domingo, 24 de novembro de 2013

8ª Marcha da Periferia: Uma marcha de raça, classe, cores e ritmo

Informação escrita pela CSP Conlutas Maranhão

Na melhor de todas as marchas, a luta pela titulação das terras quilombolas e denúncia de violência policial deram o tom da manifestação que tomou conta do Centro da cidade nesta sexta-feira, dia 22 de novembro. Militantes de diversas organizações do Maranhão e do Piauí se concentraram no início da tarde em frente à Praça Deodoro com bandeiras, faixas, bumbos e tambores na VIII Marcha da Periferia que tinha como tema Pelos Amarildos... da Copa eu abro mão.
Uma coluna formada por quilombolas da região da baixada maranhense era destaque da marcha com suas bandeiras coloridas e seus cantos ritmados. Reunidos no MOQUIBOM (Movimento Quilombola da Baixada Maranhense), umas das principais organizações surgidas no últimos anos na luta contra a violência no campo e pela titulação de suas terras, os quilombolas revezavam seus cânticos com as palavras de ordem da bateria dos estudantes da ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes Livre).
A Marcha parou o trânsito por alguns momentos e caminhou até o Palácio dos Leões, sede do governo estadual, que estava como de praxe, com grades e policiais a todo seu redor. Assim como na abertura da Marcha, fez uma fala Dona Maria da Natividade, mãe do jovem Luis Leônidas, jovem de 21 anos, que estava recém-empregado em um supermercado da cidade e foi baleado pela Polícia Militar que achava que seria um ladrão. No fim de sua fala ela cantou emocionada a música da banda Legião Urbana Pais e Filhos.
Apesar de não sediar grandes eventos, o Maranhão é um estado que sofre com o aumento da violência praticada contra os negros e pobres. O Governo Roseana Sarney é responsável pelos resultados catastróficos na saúde, na educação e no saneamento básico que deixam a juventude de periferia sem perspectiva nenhuma de vida. 
Atividade internacional e grande kizomba no Centro Histórico
Este ano a marcha contou com a participação internacional da militante do movimento negro inglês Stephanie Bennett que também teve o irmão gêmeo vitimado pela Polícia inglesa. Ela denunciou uma série de casos de assassinatos cometidos pela Política no seu país. Na noite anterior, a inglesa participou de um debate com o Quilombo Raça e Classe. Ao final do debate, diversos artistas negros se apresentaram em um sarau realizado ao redor de grandes casarões históricos.
A Marcha organizada pelo Quilombo Urbano desde 2006 contou com apoio de diversas entidades como a CSP Conlutas, ANDES, Sinasefe Nacional e Seção Monte Castelo, Sintrajufe, Bancários Maranhão, ANEL, DCE-UFMA, MOQUIBOM, CPT-MA, Sindserm-Teresina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário