terça-feira, 28 de outubro de 2014

AS CONFUSÕES ELEITORAIS SE DEVEM AO NÃO ENTENDIMENTO DO QUE É PARTIDO DE FATO.

Escrito pelo Professor Hertz Dias.

Não podemos analisar a grande confusão que envolveu a disputa entre o PT e o PSDB sem entender um problema fundamental de nossa classe: a ausência de direção política revolucionária. 

Mais de 5 milhões de pessoas ganharam as ruas em junho de 2013 realizando mais de 600 atos deixando a burguesia atônita, mas atenta. Um ano depois, a própria direta que organizou os ataques às organizações de esquerda, no tão propalado ‘sem partido’, soube sabiamente capitanear o tal sentimento de MUDANÇA que eles jamais defenderam. Basta lembrar que foi em São Paulo que teve início os grandes protestos das ‘Jornadas de Junho’ logo após o governo de Alckmin do PSDB ter mandado reprimir as manifestações contra o aumento das passagens. Dilma, por outro lado, disponibilizou o exército para também ajudar a reprimir essas mesmas manifestações.


Tanto o PT quanto o PSDB estavam contra as ‘Jornada de Junho’ por uma questão bem simples, as ‘Jornada de Junho’ estava contra eles, estava contra os banqueiros, contra os patrões, contra a violência policial, contra as opressões e em defesa dos serviços públicos etc. 

Acontece que a classe trabalhadora não esteve em JUNHO enquanto classe organizada. As massas nas ruas, sem uma base política e ideológica solida, é como um exército sem as mesmas bases, igualmente sólida. Os soldados podem fazer tudo com as armas, menos sentar em cima delas. As massas podem fazer tudo sem direção revolucionária, menos derrotar seus inimigos de classe. 


A burguesia se fracionou entre as duas candidaturas no segundo turno, mas não se dividiu mortalmente porque tanto o PT como o PSDB defendem programas que na essência são idênticos. É simplesmente por isso que a burguesia industrial do sul-sudeste não saiu desse processo xingando as oligarquias do nordeste. A nossa classe é que se dividiu entre sulistas e nordestinos, avançados e conservadores, e toda uma gama de preconceitos que circulam nas redes sociais. 


Dilma foi obrigada a colocar um verniz de esquerda em seus discursos para disputar o sentimento de JUNHO que exigia MUDANÇA. A camaleônica Marina Silva e o conservador PSDB já haviam feito isso. O PT foi obrigado a mergulhar no lamaçal em que havia jogado todas as bandeiras históricas dos trabalhadores para levantá-las no segundo turno com toda a sua fedentina. O PSOL e muitas organizações de esquerda taparam os narizes e votaram no PT sob a alegação de que era preciso derrotar a tal ‘onda conservadora’ inventada pela intelectualidade petista. Então foram os conservadores que ganharam as ruas em Junho, sobretudo em São Paulo? As mais de 2 mil pessoas detidas e processadas desde as 'Jornadas de Junho' pelos governos são parte de uma reação conservadora? O voto no PSDB foi um voto de castigo contra o PT porque as eleições burguesas é um reflexo distorcido de uma consciência coletiva inconclusa. Se a presidência dos últimos 12 anos fosse do PSDB, a lógica seria proporcionalmente inversa.


Muitos dos que estiveram nas ruas em Junho votaram no PSDB, não porque defendem o programa desse partido, mas porque não conseguiram aprender que Partido é Programa, que Partido é interesses de classe. Seria impossível nossa classe avançar para esse nível de consciência com alguns estalos de JUNHO, sobretudo em atos que até carro de som era rechaçado como símbolo de autoritarismo. Enquanto isso, a Rede Globo seguia tranquilamente falando para mais de 70 milhões de pessoas por dia. A reação conservadora da burguesia e sua mídia comercial foi mais preocupante em JUNHO do que em OUTUBRO, e em JUNHO o PT fez parte dela. 


