sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ninguém pode nos calar!




Uma poesia de César Teixeira que tornou-se música conhecida como "Oração Latina" e que tem uma frase intitulada "Ninguém Pode Nos Calar", pela segunda vez contribui para a vitória da esquerda ganhar as eleições no Diretório Central dos Estudantes da UFMA. Lógico que não foi a música em sim, o papel e atuação cotidiana dos militantes do passado e do presente tem o maior peso. O que na verdade quero expressar é como uma poesia pode contribuir na realidade concreta. O mote ninguém pode nos calar antes usado para denunciar a Ditadura agora serviu de fio condutor para os estudantes da UFMA afirmarem que não ficaram calados diantes dos ataques do Reitor Natalino Salgado acorbetado por um DCE atrelado a Oligarquia Sarney. O meu amigo Saulo Pinto expressou assim essa vitória:

" A importância da vitória da esquerda para o DCE-UFMA numa eleição aparelhada pela direita política unificada ensina muito e em sentidos tendenciais: Primeiro, diz-nos que a esquerda precisa refundar-se nas lutas e nas experiências organizativas de classe, para além da esquizofrenia da puridade revolucionária que exige apenas radicais livres nas suas fileiras orgânicas. Segundo, que a esquerda deve tentar atuar o máximo possível unificada sob pena de ser derrotada pelo conluio dos direitistas de todos os partidos unificados, aliados aos governos de plantão e ao dinheiro em estado puro. Terceiro, que ainda é possível fazer todos os investimentos sociais na construção de projetos coletivos mais amplos, posto que as bases orgânicas das organizações proletárias preferem dirigentes e representações que lutem, que tenham coragem de expressar a potência da indignação e da revolta, mesmo que na micropolítica, do que vendidos e entreguistas de seus direitos históricos e inegociáveis, que possuem códigos de barra em seus discursos e princípios transitórios. Quarto, que contra os podres poderes instituídos não há melhor remédio do que a organização sustentada na duplicidade do otimismo da inteligência e do otimismo da vontade, posto que contra a direita política nada mais saudável e potente do que o florescimento das emoções esquerdistas que se indignam com a corrupção deslavada seja de métodos seja de princípios.

Assim, a vitória da Chapa 1, Ninguém pode nos calar!, é uma vitória bastante importante e com agudos desdobramentos sociais. Ter novamente uma juventude vermelha e colorida na direção do DCE-UFMA, por si mesmo, já é digno de nota, faz-se aqui história. O que temos que fazer? Contribuir que a nova geração de dirigentes e lideranças esquerdistas possam compreender que não se luta apenas com a vontade, mas que em tempos de dominação neoliberal global, temos que ter a capacidade histórica de retomar os teoremas da esquerda numa direção micropolítica que não se afunde pela burocracia ou mesmo pelas disputas internas. Agora, é a nossa vez e, perdoem-me os direitistas honestos, ninguém pode nos calar!

Avante camaradas!"

Saulo Pinto Silva
Professor do IFMA, Campus Maracanã e estudante do Programa de Pós-Graduação em História Social

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