segunda-feira, 3 de maio de 2010

LULA E A HIPÓCRITA DEFESA DA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

A luta pela redução da jornada de trabalho vem sendo travada desde o século dezenove, na Europa, quando a extensão da jornada e as condições de trabalho tornaram-se extremamente desumanas. Com advento do capitalismo e na medida em que o trabalho assalariado se consolidou, os patrões foram introduzindo tempos de trabalho mais elevados. Marx chamou de extração de mais valia absoluta este aumento da jornada de trabalho- JT.

Esta busca incessante por mais lucro, via extração de mais valia absoluta, possibilitou ao capital a adoção de jornada de trabalho acima de 14 horas por dia e mais de 3.750 horas por ano. Esta precarização das condições de trabalho e de vida foi o motor que impulsionou a organização dos trabalhadores contra o patronato. Isto logo se refletiu em diminuição de jornada de trabalho em vários países da Europa. Em 1847, a jornada diária foi fixada em 10 horas na Inglaterra em 1848 Paris adotou a mesma norma. Este processo de luta deu origem inclusive ao 1º de maio: dia internacional da luta dos trabalhadores. Este dia é tratado como dia do trabalho pela burguesia e alguns sindicalistas aliados destes.

Aqui no Brasil não foi diferente, tanto a ação dos patrões como a dos trabalhadores. Os bancários e professores conseguiram conquistar, via luta, cargas horárias diferenciadas que contribuiu em muito suas condições de vida e trabalho. No entanto, para maioria da classe trabalhadora a aplicação de mais valia absoluta continuou.
Como resultado do processo de luta dos trabalhadores metalúrgicos no final dos anos setenta do século passado, foi possível incluir na Constituição de 1988 uma jornada de trabalho de 44 horas semanais, mesmo contra votos de grande parte dos representantes dos patrões. Naquela época eles argumentavam que a redução da jornada iria os tornar mais pobres além de diminuir a produtividade. Nada disso se confirmou e os patrões hoje estão mais ricos e a produtividade aumentou enormemente.

Naquela época um dos parlamentares que votou favorável a redução da jornada de trabalho foi o deputado Lula. Os trabalhadores, que depositaram esperança no agora presidente Lula, esperavam uma redução de mais quatro horas (de 44 horas para 40) já que o mesmo utilizou-se do tema em seu programa eleitoral. Passado quase oito anos do mandato do governo Lula ele, ao lado das centrais pelegas e de braços dados com Dilma, volta a defender a redução da jornada para 40 horas como forma de criação de novos postos de trabalho. Pura hipocrisia ou frase de efeito em dia de “festa dos trabalhadores” com objetivo de atrair votos para sua candidata, pois o mesmo nunca moveu sua base parlamentar a apresentar nenhum projeto de lei neste sentido.

Da nossa parte, achamos importante a defesa da redução da jornada de trabalho, inclusive achamos que não deve ser de 44 para 46 horas, mas de 44 para 36 horas semanais. Tal objetivo só será alcançado com a luta direta dos trabalhadores e não através de promessas vazias de candidatos burgueses em períodos eleitorais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário