Jornada de trabalho sem redução salarial;
- Contra os cortes do orçamento / defesa do serviço público e dos direitos sociais do povo brasileiro / Combate à corrupção;
- Suspensão dos pagamento da dívida externa e interna aos grandes especuladores;
- Em defesa da educação e da saúde pública;
- Em defesa dos servidores públicos;
- Em defesa do direito à moradia digna / Terra para quem nela trabalha, reforma agrária já;
- Nenhum direito a menos / Contra a terceirização e a precarização do trabalho;
- Contra as privatizações / Defesa do patrimônio e dos recursos naturais do Brasil;
- Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais;
- Contra o novo Código Florestal / Em defesa do meio ambiente;
- Contra toda forma de discriminação e opressão.

Fonte site da conlutas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nouriel Roubini: “Karl Marx estava certo”


Na medida em que as crise ciclicas do modo de produção capitalsita acontecem em tempos mais curtos e com mais intesidade, fica cada vez mais dificil para os economistas burgueses não reconhecerem os acertos de Marx sobre as limitações da economia capitalsita para o bem estar da humanidade. Abaixo publicamos uma matéria que trata sobre o tema:

Na avaliação de Nouriel Roubini, professor de economia na Universidade de Nova York, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente por Karl Marx há mais de um século. Roubini, que há quatro anos previu a crise financeira global diz que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

Joseph Lazzaro - The International Business Time

Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.

O professor de economia da Universidade de Nova York, doutor Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistêmico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.

Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

A crítica de Marx em vigor, agoraDentre outras teorias, Marx

argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema econômico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.

Agora, na atual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.

“Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de demanda agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.

Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma demanda agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável.

Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.

Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zumbis, bancos zumbis e governos zumbis”, disse ele.

Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas

Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do atual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).

No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão atualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência atual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.

Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o atual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.

Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a demanda, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implemented by the U.S. debt deal act.

Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egito e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem econômica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egito, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem econômica atual não está experimentando uma crise não é correto.

Fonte: http://www.ibtimes.com/articles/197468/20110813/roubini-nouriel-roubini-dr-doom-financial-crisis-debt-crisis-europe.htm

Tradução: Katarina Peixoto





domingo, 14 de agosto de 2011

Presidente do SEEB-MA, David Sá Barros, falece na madrugada deste domingo

Morre um dos nossos




SÃO LUÍS (MA) - Os diretores e funcionários do Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) lamentam com muita tristeza ao mesmo tempo em que se solidarizam com amigos e familiares do presidente do SEEB-MA, David Sá Barros, que faleceu, na madrugada de hoje (14/08), vítima de uma parada cardíaca.

De acordo com as primeiras informações, David sentiu-se mal e foi levado ainda com vida ao Hospital São Domingos. No entanto, ele não resistiu e veio a falecer por volta da 1h deste domingo.

O velório será realizado no auditório Che Guevera, na sede do Sindicato dos Bancários, na Rua do Sol, nº 413/417, no Centro de São Luís. David Sá Barros era bancário do Banco do Brasil, tinha 48 anos e deixa uma filha.

Sua trajetória no movimento sindical e como presidente do SEEB-MA ficará marcada, para sempre, como a de um homem batalhador e incansável que, jamais, desistiu de lutar pelos direitos e por melhorias para a categoria bancária.

Fonte: site do SEEB-MA

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A TODAS AS ENTIDADES, MOVIMENTOS, ATIVISTAS, LUTADORES E LUTADORAS DO MARANHÃO CHEGA DE SUFOCO!NENHUM PASSAGEIRO EM PÉ NO ÔNIBUS! TEM QUE VIRAR LEI!




O transporte coletivo no país está um caos e São Luís não é diferente. As linhas disponíveis são insuficientes, o preço cobrado da população é alto e os motoristas e cobradores sofrem muito com a exploração e a humilhação praticada pelos patrões. Os governos também são responsáveis por esta situação. Eles não cobram a melhoria dos serviços prestados porque são ligados aos empresários do setor que doam fortunas para suas campanhas eleitorais.

