quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Eduardo Cunha: Expressão do machismo, da homofobia e dos interesses do capital

Do site Nacional do PSTU


Não poderia ter figura mais emblemática de um Congresso conservador, atrelado aos interesses dos setores econômicos que financiam as campanhas eleitorais da maioria dos deputados, como os bancos, as multinacionais e o agronegócio, assim como do fisiologismo do toma-lá-da-cá, do que Eduardo Cunha (PMDB).
Ao dizer, em entrevista ao Estadão, que o aborto só entraria em pauta no Congresso Nacional passando por cima do seu cadáver, Cunha só demonstrou mais uma vez que vai continuar sua cruzada contra os direitos das mulheres e LGBT’s, só que desta vez com a prerrogativa de ser o presidente da casa.
Como deputado, Cunha tem uma fila de projetos homofóbicos e de ataques aos direitos reprodutivos das mulheres. Acabou de conseguir o desarquivamento do seu projeto que cria o “Dia do Orgulho Heterossexual”, uma aberração provocativa, desdenhando de toda a discriminação e violência sofrida pelos LGBT’s. Ele tem um projeto que prevê a regulamentação de cadeia de até 10 anos para médicos que auxiliarem mulheres a fazer aborto. Outro projeto, o PL 7443/06, prevê que o aborto seja considerado crime hediondo. Mas a obsessão de Cunha em querer perseguir os direitos das mulheres não acaba por aí. Ele apresentou um Projeto de Lei, o 6033/2013, que proíbe a pílula do dia seguinte como método profilático em casos de violência sexual.
Esta ânsia de Cunha de se mostrar como campeão do conservadorismo tem uma explicação. Cunha tem sua base eleitoral sustentada entre as igrejas neopentecostais. Ele é radialista, apresentador da Rádio Melodia, com grande audiência entre os fiéis das igrejas que propagam que a homossexualidade é uma doença e que as mulheres são feitas só para reproduzirem. Discurso que, infelizmente, tem se propagado massivamente com a aquisição das rádios e TV’s pelas empresas evangélicas. “Tenho um forte eleitorado evangélico, que não me faltou”, é a fala de Cunha sobre os 232 mil votos, a terceira maior votação no Rio de Janeiro.
Mas por trás de todo o teatral conservadorismo que Cunha e seus amigos Marcos Feliciano e pastor Everaldo gostam de mostrar, estão interesses materiais bem mundanos. Cunha é suspeito na Operação Lava Jato de ter favorecido alguns agentes de fundos de pensão, como Eric Bello, acusado de desviar dinheiro da Rioprevidência. Também utiliza sua influência política como moeda de troca para indicar seus apadrinhados em fundos de pensão, e outros órgãos do governo, como a chefia de Furnas e a secretaria de defesa agropecuária.
O atual presidente da Câmara é um ardoroso defensor do financiamento privado de campanha e, para a sua última campanha, recebeu R$ 6,8 milhões em doações de empresas como Vale, AmBev, Bradesco, Santander, Safra e Shopping Iguatemi.
O deputado também legislou em defesa do parcelamento de impostos atrasados das grandes empresas e está empenhado em aprovar a construção de outro aeroporto em São Paulo, desejo das empreiteiras Camargo Corrêa e Andade Gutierrez.
Na presidência da Câmara por dois anos, Cunha vai poder desfilar seus projetos, ganhar muito dinheiro das grandes empresas e barganhar muitos cargos no governo, afinal, o governo Dilma é refém dos acordos mais espúrios com o PMDB e o chamado “baixo clero”.
Enquanto isso, mais Jandiras e Elizângelas continuarão morrendo em clínicas clandestinas de aborto. No Brasil estima-se que há quase 1 milhão de abortos feitos ao ano e destes, cerca de 200 mil deixam sequelas ou a morte. As mulheres que morrem são as que não podem pagar para fazer em clínicas seguras. São as mulheres trabalhadoras que, no desespero, vão acabar caindo nas mãos de quadrilhas que funcionam de forma totalmente insalubres e inseguras.
A legalização do aborto é urgente para que nenhuma mulher mais morra, nem fique com sequelas e nem passe constrangimento. Mas se depender deste Congresso, muito mais mulheres morrerão e é sobre o cadáver delas que Eduardo Cunha fundamenta o seu poder, além do muito dinheiro que ganha com seus “negócios”.
É por isso que não devemos esperar nada de progressivo deste Congresso Nacional. A luta das mulheres e dos LGBT’s terá que passar pela mobilização nas ruas, nos unificando com as demais lutas da classe trabalhadora!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vitória: Após pressão dos servidores públicos do Paraná, governo retira de votação pacotaço de maldade




