quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ASSEMBLÉIA E JUDICIÁRIO: PODERES MAIS QUE HARMÔNICOS

Enquanto os servidores efetivos e estáveis lutam pelo reajuste do seu ticket alimentação, congelado há quatro anos em R$ 200,00, pelo retorno do percentual de 5.9% garfado pela presidencia da Assembléia Legislativa quando da implatação da última etapa do atual Plano de Cargos Carreira e Vencimentos (PCCV) e só recebem um não do Deputado Arnaldo Melo, sob alegação do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal -LRF, eles acompanharam uma alteração na gratificação (Diário da ALEMA do dia 22 de setembros de 2011) concedida há vários servidores de cargos comissionados. Esta alteração com certeza contribuirá para o aumento da LRF.

No entanto, o mais grave desta derrama é que entre os agraciados com este aumento está o filho do desembargador Jorge Rachid,Jorge Rachid Mubarack Maluf Filho. Ele foi nomeado na Assembleia Legislativa do Maranhão para "exercer" o cargo em comissão, símbolo Isolado, como Subprocurador Judicial da presidência em fevereiro de 2011, mas para que pudesse "exercer" melhor este papel fantasmagórico, o seu salário que era de R$ 6.883,50, com esta gratificação, passará a ser de R$ 12.968,93 e isso retroativo é claro a julho do corrente ano.

Ou seja os poderes do Estado do Maranhão estão indo além da constituição quando afirma que eles devem ser harmônicos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bolívia: governo de Evo Morales reprime marcha indígena


Jeferson Choma da redação do Opinião Socialista


No último dia 25, o governo de Evo Morales mostrou para quem realmente governa. Nessa data, o presidente boliviano lançou a polícia contra uma marcha indígena que protestava contra a construção de uma estrada. O saldo da brutalidade foi – até o momento - um bebê morto e 37 pessoas desaparecidas, segundo o Comitê da Marcha dos povos indígenas, que dirigia o protesto. A criança faleceu devido ao gás lacrimogêneo utilizados na repressão policial

A marcha reunia centenas de indígenas da região da Amazônia boliviana, que há mais de 40 dias protestam contra a construção de uma estrada. Segundo os indígenas, o projeto da estrada ameaçaria suas terras cortando ao meio o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), uma importante reserva ecológica do país.

A violenta repressão começou quando os indígenas estavam repousando na beira de uma estrada no povoado de Yucumo, cerca de 300 km de La Paz. O comandante da polícia, Oscar Muñoz, justificou a violência afirmando que os militares foram ameaçados por indígenas “armados com flecha”, o que é absolutamente desmentido pelas imagens gravadas. Na verdade, o objetivo da repressão ordenada por Evo era impedir que os indígenas chegassem até a capital, onde os marchantes se reuniriam a outras populações indígenas.

A quem serve a construção da estrada
A definição da construção da estrada que divide o território dos indígenas bolivianos foi acertada, em agosto de 2009, pelos então presidentes Evo Morales e Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto vai apenas beneficiar as multinacionais petroleiras que atuam no país, as madeiras e empresários brasileiros. Seu objetivo é diminuir a distância para as exportações de mercadorias oriundas do Brasil e da China, criando uma rota para o escoamento de mercadorias, partindo do estado de Rondônia, no Brasil, para várias regiões bolivianas. A obra, orçada em 415 milhões de dólares, está sendo realizada pela empreiteira a brasileira OAS. Aproximadamente 80% do valor será financiado por empréstimos que o Brasil concedeu à Bolívia no valor de 332 milhões de dólares.

Crise política
A selvagem repressão mostra com toda a clareza o caráter autoritário do governo Morales. A mão pesada da repressão do seu governo coloca por terra todo o falso discurso sobre o “território indígena coletivo”, supostamente defendido pelo presidente para aprovar sua Constituição. Seu suposto “socialismo” indígena não passa de uma manobra para ganhar a confiança do povo e, depois, traí-lo.

Por outro lado, a repressão contra os marchantes acentua a crise política vivida pelo governo. A ministra da Defesa da Bolívia, Cecilia Chacón, apresentou sua renúncia por discordar da decisão do governo em reprimir a marcha.

Sindicatos, associações indígenas, partidos de oposição e grupos ecologistas e de defesa dos direitos humanos estão preparando protestos públicos, incluindo uma paralisação nacional chamada pela Central Operária Boliviana (COB), em repúdio a repressão.