Diante disto, nós do PSTU Maranhão convidamos sindicatos, centrais sindicais, movimentos populares, associações de bairro e os usuários do transporte coletivo em geral para participar do lançamento da campanha "Chega de Sufoco! Nenhum passageiro em pé no ônibus!" que será realizado no Auditório do Sindicato dos Bancários no dia 11 de agosto (quinta-feira) a partir das 19 horas.

Chega de Sufoco é uma campanha por um transporte coletivo de qualidade. Reivindicamos investimento do Estado no transporte coletivo público e cobramos o aumento da frota e das linhas de ônibus e contratação de mais motoristas e cobradores.

Vamos coletar o máximo de assinaturas para apresentar o projeto na Câmara dos Vereadores!
Nenhum passageiro em pé no ônibus! Tem que virar lei! Só a luta muda a vida!

Atenciosamente,
PSTU Maranhão

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A economia mundial estremece As origens e perspectivas da crise econômica atual


EDUARDO ALMEIDA NETO - Da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista.



A crise econômica internacional voltou ao centro do noticiário. As bolsas desabam em todo o mundo. Fatos que antes eram considerados quase impossíveis se sucedem em um ritmo vertiginoso: rebaixamento dos títulos do tesouro norte-americano, ataques especulativos contra as moedas da Itália e Espanha, risco de quebra de países imperialistas.

Existe hoje uma agudização da crise econômica em curso desde finais de 2007. E a dimensão histórica desta crise pode ser sentida novamente pela gravidade dos fatos atuais.

As origens da situação atual
Tudo começou no final de 2007, com uma crise clássica da economia capitalista de superprodução e redução na taxa de lucros das grandes empresas. Logo isso se traduziu em uma queda vertiginosa na produção industrial, agravada brutalmente com uma gigantesca crise financeira. O caráter parasitário do capitalismo se manifestava em uma enorme hipertrofia financeira especulativa e um grau de endividamento inédito das famílias, empresas e estados. O sinal mais conhecido da crise foi a falência do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008. Mas era o início de algo muito mais profundo que uma crise financeira: começava a mais grave crise econômica do capitalismo desde 1929.

Essa crise, mais além de suas determinações econômicas, tinha uma explicação também na luta de classes. Estava fracassando a ofensiva imperialista desencadeada pelo governo Bush para tentar retomar o auge neoliberal dos anos 90. A invasão do Iraque se empantanava com a resistência do povo, a imposição da ALCA na América Latina não vingou, começou a resistência dos trabalhadores europeus. Isso dificultou a retomada da taxa de lucros e precipitou a crise.



O primeiro momento da crise justificava o temor de uma nova depressão mundial. Houve uma queda livre da produção industrial nos países imperialistas que se aproximavam aos de 29. Havia um claro risco de quebra do sistema financeiro internacional, com os grandes bancos imperialistas à beira da falência.

Despejando dinheiro
No entanto uma gigantesca e inédita operação dos governos imperialistas mudou o cenário: os estados entregaram cerca de 25 trilhões de dólares às grandes empresas e bancos ameaçados. Esses números são apenas aproximativos, porque na verdade ninguém sabe com clareza a dimensão real dessa ajuda. Recentemente, o Government Accountability Office (um instituto do congresso dos EUA) descobriu que o Tesouro norte-americano entregou 16 trilhões de dólares em empréstimos secretos às grandes empresas. Não se trata de pouca coisa, é mais que o PIB dos EUA sendo entregue secretamente aos grandes bancos. Não houve nenhuma crise, nenhuma prisão. É provável então que essa cifra total da ajuda chegue aos 40 ou 50 trilhões de dólares, se aproximando de todo o PIB mundial (63 trilhões de dólares).

Endividamento recorde
A ação dos governos imperialistas impediu uma nova depressão. Começou então uma pequena recuperação da economia global, que marcou uma segunda fase da crise. Mas não se resolveu a superprodução existente. Nem ocorreu a queima de capital (quebra de empresas) inevitável e necessária no curso normal das crises capitalistas. A injeção histórica de capital dos governos salvou as grandes empresas, mas agravou todos os problemas existentes. Para ser preciso, acrescentou um novo e gigantesco problema: o endividamento recorde dos estados imperialistas que foi necessário para bancar essas doações às grandes empresas. Ou, para falar de outro ângulo, se criou uma nova e gigantesca bolha financeira mundial.