O governo do Paraná teve que recuar e retirou da pauta a votação do pacote de medidas que atacam os direitos dos servidores públicos. Na tarde desta quinta-feira (12), os parlamentares chegaram à Assembleia Legislativa, que está ocupada por manifestantes há três dias, escoltados pela Tropa de Choque, e só assim conseguiram entrar no interior do local, o que causou a ira dos servidores.
Enquanto os parlamentares realizavam uma reunião às escondidas na Alep, os manifestantes entravam em confronto com a polícia, que usou gás de pimenta e bombas. Os trabalhadores conseguiram, após muita tensão, entrar no local em que os parlamentares se reuniram e devido a isso a sessão foi suspensa.
Após o ocorrido, por meio de nota, o governo do Estado anunciou que vai retirar o projeto de votação. De acordo com a nota divulgada pela Casa Civil, a retirada é em virtude das manifestações ocorridas e para assegurar a integridade física e segurança dos parlamentares.   Os servidores, entretanto, permanecem no local até que seja assinado um requerimento que garanta que o projeto irá mesmo ser retirado de votação.
Os parlamentares tentavam instaurar uma Comissão Geral que permite que os deputados votem em um projeto de lei, em um único dia, sem que a proposta passe por comissões específicas, ou seja, sem que seja devidamente debatida.
As medidas que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), quer empurrar para os servidores  mexem com a Previdência, com a carreira do funcionalismo, e frontalmente com a autonomia das universidades, entre outros ataques.
Esses projetos põem fim ao quinquênio (adicional por tempo de serviço), às progressões e o plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos. Outras medidas também rechaçadas pelos servidores são o fim do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento, e a fusão dos dois planos da Paraná Previdência. Esse último item considerado um dos mais polêmicos, visto que num futuro próximo os servidores correm o risco de não receberem suas aposentadorias.

Ocupação
Os servidores públicos do Paraná radicalizaram suas ações contra as medidas de arrocho que o governo quer implementar no estado e decidiram ocupar  na terça-feira (10) a Assembleia Legislativa.  A ocupação é composta massivamente por trabalhadores da Educação do Estado, que estão em greve há quatro dias, com 100% de adesão da categoria. Tem ainda o apoio de outros segmentos do funcionalismo como servidores da saúde, que também estão em greve,  docentes das universidades estaduais, agentes penitenciários, estudantes e diversos outros movimentos.  
A CSP-Conlutas, a Assembleia Nacional de Estudantes Livre, o Movimento Mulheres em Luta, entre outras entidades ligadas à Central estão juntas a esses trabalhadores e apoiam essa iniciativa.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Vamos construir nas lutas uma alternativa dos trabalhadores e defender os nossos direitos



Declaração do PSTU sobre a crise


O governo Dilma (PT), a oposição de direita, o Congresso Nacional e os governadores estão querendo que, mais uma vez, sejam os trabalhadores e a maioria do povo a pagar a conta da crise econômica.
O pacote do governo que dificulta o acesso ao PIS, ao seguro-desemprego, a pensão por morte e o seguro defeso dos pescadores é parte do “saco de maldades” do governo contra os trabalhadores. O “ajuste fiscal” do governo, que o Congresso quer votar e que governadores e prefeitos também estão aplicando, tira dinheiro dos pobres para dar aos ricos: retira direitos, rebaixa salários, promove demissões, aumenta tarifas, promove privatizações e desnacionalização de patrimônio e serviços públicos e corta verbas nas áreas sociais, como na saúde, educação e aposentadoria.
 Eles querem garantir os lucros dos banqueiros, dos grandes empresários, das multinacionais, o pagamento da dívida aos bancos e a remessa de lucros para fora do país tirando dinheiro dos nossos bolsos.
Lembrem-se que nas eleições, Dilma (PT) disse que não mexeria nos direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”. Disse que não aplicaria a política econômica de Aécio (PSDB). O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez alardeou que “em São Paulo não falta água. E não vai faltar água”. Mentiras e mais mentiras!
Dilma prometeu fazer diferente do PSDB para ganhar as eleições, mas mentiu e traiu a confiança de muitos trabalhadores ao esconder o seu verdadeiro programa de governo: ajuste contra os trabalhadores para que os ricos continuem lucrando.
A presidente colocou um banqueiro no Ministério da Fazenda e está aplicando a mesma política econômica que aplicaria Aécio (PSDB) em situação de crise: “ajuste fiscal”, quer dizer: mais exploração em cima da classe trabalhadora para garantir alta lucratividade de bancos e grandes empresas. Dilma (PT) faz a mesma coisa porque o PT governa aliado com banqueiros, empreiteiras, agronegócio e banqueiros. Governa para eles e com eles, por isso, na hora que a porca torce o rabo faz o que eles querem contra os trabalhadores.
 O PSDB também mentiu feio. A crise da água em São Paulo é gravíssima e já afeta a vida diária de milhões de pessoas. Estamos na iminência de uma catástrofe social e a culpa em primeiro lugar é de Alckmin do PSDB.  Vai faltar água também em MG, que era governada por Aécio (PSDB) e no RJ, governado pelo PMDB, aliado de Dilma (PT). Os demais governadores não ficam atrás. Os professores e outros setores do funcionalismo do Paraná estão dando um grande exemplo com a maior greve contra Beto Richa (PSDB) que ataca a educação e todo serviço público para pagar banqueiro.
Não bastasse isso tudo há aumento generalizado de preços. Aumentou o transporte, a luz, a água, os alimentos. E está havendo demissões em massa na indústria, que ameaça a se alastrar para os demais setores, especialmente para a construção civil, que, em muitos casos, milhares de operários estão sendo demitidos sem receberem seus direitos trabalhistas.
Chega de roubalheira na Petrobrás! O Petróleo tem que ser nosso!
A corrupção na Petrobras, envolvendo o PT, PSDB, PP, PMDB e as maiores empreiteiras do país é algo muito grave. Seria necessária uma investigação independente, feita pelas organizações dos trabalhadores, para realmente punir todo mundo (do PT ao PSDB e TODOS os corruptos e corruptores). E, junto com isso, defender a empresa, a soberania nacional, os interesses do Brasil e os trabalhadores.
Em meio a essa crise e perante o depoimento do gerente da Petrobras, Paulo Barusco, à Operação Lava Jato, mostrando que esse esquema de corrupção começou no governo de FHC (PSDB), notícias na rede demonstram que a rede Globo orientou seus jornalistas a não citarem o nome do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) nas suas notícias (a Rede Globo é outra acostumadíssima a mentir).
Mas o esquema atual começou com a quebra do monopólio estatal do petróleo e com as medidas de privatização de FHC, que permitiu que as empreiteiras não precisassem participar de licitação para conseguir obras. Isto, evidentemente, não justifica que sob o PT tenha continuado e até aprofundado a privatização e a bandalheira. Uma traição e uma desmoralização, porque o PT quando foi fundado rejeitava aliança com patrão e corrupção, mas hoje governa com eles, para eles e com os métodos deles. Essas mesmas empreiteiras que ganharam os tubos estão demitindo trabalhadores, deixando de pagar salários e direitos. Ameaçam demitir 100 mil operários e estão parando as obras.
Tem gente se aproveitando da confusão. Fundos de pensão internacionais e especuladores tentam privatizar e desnacionalizar de vez a Petrobras, que é a maior e mais avançada empresa do país.
O petróleo é nosso e só os trabalhadores podem apontar TODOS envolvidos nesta bandalheira e defender a prisão e confisco dos bens de TODOS os corruptos e corruptores, a estatização, sem indenização, das empresas corruptas e uma Petrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores.
Maioria dos deputados se elegeu com dinheiro de empreiteiras
Já os deputados e senadores, que estão cortando dinheiro da educação e da saúde e que se preparam para votar ataques aos direitos trabalhistas, são os mesmos que vão destinar mais dinheiro aos bancos e grandes empresários, e que votaram o aumento dos seus próprios salários em 26%. A maioria deles, 326 deputados, tiveram suas campanhas financiadas por empreiteiras e, pelo menos 43 deles e mais 12 senadores, já estão citados na Operação Lava Jato, começando pelo Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Esses mesmos deputados, que não têm a menor moral, são os que pretendem votar o “ajuste fiscal” do governo contra os trabalhadores e uma “reforma política”, que restringe as liberdades democráticas e legaliza o financiamento indecente de empresas e bancos para suas campanhas milionárias.
O atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também eleito com dinheiro de empreiteiras e banqueiros (sua campanha milionária custou mais de R$ 6 milhões), possui largo currículo associado à corrupção. Ele entrou na política pelas mãos de Collor de Melo e, além de tudo, é machista, homofóbico, conservador e autoritário.