Enfrentar a burguesia com todo o seu aparato, seja ele repressor ou cultural, sem organização e programa sólido, é o mesmo que procurar sistemas anatômicos em fantasmas. A crise da nossa classe é a crise de direção revolucionária, de partido revolucionário, pois disposição para a luta nosso povo já demonstrou que tem, e tem de sobra, conforme mostram os anais da ‘Jornada de Junho’. 


É POR ISSO QUE CONSTRUÍMOS O PSTU.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado

Do Professor e Militante do PSTU


arcaryVALERIO ARCARY*

Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Fernando Pessoa
Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro.Demóstenes
Construímos estátuas de neve e choramos ao ver que derretem.Walter Scott
Escrevo este artigo como uma declaração de voto. Pouco mais de quinze dias nos separam do segundo turno das eleições presidenciais de 2014. Pela quinta vez, desde o fim da ditadura, haverá um segundo turno, entre um candidato do PT, e um candidato de um partido orgânico do capital.
A campanha pelo voto útil em Dilma Rousseff aumenta de intensidade sobre os militantes e eleitores da esquerda anticapitalista. Sob a pressão de uma eleição ainda muito apertada e incerta, a direção do PT abraçou um discurso catastrofista que quer apresentar a disputa entre Aécio e Dilma como um armagedon político.
Pergunta direta aos petistas de esquerda: Dilma sinalizou algum interesse em discutir com a oposição de esquerda e seus quase dois milhões de votos? Dilma sinalizou a disposição de mudar de rumos, e romper com o PMDB de Michel Temer, José Sarney e Renan Calheiros? Dilma sinalizou que iria governar apoiada na mobilização da maioria explorada e oprimida, e não nos deputados das bancadas ruralista, evangélica e, sobretudo, nos representantes de empreiteiras e bancos que são a maioria do Congresso Nacional?
Se houvesse uma minúscula possibilidade de que em um quarto mandato do PT, Dilma estivesse disposta a fazer uma reforma fiscal com impostos rigorosos sobre as grandes fortunas, manifestasse a intenção de romper com as chantagens do rentismo e, apoiada na mobilização dos trabalhadores, realizar uma auditoria e suspensão do pagamento da dívida pública. Se estivesse comprometida em garantir um aumento de verdade no salário mínimo, ou uma política de combate à privatização da educação, da saúde, do transporte urbano e da segurança. Se houvesse uma mínima possibilidade de que Dilma tomasse a iniciativa pela legalização do aborto, pela criminalização da homofobia, da legalização do consumo de psicotrópicos. Se Dilma anunciasse a retirada das tropas do Haiti. Ou seja, se fosse possível, minimamente, uma mudança de estratégia… Convido meus amigos a admitir que estas são propostas plausíveis e razoáveis. Mas não há chance alguma.
A credulidade na vida não é, necessariamente, um defeito grave. O benefício da dúvida em relação aos outros, ou seja, alguma inocência nas relações humanas é uma forma de levar a vida com mais leveza. Mas, na política a ingenuidade é fatal.  Não é verdade que a única forma de lutar contra Aécio é colocando o voto na urna para Dilma.
Dilma não corre o risco de ser derrotada pela posição de anulação do voto da oposição de esquerda. Dilma corre o risco de ser derrotada por si mesma, ou melhor, pelo que fez, e por aquilo que o PT não fez nos últimos quatro anos.