A dívida federal do governo dos EUA passou de 9,2 trilhões de dólares em 2007 a 14,5 trilhões em 2011, o que corresponde a 100% do PIB. A dívida alcança nos países europeus a 63% do PIB da Espanha, 76,5% na Inglaterra, 81,7% na França, 93% em Portugal, 114% da Irlanda, 120% da Itália e 152% do Grécia. É essa bolha que está estourando agora.

Para os economistas burgueses, a crise tinha acabado em 2010. Nós dizíamos que aquela recuperação era apenas uma fase de uma onda longa depressiva da economia capitalista. Existem os que não aceitam a existência dessas ondas longas. Mas independente do nome, a realidade é que estamos perante um período longo de decadência do capitalismo que se estenderá por 10-15 anos, com períodos de recuperação curta e crises maiores. Para sair desse período, o capital terá de derrotar as lutas dos trabalhadores e impor um novo grau de exploração, para poder retomar uma taxa de lucros que possibilite abrir uma nova fase ascendente.

Ataque aos trabalhadores
A evolução posterior da economia comprovou a continuidade da crise. Começando pela Grécia e Irlanda e se estendendo rapidamente para Portugal, Espanha e Itália, os países europeus enfrentar o gigantesco déficit público em que se meteram. Como as dívidas se tornaram impagáveis, os mesmos bancos que se beneficiaram dos gastos públicos em 2008-2009 exigiram que os governos passassem a aplicar duros planos de austeridade para garantir o pagamento das dívidas. Ou seja, chegou a hora de impor que os trabalhadores paguem com cortes nos serviços sociais, aposentadorias e salários o dinheiro que os bancos receberam de graça.

O capital financeiro, fração hegemônica do capital, fez com que os estados deslocassem gigantescas somas de dinheiro para evitar a quebra de grandes empresas, como seguradoras do grande capital. O resultado é que agora está ocorrendo uma crise fiscal sem precedentes na Europa e nos EUA. E já existem estados à beira da falência, como Grécia, Irlanda e Portugal. Perante isso, esses mesmos bancos exigem a adoção de planos de austeridade que têm como principal objetivo a continuidade no pagamento das dívidas, ou seja, o repasse para eles mesmos.

Essa é a origem dos planos europeus de austeridade recentes. E é também a explicação do recente acordo Obama-republicanos.

Luta de classe em cena
A crise da dívida dos governos europeus marca uma terceira fase da crise. Nela está ocorrendo um desenvolvimento da luta de classes que não tinha surgido nas anteriores. O movimento de massas começou a entrar em cena, levando a uma polarização crescente da luta de classes.




Está em curso uma verdadeira guerra social da burguesia européia para acabar com o "estado de bem estar social", promovendo um brutal retrocesso do nível de vida do proletariado. Não está em jogo apenas o repasse dos custos da crise atual para os ombros dos trabalhadores. Já está se anunciando um novo patamar de exploração sobre o proletariado, aproximando o nível de vida dos trabalhadores europeus com os dos países semi-coloniais. Se conseguirem impor um plano de austeridade, logo virá outro, mais e mais severo.

Isso já se expressa com clareza na situação da juventude dos países imperialistas, que a cada dia vê menos condições de manter um nível de vida semelhante a de seus pais. O desemprego entre os jovens atinge em muitos países 20-25%, e chega a 40% na Espanha. Não é por acaso que a juventude tem tido um papel de vanguarda nas mobilizações da Grécia, Portugal e Espanha.

A crise da União Europeia
A crise atinge o conjunto da zona do euro. A UE não é simplesmente um acordo de livre comércio, pois inclui uma união monetária. Une desiguais ampliando brutalmente essa desigualdade, a favor dos países com indústria mais desenvolvida como Alemanha e França. Os países mais fracos estão vendo suas empresas desaparecerem, e não podem recorrer a medidas de proteção cambial (como a desvalorização da moeda) por estarem presos ao euro.


