domingo, 30 de maio de 2010

OS “GIGANTES” ANUNCIAM SÃO MARÇAL



Neste mês de junho a maioria dos povos do Planeta espera pelo início da copa do mundo. Em São Luís, uma pequena ilha do Nordeste brasileiro, além da copa, espera-se o dia de São Marçal. Este dia é o encerramento da maior festa popular desta encantada ilha: os festejos juninos. São várias atrações, que vão das tradicionais quadrilhas, passam pelo Tambor de Crioula, Cacuriá, quadrilhas, entre outras. No entanto, a mais empolgante de todas são os grupos de Bumba Boi.
Alguns têm tradição centenária, como o Boi da Maioba. Outros, com idade próxima deste, também têm um peso na tradição: Boi de Maracanã, Pindoba, Iguaíba, Juçatuba, etc. Tudo tem início, ainda que não de forma oficial, e com um tempo muito reduzido, no “Encontro de Gigantes”. Trata-se de uma reunião dos maiores cantadores de Boi da Ilha. Berra-se nos quatro cantos da ilha que o tal encontro partiu de uma idéia do cantor e compositor Roberto Rice. Antigamente esta reunião acontecia em baixo da Ponte Bandeira Tribuzzi. Não é comum você ouvir no mesmo espaço cantadores como Chiador (Boi de Ribamar), Chagas (Boi da Maioba), Umberto (Boi de Maracanã) e outros mais. Após entender o reclame dos moradores o encontro mudou para a Praça Maria Aragão. Neste ano aconteceu na última sexta-feira (28).
Dado o ponta pé inicial, só resta agora esperarmos os primeiros dias de junho para seguirmos os batalhões pesados da ilha. As matracas e pandeirões vão ecoar pelos bairros da cidade. Vamos brindar ainda com os Bois de Zabumba, alguns da capital e outros do interior do Estado. Já chegando no final do mês duas importantes datas são aguardadas: o encontro dos Bois no Largo de São Pedro e, no último dia do mês, a festa de São Marçal no bairro do João Paulo. Este encontro, antes reprimido pela polícia, hoje faz parte da programação oficial do municipal, porém não oficial para os brincantes, já que não se submetem as regras de horário de entrada ou saída estimuladas pelo poder público para cada grupo de Bumba Boi.
Depois da passagem do último Boi na Avenida São Marçal todos voltam felizes para suas casas a espera do próximo encontro de Gigantes e, neste ano em particular, de preferência com o caneco da copa do mundo não mão da seleção brasileira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Marina Silva e o neoliberalismo verde

Tal como Collor, FHC e Lula, agora é Marina Silva que aparece para alguns como novidade e com promessa de mudança. No entanto, um olhar mais atento veremos que ela tem algo comum aos outros listrados acima: estar a serviço do capital. A começar pela seu candidato a vice-presidente da república, dono da Natura. Abaixo publicamos uma matéria do site do PSTU sobre o tema (a foto foi extarida do blog do psolsp e não faz parte da materia):

"A senadora Marina Silva saiu do PT disposta a se candidatar à presidência e ser uma alternativa à falsa polarização entre PT e PSDB. Essa foi a versão da senadora e de seu novo partido, o PV, para tal movimentação. Agraciada com generoso espaço na mídia, Marina se colocou enquanto uma alternativa ecológica e sustentável. Uma novidade nessas eleições tão mornas.Dia após dia, porém, vai ficando mais difícil para Marina Silva se diferenciar das duas candidaturas majoritárias. Mais que isso, a senadora que um dia representou a luta dos povos da floresta contra o capitalismo predatório, hoje encarna o discurso neoliberal mais radicalizado e conservador.


A verdadeira face de Marina - Nos sete anos que Marina ocupou o Ministério do Meio Ambiente, o governo Lula liberou os transgênicos e, entre outras coisas, aprovou o projeto que aluga áreas da floresta amazônica ao capital privado. Órgãos federais como o Ibama foram desmembrados e esvaziados para facilitar a concessão de licenças ambientais. A ex-ministra pode alegar que, no governo, não teve forças para se contrapor a isso e que ficou isolada. Seria uma explicação, embora não chegue a ser uma justificativa.


As recentes declarações da candidata do PV, porém, não expressam nenhuma pressão de qualquer outro setor, mas o próprio programa político da ex-ministra. Foi com a liberdade de candidata que Marina disse, por exemplo, que, caso fosse Lula, vetaria o fim do fator previdenciário, medida aprovada pelo Congresso. O fator foi criado por FHC para obrigar os trabalhadores a se aposentarem cada vez mais tarde. Mais que isso, em entrevista à rádio CBN no dia 24 de maio, a candidata do PV defendeu uma reforma da Previdência.


Ouça a entrevista de Marina na rádio CBN - Para quem acompanha o discurso de Marina Silva não chega a ser exatamente uma novidade. Quando o Banco Central decidiu subir a taxa de juros, enquanto José Serra criticava a medida, e Dilma tentava passar ao largo da polêmica, Marina não hesitou em apoiar Henrique Meirelles. A candidata também defende abertamente a “autonomia de fato” do Banco Central. Para elaborar seu programa de governo, a ex-ministra convocou uma equipe de economistas neoliberais, cogitando até mesmo o nome do ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, que comandou a economia durante o governo Itamar Franco.


A farsa do discurso ecológico - Se Marina Silva não se distingue de Dilma e Serra com relação à política econômica, ela pelo menos traz à tona o discurso ecológico, certo? Errado. Com relação à usina de Belo Monte, por exemplo, que contrapõem radicalmente ambientalistas e comunidades indígenas de um lado, e governo e empreiteiras de outro, a ex-ministra nem se posiciona contrária ao projeto. Defende tão somente “maior tempo” para se discutir a questão.


