sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Sobre a nota do PSTU de Natal em relação a não eleição de Amanda Gurgel

O PSTU soltou uma nota pública durante a assembleia dos Profissionais de Educação de Natal, no dia 05 de outubro, sobre a não reeleição de Amanda Gurgel, mesmo sendo a segunda mais votada, com 8.002 votos.
Achamos importante destacar que o PSTU reconheça que a não eleição de Amanda é uma derrota da classe trabalhadora. O resultado tem provocado grande consternação em toda a cidade e muita solidariedade diante dos ataques sofridos durante a campanha e de agressões de adversários políticos, que consideram um castigo ela voltar à sala de aula.
Mas, infelizmente, a nota do PSTU e a fala de Dário Barbosa, presidente do PSTU-RN, na assembleia, escolhem outro caminho e nos obrigam a produzir esta resposta, sobre a posição do MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista) a respeito das eleições de Natal, e a de seus militantes quando ainda estavam no interior deste partido.
A nota do partido afirma: “Ninguém do PSTU, nem mesmo Amanda, defendeu realizar uma frente eleitoral com o PSOL na chapa de vereadores. Ela, como todos os demais camaradas, defendemos lançar chapa própria do partido. O debate que havia era sobre a coligação para prefeito”.
Esta afirmação não é verdadeira. A decisão comum do partido (de acordo com resolução interna do dia 19 de março de 2016) foi adiar a definição sobre a tática específica de Natal para depois da conferência nacional eleitoral. Nenhuma outra decisão foi tomada além desta e todos os militantes do partido tem conhecimento dessa resolução.
Portanto, não é verdade que todos os camaradas, muito menos Amanda, defendiam o lançamento de chapa própria do partido para as eleições da Câmara Municipal. Ao contrário, os camaradas defendiam a construção da frente de esquerda e socialista como prioridade em todo o País, como todos e todas no PSTU sabem, e que foi a posição derrotada na Conferência Nacional, com 45% dos delegados. Inclusive, Amanda e os nossos camaradas aqui de Natal defenderam essa posição.
Defendemos a construção de frente de esquerda e socialista, porque entendíamos que o processo progressivo de ruptura com o PT, que governou para as grandes empresas, estavam sendo aproveitados pelos partidos da velha direita e pelos setores mais conservadores para se fortalecerem como alternativa, o que se confirmou nas urnas, a despeito de qualquer otimismo que o PSTU possa ter nutrido.
Somente após a ruptura e da conformação do MAIS, o PSTU discutiu e lançou chapas próprias do seu partido, escolha que aqui em Natal teve efeito direto na não reeleição de Amanda. A responsabilidade por essa política, que consideramos equivocada, é somente deste partido, e é errado querer dividi-la com os(as) militantes que deixaram o PSTU no dia 06 de julho, e fundaram o #MAIS.
Prova é que, no dia 03 de agosto, ainda antes das convenções partidárias do PSOL e do PSTU, o #MAIS de Natal publicou uma nota (disponível na internet) chamando a construção de uma Frente de Esquerda na cidade: “É hora de construir uma frente de esquerda totalmente independente, sem alianças com os partidos patronais ou governistas, sem financiamento empresarial e com um programa que apresente uma Natal para os trabalhadores (as). Em Natal é totalmente possível uma frente de completa independência em relação aos patrões, não há razão para apostar na divisão”.
Já alertávamos ao PSTU que a divisão da frente de esquerda poderia trazer perigosas conseqüências tanto para as possibilidades da esquerda socialista nas eleições para a Prefeitura de Natal, como para a Câmara de Vereadores. Infelizmente, isso se confirmou, como uma tragédia anunciada. com a diminuição a bancada da esquerda socialista na Câmara e com um desempenho inferior as nossas possibilidades na votação para a Prefeitura, mesmo com a votação positiva de Robério do PSOL.
E, o que é o pior, opinamos que a decisão do PSTU de não repetir a frente de esquerda em Natal, como nas eleições de 2012, não se explica apenas por “critérios políticos e programáticos”, como afirmam em sua nota. Afinal, frentes eleitorais do PSTU com o PSOL foram formadas em outros municípios do RN, como Ceará-Mirim e Currais Novos, com o PSOL encabeçando as chapas para a Prefeitura e, inclusive, elegendo um vereador do PSOL nesta importante cidade do Seridó.
Na verdade, em nossa opinião, a convicção pela chapa própria do PSTU em Natal vem muito mais da avaliação que era possível os votos de Amanda garantirem um segundo vereador do PSTU. No afã de se fortalecer, apoiados em uma avaliação superestimada da conjuntura (apoiada na consigna do Fora Todos), acabaram por fortalecer tanto a direita quanto o PT e, como conseqüência direta de seus erros, Amanda Gurgel está fora da Câmara.
Não queremos abrir uma guerra contra o PSTU, não os enxergamos como inimigos, justo o contrário. Mesmo na ruptura, não procuramos a imprensa, procurando estabelecer e preservar as relações entre nós. Mas a recíproca não tem sido verdadeira. Já vivenciamos situações absurdas, com o mesmo Dário atacando ao microfone, em outra assembleia dos profissionais de educação, nos acusar de sair do PSTU para defender o governo Dilma, o que é uma verdadeira calúnia, pois sabe que nossa posição contrária ao impeachment foi feita combatendo também os ataques do PT aos trabalhadores. Lamentamos que a direção do PSTU de Natal, em meio a uma onda de ataques dos setores mais reacionários da burguesia contra a professora Amanda Gurgel, queira desrespeitá-la perante os profissionais de educação.
O #MAIS e a camarada Amanda Gurgel seguirão nas lutas da classe trabalhadora, da juventude e do conjunto dos explorados e oprimidos, de onde nunca saímos. Seja nos atos do Fora Temer e por eleições gerais, seja nas lutas dos servidores contra os ataques dos governos, nas lutas da educação, nas ocupações da juventude, do conjunto da classe trabalhadora, contra as opressões, entre tantas outras. Dedicaremos nossos esforços à unidade da esquerda socialista e a construção do MAIS, como uma alternativa socialista.
Natal, 6 de outubro de 2016. Coordenação Municipal do #MAIS Natal Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista

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