Não nos enganemos. A verdade nua e crua é que há vários pontos de contato entre o programa que ele representa, e o programa de Dilma. Quais? Um exemplo? Voltamos a ter, em 2014, uma das maiores taxas de juros básica do mundo, a exigência nº 1 dos rentistas. Não satisfeitos, Mantega, ministro do governo Dilma, e o Banco Central dirigido por Tombini, aquele que não é independente, mas tem autonomia, vêm sinalizando que estão dispostos a fazer um ajuste fiscal anti-inflacionário com redução de gastos, e superávit fiscal ainda maior. Derrotar o programa de ajuste que o capital exige só será possível, portanto, com a resistência que precisará ser construída em 2015 nas ruas.
O alarmismo quer nos fazer crer que Aécio seria do mal, Dilma seria do bem. Ai de nós, se não votarmos no mal menor. Essa campanha de dramatização não é educativa. O apelo emocional ao voto é muito eficaz, mas diminui o significado da disputa política. Sempre que há um segundo turno, de dois em dois anos, seguindo o ritmo do calendário eleitoral, que não devia ser sinônimo de democracia, assistimos a este espetáculo bizarro, cuidadosamente encenado, em que se cria um clima político irracional, em que a esquerda é convidada a regredir a uma infantilização política.
Que os partidos burgueses usem, contra o PT e Dilma, todos os recursos da manipulação emocional mais demagógica, não devia ser o bastante para que a direção do PT e seus aliados façam o mesmo.
Aécio é, evidentemente, um candidato que provoca mal-estar, ou até ira e fúria em qualquer um que tenha compromisso com a luta pela igualdade social, que é o que define uma identidade de esquerda. Pelo que é, e pelo que representa. Merece o justo ódio de classe de todos os trabalhadores e jovens. Muito especialmente, os que tiveram a pouca sorte de ter que aturá-lo como governador em Minas Gerais. Aécio esconde o pacote de maldades que trás no bolso, e que é o sonho de consumo dos setores mais retrógados do capitalismo brasileiro. Quais seriam suas primeiras medidas de governo? Ajuste nos preços dos derivados do petróleo e álcool? Austeridade nas contas públicas e arrocho para o funcionalismo federal? Nova política para o salário mínimo, com reajustes ainda menores? Flexibilização trabalhista, com revisão dos poucos direitos presentes na CLT? Nova reforma da previdência reacionária, com introdução de idade mínima, de 60 ou 65 anos, além dos 35 anos de carteira assinada? Mais terceirizações? Inclusive no serviço público? E por que não, uma nova onda de privatizações? Um horror.
Merece, portanto, ser combatido. Não há porque ter medo das palavras: impiedosamente. Devemos todos denunciá-lo. A mão não deve tremer. Mas, para aqueles que lutamos contra a injustiça, não vale tudo. É preciso saber lutar, mas sempre com grandeza. A crítica deve ser política, demonstrando quais são os interesses de classe que ele defende. Uma linha de argumentação de classe que revele o lugar de Aécio, como porta-voz das reivindicações do capital: por isso a exigência de menos impostos e o silêncio diante da proposta de taxação das grandes fortunas. Devemos dialogar com nossos colegas de trabalho, em especial aqueles que por fadiga e cansaço com os governos de colaboração de classes liderados pelo PT, podem estar inclinados a votar nele. Para tentar convencê-los do perigo que significaria uma vitória do PSDB.
Uma análise marxista abraça um método menos emocional que o alarmismo: é uma interpretação da realidade orientada por um critério de classe. Muitas vezes na história os governos dos partidos reformistas com eleitorado entre os trabalhadores foram mais úteis para a defesa da ordem que os partidos da própria burguesia: protegiam o capitalismo dos capitalistas. Esse foi o papel lamentável dos governos liderados pelo PT nos últimos doze anos. Por isso Lula se transformou em uma coqueluche mundial em Davos, e recebeu o apoio dos governos mais reacionários do planeta. Porque foi o governo que garantiu a estabilidade social no país que foi, nos anos oitenta, o campeão mundial de horas de greve.