Marina prega o discurso do desenvolvimento sustentável, ou seja, não vê qualquer contradição entre capitalismo e “sustentabilidade”. Isso se expressa na escolha de seu vice, um dos donos da Natura e o 13º homem mais rico do Brasil, o empresário Guilherme Leal, cujo patrimônio é estimado em 2,1 bilhões de dólares. A relação entre o gigante dos cosméticos e a senadora, porém, não é recente. A empresa foi a maior doadora da campanha eleitoral de Marina em 2002.


A empresa, porém, tão afeita ao discurso da sustentabilidade, tem uma ideia bem peculiar do que seja isso. Exemplo disso é o processo movido em 2009 pelo Ministério Público Federal contra a empresa, acusada de “biopirataria” no Acre, o mesmo estado de Marina. Segundo o MPF, a Natura teria usurpado um fruto utilizado por índios da região, o murmuru, para a produção de shampoos e sabonetes, patenteando o fruto. Ou seja, a empresa utilizou um conhecimento milenar dos indígenas para lucrar e ainda quis se tornar proprietária do fruto. Questionada, Marina limitou-se a afirmar que tal disputa era “natural”.


Isso para não falar da exploração da Natura às suas 800 mil “consultoras”, ou vendedoras subempregadas e precarizadas, sem os mínimos direitos trabalhistas. Esse é o exemplo de “ética” e “sustentabilidade” em que a candidatura Marina quer se espelhar.


Sustentabilidade para poucos - Um dos aspectos explorados pelo comitê de campanha do PV é a biografia de Marina Silva. Vindo de uma família miserável de seringueiros do Acre, Marina teve uma trajetória de vida e superação admirável. Partindo desse aspecto, a ideia do partido é traçar um paralelo com a biografia de Lula.


Infelizmente, não foi somente a trajetória pessoal que Marina herdou do presidente, mas também o abandono dos princípios que nortearam sua militância no início e a defesa incondicional dos interesses do grande capital. A única coisa sustentável do programa político de Marina, assim, são os lucros dos bancos e grandes empresas."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dilma vai a Nova York garantir a investidores a continuidade da política econômica

Do site do PSTU - (http://www.pstu.org/)

Nos próximos meses será a vez de Serra e Marina Silva fazerem o juramento de fidelidade aos mercados

Nesse dia 20 de maio a pré-candidata do PT, Dilma Roussef, viajou a Nova York para uma agenda com uma série de atividades eleitorais. Mas o que uma candidata à presidência do Brasil foi fazer nos EUA? Pedir votos certamente que não foi. Dilma, com o atual deputado e ex-ministro Antonio Palocci a tiracolo, foi falar a grandes investidores e empresários internacionais, reafirmando seu compromisso com a atual política econômica e reeditando um ritual cumprido por Lula oito anos antes.


Seguindo os passos de Lula - Em, 2002, durante a campanha eleitoral que daria a primeira presidência ao PT, o país vivia uma grave crise financeira, com o governo FHC recorrendo aos empréstimos do FMI, e reforçando os planos de ajuste e de arrocho para pagar em dia os juros das dívidas. Com as eleições os mercados se agitavam e exigiam o compromisso dos candidatos de manter essa mesma política. FHC então se reuniu com os quatro principais candidatos na época: Lula (PT), Serra (PSDB), Ciro Gomes (então no PPS) e Garotinho (PMDB), fazendo com que cada um declarasse publicamente que manteria o acordo com o Fundo Monetário Internacional. Evidentemente, essas conversas tinham como alvo o favorito disparado na campanha: Lula.O PT, àquela altura, já não assustava os donos do PIB, como em 1989 quando o então presidente da FIESP enxergou uma fuga de empresários caso Lula fosse eleito. Ainda assim, o candidato do PT procurou acalmar o mercado e lançou a famosa “Carta ao povo brasileiro”. O documento é, na verdade, uma carta ao sistema financeiro internacional, na qual Lula se compromete a não mudar os rumos da política econômica e “cumprir todos os contratos”. Significou um marco para o partido ao reafirmar seu compromisso ao neoliberalismo.


Uma vez eleito, Lula cumpriu sua promessa, radicalizou o arrocho fiscal e aumentou a meta de superávit primário. E ainda fez mais. Logo no primeiro ano de governo, Lula impôs a reforma da Previdência ao setor público, utilizando o velho discurso da Previdência quebrada, tão usado pelos tucanos. Para liderar o Banco Central, o escolhido foi ninguém menos que um banqueiro do Bank Boston, o então deputado tucano eleito por Goiás, Henrique Meirelles, recentemente homenageado em Nova York por sua longa folha de serviços prestados.

Acalmando os donos do dinheiro - Agora, é a vez de Dilma prestar seu juramento aos deus mercado. Na agenda de Dilma em Nova York, além da presença na premiação do presidente do Banco Central, houve um encontro fechado com investidores realizado pelo banco Itaú, além de uma palestra organizada pela Bovespa. Vários compromissos para se apresentar pessoalmente aos donos da banca e garantir ao sistema financeiro internacional que o atual rumo do país não sairá da rota.

Aos investidores, Dilma reafirmou seu compromisso com todos os eixos da política econômica de Lula, que por sua vez foi herdada de FHC. Isso significa: a “independência” do Banco Central, a política de juros altos e tudo o mais que isso implica. “Minha afirmação a eles é que o Brasil vai continuar crescendo com inclusão social, mobilidade social ascendente e, ao mesmo tempo, manterá a estabilidade econômica perseguindo o controle da inflação”, afirmou aos jornalistas.