Evo Moraels, porém, sinaliza toda sua disposição em defender os negócios das empreiteiras e multinacionais. Em La Paz, a Praça de Murillo, onde estão localizados o Parlamento e o Palácio Presidencial, já está tomada por centenas de policiais.

Leia trechos da nota do Comitê da Marcha dos povos indígenas explicando a repressão policial

“Hoje às 16h30 iniciou-se um operativo policial e/ou militar de cerco sobre o acampamento da ponte San Miguel a 5 Km de Yucumo, onde estavam descansando cerca de 800 manifestantes, incluindo mais de 200 meninos e bebês. Por volta das 17h foi lançado bombas de gás lacrimogêneo contra as pessoas indefesas, o que provocou uma confusão total e, por esse motivo, começaram a desaparecer muitos dos meninos que estavam aí acampados junto a suas mães”

"Posteriormente, efetivos da polícia começaram a perseguir as pessoas. encurralá-los, espancá-los, queimando o acampamento, jogando gás sobre mulheres grávidas e apreendendo pertences pessoais da imprensa, obrigaram as pessoas a subir nas camionetes para que, desta maneira, digna da pior das ditaduras, intervir e acabar com a marcha"

domingo, 25 de setembro de 2011

Carta Aberta em defesa do professor José Barros Filho

Os abusos de poder das autoridades possuem eco inaudível quando silenciados pelos trabalhadores que, compreendidos como “sujeitos descartáveis”, são tratados a “ferro e fogo” pelos donos do pseudo-poder burocrático que tentam fazer dos locais de trabalho loteamentos “feudais” e dos trabalhadores “vassalos”. Eles esperam a cumplicidade do silêncio, da omissão, pois operam com a lógica da barganha, da negociata, tentando intimidar através de seus terríveis processos “inquisitoriais” os trabalhadores que exercem sua autonomia política e gozam de plena liberdade intelectual em relação aos poderes instituídos.

No dia 16 de setembro de 2011, o professor do campus Alcântara, José Barros Filho, tomou ciência de um processo no qual a reitoria do IFMA o disponibiliza a Defensoria Pública da União (DPU), mediante redistribuição para exercer atividade de analista judiciário, muito embora o próprio servidor em nenhum momento tenha requisitado a referida redistribuição nem mesmo tinha conhecimento de que o referido processo estava em tramitação. Sabe-se que a DPU não possui quadro próprio de servidores e que está autorizada por lei em requisitar servidores de outros órgãos do poder executivo federal para o devido funcionamento de suas atribuições fundamentais em defesa irrestrita dos direitos coletivos dos cidadãos da República.

A DPU havia expedido ofício ao IFMA solicitando a redistribuição de outra profissional do Direito, lotada no campus Santa Inês que, mediante análise de currículo profissional, procedeu o encaminhamento da referida solicitação ao IFMA. Neste mesmo processo, a DPU também solicitou mais dois técnicos ao órgão. A solicitação da servidora do campus Santa Inês foi indeferida e os dois técnicos foram liberados. O argumento utilizado pela reitoria foi de que a servidora não poderia se liberada em função da sua carga horária de trabalho no campus.

Assim, ao que parece, em função da militância e da postura ética adotada pelo professor José Barros Filhos, nos seus quase 04 anos de serviços prestados ao campus Alcântara, a reitoria, em conluio com a direção do campus Alcântara, resolveu “remover” o “incômodo” que representa o professor ao poder discricionário de suas atribuições como docente e pesquisador, independente do mesmo possuir carga horária e projetos de pesquisa em desenvolvimento no campus. O argumento de recusa adotado no caso da servidora do campus Santa Inês parece ter sido esquecido agora ou, como parece ser mais plausível, trata-se de um grave ataque à condição de trabalhador e cidadão da República do professor José Barros Filho.

O exercício do poder discricionário pensa que pode operar todos os mecanismos “institucionais” e “legais” na sua autoritária defesa da razão do poder do estado, intimidando e assediando todos os trabalhadores que não se curvam como “séquitos” ou “bajuladores” e que, no limite, significam alguma ameaça a reprodução ampliada do poder de “castas” que hoje podemos observar na direção política do IFMA.