Os marxistas não indicam nunca a escolha do carrasco menos cruel.
Em 1989 os militantes que se organizavam em uma das correntes que constituiu o PSTU, a Convergência Socialista, chamaram a votar em Lula, e o fizeram novamente em 2002. Era outro contexto. O PT ainda não havia chegado ao poder.
Votamos em Lula em 1989, e em 2002, apesar de nossa discordância do programa do PT, por que a maioria dos trabalhadores confiava em Lula e não queríamos ser um obstáculo à sua eleição. Não tínhamos qualquer ilusão em um governo do PT, mas acompanhamos no voto, e somente no voto, a vontade do movimento da classe trabalhadora de levar Lula ao poder, depois de uma espera de vinte anos, alertando que estavam iludidos aqueles que tinham esperança que o governo iria romper com o programa neoliberal de ajuste dos governos de Fernando Henrique.
Depois de doze anos, nossa responsabilidade nos impede esse voto. Porque doze anos é um intervalo histórico significativo. Lula não só não rompeu com o modelo neoliberal, como o PT manteve durante mais de uma década o tripé macroeconômico intacto. Pequenas variações nas taxas de juros durante dezoito meses não foram uma mudança de rumos, como ficou claro no início de 2013, e Mantega deixou claro para quem prestou atenção. O capitalismo brasileiro não tem porque temer o PT.
Não terá sido por isso que a arrecadação de Dilma entre as grandes corporações foi até maior do que a de Aécio? Alguém, minimamente, informado ainda pode acreditar que esta eleição é uma disputa entre o capital de um lado e o trabalho do outro? Não são dois projetos de gestão do capitalismo, ainda que com diferenças de ênfase?
E agora, como em 2010, por que não votaremos em Dilma, se a maioria do movimento organizado dos trabalhadores deseja derrotar Aécio? Porque nos últimos doze anos o PT governou o Brasil ao serviço do capitalismo. Uma parcela mais consciente dos trabalhadores sabe, também, que Lula e Dilma governaram ao serviço dos banqueiros, mas acham que não era possível uma política de ruptura. Os trabalhadores e a juventude, em situações políticas de estabilidade da dominação capitalista, não têm expectativas elevadas, ou seja, não acreditam senão em reformas nos limites da ordem existente. Não acreditam que é possível, porque perderam a confiança em si mesmos, portanto, na força de sua união e de sua luta.
O papel dos socialistas não pode ser o de reforçar essa prostração político-social, mas, ao contrário, o de incendiar os ânimos, inflamar a esperança, e combater a perigosa ilusão de que é possível regular o capitalismo. A história vem demonstrando de maneira trágica que não é possível. Os mercados não aceitam ser limitados pela via da negociação.
Quem decidir indicar o voto em Dilma, mesmo que na forma mais elegante de voto crítico, ou seja, com a mão no nariz, para derrotar Aécio, deve se perguntar como vai se sentir quando for anunciado o primeiro pacote de ajuste fiscal em 2015. Vai se arrepender e, infelizmente, se desmoralizar. A desmoralização tem um custo alto para a esquerda. Ela é o pântano que alimenta a decepção de que não há saída coletiva, porque afinal “todos seriam iguais”. Ela é o combustível do “cada um por si, todos contra todos”.
A tarefa daqueles que defendem o programa socialista consiste em demonstrar para os trabalhadores que era e é possível ir além. Era e continua sendo possível desafiar a ordem do capital. Às vezes, infelizmente, muitas vezes, é preciso ter a firmeza de nadar contra a corrente. Para defender uma posição firme e simples: nenhuma ilusão ou confiança no governo. Voto nulo.