Dilma Roussef ainda reivindicou a política econômica dos governos “nos últimos vinte anos”, num lance até aqui inédito, pelo menos nos discursos públicos do PT. Até agora o partido, após autocrítica ao assumir a presidência, reivindicava políticas do governo FHC como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, embora na prática o PT implementasse de conjunto tudo o que os tucanos já haviam feito em seus oito anos de governo. “Os últimos vinte anos” reivindicados agora por Dilma inclui também toda o programa de privatização iniciado por Collor, assim como a abertura desenfreada da economia do país imposta pelo “caçador de marajás”.

A medida parece ter surtido efeito. Os investidores estão convencidos de que, para seus interesses, tanto faz ser eleito Dilma ou Serra. “Do ponto de vista internacional, a maior parte dos seguidores do assunto acha que as políticas vão continuar sob qualquer um dos candidatos”, declarou à imprensa o executivo Tom Glocer, da Thomson Reuters, uma empresa de consultoria financeira.

Preparando para o que vem aí - Nos próximos meses, será a vez de José Serra e Marina Silva cumprirem essa mesma agenda de Dilma. Ambos já foram convidados a conversar com investidores em Nova York. Alguém poderia perguntar, por que a ânsia em fazer os principais candidatos declararem seu compromisso ao mercado quando nem mesmo as candidaturas foram ainda oficializadas pelos partidos? A resposta para isso pode estar do outro lado do oceano. A grave crise fiscal que atinge praticamente todos os países da Europa, e os sucessivos pacotes de cortes nos salários e na Previdência prenunciam o que está por vir.

E, para os investidores não pode haver dúvida. É preciso ter certeza que não haverá hesitação na hora de sacrificar os salários ou as aposentadorias para manter a “credibilidade” do país, ou seja, o pagamento dos juros da dívida pública. E essa certeza, tanto Dilma, quanto Serra ou Marina, garantem.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O NOVO BABY LOOK DE ROSEANA


Os jornais e blog´s noticiam que Roseana e o PT do Maranhão marcharão juntos nas próximas eleições. Esta informação é ilustrada com fotos. Em uma dela Roseana aparece abraçada a uma camisa (baby look) do PT entregue a ela pelo grupo de Macaxeira.

Não de hoje que a camisa do PT mudou de cor. A eleição de Lula em aliança com o burguês José de Alencar, os ataques aos aposentados, a sua defesa do governo Bush, o envio de tropas brasileiras ao Haiti, a sua aliança com Jader Barbalho, as alianças eleitorais com o PSDB em várias partes deste país nas eleições municipais, inclusive aqui no Maranhão são demonstrações de que aquela estrela há muito deixou de ser vermelha.

No entanto, para os trabalhadores e militantes do Maranhão em particular o novo baby look de Roseana é o coroamento desta trasmutação de cor do Partido dos Trabalhadores. O PT em outros estados há muito vem fazendo aliança com os coronéis das antigas. Foi com Jader Barbalho que elegeu a atual Governadora do Pará. Atualmente, participa de vários governos no nordeste em aliança com o que há de mais atrasado na política brasileira.

Roseana, mais do que o tempo de TV, consegue enterrar de vez o já combalido PT maranhense. Faz mais: nestas eleições vai se apegar num dos maiores símbolos de combate já construído pela classe trabalhadora, embora hoje não mais seja a expressão disto.

Agora só resta a Dutra e companhia enfiar a viola no saco e criar um novo partido ou se incorporar a outros da base lulista. E, para ser coerente, deixar de denunciar Macaxeira e centrarem fogo no principal personal stylist de Roseana: o Lula.

JOÃO EVANGELISTA NÃO É NOSSO PAI

Um sindicato é composto de vários trabalhadores com concepção de mundo e da realidade imediata diferenciada. Alguns destes trabalhadores, em determinado momento, farão parte de sua direção. Logo, na direção, esta diferenciação também se expressará.

Digo Isto para esclarecer que a posição da direção, exposta no blog do SINDSALEM, em relação a atuação política do deputado João Evangelista em vida não é unanimidade. A afirmação de que este falecido deputado é “considerado como um “pai” pelos servidores daquela Casa Parlamentar não pode ser atribuída à totalidade dos servidores.

Quando João Evangelista assumiu a presidência da Assembleia Legislativa ele proferiu em discurso a intenção de promover alguns benefícios aos servidores internos e, para a sociedadeem geral a intenção da realização de concurso público. Estes benefícios (internos) divulgados só foram implementados a partir da fundação do nosso sindicato.

Quanto ao concurso público até a sua morte ele não se concretizou. Ao contrário do seu discurso, a sua administração tentou de todas as formas impedir que os atuais servidores concursados tomassem posse. Para que isto se tornasse realidade foi necessário que parte destes servidores entrasse na justiça para obrigá-lo a cumprir a posse. Portanto, não é verdade que João Evangelista foi o responsável pelas conquistas dos servidores.

No máximo nós poderíamos dizer que ele, em função da nossa organização, não teve alternativa a não ser implementar algo que na sua ótica era só mero discurso. Esta afirmativa converge com a verdade se considerarmos que as conquistas só vieram a torna-se realidade mais de dois anos depois da sua posse como presidente da Assembleia, que coincide com a formação do SINDSALEM.

