sexta-feira, 9 de setembro de 2016
PORQUE O MAIS VOTA NA FRENTE DE ESQUERDA EM SÃO LUÍS-MA
São Luís ao longo de sua existência acumulou um histórico de resistência e de luta que lhe conferiu o título de Ilha Rebelde. A resistência dos professores contra a destruição da escola pública, da juventude contra os aumentos abusivos das tarifas de transporte, dos ativistas e moradores de comunidades tradicionais contra a implantação de projetos que desconsideram seu modo de vida e a proteção do meio ambiente e aumentam as desigualdades sociais, como a luta contra o Plano Diretor em 2015, a luta dos moradores do Vinhais Velho contra a Via Expressa, a luta dos moradores das comunidades extrativistas da área Itaqui-Bancanga contra o Pólo Siderúrgico, contra mais um Porto na região do Cajueiro, demonstram que os trabalhadores de São Luís não fogem da luta.
No campo das eleições, a ilha geralmente fazia opção por políticos ditos progressistas ou do chamado campo democrático, porém, em 2008, com a eleição de João Castelo, um político tradicional e corrupto, a população escolheu a direita tradicional. Castelo venceu a eleição derrotando o atual governador do Maranhão, Flavio Dino do PC do B. Naquele momento, o PC do B e vários partidos do campo democrático popular não conseguiram derrotar um ex-senador biônico da Ditadura Militar. O desastre da gestão de Castelo propiciou a eleição do Edivaldo Holanda Junior, um político oriundo do PSDB que, na esteira do oportunismo religioso e com o apoio do PC do B, PPS, PSB e de outros partidos satélites da direita, conseguiu chegar a Prefeitura de São Luís, em 2012.
Visando à paralisação política de Castelo nas eleições de 2014 para o Governo do Estado, as forças políticas em torno de Holanda Junior iniciaram uma série de denúncias de desvio de dinheiro público contra a gestão do ex-prefeito.
Após atingir seus objetivos e com Castelo isolado, abandonaram as denúncias, o que possibiliou a candidatura e eleição de João Castelo a Deputado Federal. Pacto feito, tiveram o apoio deste para eleger o atual governador, do PC do B.
Iniciado a gestão do Governador Flávio Dino, Holanda Junior começou a praticar a velha política da direita, renovação asfáltica na cidade e inauguração de algumas praças. É esse o principal mote eleitoral do atual prefeito para tentar sua reeleição.
Nestas eleições o campo de apoio de Holanda Junior sofreu profunda modificação. O PSB, do corrupto Senador Roberto Costa e do Deputado Bira do Pindaré, partido que outrora fazia parte da gestão de Holanda Junior, hoje caminha ao lado do aventureiro Welington do Curso, do PP de Waldir Maranhão. A oligarquia Sarney, que em outros períodos disputou a prefeitura de São Luís com cara própria, há muito deixou de fazê-lo por falta de opção e de quadros autênticos do grupo. Hoje eles apoiam quatro candidatos: Elisiane Gama, Wellington do Curso, Fabio Câmara e Rose Sales. Além destes, a direita, na velha tática de projetar o novo com o projeto do atraso, tenta emplacar Eduardo Bride, um deputado que assim como Welington do Curso, silenciou sobre os servidores fantasmas existentes na Assembleia Legislativa do Maranhão e sobre a enxurrada de diárias fictícias que também engrossa o caldo das diversas modalidades de corrupção existentes naquela casa, sob a Liderança do Coronel Humberto Coutinho do PDT, mesmo partido do Prefeito Holanda Junior.
No campo da esquerda socialista, há duas candidaturas, a de Cláudia Durans, pelo PSTU, e a de Valdeny Barros, pela frente “São Luís o caminho é pela esquerda”, do PSOL/PCB/MAIS. Nós do MAIS – Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista – defendemos a necessidade da conformação dessa frente de esquerda classista e socialista nas eleiçõs e também nas lutas. Precisamos construir uma alternativa ao bloco da direita, capitaneado pela candidatura do PDT de Holanda Junior, que, em São Luís, contam com o apoio do PT e do PC do B, que, por insistir nas alianças com a direita tradicional, são incapazes de se apresentar enquanto oposição de esquerda real e programática.