Operários do Comperj fecham Ponte Rio-Niterói

Em defesa dos nossos direitos e por nossas reivindicações
Unir as lutas, ganhar as ruas e construir um dia de paralisação nacional
- Pela revogação das MP’s 664 e 665, em defesa do seguro desemprego, do PIS, do seguro defeso para pescadores e da pensão por morte!
-Pela redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários e por uma lei que impeça as demissões e garanta estabilidade no emprego;
-Pelo aumento geral dos salários! Redução e congelamento dos preços dos alimentos e das tarifas
-Por uma investigação independente na Petrobras, que garanta a prisão e confisco dos bens de TODOS os corruptos e corruptores; pela eleição direta pelos trabalhadores da diretoria da Petrobrás; por uma Petrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores; pela estatização, sem indenização, das empreiteiras envolvidas com a corrupção nas obras da Petrobrás e nenhuma demissão de trabalhadores.
-Pela suspensão do pagamento da dívida aos banqueiros e uso deste dinheiro para investimento em obras ecológicas de emergência e sob controle dos trabalhadores e da população para resolver a questão do abastecimento de água e geração de energia;
-Pela proibição da remessa de lucros para o exterior;
-Pela diminuição dos salários de deputados e senadores. Salário de político igual a um salário de um trabalhador, um professor ou um operário.
É necessário que todas as centrais sindicais e movimentos sociais chamem uma luta unificada em defesa dos nossos direitos, pelas nossas reivindicações e contra a política econômica do governo Dilma (PT) e da direita, do Congresso Nacional, dos governadores e prefeitos. Que os ricos paguem pela crise! Que tirem dinheiro dos banqueiros e grandes empresários e não dos trabalhadores, da saúde ou da educação!
Nós fazemos um chamado à CUT, MST e militantes honestos do PT a romper com o governo e construir uma mobilização unificada que bote abaixo essa política econômica, esse “ajuste fiscal” e coloque TODOS corruptos na cadeia.