Luís Noleto – Diretor de Formação do SINDSALEM

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Servidores do judiciário federal estão em greve contra PLP 549/09


Por Hélcio Duarte Filho - Luta Fenajufe Notícias


Greve nacional no Judiciário Federal e Ministério Público da União (MPU) contra o congelamento salarial começou no dia 6, já atinge 10 estados e deve alcançar mais 7 em menos de uma semana. Servidores de pelo menos 17 estados do país já decidiram em assembleias aderir à greve nacional, iniciada no dia 6 de maio pela aprovação do PCS-4 (Plano de Cargos e Salários) e contra o congelamento salarial que o governo Lula tenta impor ao funcionalismo.
A greve começa a uma semana de data decisiva para os servidores: o projeto de lei que ameaça congelar salários (PLP 549/2009) poderá ser votado na sessão do dia 12 da Comissão de Trabalho da Câmara. Os servidores pressionam para que o PL 6613/2009, do PCS do Judiciário Federal, também entre na pauta nesse dia.
A mobilização dos servidores parece já surtir algum efeito na movimentação da cúpula do Judiciário. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowiski, teria conversado com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), sobre o PCS do Judiciário, no encontro que os dois tiveram na quinta-feira 6, primeiro dia da greve. Segundo a coluna do jornalista Ricardo Noblat, Lewandowiski teria alertado Temer sobre a paralisação no Judiciário em um ano que tem eleições. Noblat afirma ainda que nos próximos dias quem visitará a Câmara será Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal.
A paralisação começou com a adesão de servidores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Maranhão, Mato Grosso (desde o dia 5), Amazonas e Roraima (desde o dia 3). O TRE da Bahia entrou na greve no dia 7. Houve ainda paralisações e protestos, nos dias 5 e/ou 6, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Pará, Pernambuco e no Paraná, embora sem que a categoria tenha parado por tempo indeterminado.


Decidiram quando entram na greve os servidores do Piauí (segunda, 10); Paraná, Minas Gerais, SP/Campinas (TRT-15), Pernambuco, Paraíba, Rondônia/Acre (JT) e Brasília (todos a partir do dia 12).

O QUE A CRISE EUROPÉIA TEM HAVER COM O BRASIL?

Contribuição do Jornal Opinião Socialista - PSTU

A crise econômica e a greve geral na Grécia se transformaram num símbolo mundial. A propaganda enganosa do fim da crise começa a se enfraquecer. O horizonte volta a se encher de nuvens carregadas. Um novo momento da crise já atingiu a Europa.

O novo pacote de quase um trilhão de dólares articulado pelos países imperialistas deu um alívio momentâneo. Voltamos à montanha russa de 2008, em que esse tipo de pacote gerava euforia nas bolsas, que durava uma ou duas semanas, para ceder lugar a novas crises. O problema de fundo é que a crise não foi superada, e as medidas parciais do imperialismo só agravam as contradições.

Por outro lado, a resposta dos trabalhadores gregos, com três greves gerais e a maior mobilização em 30 anos, indica uma mudança muito importante em relação a 2008 e 2009. Naquele momento, a dimensão dos ataques da patronal não correspondia ao tamanho das lutas dos trabalhadores. Acuados pela ofensiva da patronal e a ameaça do desemprego, o proletariado reagiu de maneira limitada. Agora os gregos estão abrindo claramente a possibilidade de derrotar o pacote do governo. Mais ainda, estão dando um exemplo que pode acabar sendo seguido pelos trabalhadores europeus, em resposta aos planos de austeridade que os governos querem impor.

E o que isso tem a ver com o Brasil?
Tudo. O Brasil refletiu o início da crise passada de forma imediata. Ainda no primeiro trimestre de 2008, o país entrou em recessão, acompanhando a dinâmica internacional. Isso prova que, ao contrário do que Lula afirma, o Brasil não está imunizado contra a crise.

O país escapou de uma crise bem maior pela recuperação internacional no início de 2009 e por ter um mercado interno importante. Mas agora, no caso de uma nova crise, a gravidade de seus reflexos no Brasil poderia ser bem maior. A economia brasileira está completamente aberta para o mercado mundial e depende das decisões de investimentos das multinacionais aqui instaladas. Quem definiu os prazos da recuperação da economia brasileira não foi o governo Lula, mas as indústrias automobilísticas com seus planos de investimentos, ou a Vale com sua aposta na manutenção do crescimento chinês. Se o novo momento da crise for maior e mais duradouro que o de 2008, o Brasil poderá ser mais duramente afetado, caso as multinacionais mudem seus planos.

Para a sorte de Lula, o mais provável é que essa crise não atinja com força o Brasil de imediato, antes das eleições de outubro. Os dados da economia ainda apontam crescimento, que deve continuar em 2010. Já deve haver alguns reflexos de imediato, com a limitação de fluxos de investimentos no país e fuga de capitais especulativos. No entanto, está claro que a crise atingirá o país no mandato do presidente a ser eleito em outubro.

Pode ser que a postura do governo, querendo evitar de todas as maneiras o fim do fator previdenciário para as aposentadorias do INSS, já seja uma sinalização da futura crise. Tanto o governo quanto a oposição burguesa têm de se mover com uma preocupação dupla: evitar um desgaste eleitoral, mas não deixar que a situação econômica escape do controle.

É por isso que os trabalhadores e jovens deste país devem se somar às lutas concretas como a atual em defesa da aposentadoria, contra o possível veto de Lula ao fim do fator previdenciário. Ou ainda contra o Senado, que pode adiar a votação da matéria até depois das eleições.