Não se pode deixar de destacar que o professor José Barros Filho é uma importante liderança política no campus Alcântara, sendo inclusive indicado pela assembleia do campus a compor o Comando de Greve local. Neste sentido, temos o dever moral e a obrigação política de iniciar uma campanha pública em defesa do professor José Barros Filho pelo seu direito inalienável e inegociável de exercer suas atividades de trabalho no campus que escolheu para desenvolver suas atribuições como docente e pesquisador no IFMA. Não podemos permitir que os direitos dos trabalhadores sejam violados em nome do “interesse da administração” quando sequer o servidor em questão é ouvido.

Para nós, do Comando de Greve Estadual do IFMA, trata-se de uma medida política que configura assédio moral, perseguição política e ataque ao servidor em razão de sua postura de independência política e autonomia intelectual frente aos podres poderes instituídos. Exigimos que imediatamente a reitoria cesse o referido processo, bem como se retrate publicamente com o professor José Barros Filho, pois este caso é um notável exemplo das misérias do poder burocrático que pensa ter a liberdade para fazer tudo em nome de seus projetos patrimonialistas de perpetuação no poder.

Portanto, a perspectiva que temos que adotar se sustenta no caráter irredutível da nossa luta como resistência aos abusos do poder discricionário na sua laudatória medida autoritária, que mostra-se cada vez mais intolerante ao dissenso, à crítica livre e aos processos de participação da maioria.
São Luís, 30 de setembro de 2011.

Comando Estadual de Greve do IFMA

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Racismo da Caixa: Embranquecendo Machado

Escrito por Wilson H. Silva da redação do Opinião Socialista



No final do século 19, quando Machado de Assis estava produzindo a melhor parte de sua obra, teóricos brasileiros, como Silvio Romero e Nina Rodrigues, em livros como "Os africanos no Brasil" (1890) criaram a "Teoria do Embranquecimento", denfendendo que a eliminação da negritude seria possível nos desenvolvermos como país. Embalados pelo pensamento Positivista (que, dentre outras coisas, pregava que as elites dominantes deveriam servir como padrão para a “evolução social” e o que o "meio" determinava completamente o caráter das pessoas) e por teses pseudocientíficas como a da "eugenia" (que defendia a supremacia "genética" dos brancos) os dois defendiam que a negritude era um obstáculo instraponível no caminho do progresso.


Para se ter uma precisa idéia do que estamos falando, vale citar duas passagens do livro mencionado, escrito por Rodrigues e prefaciado por Romero:
1)"A raça negra no Brasil, por maiores que tenham sido os seus incontestes serviços à nossa civilização, por mais justificadas que sejam as simpatias de que a cercou o revoltante abuso da escravidão (...) há de constituir sempre um dos fatores da nossa inferioridade como povo”.

2)"A constituição orgânica do negro, modelado pelo habitat físico e moral em que se desenvolveu, não comporta uma adaptação à civilização das raças superiores, produtos de meios físicos e culturais diferentes”.

Por mais absurdas que sejam as idéias de Rodrigues e Romero fizeram, e ainda fazem, escola num país marcado pelo racismo, como o nosso. Para se ter uma idéia do que estamos falando, basta lembrar que baseado nas teses dos autores, João Batista Lacerda, o cientista que representou o Brasil no Congresso Universal das Raças, realizado em Londres, em 1911, defendeu que até o início dos anos 2000 o Brasil teria atingido a branquitude necessária para poder, enfim, adentrar no mundo "civilizado".

Pois bem, é exatamente neste ponto que entra uma das últimas do governo Dilma, aliados e parceiros. Eles, finalmente, conseguiram realizar os sonhos dos racistas do século 19, embranquecendo, por completo, um dos símbolos da cultura nacional: Machado de Assis. Na propaganda que comemora o aniversário da Caixa Econômica Federal (não custa lembrar, administrada pelo governo Dilma), radicalizando a conhecida negação que Machado fazia de sua própria negritude (leia matéria no site), o escritor é representando por um ator quase albino, de tão branco. Se isto nào bastasse, um olhar mais atento, revela que não há um único negro sequer entre as dezenas de coadjuvantes que circulam pela propaganda (que se passaria num momento no qual, segundo o Censo da época, três quartos da população carioca era negra).

Ou seja, parece, definitivamente, que "a história escrita por todos os brasileiros", sonhada por Dilma, os publicitários que ela contratatou e seus aliados, não pode ter por trás sequer uma mão negra. Lamentável.