Construir nas lutas uma alternativa de poder dos trabalhadores para governar o país
Impeachment não é a solução, a saída está na mobilização
A última pesquisa demonstra que a maioria dos trabalhadores e do povo está indignada com o governo Dilma (PT), com o Alckmin (PSDB) e com “os políticos”.
Nós do PSTU, defendemos o voto nulo no segundo turno das eleições e dissemos na campanha eleitoral que a candidatura do PT ao aliar-se aos banqueiros e grandes empresários assume os interesses deles. É por isso que o governo Dilma (PT) defende o mesmo programa do PSDB diante da crise econômica capitalista. As candidaturas diretamente burguesas como as de Aécio (PSDB), ou nos estados, o PMDB, ou o PP, governam em benefício dos mesmos banqueiros, empreiteiras, agronegócio e multinacionais.
O PSDB todos já conhecemos de outros carnavais, das privatizações, dos escândalos de corrupção da reeleição e tantos outros, dos ataques aos aposentados, da criminalização das nossas lutas. Mas também existe uma outra parte da direita que está aliada ao PT, como Sarney, Maluf, Collor, Michel Temer, Jader Barbalho, Renan Calheiros e outros. É por terem uma mesma opção política e econômica que o governo e a oposição de direita brigam um montão, mas no final estão bem juntinhos na defesa dos ataques aos nossos direitos.
 É por isso que afirmamos que é preciso que os trabalhadores para enfrentar os capitalistas (banqueiros, grandes empresários, multinacionais e agronegócio) precisam romper com o PT e construir uma alternativa dos trabalhadores. Esse governo não está “em disputa” como defendem várias organizações, que atuam para “blindar o governo”. Os trabalhadores para defender seus direitos e garantir mudanças precisam derrotar esse governo e a oposição de direita, porque ambos defendem os interesses dos patrões.
É por isso também que o “impeachment” não é a solução neste momento. Sabemos que, como nós, muitos trabalhadores estão justamente indignados, especialmente, com as mentiras de Dilma (PT) na campanha eleitoral.
Mas a defesa de um “impeachment”, como alguns hoje levantam, não resolve o problema. Isso porque este Congresso, de maioria de corruptos e representantes dos mesmos banqueiros, grandes empresários, multinacionais e ruralistas, não nos representa. Não pode ser esse Congresso e esses deputados definam se esse governo eleito permanece ou não. De que adianta entregar o país nas mãos do vice-presidente Michel Temer (PMDB)? Ou, pior, do deputado Eduardo Cunha (PMDB), Presidente da Câmara?
A classe trabalhadora pode tirar Dilma (PT) para colocar um governo seu, que defenda nossos direitos. O caminho para isso é a luta, a mobilização social, a greve unificada e não o impeachment. Não queremos nem o playboy do Aécio (PSDB), que defende esse mesmíssimo “ajuste fiscal” do governo do PT e menos ainda setores que defendem a volta da ditadura militar (fim do direito de greve, das liberdades democráticas e arrocho brutal sobre os trabalhadores).
Só a classe trabalhadora, através da sua mobilização, pode construir uma alternativa dos trabalhadores, um poder dos debaixo, e, daí sim, tirar e por no governo quem quiser, mas controlado por nós e não mais um representante de banqueiros e multinacionais.
O Brasil precisa de um governo dos trabalhadores, sem patrões!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os sete tipos de reacionários (e como debater com eles)