Mas também é necessário apontar uma alternativa socialista dos trabalhadores, que dê uma resposta diferente para a crise. Uma resposta distinta às de Lula-Dilma, Serra-FHC e Marina Silva, que têm o mesmo programa para a economia brasileira. Zé Maria, pré-candidato a presidente pelo PSTU, está apresentando um programa que aponta a ruptura com o imperialismo e o não pagamento das dívidas interna e externa, como forma de evitar os efeitos da crise econômica sobre o país.

domingo, 9 de maio de 2010

PSTU reforça propostas socialistas no maranhão

Do Blog do Jornalista Mário Carvalho

O presidente nacional do PSTU, Zé Maria de Almeida (foto), esteve reunido hoje com a cúpula do partido em São Luís, no auditório do Sindicato dos Bancários, onde aproveitou para reforçar as propostas de campanha à sucessão presidencial, que tem como companheira de chapa a militante e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Claudia Durans.

Além disso, o dirigente nacional veio acompanhar de perto o trabalho que vem sendo feito pela legenda como alternativa viável na corrida ao Palácio dos Leões, que tem como pré-candidato do PSTU, Marcos Silva, que coincide com os 16 anos de luta da sigla no estado.

Para Zé Maria, a estratégia do partido nas eleições de outubro será apresentar uma candidatura que discuta a importância do foco socialista no país, como forma de transformação social. “Em primeiro lugar, lançamos uma pré-candidatura presidencial, pois as pré- candidaturas que aí estão postas, não representam uma mudança que o Brasil precisa, para que os trabalhadores possam ter uma vida digna”, disse.

Zé Maria ressaltou que tanto a ex-ministra Dilma Roussef (PT), que defende a continuidade do governo lula; o José Serra (PSDB), que é a volta da direita tradicional; e a senadora Marina Silva (PV), defendem a continuidade do que aí esta. “Principalmente num país onde as riquezas naturais e o fruto do trabalho é canalizado para os lucros dos bancos, das grandes empresas, dos donos das terras. Portanto, vivemos numa sociedade que é o império dos lucros”, enfatizou.

Para o dirigente do PSTU, essa é a razão pela qual apesar de o Brasil ser um país muito rico, ter um povo vivendo ainda em situação de penúria. “A população ainda vive com muita dificuldade. A única explicação possível para o fato de que o Brasil ser um país que tem terras para produzir alimentos para todo povo brasileiro e para a metade da América Latina, e ter de conviver com a morte de 30 mil a 40 mil crianças de fome, é porque as nossas terras estão controladas pelo agronegócio e por grandes empresas internacionais”, frisiou Zé Maria.

sábado, 8 de maio de 2010

A IMPORTÂNCIA DO HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO


De vez em quando, ouço de gente simples do povo trabalhador, mas também da maioria da classe média e da burguesia em geral, a defesa pelo fim do horário eleitoral gratuito. Em diferentes países da Europa, o debate feito pela maioria dos trabalhadores acontece de forma inversa. Lá eles defendem a ampliação do horário gratuito para associação de moradores e sindicatos.

Por que fazem isto na Europa? Porque sabem a importância que tem os meios de comunicação no mundo moderno para a disseminação de idéias. Em se tratando do debate eleitoral, isso se torna mais importante ainda. É comum nos Estados Unidos quando terminam as eleições a maioria do planeta ter a plena certeza de que apenas dois partidos disputaram as eleições: REPUBLICANO E DEMOCRATA.

Na verdade várias candidaturas se apresentaram naquele momento. No entanto, nos EUA, considerada a maior democracia burguesa do planeta, o processo eleitoral não é tão democrático assim. A não existência de horário eleitoral gratuito é só um dos vários exemplos disso. Na França, por exemplo, além da existência da gratuidade o tempo é dividido por igual aos postulantes de mandato político.

No Brasil, já conquistamos alguns avanços em se tratando de eleições. Aqui o horário é gratuito, no entanto o tempo é dividido proporcionalmente a representação parlamentar na Câmara Federal. De todo o tempo disponível para os candidatos só um terço é dividido independente da representação parlamentar: por exemplo nas eleições de 2010, o tempo para candidatos a Presidente e Governador será de 25 minutos, isto implica dizer que os partidos sem representação no parlamento federal só participarão da divisão igualitária no tempo equivalente a mais ou menos (1/3) nove minutos.

Com este reduzido tempo, estes partidos sem representação no parlamento, pelo menos por esta ótica, ficam cada vez mais distantes de conquistarem cadeiras no parlamento. Além disto, esta distribuição não equilibrada obriga alguns partidos a aliança cada vez mais espúrias e contraditórias.

Se não bastasse a questão da distribuição desigual do tempo, ainda temos o tratamento dado pela mídia aos candidatos que não são dos seus interesses econômicos nos momentos que antecedem o início formal do processo eleitoral.

Portanto, é importante, que setores menos favorecido da nossa sociedade não entrem no canto da sereia burguesa de que o programa eleitoral deva ser encerrado. Para concluir este texto, apresento abaixo uma matéria publicada no Jornal Opinião Socialista que reforçará meus argumentos:

“No dia 10/04, Plínio de Arruda Sampaio estava em praticamente todos os veículos de comunicação do País. Era o lançamento de sua pré-candidatura pelo PSol à Presidência da República e a decisão do partido de não apoiar Marina Silva. Depois disso, caiu no esquecimento. Dificilmente seu nome é citado por jornais, revistas, rádios e TVs, que polarizaram a eleição entre PT e PSDB, com o PV correndo por fora.

“É uma injustiça extraordinária. Como omitem um pré-candidato que já foi deputado federal?”, questiona Plínio.

O pré-candidato espera o início do horário eleitoral gratuito para ganhar visibilidade. “Quando começar a eleição para valer, não vai ter como não me citarem, porque vou estar na TV (horário eleitoral), nos debates. Mesmo assim, sei que terei menos espaço que os outros candidatos”, afirma.