* VALERIO ARCARY é professor do IF/SP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia), e Doutor em História pela USP.

sábado, 11 de outubro de 2014

Posição do PSTU no segundo turno das eleições presidenciais


É nas lutas que vamos mudar o Brasil para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre

Diante de um segundo turno disputado por um candidato do PSDB – representante maior dos bancos e das grandes empresas em nosso país – e uma candidatura do PT, nós entendemos as razões que levam ainda muitos trabalhadores a acharem que é melhor votar em Dilma para derrotar Aécio Neves, e respeitamos, obviamente, a opinião de todos que pensam assim. Mais que isso, queremos estar juntos com estes e com todos os trabalhadores nas lutas que teremos pela frente para defender nossos direitos e melhores condições de vida para nosso povo. No entanto, queremos expressar claramente a opinião do nosso partido pelo voto nulo e as razões pelas quais a adotamos.
O PSTU lançou candidatos às eleições para defender um programa operário e socialista para o país. Um programa para garantir o atendimento das demandas necessárias para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre - saúde, educação, moradia, transporte, aposentadoria, reforma agrária, emprego e salário digno para todos. Para assegurar o respeito aos direitos das pessoas LGBT, o fim da discriminação e do machismo contra as mulheres e do racismo contra negros e negras. Que ponha fim à violência e à criminalização da pobreza e das lutas dos trabalhadores e da juventude brasileira.
Um programa que, para atingir estes objetivos, avança em medidas para colocar fim ao controle que os bancos, as empreiteiras, as multinacionais e as grandes empresas têm sobre nosso país, pois esta é a única forma de acabar com a injustiça e a desigualdade.
O segundo turno das eleições será disputado por duas candidaturas que não defendem este programa. Aécio Neves, do PSDB é o representante direto dos bancos e das grandes empresas que controlam o país. Seu governo seria a expressão clara do retrocesso, da volta de um governo que, como FHC, privatizou, entregou o patrimônio do Brasil às multinacionais e atacou duramente os direitos dos trabalhadores. De governos como o de Geraldo Alckmim de São Paulo e de Anastasia em Minas Gerais, onde a brutalidade e a violência policial é a única resposta às demandas dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude a brutalidade policial.
A continuidade do governo do PT, com Dilma Roussef, tampouco vai trazer as mudanças que os trabalhadores e a juventude brasileira querem, para terem uma vida melhor. Depois de 12 anos de governo petista, é forçoso reconhecer que este partido tem governado privilegiando os mesmos interesses que o governo anterior. Ao buscar uma aliança com os bancos e grandes empresas para governar (representados pelos Sarney’s, Collor’s e Maluf’s da vida), o PT não mudou nem vai mudar o país.
O Bolsa Família, apresentado como prioridade do governo petista, pois destinado a combater a pobreza, leva do orçamento do país cerca de 24 bilhões de reais/ano. Já o Bolsa Banqueiro – recursos públicos que saem do mesmo orçamento para engordar os lucros dos bancos e especuladores do mercado financeiro – chega a 900 bilhões de reais/ano. Ou seja, a prioridade, de fato, segue sendo os bancos e não os pobres.
Pelo contrário, com a desaceleração da economia que estamos assistindo – o PIB do país deve crescer menos de 1% este ano – o que está em preparação desde já são mais ataques aos direitos dos trabalhadores. É o aumento do preço da gasolina (e aumento de preços que vêm em cascata toda vez que aumenta a gasolina), aumento da tarifa de luz, continuidade das privatizações, como o recente leilão do Campo de Libra; o que se prepara é mais subsidio para os bancos e grandes empresas, e não medidas que impeçam o crescimento de desemprego.
Vai ser assim em um eventual governo do PSDB, mas infelizmente, pelo que se viu nos últimos doze anos, também em um governo do PT. A experiência do povo brasileiro com os governos do PSDB e também com os governos do PT não dá base para que se tenha ilusão de que o resultado destas eleições mude o país e acabe com as mazelas que afligem nossa vida cotidianamente. Pelo contrário, os trabalhadores e a juventude devem se preparar para a luta em defesa de seus direitos e interesses. É nas lutas que vamos mudar o Brasil para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre.
O PSTU acredita, como dissemos no primeiro turno, que o voto é um gesto político, fortalece quem o recebe. E – por tudo que está dito acima – nossa opinião é que não podemos fortalecer nenhuma das alternativas que estão disputando o segundo turno. Por esta razão, nossa opinião é que o voto certo no segundo turno é o voto nulo, e que sim, precisamos fortalecer cada vez mais a organização e a luta dos trabalhadores e a juventude, pois é na luta que reuniremos condições para mudar nosso país. É esta opinião que levamos aos milhares de trabalhadores e jovens que nos acompanharam na primeira fase das eleições.
Saudações socialistas
Zé Maria, Presidente Nacional do PSTU

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

VOTAR EM A OU B NÃO TE TORNA MAIS OU MENOS SABIDO





Tenho ouvido um arsenal de comentários preconceituosos dito por brasileiros do sul e sudeste sobre o fato da maioria de nordestinos que optaram votar em Dilma nestas eleições de 2014. Afirmam que tais nordestinos, que assim se posicionaram, não são inteligentes. Antes de tudo, é bom ser honesto com a realidade.Dilma foi votada massivamente no sul e sudeste. No entanto, o que pretendo debater não é sobre quem votou em quem, mas sobre a vinculação do voto com a sabedoria.