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Se você já perdeu tempo tentando discutir política com reacionários, deve ter percebido que existem tipos diferentes desses indivíduos, cada um com um estilo particular de “argumentação”. Nesse artigo bem humorado tentaremos desvendar os sete tipos de reacionário, o que há de errado com eles e como devemos agir.
“Quem são os reaças? Onde vivem? De que se alimentam?” (Sérgio Chapelin, sobre reacionários)
Começaremos pelos mais inteligentes e depois seguiremos em direção aos de comunicação mais difícil.
Reacionários Educados
Esses são os mais raros. Eventualmente você esbarra em um em público ou num fórum on-line. Podem ser os mais difíceis de lidar. Eles aprenderam tudo o que há pra se aprender sobre suas posições (de uma perspectiva reacionária). Educaram-se sobre todas as razões que justificam seus posicionamentos como corretos, mas não estão interessados em nada que contradiga suas crenças.
O problema: Qualquer um com internet e cinco minutos livres consegue encontrar algo que descredite completamente sua versão dos “fatos”. Mesmo quando rebatidos, continuam a voltar aos argumentos iniciais, tentam mudar o assunto para algo onde se sintam mais confortáveis ou começam a expressar opiniões sem mérito factual.
Debatendo: Mantenha-os no assunto. Não deixe que ignorem seus contrapontos e mudem o assunto para você. São mestres nisso, mas se você conseguir mantê-los no assunto, começarão a expressar opiniões para as quais você poderá dizer “você tem fatos ou estatísticas que sustentem essa opinião?”.
Reacionários “Globais”
Estes estão entre os mais raivosos. Assistem aos jornais da Globo ou outras mídias de massa burguesas, leem a Veja e acreditam que isso os faz especialistas em política (do mesmo modo que acreditam que assistir ao jogo os faz técnicos e assistir à missa os faz santos). O único conhecimento político que apresentam é uma papagaiada sem base. Quando você os contrapõe, te chamam de “esquerdopata”, “comuna”, “socialista”, etc. Eles acham que todo revolucionário é um socialista que quer tirar seu dinheiro e entregar para pessoas que não merecem.
O problema: Eles não têm ideia do que estão falando. Geralmente estão repetindo coisas ditas pelo Arnaldo Jabor ou, com mais azar, pelo Olavo de Carvalho. Eles acreditam que movimentos anticapitalistas querem roubar sua liberdade (toda a liberdade que o dinheiro possa comprar), mas não compreendem o conceito de capitalismo, nem reconhecem como esses movimentos foram cruciais para que ele tivesse os direitos que têm hoje. Eles acham que o PT é comunista, e se você discorda dizem que você é um leitor da Carta Capital. Dizem que você é uma ovelha, mas esperam que você aceite cegamente tudo o que dizem, sem questionar.
Debatendo: Mantenha-se pedindo fatos e comprovações para as afirmações que fazem até que se desesperem e te chamem dos nomes já citados. Peça-os para enumerar quais os direitos que os movimentos anti-capitalistas já o roubaram (talvez eles digam que perderam o “direito de proibir a união homossexual” ou coisa do tipo, mantenha-se cobrando fatos). Eles tendem a ser violentos, então se estiver cara-a-cara, fique de olho em suas mãos.
Reacionários Cristãos
Estes reacionários são hipócritas. Eles fazem tudo em nome de Jesus, enquanto simultaneamente agem da maneira mais anticristã humanamente possível. Defendem armamento da população, são pró-militares, contrários à igualdade de direitos entre os sexos e à emancipação feminina e, principalmente, ignoram todos os trechos da bíblia que demonstram que Jesus era um personagem revolucionário (e libertário). As partes que mais esquecem são as de “amar o próximo como a si”, “não julgar” e a em que joga filhos contra pais e pais contra filhos. Porque o patriarcado não pode ser agredido, não é mesmo? Eles também acreditam que países em guerra estão assim por falta de Deus no coração, mesmo que quase a totalidade desses países seja de religião abraâmica e siga essencialmente o mesmo deus (com mais rigor!)… E eles odeiam os gays, claro.
O Problema: Eles fazem coisas horríveis em nome do Senhor. Eles acham que aqueles que discordam estão condenados ao inferno, porque são pessoas más. Eles acreditam que somos uma nação cristã, mesmo com uma influência inegável de cultos indígenas e afro-brasileiros em nossa cultura. E eles dizem defender a liberdade religiosa, mas condenam tudo o que não é cristão como “demoníaco”. Ah, eles também negam a evolução…
Debatendo: Insista na mensagem de “amor” cristão. Jesus os orientou a amar incondicionalmente e não julgar. Pergunte como eles acreditam que Cristo agiria no mundo de hoje frente à desigualdade social, e o que ele pensaria do dízimo que se paga às igrejas caça-níqueis. De qualquer forma, eles responderão com citações aleatórias e mostrarão que esse debate em específico é uma perda de tempo.
Reacionários “Contra a Corrupção”
Aqui estão os coleguinhas que vão aos protestos de branco, com a cara pintada de verde e amarelo, cantando o Hino Nacional ou a clássica do Geraldo Vandré. Eles querem um movimento bonito, higiênico, pacífico e, principalmente, passivo. Querem ir às ruas pra protestar por seus direitos, mas não conhecem seus direitos e menos ainda seus deveres. Acham que a polícia tem que sentar a borracha nos “vândalos” do Black Bloc, que eles nem sabem o que é. Dizem que a culpa do tráfico é do usuário, gostam de filmes como Tropa de Elite (alguns até citam Capitão Nascimento). O mais importante: defendem o fim da corrupção. Que corrupção? Não sabem. Mas quando dá preguiça de “vem pra rua”, eles ficam de “luto”.
O Problema: Esses indivíduos defendem pautas vazias. Aliás, eles querem enfiar essas pautas em qualquer lugar onde estejam, dizendo que as pessoas precisam ter foco (nas pautas vazias). São a pior praga dentro da Anonymous. Reproduzem-se como coelhos. Vão tentar levar qualquer debate para o eixo PT/PSDB, vão criminalizar movimentos sociais populares, mas vão defender reforma tributária (ignorando a transferência do poder do estado para o setor privado) e a reforma política (mesmo sem especificar o que é isso, significando, na prática, nada).