O pré-candidato pelo PSTU, Zé Maria, teve menos sorte que o colega do PSol. Nem o lançamento de seu nome foi coberto pela imprensa. Para ele, a atitude dos veículos de comunicação “reforça o sistema antidemocrático”.
“A mídia tem seus interesse econômicos e expõe isso pelos candidatos que divulga. Os que não apoiam o sistema do neo-capitalismo são ignorados pela grande imprensa", avalia Zé Maria.

Para Alessandra Aldé, pesquisadora do Iuperj, a atuação da imprensa é democrática, mas não citar alguns pré-candidatos demonstra "critérios de interesses". Além disso, a falta de exposição de todos os nomes influencia a escolha política dos eleitores.
"O eleitor é racional, busca pela viabilidade do candidato. Se a mídia e as pesquisas não divulgam todos os nomes, isso influencia o eleitor", analisa Alessandra.

Além de Zé Maria e Plínio, existem outros pré-candidatos à Presidência da República: José Maria Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO), Mario Oliveira (PT do B), Oscar Silva (PHS), Américo de Souza (PSL) e Levy Fidelix (PRTB).”

quinta-feira, 6 de maio de 2010

GREVE GERAL E MANIFESTAÇÕES INCEDEIAM A GRÉCIA



A quarta greve geral na Grécia este ano paralisou o país e incendiou a capital Atenas nesse dia 5 de maio. A greve paralisou os serviços públicos e os transportes, fechando os aeroportos, o que ocasionou o cancelamento dos vôos no país. Até mesmo setores da imprensa aderiram, paralisando as transmissões de TV e rádio.

Na capital, relatos dão conta que os protestos reuniram de 100 a 200 mil pessoas. Na frente do parlamento, a polícia reprimiu os manifestantes, que tentavam entrar no prédio. Na maior e mais radicalizada onda de protestos desde o início da crise, prédios públicos e bancos foram ocupados e atacados com coquetel molotov. A radicalização dos protestos segue a própria radicalização do pacote de arrocho fiscal do governo, pressionado pela União Europeia para cortar ainda mais as aposentadorias, os salários e gastos sociais.

O presidente do sindicato do funcionalismo público, Spyros Papaspyros, declarou à imprensa que “essa manifestação é duas vezes maior que a maior já vista na Grécia reunindo funcionários públicos”. A polícia grega permaneceu sob estado de “alerta geral”, ou seja, mobilizou praticamente todo o seu efetivo para conter os protestos. Uma jornalista da revista Alana, Matou Papadimitri, que acompanhou os protestos, relatou o clima da manifestação: “a sensação é que todo o centro de Atenas era uma grande manifestação, super densa, quase claustrofóbica. Ali estavam os sindicatos oficiais, os sindicatos de base, professores, estudantes, funcionários, empregados privados, partidos e grupos políticos de esquerda, libertários, anarquistas, etc. Também havia gente que nunca havia saído às ruas para se manifestar”.

A jornalista relata ainda que, apesar da grande quantidade de gás lacrimogêneo lançado pela polícia, os manifestantes não se intimidaram e gritavam com todas as suas forças: “ladrões, mentirosos”; “que se queime o bordel do Parlamento”; “Fora todos”; “Que paguem os responsáveis”. ReaçãoDurante os protestos, o governo e parte da imprensa anunciaram com alarde que três pessoas haviam morrido, vítimas de asfixia supostamente causado por um incêndio provocado por coquetéis molotovs lançados ao banco em que trabalhavam. Foi o que bastou para que o primeiro ministro Papandreous criminalizasse os protestos e os manifestantes.

Já os governos da Europa acompanham com bastante atenção o que se desenrola nas ruas da Grécia. O comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da Europa, Olli Rehh, afirmou que “é absolutamente essencial conter o fogo na Grécia para que ele não se torne um incêndio e uma ameaça à estabilidade financeira da União Europeia e à sua economia como um todo” .As vítimas fatais eram funcionárias do Marfin Bank, uma das maiores redes bancárias do país. Outro jornalista grego, Dimitris Pantoulas, afirmou que, segundo informações de rádios locais. “os empregados do banco denunciaram que os gerentes do banco não só não permitiram que saíssem da sucursal antes da marcha como, inclusive, trancaram as portas com chave para que ninguém pudesse sair nem entrar”. Ou seja, direta e indiretamente, os responsáveis pelas mortes foram o governo e os bancos, os responsáveis pela crise.

O que vem a seguirAssim como a União Europeia pressiona a Grécia para impor um brutal ajuste fiscal aos trabalhadores, vai pressionar agora para que o país reprima exemplarmente a onda de protestos que se generaliza cada vez mais. Mais do que a crise, o que a UE teme realmente que se espalhe é a resistência.O conflito social na Grécia, porém, se aprofunda cada vez mais. À radicalização do pacote de arrocho segue uma radicalização das paralisações e protestos, que vão ganhando cada vez mais apoio popular.
DO JORNAL OPINIÃO SOCIALISTA - PSTU

XVI CEUFMA acontece até sexta (7)



Na última terça-feira (5), teve início o XVI Congresso de Estudantes da Universidade Federal do Maranhão (XVI CEUFMA) que encerrará na sexta (7). O CEUFMA é um fórum de deliberação do movimento estudantil da UFMA onde é debatido aspectos da universidade pública brasileira e suas políticas educacionais, sociedade, conjuntura mundial, movimentos sociais, movimento estudantil, dentre outros.