O voto é, antes de tudo, uma ação política consciente e independe do tamanho da sua capacidade intelectual. Um dos grandes mestres da pintura, o espanhol Salvador Dalí, grande nome do Surrealismo, apoiou o fascista Franco na Espanha. Não sou adepto da tese de que as pessoas que votam errado, votam de forma inconsciente. Penso que todo mundo vota de forma consciente e nesse sentido, ninguém vota errado por se posicionar entre A ou B.

Senão vejamos. Se eu afirmo que trabalhador que vota na direita vota de forma inconsciente, por coerência eu deveria afirmar que o voto do banqueiro, do latifundiário, em seus candidatos também seria inconsciente. Em termos práticos, o trabalhador que votou em Lobão para governador do Maranhão e também o de Sarney que fez a mesma opção são votos inconscientes.

As ações dos dois indivíduos são conscientes. Acontece que o Sarney votou em Lobão por entender que este representa seu interesse de classe e o trabalhador, mesmo não pertencendo à mesma classe do Sarney, pensa igual ao Sarney mesmo que não perceba isso. Não ter a clareza do que pensa não é a mesma coisa de não ter consciência.

Muitos nordestinos e sulistas votaram em Dilma e outros, também nordestinos e sulistas votaram em Aécio por uma ação política a partir do nível de consciência que eles têm da realidade que os cerca. Muitos dos que não votaram em Dilma e em Aécio irão se posicionar de variadas formas. No próximo dia 5 de outubro os brasileiros, a partir do seu nível de consciência atual, vão praticar uma ação política: vão votar em Dilma ou Aécio, branco ou nulo e outros irão se abster, mas essas ações não tem ligação com nível intelectual.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Passadas as eleições, a luta continua. Conheça mais o PSTU!


Um convite especial a você que votou '16' neste domingo, ou que simplesmente acha que é preciso lutar para mudar a realidade

Nessas eleições, o PSTU apresentou uma alternativa de classe e socialista para presidente, contra a falsa polarização do PT e PSDB, e também contra a falsa terceira via representada por Marina Silva. Zé Maria enfrentou o boicote dos grandes meios de comunicação, assim como uma lei eleitoral injusta que privilegia os partidos que estão no poder, para apresentar um programa socialista, defendendo um governo sem patrões e um Brasil para os trabalhadores. Uma campanha totalmente financiada pelos trabalhadores, sem dinheiro de bancos e empreiteiras, e com ênfase na classe operária.
Para o PSTU, a eleição é apenas um momento da disputa política na sociedade. E não o mais importante, pois é um terreno da burguesia, um jogo de cartas marcadas em que os candidatos dos bancos e grandes empresas são quem têm chances de vencer. O PSTU utiliza a campanha eleitoral para divulgar um programa socialista para o país, e também para dizer aos trabalhadores que as verdadeiras mudanças virão não das eleições, mas da luta da classe trabalhadora, das greves e mobilizações. Este é o nosso verdadeiro terreno.
A você que acompanhou a campanha do PSTU e votou “16” neste domingo, nosso muito obrigado. Cada voto em Zé Maria e nas candidaturas do PSTU é um voto roubado da burguesia e um ponto de apoio na construção e fortalecimento de uma alternativa de classe, socialista e revolucionária. Passadas as eleições, fazemos um convite especial, assim como a você que não votou no PSTU, mas concordou com o nosso programa e também acha que é preciso lutar para mudar as coisas: Conheça mais o PSTU!
Um partido diferente
O PSTU não é como os demais partidos, que você vê apenas na campanha eleitoral e depois desaparecem. Não somos um partido em que as pessoas entram para “se arrumar na vida”. O PSTU atua cotidianamente na luta dos trabalhadores, nas mobilizações, nos movimentos sociais e estudantis. Nossa luta é todos os dias. Mas qual a necessidade de um partido?
As greves e manifestações são importantes e é através delas que temos conquistas. Mas elas têm um limite. As Jornadas de Junho, por exemplo, fizeram tremer o país e derrubaram o aumento das passagens de ônibus em várias capitais. Mas, depois, o aumento voltou em vários lugares. Uma greve pode conquistar reajuste nos salários, mas logo depois ele é comido pela inflação. É preciso dar um sentido estratégico a essas lutas. E, para nós, a estratégia é acabar com esse sistema injusto em que uma pequena minoria vive às custas da maioria explorada. Acabar com o capitalismo. Não há qualquer possibilidade de um “capitalismo humanizado”, mas tão somente miséria, injustiças e guerras.
O PSTU é um partido socialista, pois só é possível acabar com as mazelas do capitalismo num sistema em que a maioria governe. Se são os trabalhadores que produzem todas as riquezas desse país, por que não são eles quem governam? Não temos nada a ver com as caricaturas de socialismo que existiram na história, como a União Soviética estalinista, a China ou Coreia do Norte. Para nós, socialismo pressupõe uma verdadeira democracia. Não essa democracia hipócrita que temos hoje, que quem manda é quem tem o poder econômico, mas a democracia operária, em que os próprios trabalhadores decidam seus destinos.
O PSTU é um partido revolucionário, pois só com uma revolução será possível tirar a burguesia do poder. As eleições e o parlamento funcionam para manter tudo como está. Os políticos financiados pelos banqueiros e empreiteiras são os que ditam as regras. A Justiça que temos hoje é uma Justiça de classe, que criminaliza os pobres, negros e os que lutam para mudar essa realidade. Uma revolução em que a classe trabalhadora, a juventude e a grande maioria da população se mobilizem e tomem o próprio destino em suas mãos.
O PSTU é um partido democrático. Funcionamos com base no centralismo democrático. O que é isso? Diferentemente de outros partidos, em que os chefes e os parlamentares mandam e os outros obedecem, no PSTU a política é discutida democraticamente entre seus militantes. Diferentes propostas são votadas, e a que ganhar é aplicada pelo conjunto do partido. 
Saiba mais sobre o PSTU!
Conheça mais as nossas ideias, propostas e a forma como funcionamos. Filie-se e continue essa conversa!