Debatendo: Peça que ele defina os conceitos que apresenta. Pergunte a que corrupção se refere, que reforma pretende. A melhor arma contra estes é a história. Tudo aquilo que eles almejam, na prática, até hoje foi conquistado com as práticas que eles condenam. Quando ironizarem o assistencialismo, traga estudos acadêmicos sobre seus resultados e deixe claro que esse é um pilar do capitalismo, para que ele mesmo não desabe em crise. Quando ele disser que o usuário financia o tráfico, pergunte se ele concorda que quem usa gasolina não é igualmente culpado pela guerra por petróleo no Oriente Médio.
Reacionários Xenófobos
Nessa categoria, incluem-se os que pensam que São Paulo é a locomotiva do Brasil, que defendem que o Sul se separe para formar um país de melhor IDH, que chamam tudo o que vive nas regiões Norte e Nordeste de “baiano” e os culpam pela crise urbana no Sudeste e, claro, as patricinhas e os mauricinhos que vão a aeroportos vaiar médicos cubanos. Esse tipo é complicado, porque é do tipo que tem medo de perder o pouquinho que tem pra “esses pobres”.
O Problema: Eles vão defender a superioridade de suas categorias. São meritocratas quando lhes convém, acham que um diploma te faz uma pessoa mais íntegra, mas colam em provas e compram carteiras de motorista. Eles acreditam que o êxodo rural encheu a cidade de gente “vagabunda”, mas dependem do serviço desses “vagabundos” até pra fazer um almoço. Quando você os contrariar, vão tentar te associar ao crime organizado ou ao terrorismo. E também vão dizer que “se usa chinelo não é índio”.
Debatendo: Desse grau pra baixo vai ficar difícil debater, já avisamos. Felizmente, as estatísticas atuam contra esses reacionários, assim como a política internacional, mas essas são esferas que eles não compreendem. E como eles também nunca “sentiram na pele” os problemas sociais, você vai ter que usar metáforas. Só não faça ironias com “Playstation” e “iPhone”, porque isso os deixa fora de controle.
Reacionários Racistas e Sexistas
Esses vêm quase por último por uma razão. Sabemos que racismo e sexismo não são exclusividade de reacionários. Sofremos muito com isso mesmo dentro dos grupos que se afirmam revolucionários. Mas essa junção funesta gera um dos piores tipos: o fascistóide. Eles não odeiam a Dilma pelas contradições de seu governo, mas essencialmente porque ela é mulher. Eles acreditam que liberdade de expressão é poder praticar ódio e discriminação sem sofrer consequências. Eles acreditam numa diferença “natural” fantasiosa entre homens e mulheres, entre brancos e negros, e entre heterossexuais e homossexuais que está muito distante da realidade científica. E por conta disso eles são máquinas de agressão e opressão, ainda que alguns de modo inconsciente.
O Problema: Eles são preconceituosos e discriminadores, mas quando você apontar isso, alegarão perseguição. Eles vão dizer que o dia da consciência negra e as cotas nas universidades é que são racistas, porque desprezam a história e a cultura do país, se pautando num silogismo pobre. Eles não sabem diferenciar a violência do opressor e a resistência do oprimido. Acima de tudo, eles não conseguem compreender porque as pessoas os chamam de machistas, racistas ou homofóbicos quando eles abriram um discurso com “eu tenho vários amigos gays, mas…” ou “eu respeito muito minha mulher e minhas filhas, mas…”. Pra finalizar, eles não entendem que democracia é o governo do povo. Todo o povo, e não só a maioria do povo.
Debatendo: Não se debate com fascistóides. Se os expurga. Você teria mais trabalho tentando convencer algum desses xucros sem educação do que são direitos humanos do que se tentasse convencer uma macieira a dar laranjas.
Reacionários Mal Educados
Esses reacionários são reacionários porque eles acham descolado. Eles têm amigos economistas, ou assistiram a uma meia dúzia de vídeos do Olavinho ou do Dâniel Fraga, então eles pensam que sabem do que estão falando. Eles têm uma gramática horrível, ignoram pontuações e têm uma tendência a escrever tudo em caixa alta (caps lock) e com vários pontos de exclamação, ASSIM!!! ACORDA BRASIL!!! ESSE É O PAÍS QUE VAI SEDIAR A COPA!!!???!!!. Irritante, não? Eles também esperam que você acredite em tudo o que eles dizem, só porque estão dizendo. E também citam vídeos de opinião quando você pede fontes que comprovem o que eles dizem.
O Problema: É difícil categorizar problemas num debate de ogros que não sabem se comunicar. Eles mal compreendem qual é seu posicionamento político, só repetem o que ouviram de um amigo ou viram num vídeo. Eventualmente, publicarão essas correntes mentirosas, com casos de um “famoso professor” que nunca existiu, ou do “grande economista” que nunca disse aquilo. Eles são 100% cegos aos fatos e só dão atenção ao que reforça suas crenças irracionais.
Debatendo: Não há lógica ou fatos que os vá convencer de nada. Você pode ser doutor na área, eles vão inventar uma desculpa do tipo “seu professor de história mentiu pra você” ou “esquerda e direita é coisa do passado”. No lugar de discutir com eles, tente explicar álgebra ao seu animal de estimação. Há mais chances de sucesso.
Esperamos que esse informativo lhes seja útil, ou ao menos que tenha servido como um desabafo coletivo. Lembrem-se disso antes de entrar em debates incansáveis nas redes sociais, pois nem sempre vale a pena. E saiba que esses grupos de reacionários reproduzem entre si e evoluem, como pokémons, então você poderá encontrar híbridos ou formas muito extremas de qualquer um deles.
Este artigo da @AnonymousFUEL foi inspirado no artigo “The 7 Types Of Republicans and How To Debate With Them”, de Matthew Desmond, na AddictingInfo.
Duda Renovatio 
No Pensador Anônimo

