domingo, 2 de agosto de 2015

Editorial: Chega de Dilma, de Cunha e de Aécio!

Leia o editorial do Opinião Socialista 501


A classe trabalhadora está indignada e com razão. Só na construção civil foram fechadas 636 mil vagas entre março e maio segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre esses mesmos meses, o número de desempregados no Brasil subiu para 8,2 milhões de pessoas, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período do ano passado. E as demissões continuam fortes.
O salário está caindo, e os preços aumentando. A previsão de inflação para este ano já está em 9,23%, mas o impacto no bolso do trabalhador é maior. A conta de luz, de água, o aumento da passagem, dos remédios, dos alimentos é maior para quem ganha menos.
O governo, diante da crise, optou por jogar a conta nas costas da classe trabalhadora para conseguir um superávit primário, a economia de recursos para pagar a dívida pública, com corte de verbas sociais e retirada de direitos dos trabalhadores. Cortou R$ 11,7 bilhões da saúde e R$ 9,4 bilhões da educação federal, aprovou medidas que restringem o seguro-desemprego e retiram outros direitos. O Projeto de Proteção do Emprego, por exemplo, vai diminuir o salário dos trabalhadores.
Mas, apesar de todos os cortes do governo, o superávit foi de R$ 6,6 bilhões, porque a arrecadação caiu. No entanto, os gastos com a dívida federal foram de R$ 528 bilhões, mais de 53% de todo o orçamento segundo a auditoria cidadã da dívida. Enquanto tiram o nosso couro e dão dinheiro para os banqueiros, assistimos a um dos maiores festivais de corrupção da história. Os carros de luxo na garagem de Collor de Melo dá a dimensão do tamanho da impunidade e da desigualdade no Brasil. A mais nova bomba atinge o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de receber propina de US$ 5 milhões de empresários.
A crise econômica e social, as denúncias de corrupção e os ataques do governo, do Congresso e da oposição burguesa aos trabalhadores estão gerando uma enorme crise política. O governo Dilma (PT), como disse Lula, está no “volume morto”, com aprovação de apenas 7%. Como a crise é grande, ratos como Eduardo Cunha começam a pular do barco e, de aliado, virou oposição. Já a oposição burguesa, defensora de ajuste fiscal eterno, representada pelo PSDB de Aécio Neves, se apoia na política que o governo vem aplicando e posa de oposição para tentar voltar à Presidência.
A classe trabalhadora indignada está lutando bravamente em greves sucessivas nas fábricas, nas escolas, na Petrobras, no funcionalismo, nas mobilizações dos aposentados, dos estudantes e dos sem-teto. Dilma, Aécio e Cunha brigam politicamente lá em cima, mas defendem a mesma política de privilegiar os banqueiros, a patronal e esfolar nosso bolso aqui embaixo.
Cunha está numa situação tal que deveria renunciar. Porém ameaça encaminhar processo de impeachment contra Dilma. Aécio, que tem o telhado de vidro de toda corrupção do PSDB, está apoiando uma manifestação no dia 16 de agosto contra Dilma, em favor de Aécio. E Dilma e o PT querem que as organizações dos trabalhadores defendam seu governo contra o suposto golpismo.
A classe trabalhadora não pode cair nessa armadilha e precisa ter uma ação independente. Construir uma greve geral que derrote Dilma, Cunha, Aécio e o ajuste fiscal de todos eles. Não é papel da classe trabalhadora defender “Fica Dilma”, nem apoiar Aécio, Cunha, Temer ou Renan Calheiros.
Precisamos de um governo dos trabalhadores para o país, sem patrões e sem corruptos, que faça um ajuste nos banqueiros e nos corruptos, que suspenda o pagamento da dívida pública e garanta emprego, salário e direitos.

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