Já existia um retrocesso de países que tinham um status imperialista e caminhavam para virar semi-colônias no marco da União Européia. Esse retrocesso pode dar um salto agora em países como Grécia e Portugal. Não é por acaso que membros do Banco Central europeu se referem ao acordo da Grécia dizendo que esse país tem de renunciar a sua soberania.

Por outro lado, o conjunto do sistema financeiro está afetado. Não se trata da crise de alguns países. A crise grega afeta diretamente os bancos alemães e franceses, envolvidos nos financiamentos do estado. As crises espanhola e italiana já seriam por si qualitativas, pelo peso dessas economias.

Esse nível de ataque está levando a uma polarização social e política crescente, e a uma desestabilização de vários países europeus, ainda de forma muito desigual. Nos países mais avançados existem crises políticas de governos como Berlusconi, Sarkozy, Papandreu. Além de um ascenso das lutas dos trabalhadores e da juventude pode-se observar importantes divisões entre a burguesia. Não existe uma visão comum de como enfrentar a crise entre os governos imperialistas, e existe cada vez mais crise também nas burguesias de cada um dos países. O continente europeu entrou em desestabilização.



Na luta de classes está se jogando o desfecho da crise econômica. Caso o grande capital seja vitorioso, o proletariado europeu terá o nível de vida dos latinoamericanos, os latinos se aproximarão dos chineses, etc. Países antes imperialistas se transformarão em semicolônias. Caso os trabalhadores derrotem algum desses planos, vamos ver situações e crises revolucionárias novamente na Europa, como foram o maio de 68 francês e a revolução portuguesa.

Intensificação da crise torna mais provável uma nova recessão mundial
As bolsas desabaram na semana que passou pelo temor de uma nova recessão mundial. Em vários países, a queda anulou o crescimento do último ano, voltando a patamares de 2009.

O temor é justo. Já existia uma desaceleração da economia mundial antes da intensificação da atual da crise. Na Europa, o primeiro trimestre de 2011 mostrou crescimento importante na Alemanha (1,5%) e França (1%), com estagnação na Inglaterra (0,5%), Espanha (0,3%), Itália (0,1%) e recessão em Portugal (-0,7%) e Grécia (-4,5%). Nos EUA, o primeiro semestre de 2011, como já vimos, apresentou uma desaceleração, com crescimento de apenas 0,9% do PIB. O Japão já vivia uma retração desde o último trimestre de 2010 (-1,1%), agravado pelo tsunami no primeiro trimestre de 2011 (-3,7%).

Sobre essa desaceleração vai recair os efeitos dos planos de austeridade que são claramente recessivos. Está colocada no horizonte a possibilidade de uma nova recessão mundial. A crise da dívida dos EUA pode ter sido um marco, semelhante à falência do Lehman Brother em 2008, de uma virada em direção a uma nova recessão.

Desigualdade
Existe ainda uma desigualdade marcante, com duas velocidades na economia mundial. A China segue crescendo forte com 9,7 no primeiro trimestre e 9,5% no segundo. Não se trata de nenhum mistério, mas da continuidade da aposta do imperialismo em produzir para todo o mundo nesse país com salários baixíssimos e uma ditadura repressiva. A China não é um país imperialista ascendente, são as filiais das multinacionais que estão decidindo manter esse investimento. Isso vai seguir enquanto for possível manter as exportações para o mercado mundial e, em particular, para os países imperialistas. Durante a recessão de 2008-2009, depois de uma pequena queda, a economia chinesa seguiu crescendo. Será necessário ver como evolui agora, caso se imponha uma nova recessão mundial.

Um novo cenário
Caso ocorra uma nova recessão, a situação política já não será a mesma de 2008. Existe uma polarização da luta de classes que não existia naquela época. Isso inclui ascenso do movimento de massas em vários países europeus, além da revolução árabe. Por outro lado, existe um grau muito maior de divisão nas burguesias dominantes. O comando imperialista está golpeado pela crise política nos EUA e o enfraquecimento de Obama, além de crises em vários dos principais governos europeus.