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O FUNDO DO POÇO


Crise da água atinge as maiores cidades do país; em São Paulo, metade da água que abastece a metrópole poderá acabar até o meio do ano


É grave a situação do abastecimento de água em São Paulo. Nos últimos dias, o corte de água se ampliou. Apesar de negar, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) impôs um racionamento que atinge, principalmente, os bairros e regiões mais pobres. Neles, falta água por dois ou três dias consecutivos.
A Sabesp, empresa de abastecimento de água do estado, anunciou que pode adotar rodízio de cinco dias sem água por semana. Enquanto isso, a água do Sistema Cantareira, que abastece metade da região metropolitana, continua diminuindo e registrou 5% da sua capacidade.
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência e Tecnologia, as represas do Cantareira poderão secar em junho. Ou seja, metade da água da maior cidade da América do Sul pode simplesmente acabar. É possível imaginar a dimensão da tragédia social que se abaterá sobre a metrópole.
Desesperado, Alckmin disse que poderá utilizar água da poluída represa Billings. As águas da represa são as mesmas dos superpoluídos Rio Pinheiros e Tietê, impróprias para o consumo humano.
Belo Horizonte e Rio de Janeiro
A crise da água também chegou a Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na capital mineira, o sistema Paraopeba, que abastece os 34 municípios da região metropolitana, está com somente 30% de seu volume. O governador Fernando Pimentel (PT) declarou que o estado poderá sofrer racionamento de água nos próximos três meses.
Mas a crise passa longe das mineradoras. Em meio à falta de água, os mineriodutos, tubulações que levam o minério de ferro misturado com água aos portos, continuam desperdiçando um recurso precioso. Essa água é suficiente para suprir uma cidade de 1,6 milhão de habitantes.
No Rio, a maioria das represas que abastece a cidade está prestes a se esgotar. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) minimizou a crise e disse que o Estado vem investindo em obras de infraestrutura hídrica nos últimos anos. Mas a realidade é bem diferente. A Cedae, empresa responsável pelo abastecimento, vem sendo destruída pelos últimos governos, com ampliação das terceirizações e falta de investimentos. A intenção foi desmoralizar a Cedae para depois privatizá-la. O resultado está aí.
O Brasil é um dos países mais ricos em água do mundo, com cerca de 13% de toda na água doce do planeta. Mas o maior consumidor de água no país é a agricultura, especialmente o agronegócio (72%), seguido pela indústria (22%) e residências (6%). A produção do agronegócio é voltada para exportação e tem resultado em desastres ambientais, como a contaminação dos rios e do solo por agrotóxicos. Em 2013, o setor gastou 200 trilhões de litros de água na produção de soja, carne bovina e suína, milho e café. Isso representa 200 Sistemas Canteira cheios.
Privatização é o que gera crise
A imprensa e os governos têm responsabilizado a natureza pela falta de água. Mas a crise não é simplesmente resultado de “fenômenos naturais”. Em 2003, quando Alckmin já era governador, uma severa seca levou o Sistema Cantareira a 1% de sua capacidade. As chuvas do ano seguinte salvaram o tucano, mas nenhuma providência foi tomada para impedir uma nova crise. Em 2012, um relatório da Sabesp para seus investidores já apontava para riscos de desabastecimento. Novamente, nada foi feito por Alckmin.
Desde 2002, a Sabesp passou por um processo de privatização. Hoje, 49% das ações da empresa estão divididos entre acionistas brasileiros e estrangeiros. A Sabesp deixou de enxergar a água como um bem público para transformá-la em mercadoria e proporcionar lucros aos seus acionistas. Por isso, nenhum investimento para ampliar o tratamento de água, a captação ou melhorar a distribuição foi realizado.
A privatização também avançou em Minas Gerais. A Copasa começou a ser privatizada em 2003 pelo então governador Aécio Neves (PSDB), com a venda de ações na Bolsa de Valores. Hoje, 73% dos acionistas são estrangeiros.
No Rio, o sucateamento da Cedae imposto pelo governo Cabral tinha por objetivo privatizá-la. Hoje, a Nova Cedae é empresa de capital misto e o novo sistema de abastecimento da cidade (o projeto Guandú II) foi entregue ao capital privado por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Não faltaram avisos sobre a possibilidade da crise hídrica. Faltou sim investimentos que não foram realizados para não diminuir os lucros dos empresários.
É preciso reestatizar estas empresas e investir em infraestrutura de captação, tratamento e distribuição de água; na recuperação de rios e mananciais e realizar a reforma urbana para atacar a especulação imobiliária, que leva a população mais pobre a ocupar as áreas próximas das fontes de água.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

DEPUTADOS DA ALEMA AUMENTAM SEUS SALÁRIOS E NÃO APROVAM PLANO DOS SERVIDORES


De fato, é inegável que a Mesa Diretora que terminou de dirigir a Casa foi, indubitavelmente, aquela que tratou o servidor da pior forma possível. O Sindsalem faz tal afirmação com base na forma covarde com que a Mesa que, graças a Deus se foi, tratou e tramou junto com seus títeres, que fazem de tudo para se perpetuarem nos cargos de direção da “Casa do Povo”, o processo de revisão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).