O último CEUFMA foi realizado no final de 2007, e esse ano o congresso traz a seguinte temática: “Os 43 anos da UFMA: avaliação e perspectivas (REUNI, ENEM, AI)”. O evento acontece no campus de São Luís e também conta com participação de delegados dos campi de Chapadinha,Codó e Imperatriz. O CEUFMA é o fórum máximo de debate e decisão de estudantes da UFMA. A programação congrega diversos temas. Nesta quinta-feira (6) será discutida a temática “A assistência estudantil e o papel do movimento estudantil”, às 14h30 seguida de grupos de discussão. No último dia (7), a mesa redonda “As opressões na sociedade contemporânea”, às 8h30.

Confira a programação a programação:

Quinta – feira – 06/05/2010

7h – 8h: Café da manhã

8h30min – 10h30min: MR2Universidade e Sociedade: um diálogo possível

- Convidados: MST ( a confirmar)/ CTB/ CONLUTAS

- Local: Auditório Ribamar Carvalho

10h30min – 12h: GD´s (Universidade/ Conjuntura (Local, Nacional e Internacional)

- Local: Sala do CCET – UFMA

12h – 13h30min: Almoço

14h30min – 16h30min: MR3 – A assistência estudantil e o papel do movimento estudantil

- Convidados: UNE/ ANEL/ SENCE

- Local: Auditório Ribamar Carvalho - UFMA

16h30min – 17h30min: GD´s (Estatuto do DCE/ Assistência e Movimento Estudantil)

- Local: Sala do CCET – UFMA

17h30min – 19h: Jantar

19h - 20h: Cultural:

- Local: Área de Vivência

Sexta – feira: 07/05/2010

7h – 8h: Café da manhã

8h30min – 10h30min: MR4 – As opressões na sociedade contemporânea

- Convidados: Quilombo Urbano/ CIMI( a confirmar)/ Núcleo de Pesquisa em Gênero (Mary Ferreira, a confirmar)/ Clístenes (ENUDS)

- Local: Auditório Ribamar Carvalho – UFMA

10h30min – 12h: GD´s (Opressão/ Esporte, Arte e Cultura)

- Local: Sala do CCET - UFMA

12h – 13h30min: Almoço

12h – 14h: Credenciamento para Plenária Final

14h30min: Plenária Final

- Local: Auditório Ribamar Carvalho




terça-feira, 4 de maio de 2010

OS LOUCOS E INSENSATOS ESTÃO EM MARCHA

Contribuição do Blog de Carlos Lenn

















Trafegava nesta quinta-feira pela BR-324 (Salvador a Feira de Santana) e vi a marcha do MST pela rodovia. Saí­ram de Feira de Santana e a previsão de chegada a Salvador é na segunda-feira. São mais de 100 km de caminhada.

Fala-se em 5 mil ou 6 mil participantes. Vi muitos jovens e mulheres participando da marcha.

Segundo a imprensa local, essa manifestação tem como objetivos cobrar mais agilidade na reforma agrária no País e cobrar do governo a realização de obras negociadas em manifestações anteriores, como a construção de casas e escolas em 120 assentamentos no Estado.

A marcha também tem o caráter de protesto contra a criminalização dos movimentos sociais e contra a impunidade no campo, afirmou o deputado estadual Valmir Assunção (PT), que integra a marcha.

Com ele, estão outras lideranças do partido na Bahia, como o vice-presidente estadual da legenda, Weldes Valeriano. Na programação dos participantes, estão previstas caminhadas pela manhã e atividades culturais como curso de formação política e exibição de filmes nos outros períodos.

Antes de encontrar os membros do MST em caminhada, parei em um posto para abastecer o carro e puxei conversa com o frentista sobre a marcha. Comecei perguntando se estavam muito na frente e ele me respondeu que tinham passado por ali na manhã anterior e que àquela hora (mais ou menos às nove da manhã) já deveriam ter levantado acampamento e estavam novamente na pista.

Em seguida, tentou me confortar argumentando que era feriado, o trânsito não estava intenso e talvez não encontrasse muito engarrafamento.

Respondi que não me incomodava muito, pois o MST tinha o direito de lutar e de se manifestar. Ele se animou para continuar a conversa e alegou que também gostava do MST e da coragem deles, mas não gostava quando se tornavam violentos, destruíam plantações e casas das fazendas invadidas. Desejei bom dia de trabalho ao frentista e segui viagem.

Depois que passei por aquela multidão de homens e mulheres, caminhado em duas filas indianas, cantando e demonstrando que estavam voluntariamente naquela caminhada, pensei comigo mesmo: são mesmo loucos e insensatos!

Ora, são mais de 100 km de caminhada e nesta época do ano costuma chover muito no recôncavo baiano. Loucos e insensatos, mesmo!

Mais na frente, lembrei-me da observação do frentista com relação à violência do MST e pensei: também, o que se pode esperar de loucos e insensatos?

Que vão entrar com muito cuidado nas fazendas que ocupam, cuidar bem da casa, deixar tudo limpo e arrumado? não, nada disso. São loucos e insensatos!

Mas o que os levou à loucura e à insensatez?

Por que tantos jovens, moças e rapazes, já perderam a razão e os bons modos ainda na flor da idade?

Esta doença é hereditária e foi causada por mais de 500 anos de exclusão e opressão. No início, os índios, depois os negros, depois os posseiros e pequenos colonos foram excluídos da terra e lançados ao léu.

Agora, séculos depois, tornaram-se os sem-terra e marcham pelas rodovias do país, moram em acampamentos, ocupam fazendas, derrubam laranjais, queimam sedes luxuosas, matam bois para comer a carne. São uns loucos e insensatos.