A crise econômica vai ter uma dinâmica completamente interligada à política. Caso o proletariado europeu consiga derrotar algum dos planos imperialistas de austeridade, ou o proletariado dos EUA entrar em cena, veremos a crise econômica se aprofundar.

Cartas esgotadas
Por outro lado, o grande capital vai esgotando sua capacidade de tirar coelhos da cartola para escapar da crise. A grande cartada da injeção de dinheiro público já foi usada. Parte importante da crise atual é a instabilização do sistema financeiro pela crise das dívidas dos estados e o rebaixamento da dívida norte-americana. A grande bolha financeira gerada pela política anti-crise de 2008-2009 se transformou em combustível da crise atual. Não se pode subestimar a capacidade da grande burguesia imperialista em gerar iniciativas que possam adiar a crise. Mas uma parte de seu arsenal já foi usado, e está se virando contra ela.

A crise econômica recoloca a necessidade do socialismo. A economia mundial estremece mais uma vez. O caráter parasitário do capital financeiro aparece com sua verdadeira face. Mais uma vez a miséria se espalha em todo o mundo para preservar os lucros altíssimos das grandes empresas, o luxo extravagante de uma minoria de magnatas.

É possível viver em um mundo sem crises. Elas não são fenômenos da natureza como as enchentes ou tsunamis. São um resultado periódico do domínio das grandes empresas sobre a sociedade. É necessário acabar com a propriedade privada dos bancos, indústrias e grandes comércios para poder planificar a economia em função das necessidades da população. Essa é a proposta socialista, mais atual que nunca.

CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DO TURISMO

Vários site de noticias estão repercurtindo notas da PF sobre prisão no Ministério do Turismo nesta manhã. O motivo da ação não foi informado. Os policiais cumprem 10 mandados de prisão temporária e 10 mandados de prisão preventiva. Ainda não há informações sobre o número de pessoas já foram presas.
Entre os presos está o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa. Segundo a PF, a operação tem por objetivo combater o desvio de recursos por emendas parlamentares. Este ministério é da cota do Sarney.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Manifestantes protestam no Rio durante o sorteio da Copa Movimentos sociais denunciam violência contra o povo pobre por causa da Copa e Olímpiadas

A Copa do Mundo de Futebol será realizada no brasil. Será organizada pela máfia institucional chamada CBF. No entanto, não é só este detalhe que é negativo nesta copa. A derrama de dinheiro público para empresas privadas é escandalosa. Tudo isto e muito está fazendo crescer um movimento de contestação deste campeonato mundial. Abaixo publico uma matéria sobre o tema extraída do site do PSTU:

RAFAEL NUNES, DO RIO DE JANEIRO (RJ)



No dia 30 de Julho, os movimentos populares do Rio de Janeiro deram um passo muito importante ao tomarem as ruas da cidade. Há exatamente dois meses, o Comitê Popular da Copa e Olimpíadas, da qual fazem parte o PSTU, CSP-Conlutas e ANEL, começou a preparação de um ato que denunciasse todas as barbáries que estão sendo cometidas pelos governos, contra a população pobre, com a vinda dos mega eventos.

Não estamos falando apenas da quantidade enorme de desvios de verbas com as obras dos grandes estádios, estradas e aeroportos, recursos esses que poderiam estar sendo investidos nas melhorias das condições básicas de milhões de brasileiros. Nem apenas do Maracanã, que está sendo completamente destruído para dar lugar a um estádio com menos lugares e mais elitizado, onde os pobres também não terão mais acesso, mas de uma brutal criminalização da pobreza que remove, agride e mata todos os dias em nosso país e que se acentuou com o advento dos mega eventos.

Esse dia, que era de festa para os governantes e empresários, já que teria o sorteio das eliminatórias para a Copa do Mundo e valeu a doação de R$ 30 milhões dos cofres públicos (do governo e município do Rio) para empresas controladas pela Globo para organizar o evento, acabou sendo marcado por um dia de protestos em várias frentes do Comitê.


