quarta-feira, 15 de maio de 2013

SOBRE A GREVE PROFESSORES DO ESTADO MARANHÃO E AUGUSTO BEBEL


           Ontem resolvi acompanhar, fora das redes sociais,a greve dos professores do Estado do Maranhão. Sempre participei das atividades desses professores, desde que eram dirigidos pelos sindicalistas de Direita comandados por Lucimar Goes na década de 90, até este momento em que são dirigidos pela direção traidora e manobrista do PC do B.

                Na Assembléia de ontem percebi que muita coisa não mudou, mas tem novidades. O que não mudou foi o ataque dos sucessivos Governos a essa brilhosa categoria de trabalhadores da educação. O Governo de Roseana Sarney continua aplicando seu saco de maldades contra os professores. Não mudou também a forma de atuação da Direção do SIMPROESEMMA, sempre dificultando as informações para a categoria, diminuindo o debate democrático para as posições divergentes, a exemplo de ontem quando limitou a apenas seis inscrições para seus filiados quando o Auditório da Associação Comercial registrava mais de 300 professores presentes. Em suma nada de novo em relação a atuação do Governo Roseana e direção do SIMPROESEMMA.

                A novidade nessa greve é a atuação da oposição organizada. Em greves anteriores sempre marcharam unidos contra o governo e a Direção do SINPROESEMMA, nesta estão divididos. A CSP CONLUTAS defende e estar participando ativamente da greve. Essa organização entende que mesmo existindo a possibilidade latente da traição da Direção do SINPROESEMMA o mais grave é não ir à greve para evitar os ataques do Governo Roseana e ao mesmo tempo alertar à base da categoria sobre as possíveis manobras da Direção do sindicato. A posição dessa organização é acertada por fazer uma análise de conjuntura mais próxima da realidade, por saber fazer a distinção entre direção do sindicato e o instrumento de luta sindicato e, por fim, por ter uma visão da luta além das categorias, uma visão de classe.

No outro bloco da oposição organizada, ASPEMA e MRP, seus dirigentes resolveram FURAR a GREVE. Segundo eles os ataques de Roseana não são suficientes para irem à greve, mas mesmo entre eles não existe consenso. Ontem o professor Antonísio, que se nega a participar da greve por ser dirigida pela direção do SINPROESEMA, resolveu ir a uma Assembleia convocada por essa mesma Diretoria. Ele perguntou a direção do SINPROESEMMA os motivos pelos quais ele deveria estar na greve. Antes da resposta da Direção do sindicato, falou outro membro do MRP, o professor Marcelo deu a resposta que Antonísio buscava. Ele fez uma análise mais qualificada que seu antecessor e esclareceu sobre os perigos que a categoria corre se não perceber e se defender dos ataques reais que estão sendo armados pelo governo Roseana e que trarão imensas dificuldades para o futuro dessa categoria. Apesar de não haver defendido, naquele momento da sua fala, a defesa da greve me confidenciou que vai acatar a decisão da base do MRP de participar, de agora em diante da greve.

A outra novidade nesta Assembléia foi à fala da Diretora do SINPROESEMMA ao responder as indagações do professor Antonisio. Ela disse estranhar a presença do MRP naquele momento da ASSEMBLEIA já que os mesmos estão FURANDO A GREVE. Disse que os ataques são muito fortes e que, mesmo com a adesão parcial da categoria á greve o governo já recuou em vários pontos. Falou também que o Líder do Governo Roseana, Deputado Roberto Costa do PMDB, anda elogiando, em discurso na Assembleia Legislativa, a postura do MRP e da ASPEMA nessa greve. Por esse motivo e pro estarem FURANDO A GREVE, ela acusou a ASPEMA e o MRP de serem a quinta coluna do coluna do Governo Roseana nessa greve. Depois anunciou que em breve haverá uma nova Assembleia Geral para decidir sobre as propostas apresentadas pelo governo.

Me chamou atenção a informação da Janice, Diretora do SINPROESEMMA, sobre elogio do Líder do Governo Roseana ao MRP. Com ela encerro a minha pequena análise lembrando um comentário do Velho Karl Marx sobre Augusto Bebel, um líder venerado dos operários alemães e do próprio Marx, mas que depois veio a se tornar um dos maiores colaboradores da traição do Partido Operário Alemão as causas dos trabalhadores. Antes dele torna-se traidor das lutas, começou a ser muito elogiado, através dos jornais, pelos dirigentes da burguesia alemã. Então Marx escreve a ele dizendo “Bebel, Bebel o que andas fazendo para ser elogiado pela burguesia”.