Sendo assim, diferente dos doutores da lei, eles não sabem distinguir os vários tipos de posse, não sabem distinguir posse de propriedade e, muito menos, o que sejam os tais interditos proibitários.

Para eles, interessa somente a terra e os alimentos que dela brotam. Terra, portanto, não se confunde com posse e, muito menos, com propriedade.

Terra é mãe e produz alimentos, é o local, o espaço sagrado e detentor das possibilidades de continuidade da espécie humana sobre o planeta. Propriedade, de outro lado, é mera abstração, conceito, idéia, pedaço de papel, registro em cartório.

Não compreendem os loucos e insensatos do MST, enfim, por que tantos letrados andam dizendo por aí que a propriedade é um direito sagrado.

Ora, sagrada é a terra, e não a propriedade dela! Esse destino místico da terra, porém, não se realiza com pastos e pisadas de bois ou eucalipto para virar celulose, mas com a presença do homem, como se pertencessem um ao outro, plantando e colhendo, no cio da terra, alimentos para o mundo.

O homem, portanto, não pode impor qualquer função ou amarras à terra, pois ela já tem desde sempre o seu destino inafastável, que é oferecer a vida ao homem que lhe habita.

Pensando bem, aliás, o que seria da vida, da liberdade e do mundo sem os loucos e os insensatos?

Por Gerivaldo Neiva
Juiz de Direito

Zé Maria Visita São Luís


O pré-candidato do PSTU à Presidência, Zé Maria de Almeida, visita São Luís neste sábado (08). Zé Maria participará de um debate em São Luís, apartir das 10 horas, em um encontro que tem como tema “Um projeto socialista dos trabalhadores para o Brasil”, na sede do Sindicato dos Bancários, no Centro .


“Queremos debater um programa com todos os ativistas e grupos de esquerda, por isso chamamos todos os que queiram construir essa candidatura a se juntar a nós” afirma Zé Maria.


Zé Maria é metalúrgico, dirigente da Conlutas e tem uma vida inteira dedicada à luta dos trabalhadores. Assim como Lula, iniciou sua militância nas greves da região do ABC paulista no final da década de 70. Mas diferente dele manteve-se na luta e não se vendeu aos coronéis como Sarney nem aos banqueiros e grandes empresários.

O debate também terá a participação da candidata a vice-presidenta, a maranhense Cláudia Durans, professora do Departamento de Serviço Social da UFMA, que recentemente participou da delegação da Conlutas que visitou o Haiti no mês passado, país ocupado pelas tropas brasileiras e a ONU.

Auditório do Sindicato dos Bancários, Rua do Sol 413/417 Centro.

Data e Horário: Sábado, 8 de maio a partir das 10 horas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

LULA E A HIPÓCRITA DEFESA DA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

A luta pela redução da jornada de trabalho vem sendo travada desde o século dezenove, na Europa, quando a extensão da jornada e as condições de trabalho tornaram-se extremamente desumanas. Com advento do capitalismo e na medida em que o trabalho assalariado se consolidou, os patrões foram introduzindo tempos de trabalho mais elevados. Marx chamou de extração de mais valia absoluta este aumento da jornada de trabalho- JT.

Esta busca incessante por mais lucro, via extração de mais valia absoluta, possibilitou ao capital a adoção de jornada de trabalho acima de 14 horas por dia e mais de 3.750 horas por ano. Esta precarização das condições de trabalho e de vida foi o motor que impulsionou a organização dos trabalhadores contra o patronato. Isto logo se refletiu em diminuição de jornada de trabalho em vários países da Europa. Em 1847, a jornada diária foi fixada em 10 horas na Inglaterra em 1848 Paris adotou a mesma norma. Este processo de luta deu origem inclusive ao 1º de maio: dia internacional da luta dos trabalhadores. Este dia é tratado como dia do trabalho pela burguesia e alguns sindicalistas aliados destes.

Aqui no Brasil não foi diferente, tanto a ação dos patrões como a dos trabalhadores. Os bancários e professores conseguiram conquistar, via luta, cargas horárias diferenciadas que contribuiu em muito suas condições de vida e trabalho. No entanto, para maioria da classe trabalhadora a aplicação de mais valia absoluta continuou.
Como resultado do processo de luta dos trabalhadores metalúrgicos no final dos anos setenta do século passado, foi possível incluir na Constituição de 1988 uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, mesmo contra votos de grande parte dos representantes dos patrões. Naquela época eles argumentavam que a redução da jornada iria os tornar mais pobres além de diminuir a produtividade. Nada disso se confirmou e os patrões hoje estão mais ricos e a produtividade aumentou enormemente.

Naquela época um dos parlamentares que votou favorável a redução da jornada de trabalho foi o deputado Lula. Os trabalhadores, que depositaram esperança no agora presidente Lula, esperavam uma redução de mais quatro horas (de 44 horas para 40) já que o mesmo utilizou-se do tema em seu programa eleitoral. Passado quase oito anos do mandato do governo Lula ele, ao lado das centrais pelegas e de braços dados com Dilma, volta a defender a redução da jornada para 40 horas como forma de criação de novos postos de trabalho. Pura hipocrisia ou frase de efeito em dia de “festa dos trabalhadores” com objetivo de atrair votos para sua candidata, pois o mesmo nunca moveu sua base parlamentar a apresentar nenhum projeto de lei neste sentido.

Da nossa parte, achamos importante a defesa da redução da jornada de trabalho, inclusive achamos que não deve ser de 44 para 46 horas, mas de 44 para 36 horas semanais. Tal objetivo só será alcançado com a luta direta dos trabalhadores e não através de promessas vazias de candidatos burgueses em períodos eleitorais.