Defendíamos que essa frente deveria envolver o PSOL, o PSTU, o PCB, movimentos sociais e demais organizações de esquerda. Infelizmente, o PSTU optou por não participar da frente e lançaram candidatura própria. Por outro lado, nós, o PSOL e o PCB decidimos caminhar juntos em com esse programa.
É preciso afirmar a construção de um campo de classe independente, que priorize a luta direta contra os duros ataques aos nossos direitos implementados por Temer e pelo Congresso corrupto e reacionário. Após retirar o governo de frente popular, via golpe parlamentar, o governo ilegítimo de Temer com o amplo apoio deste congresso, se sente mais fortalecido para implementar políticas anticíclicas que trarão dificuldades profundas para o conjunto da classe trabalhadora. É bem verdade que Temer apenas continuará a aplicar, com mais vigor, as mesmas políticas anticíclicas do governo da presidente Dilma, e é justamente por isso que precisamos lutar contra o ajuste fiscal e para derrubá o governo de Temer.
Acreditamos que o compromisso da esquerda socialista é com a mudança real da sociedade, que não virá plenamente através das eleições e sim da luta. Contudo, perder a oportunidade de discutir uma saída classista com os trabalhadores no período eleitoral é um erro. Nós do MAIS acreditamos que a esquerda socialista na nossa cidade tem a obrigação de apresentar um programa que combata as opressões (racismo, machismo e lgbtfobia), que responda ao problema do desemprego, da moradia, da mobilidade urbana, da falta de acesso a saúde, a educação, ao saneamento básico, que tanto afligem o povo pobre e trabalhador da Ilha de São Luís. Um programa que comece por negar a Lei de Responsabilidade Fiscal que só beneficia os patrões e ponha em seu lugar a Lei de Responsabilidade Social, que faça com que as riquezas de nossa cidade sejam usadas para mudar radicalmente as condições de vida dos trabalhadores para melhor.
Um programa que acabe com os privilégios dos políticos; que bote fim na escalada de privatização da cidade; que atire na lata do lixo o Plano Diretor que contempla os ricos e empresários, construindo no seu lugar um plano diretor que vá ao encontro das necessidades da ampla maioria do povo. Nosso compromisso é com um programa que bata de frente com as injustiças sociais da nossa cidade, apontando uma saída classista para derrotar Holanda Junior, os patrões e também a estratégia de conciliação do PT e do PCdoB.
Sendo assim, nestas eleições conclamamos os trabalhadores de São Luís a dizerem um sonoro NÃO nas urnas às quatros candidaturas orquestradas pela Família Sarney, Elisiane Gama, Wellington do Curso, Fabio Câmara e Rose Sales. Da mesma forma, a negar também a candidatura do PDT/PT/Pc do B e outras legendas satélites que não apresentam nada de novo em relação a forma e conteúdo das administrações da velha e carcomida oligarquia Sarney.
Por último, apesar de reconhecer a importância da candidatura da professora Cláudia Durans do PSTU, nós do MAIS apoiamos e conclamamos aos trabalhadores e trabalhadoras de São Luís a votar nos candidatos da Frente de Esquerda constituída pelo PSOL/PCB/MAIS, encabeçada por Valdeny Barros.
Por uma frente da esquerda socialista nas eleições e nas lutas!
Por uma São Luís para os trabalhadores!
Fora Temer!
Eleições Gerais, Já!
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
GALINHA QUE ACOMPANHA PATO MORRE AFOGADA
Esse adágio popular e jocoso quer nos ensinar que uma ave por
não saber nadar muito bem não pode tentar atravessar um rio com um pato que é o
mestre da natação. Digamos assim, o pato é Michael Phelps da natação, enquanto a
galinha nem medalha de bronze ganhou.
Aplicando isso ao
nosso momento da história a galinha seria o PT que resolveu nadar com o pato corrupto
simbolizado no PMDB e seus partidos satélites para gerir o capitalismo brasileiro.
Aplicando isso para qual a melhor postura que as organizações de esquerda devam ter diante da rasteira histórica dada pela
classe dominante ao PT no CONGRESSO NACIONAL e que atingiu a esquerda como um todo ao tirar o direito de DILMA de terminar seu mandato. Temos o seguinte:
Algumas organizações revolucionárias, consciente do seu
papel histórico e mesmo com total desacordo com o PT, um partido que traiu a nossa classe, resolveram tentar salvá-lo do afogamento imposto no
congresso não porque amam o PT, mas porque isso trará consequências nocivas e terríveis
para Classe Trabalhadora de conjunto. Outras organizações, que se acham mais conscientes, puras e
combativas que todas as outras e que também não amam o PT, resolveram ajudar o PATO DA FIESP a nadar
MELHOR DO QUE ele já sabe.