domingo, 5 de outubro de 2014

NUM INSTANTE VOCÊ VOTARÁ NO PSTU 16



BOM DIA A TODOS(AS). Acordei ouvindo essa bela musica do nosso cantor e amigo Elizeu Cardoso. Neste dia 5 de outubro em apenas ALGUNS segundos (instantes) você poderá aletrar alguns aspectos da politica brasileira e maranhense, pois o essencial e substancial só com a revolução socialista e nas ruas.
Você pode em um instante dar um voto naqueles que lutam todos os dias independente do ano eleitoral; naqueles que sempre foram oposição desta oligarquia Sarney e não somente em momentos eleitorais; naqueles que querem mais do que mudar nomes, QUEREM MUDAR O mundo em que as pessoas viraram coisas e as coisas viraram humanos; naqueles que não aceitam o mercado como motor da história, mas as lutas. Vamos votar em Zé Maria e Claudia Durans para Presidente e Vice da República (16); Vamos votar em Saulo Arcangeli para Governador do Maranhão (16); Vamos votar Marcos Silva Senador (163) e vamos votar para Deputado Estadual e Federal na legenda do PSTU NUMERO 16.
Instantes
Elizeu Cardoso

Num instante posso combinar
As cores que quiser
Num instante posso ver você sobre mim
O sol pode se cansar num céu tão azul
E não mais querer brilhar
Um sonho pode se fazer tão real
Quanto seus ideais
Num instante hoje se transforma no amanhã
Num instante um ateu pode ver deus
Um homem pode influenciar muitas gerações
A liberdade que um pode tanto espera
Poderá nascer
No exato instante em que eu cantar
A submissão poderá acabar
Porque instantes acontecem
A todo instante
Num instante um beijo pode incendiar o céu
Num instante uma revolução muda o mundo
Porque instantes acontecem
A todo instante
Nada é tão distante...
Num instante posso combinar / As cores que quiser / Num instante posso ver você sobre mim / O sol pode se cansar num céu tão azul / E não mais querer brilhar / Um sonho pode se fazer tão real / Quanto seus ideais/ Num instante hoje se transforma no a
LETRAS.MUS.BR