Centenas de pessoas saíram em passeata do Largo do Machado até o local onde era organizado o sorteio, na Marina da Glória. A grande maioria do ato, formado por comunidades e favelas atingidas pelas obras de infraestrutura dos jogos e pela política de segurança dos governos, denunciaram as remoções, a militarização e toda a criminalização da pobreza que vitima milhares de jovens todos os anos.

A CSP-Conlutas, através do setorial de movimento popular, levou uma enorme faixa dizendo “não à criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e das lutas”. No início da passeata a Frente Nacional de Torcedores carregava bandeiras e faixas exigindo a saída do presidente corrupto da CBF, Ricardo Teixeira. Uma enorme faixa do PSTU também chamava a saída do corrupto e denunciava os ataques do governador do Rio, Sérgio Cabral, aos trabalhadores. Os profissionais em educação, que estão construindo uma vitoriosa greve, levaram faixas, cartazes, apitos e se somaram às atividades denunciando que os ataques do Governo do Rio, também eram contra o funcionalismo público.

No final do ato, foi encaminhada uma carta de exigências e princípios aos organizadores do evento e uma bola gigante que simbolizava, através de mensagens escritas e assinadas, que essa Copa não é nossa.
Agora o passo seguinte é organizarmos as jornadas de luta de Agosto com o apoio dos movimentos populares culminando com a marcha em Brasília no dia 24 e preparar o ato do Grito dos Excluídos para o dia 7 de Setembro.

No RS ocorre ato neste dia 5 organizado pela Frente Nacional dos Torcedores, ANEL e CSP-Conlutas. A manifestação será realizada às 12h na Esquina Democrática

terça-feira, 2 de agosto de 2011

VEM AÍ TRIBUTO A RAUL SEIXAS

Esperado por todos que curtem as músicas e letras do velho Raul Seixas, Wilson Zara estará apresentando no dia 20 de agosto o tributo a um dos melhores artistas do verdadeiro rock nacional.

Acordo nos EUA evita calote, mas deve aprofundar a crise

Diego Cruz da redação do Opinião Socialista do PSTU




Obama deve enfrentar desgaste político até eleições de 2012

O acordo anunciado pelo governo Obama entre republicanos e democratas para dar fim ao impasse e elevar o teto da dívida dos EUA, hoje em 14,3 trilhões de dólares, está longe de pôr fim à crise econômica e política que toma conta do país. Após semanas de duras negociações sob um ambiente de acirrada polarização, que incluiu negociações ininterruptas por todo o final de semana, o presidente Barack Obama finalmente anunciou um acordo no final da noite de domingo.

O acordo, aprovado pela Câmara dos Representantes, de maioria republicana, na noite dessa segunda-feira, 1º de agosto, garante a elevação do endividamento em 2,1 trilhão de dólares. Em contrapartida, impõe uma redução de 1 trilhão nas despesas do governo para os próximos 10 anos. Uma comissão composta por 12 parlamentares deve ficar responsável ainda por definir, até novembro, um corte adicional de 1,5 trilhão.

Vitória dos conservadores

Apesar de Obama ter anunciado o acordo como um entendimento entre os dois partidos, ele representa uma clara vitória da ala republicana. Isso porque o impasse criado em torno do déficit gira em torno do que fazer para o país continuar conseguindo pagar as suas dívidas. Enquanto o Partido Democrata defendia cortes no Orçamento e, a fim de contemplar parcela de seu eleitorado, aumento nos impostos dos mais ricos e redução de subsídios, os republicanos exigiam que o ajuste se concentrasse exclusivamente na redução de despesas. E é isso o que está sendo aprovado.

A líder dos democratas na Câmara, Nancy Pelosi, claramente constrangida, chegou a definir como “desconcertante” o ajuste fiscal colocadas a voto. O conjunto de medidas que está sendo aprovado desagrada até mesmo a ala mais à direita dos republicanos e boa parte do Tea Party, que insistiam em um corte de gastos mais agressivo. Nessa batalha entre o governo e as duas alas do congresso, todos saíram chamuscados.