Não se faz necessário relatar a você, servidor, como terminou esse processo e a perfídia que todos nós fomos vítimas por conta da má vontade e pusilanimidade daqueles que estavam no comando do Poder Legislativo até pouco tempo. Sim, servidor, você que acreditou naqueles que se foram, principalmente no “ex-Governador Odorico Paraguaçu”, acabou sendo vítima de uma tramoia arquitetada para que você não tivesse ganho algum com a reforma do PCCV. Claro que entre as várias caraminholas, lorotas, balelas, mentiras, etc., contadas pela Mesa passada para que a reforma do plano não passasse de uma doce ilusão para você, servidor, que ficou dois anos acreditando que seria uma realidade absoluta, aquela desculpa antiga que você ouve desde os tempos que o “ex-Governador Odorico Paraguaçu” ainda tinha negros cabelos na cabeça prevaleceu, ou seja, NÃO TEMOS RECURSOS para atender aos servidores. Mas é necessário que você, servidor, saiba de alguns números referentes à saúde fi scal da “Casa do Povo” com base nos dados Secretaria de Estado de Planejamento (SEPLAN).

 Vejamos: De acordo com a SEPLAN, em seu último relatório de gestão fi scal do segundo quadrimestre de 2014, a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão gastava com pessoal 1,92% da Receita Corrente Líquida (RCL), o que fi ca abaixo do limite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 2,01%.

O que isso significa de forma sucinta e objetiva, caro servidor? Que não havia nenhum impedimento legal para a aplicação da reforma do PCCV, pois a proposta que foi de comum acordo aceita por todas as partes envolvidas no processo (SERVIDORES E MESA DIRETORA), implantada em duas etapas, 2015 e 2016, não iria onerar a folha de pagamento o sufi - ciente para que o Poder Legislativo deixasse de cumprir com a LRF. Afi rmamos o posto no parágrafo acima, pois os cálculos foram feitos pela direção da Casa simulando o impacto da reforma do PCCV na folha de pagamento.

Tanto a Diretoria Financeira, quanto a Diretoria de Recursos Humanos têm conhecimento de tais números, mas escondem dos servidores de forma vil e obtusa. Ambas as Diretorias e a Mesa Diretora sabem que implantando a reforma do PCCV em dois anos, como foi acordado, não impediria o Poder Legislativo de continuar abaixo do limite prudencial no que se refere a LRF. Porém, caro servidor, é preciso que você saiba quão preocupados estão os “nobres” deputados com a situação fi scal da “Casa do Povo”. Senão, vejamos: os senhores têm conhecimento do Decreto Legislativo nº 461/2014?

Pois bem, publicado no Diário Ofi cial de 22/12/2014, justamente no último dia de atividades do período legislativo, “na calada da noite”, trata justamente de um aumento, não para você, servidor, mas para eles, os nobres deputados. Isso mesmo, para a próxima legislatura que começa agora em fevereiro. Os senhores deputados não se furtaram, não se envergonharam, não se opuseram, não se acovardaram, não mediram esforços, nem responsabilidade fi scal (QUE PILHÉRIA), para aumentarem seus próprios subsídios. E não foi pouco, os subsídios dos deputados subiram de R$20.025,00 para R$25.322,25, ou seja, 26,45% de aumento.

Agora, o Sindsalem tem a obrigação de arguir. E há recursos para tanto? Não há para os senhores deputados limites legais para aumentarem seus subsídios? E como fi ca o aumento dos seus subsídios à luz da LRF? Sim, pois o que nos foi comunicado era que não havia recursos para a reforma do PCCV dos servidores, mas como que, em um passe de mágica, surgiu para aumentarem os seus próprios subsídios? E isso não custa pouco, apenas com subsídios, sem abordar outros penduricalhos que os nobres deputados fazem jus.

 Cada parlamentar custará R$329.189,25, sendo assim, os distintos 42 custarão R$13.852.948,50, muito mais que o necessário para a reforma do PCCV. Mas não faltavam recursos “Ex-Mesa Diretora”? Não faltavam recursos, Diretoria de Recursos Humanos? Não faltavam recursos, Diretoria Financeira? NÃO servidor, recursos nunca faltarão, salvo se for para reformar o nosso PCCV, para os deputados recursos jorram de várias formas e de distintas origens. Saiba que o orçamento aprovado pela Assembleia para o exercício de 2015 destinou para gasto com pessoal da “Casa do Povo” nada menos que R$210.000.000,00. Sendo que esse gasto pode chegar a R$221.553.863,69 que é, com base na RCL do orçamento de 2015, o limite prudencial para gasto com pessoal.

Diante disso, não há saída, servidor. Temos que lutar muito, não nos calar, não aceitar qualquer baboseira “arrotada” pela Mesa Diretora como desculpa para não termos nosso PCCV reformado, atualizado e com vencimentos dignos para todos os servidores do Poder Legislativo e, não somente, uma corriola de asseclas e títeres dos nobres parlamentares.

Esperamos que os ventos de mudança e transparência cheguem, também, na Alema e que a nova Mesa Diretora e os novos deputados se predisponham a aprovar a proposta de REFORMA DO PCCV. Números postos e considerações feitas, companheiros, o ano de 2015 é de reação contra tudo e todos aqueles que sempre tolhem nossos desejos, nossas conquistas, nossas metas e nos impigem as piores aleivosias.

 Da parte da direção do Sindsalem, vamos continuar na luta com todos os meios que estiverem ao nosso alcance para conquistarmos os objetivos da categoria, sobretudo, salários dignos e a tão almejada e necessária valoriza- ção profi ssional. Nesta luta, servidor, contamos com o seu apoio! Reforma do PCCV, JÁ!ento do Decreto Legislativo nº 461/2014?