6 comentários:

  1. Não vejo por que, Noleto, dar-se relevância à fala da vice-diretora de um sindicato que, desde os tempos de Lucimar Gois, vem se posicionando contra a categoria que diz representar. Em todas as reuniões com a direção do Sinproessemmma, o papel de Janice sempore foi o mesmo: o de provocar, fazer piadinhas para desestabilizar e atiçar uma reação intempestiva de seus alvos, criando um ambiente desegradável que leva uma boa parcela da audiência a antipatizar os representantes do MRP. Mais: seria importante que ficasse bem explícito o fato de que não há um grupo mais ligado ao governo que a diretoria do Sinproessemma, a qual sempre FUROU AS GREVES dos professores da rede pública estadual. Esse seria um bom elemento para vc fazer uma postagem: a postura da direção do Sinproessemma nos movimentos de lutas dos professores ao longo dos últimos quinze anos.

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  2. Marcelino se você leu o texto com atenção deve ter verificado que começo (como faço desde 1994) denunciando a Direção traidora do SINPROESSEMA e o governo Roseana. Dizer que eles são fura greves é elogio, pois eles vão além disso são é traidores das lutas dos trabalhadores em todas as categorias sindicais que eles dirigem nesse país. No entanto, esse processo inicia-se quando se começa FURANDO GREVES como estão fazendo os dirigentes do MRP. Isso é importante ser alertado. Grato

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  3. Núbia. Professora.Então é importante dizer que é muito cansativo ser massa de manobra de uma diretoria de sindicato dessa forma em todas as greves.Porque, como vc mesmo disse, eles não discutem, não esclarecem, estão apenas interessados em nos botar e nos tirar da rua na hora que eles bem entenderem.Sou professora e, como muitos, esse ano não fiz greve por conta disso. Admiro e me sinto representada por quem consegue "fazer uma análise de conjuntura mais próxima da realidade, por saber fazer a distinção entre diretoria de sindicato e instrumento de luta sindicato" da maneira que vc diz no seu texto. Por isso eu entendo os colegas q estão agindo dessa forma.

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  4. Caro Noleto...
    Te aconselho a se informar um pouco mais a respeito da postura dos professores membros do MRP - Aspema. Eles não são fura greve. Simplesmente, não concordaram com a proposta indecente acordada entre direção do sindicato e Governo. Já fora pedido que o regimento interno do sindicato seja respeitado e que se convoque a Assembleia Geral para se discutir a proposta de Estatuto. O fato concreto é que, após diversas denúncias e embates nas plenárias realizadas, quem começa a recuar não é o governo e sim a própria direção pelega do Sinproesemma. Eles perceberam que a base começou a ficar esclarecida a respeito dessa proposta de Estatuto. Coisa que a direção nunca brigou para ter. E, está cobrando que os direitos sejam mantidos e ampliados. Se quer assembleia para discutir os pontos danosos, como: retirada da GAM na aposentadoria, reenquadramento sem levar em conta o tempo de serviço, o reajuste que não será dado pela Lei do Piso, fim da redução de carga horária, e outros. Então, meu caro como fazer greve e apoiar um projeto que ferra com o professor?

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  5. Jadelmir acredito que não conheces mais do que eu as pessoas que fazem parte do MRP. Milito com eles desde a década de 1990. Por isso a crítica feita a eles. Ela vem no sentido de alertá-los a volta ao caminho das lutas e do enfrentamento ao Governo Roseana e a direção traidora do SINPROESSEMA. Se você esteve em todas as greves dos últimos anos, com certeza me viu, apesar de não ser da categoria, lado a lado com todos da oposição. Você termina seu comentário dizendo como fazer greve e apoiar um projeto que ferra com o professor? Te respondo dizendo que não faz greve no linguajar sindical é chamado de FURA GREVE. Segundo te respondo como uma pergunta: COMO NÃO FAZER GREVE CONTRA UM PROJETO QUE QUER FERRAR OS PROFESSORES?

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  6. Creio que o posicionamento do "MRP" é apenas um posicionamento político, ainda que equivocado, mas não roseanista.

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