Desaceleração e crise

O tão temido calote dos EUA não ocorreu, mas a crise está longe do fim. Enquanto parlamentares se enfrentavam para resolver o nó do déficit, os índices da economia norte-americana desse segundo semestre reafirmavam a desacelaração e a quase estagnação da atividade do país, mais longa que do era esperada. O crescimento do primeiro semestre deste ano é o mais lento desde a primeira metade de 2009, quando oficialmente os EUA saíram da recessão.

A indústria, por sua vez, mostra sinais de arrefecimento. O desemprego, em históricos 9%, não dá sinais de recuperação. Todo esse cenário de crise só vai piorar com os cortes anunciados pelo governo. Alguns analistas temem que o país refaça a trajetória dos anos 1930 quando, logo após a recuperação do crash de 1929, um ajuste fiscal jogou a economia numa duradoura recessão que só teve fim com a 2ª Guerra Mundial.

Os trabalhadores e a maioria da população, sobretudo a mais pobre, devem ser mais uma vez os maiores atingidos pelo ajuste, já que as áreas sociais serão alvos preferenciais dos cortes trilionários.

Mundo vai continuar pagando pelo déficit americano

O gigantesco déficit fiscal dos EUA foi gerado durante o governo W. Bush e usado para financiar os cortes nos impostos dos mais ricos, subsidiar empresas e pagar as guerras do Iraque e Afeganistão. Com a crise econômica deflagrada em 2008, a dívida deu um salto brutal com os pacotes de ajuda ao setor financeiro. Os 14,3 trilhões do déficit representam hoje nada menos que o equivalente a um quarto do PIB mundial (62 trilhões de dólares).

Essa conta é paga por aqueles que detem os títulos da dívida pública norte-americana, em ordem decrescente: China, Japão, Reino Unido, um fundo conjunto de países petroleiros e, finalmente, o Brasil, que detêm 200 bi em títulos. Isso significa que o mundo sustenta o enorme déficit norte-americano. E quem são os maiores beneficiários? O jornal mexicano La Jornada dá uma pista quando informa que os lucros das empresas no país aumentaram 264 bilhões nos últimos três anos, principalmente os do setor financeiro. Isso em uma conjuntura de recessão ou economia cambaleante.

Já o senador democrata Bernie Sanders, em artigo no Wall Street Journal, afirma que os impostos sobre os mais ricos nos EUA estão nas taxas mais baixas da história moderna. Nunca os ricos pagaram tão pouco impostos como agora. “De fato, enfermeiras, professores e bombeiros pagam mais impostos que alguns multimilionários”, afirma.

O déficit norte-americano, financiado pelo restante do mundo, paga os lucros dos bancos, das empresas, dos mais ricos e sustenta a presença militar dos EUA no Oriente Médio. O problema para Obama é que ela está se tornando insustentável.

A medida que está sendo aprovada no Congresso, porém, além de não resolver esse rombo, vai bloquear de vez a recuperação e pode jogar o país novamente em uma recessão. O ano de 2008 mostrou o que acontece com o restante do mundo quando a maior economia do planeta ameaça ruir. A crise política aberta nos últimos meses, por outro lado, é um outro importante fator de instabilidade que se soma à economia no coração do Imperialismo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Contra ataques dos patrões, assembleia aprova participação do PSTU na luta dos rodoviários de Fortaleza-CE



PSTU DE FORTALEZA



• A campanha salarial dos rodoviários, em Fortaleza, está a todo vapor. Em negociação há mais de dois meses, os patrões não avançaram em nada a sua proposta. Os trabalhadores, junto com Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro-CE) e a CSP-Conlutas, estão mobilizados, e a categoria está com disposição de luta.

O Sintro-CE e a CSP-Conlutas distribuíram 100 mil boletins nos sete terminais da capital cearense, mostrando o caos do sistema de transporte público. O informativo responsabiliza o sindicato patronal (Sindionibus) e a prefeita Luizianne Lins pela situação.