Ou seja, a primeira
galinha já morreu afogada e inclusive nestas eleições continuar a nadar com o
mesmo pato que a afogou; a segunda galinha ainda tem chance de não morrer
afogada se abandonar de vez a ideia de nadar com o pato da FIESP e resolver
nadar junto com a classe trabalhadora, não para salvar o PT posto que já está morto
para nossa classe, mas para derrubar o TEMER que estar querendo afundar de vez
nossos direitos e sonhos nas águas turvas do capitalismo.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Mobilizações em todo país denunciam impeachment e pedem ‘Fora Temer’
Da Redação
No dia em que o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff (PT) foi consumado no Senado Federal, milhares de pessoas foram às ruas em diversas capitais do país para denunciar a manobra parlamentar e exigir o Fora Temer.
Durante os protestos, veículos de comunicação, grupos empresariais e sedes de partidos políticos, impulsionadores do impeachment, sofreram escrachos do movimento.
Em São Paulo, a porta da sede do Jornal Folha de São Paulo teve o nome “golpista” marcado. Em Porto Alegre, foi a vez da sede do PMDB, partido de Michel Temer. Em Natal, a sede da afiliada da Rede Globo também foi alvo de protestos. Mobilizações também aconteceram em Recife, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Manaus, Belém, Florianópolis e muitas outras capitais e cidades do país.
Centrais sindicais como CUT, CTB, as frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e Frente de Esquerda Socialista compuseram as manifestações. Representante do MTST, movimento que ocupou estradas na manhã desta quarta-feira (31) em protesto à possível consolidação do impeachment, Guilherme Boulos esteve presente no ato de São Paulo. “Vamos encher as ruas. Eles ganharam no Senado, mas na rua a história é outra”, declarou.
Não foram apenas participantes de organizações e movimentos sociais que se somaram aos protestos. “Eu vim pra esse ato porque a interrupção do governo dela é ilegitima, principalmente, porque está sendo conduzida por grupos que não pensam nos interesses do povo, mas sim em interesses privados”, explicou estudante da USP.
Nas manifestações, o Fora Temer foi o grito mais entoado. Grupos reivindicaram a volta de Dilma, enquanto outros defenderam novo processo de decisão. Para a representante do MAIS, professora Silvia Ferraro, novas eleições é a melhor alternativa. “Vamos nos manifestar contra essa manobra parlamentar reacionária deste Congresso corrupto. Vamos juntos derrubar este governo Temer e exigir eleições gerais”, defendeu.
A falta de participação da população foi um dos motivos questionados pelos contrários à decisão. A representante do movimento Juntos, Sâmia Bonfim, foi uma das que criticou a composição do Senado e defendeu decisão popular. “O impeachment da Dilma não tem a menor legitimidade. Foi feito um golpe institucional. Estamos aqui para dizer que o povo vai vencer e que a gente nas ruas vai conseguir derrubar o Temer e arrancar um processo de novas eleições. Porque quem tem que decidir é o povo e não esse Senado velho, carcomido e corrupto”.
No Rio de Janeiro, pelo menos três mil pessoas participaram do protesto. Um forte aparato policial ajudou a dispersar os manifestantes. A fotógrafa Natália comentou o sentimento de incerteza sobre o futuro. “Para mim não consigo mais enxergar perspectiva de futuro, não sei o que vai ser amanhã. Um governo que eu não reconheço, que pra mim não é legítimo. Estou tentando processar o que está acontecendo. Um golpe parlamentar para mim é nítido. Não sei nem se vou poder mais votar, não sei como vai ser o futuro”, desabafou.
Em Recife, barricadas foram montadas nas ruas parando o trânsito da cidade. A capital gaúcha, Porto Alegre, reuniu mais 10 mil contra o golpe que levou o PMDB à Presidência da República de forma ilegítima. Mas, não apenas nas capitais houve protestos. Em Santos, São Paulo, assim como em outros municípios, também teve passeata.
Novas manifestações estão sendo organizadas em todo o Brasil. Atos espontâneos podem surgir e uma grande mobilização é convocada para o dia 7 de setembro em várias cidades, durante o Grito dos Excluídos.
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