Ataque ao PSTU

Para tentar tirar o foco da campanha salarial e desmobilizar os rodoviários, o Sindionibus distribuiu, na semana passada, um panfleto atacando o PSTU. No material, o sindicato patronal atribui ao partido a forte campanha salarial dos rodoviários. Além disso, atribui ao partido a “introdução” da luta de classe na categoria.

Em resposta, o PSTU esteve na última assembleia da categoria com sua militância e distribui uma nota da direção municipal do partido. Na assembleia, foi aprovada, por unanimidade, a participação do PSTU na campanha salarial e na greve que começa nessa terça-feira, 2 de agosto.

Leia abaixo a nota do PSTU aos rodoviários.


É PRECISO LUTAR, É POSSÍVEL VENCER!

Todo trabalhador sabe que patrão não é amigo de trabalhador. Quem obriga a fazer dupla pegada, chupetilha, não paga hora-extra não pode ser amigo dos trabalhadores.

Todo trabalhador sabe que a única coisa que interessa aos patrões é garantir seus lucros. Para conseguir altos lucros eles nos pagam baixos salários e impõe um ritmo de trabalho alucinante.

Porém toda vez que procuramos melhorar nossa vida e das nossas famílias numa campanha salarial os patrões negam tudo. Sempre dizem que não tem condições, que um aumento nos nossos salários, na cesta básica ou um plano de saúde vai quebrar a empresa.

Enquanto trabalhamos mais e mais e nossos salários não garantem vida digna para nossas famílias, os patrões vivem bem, andam de carro importado e gastam em viagens no exterior.

É por isso que dizemos que os interesses de nós trabalhadores são diferentes dos interesses dos patrões. É por isso que qualquer trabalhador sabe que para termos conquistas é preciso lutar. Enquanto a classe trabalhadora luta para melhorar sua vida, os patrões lutam para continuar sua exploração. É isso que chamamos luta de classes.

Só com a nossa luta podemos melhorar a nossa vida. Juntos somos fortes e podemos vencer.

Por que o Sindionibus ataca o PSTU?

O Sindionibus ataca o PSTU para tirar o foco do reajuste de miséria que eles querem impor aos rodoviários. Em mais de um mês de negociação o Sindionibus quer dar apenas a inflação, sem ganho real, sem aumento na cesta básica e sem plano de saúde.

O Sindionibus ataca o PSTU porque o nosso partido defende um sindicato dos trabalhadores, sem patrões. A categoria se lembra que antigamente o Sintro tinha uma direção que não defendia os interesses dos trabalhadores. É por isso que o Sindionibus sente saudade da direção antiga.

O Sindionibus ataca o PSTU porque a categoria confia no nosso partido. Os rodoviários respeitam o PSTU porque sabem que somos aliados, que não nos vendemos para patrão nenhum.

O Sindionibus ataca o PSTU porque defendemos um sistema de transporte público e estatal. E que os próprios trabalhadores possam administrar. Essa é a única forma de termos um transporte de qualidade e barato. O PSTU defende que o Sindionibus abra as contas das empresas para sabermos seus verdadeiros lucros.

O PSTU é um partido diferente. Venha para o PSTU!

O PSTU é um partido diferente. Não aparecemos só nas eleições como os outros partidos. Vocês nos conhecem do dia a dia. Vocês nos vêem na garagem, na greve, no plebiscito. Somos socialistas, queremos construir uma nova sociedade, onde os trabalhadores e suas famílias possam viver melhor do que vivem hoje.

No PSTU não entra empresários. O PSTU não recebe dinheiro de patrões. Defendemos uma sociedade sem patrões, onde nós trabalhadores que somos a maioria da sociedade possamos viver sem sermos explorados.

Somos um partido de operários, professores, bancários e agora com muito orgulho também de rodoviários. A melhor resposta que podemos dar ao Sindionibus é juntos construirmos uma forte campanha salarial e arrancarmos um reajuste digno. Além disso, queremos convidá-los a conhecer nosso partido. Tome partido, filie-se ao PSTU.

DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSTU
Fortaleza, 28/07/11