Depois de incontáveis protestos, principalmente na internet, o vídeo e a campanha foram finalmente abandonados pela Caixa Econômica Federal. Mas não esconde o racismo da campanha, do banco e do governo.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

SINTAM-SE CONVIDADOS AO ATO PARA NOVOS FILIADOS DO PSTU


Como um dos fundadores do PSTU (1994) me sinto muito feliz com o ato de filiação de novos militantes em nosso partido que acontecerá no dia 22 de setembro do corrente ano no sindicato dos Bancários, na cidade de São Luís, no Estado do Maranhão. Os companheiros que romperam com o PSOL são oriundos do Coletivo Ação Comunista, grupo de 49 militantes do Maranhão que não concordavam mais com o programa e a estratégia daquele partido .

Ao filiar-se ao nosso partido estes companheiros, que já estavam conosco nas greves e nas lutas dos trabalhadores contra o arrocho salarial e o corte de direitos, agora vão estar juntos também na construção de uma alternativa política de esquerda socialista neste país perante a falência do PT e da pseudo-esquerda. Também estarão juntos na luta pelo fim da ocupação militar do Haiti,na consolidação de um partido internacionalista que leve a luta contra o imperialismo até o fim.




Quero aproveitar este momento para convidar a todos que simpatizam com o nosso partido, mas que ainda não desejam militar no dia a dia a filiar-se ao PSTU e contribuir com a construção deste partido. Um partido centrado nas ações diretas dos trabalhadores da cidade e do campo e da juventude combativa. Um partido que não acredita que as mudanças fundamentais se darão pel via eleitoral, mas que também acha importante utilizar este espaço institucional com uma das formas de aumentar sua influencia na classe trabalhadora e nos setores combativos da nossa sociedade.

Participe deste ato e não deixe que a experiência dos ativistas com o Governo do PT e da direita tradicional o leve à passividade ou ao reforço de posições atrasadas que contribuam para o retrocesso das conquistas dos trabalhadores.

sábado, 17 de setembro de 2011

Após romper com o PSOL, grupo do Maranhão anuncia entrada no PSTU. Leia entrevista ‘Nossa perspectiva é que o PSTU se fortaleça como referência de e


Saulo Arcangeli, ex militante do PSOL.


• No início do ano um grupo de 49 militantes do PSOL, organizados no grupo CAC (Coletivo de Ação Comunista), divulgou um manifesto em que anunciava sua saída do partido. A ruptura se deu após embates entre o grupo e a direção nacional da sigla, que chegou a intervir no estado para impor a filiação de ex-petistas no partido. Nos meses que se seguiram o grupo se aproximou do PSTU e, após uma série de debates, resolveu por se filiar ao partido, processo que se oficializará em um ato público no próximo dia 22.

O Portal do PSTU conversou com Saulo Arcangeli, dirigente do CAC, ex-candidato do PSOL ao governo do Maranhão, que explicou as desavenças com o antigo partido e as bases em que se deram a aproximação e a entrada no PSTU.

Explique como se deu o processo de ruptura do grupo com o PSOL

Saulo Arcangeli Estávamos num grupo de 49 companheiros, pessoas do movimento popular, professores, servidores públicos que realmente construíram o partido e ficamos sete anos verificando que o PSOL passou por um processo de degeneração muito rápido. É um partido que não segue o seu programa, não tem uma estratégia socialista, que buscou nesses anos só via institucional, e que abandonou as lutas. Então foram sete anos de embate e o processo de desgaste foi acelerado por uma intervenção da direção nacional para a imposição da filiação de ex-petistas. Foi um processo em que fizemos uma discussão estadual e que a direção nacional não respeitou, já que a direção estadual, após um processo em que garantiu ampla defesa, votou pela impugnação desses filiados, de acordo com estatuto do partido. Mas a direção nacional resolveu garantir a filiação, passando por cima da direção estadual. Sem nenhum processo de diálogo, sem nenhum critério para a filiação. Então, a gente viu que o processo de degeneração do PSOL acabava de se completar. E achamos a partir daquele momento que não tínhamos mais espaço no partido. Um grupo com o qual dialogávamos nacionalmente também ratificou essa posição da direção nacional e para a gente acho que não tinha mais como nos manter no partido e resolvemos sair coletivamente no partido.

E o que vocês fizeram após a ruptura? Como foi a aproximação com o PSTU?

Os próprios companheiros da direção estadual e da direção nacional do PSTU nos procuraram e nós abrimos o diálogo. Criamos uma coordenação estadual do nosso grupo ao qual pertencíamos com a direção do PSTU, e realizamos dois seminários. Um companheiro da direção da LIT viajou até o Maranhão para fazermos uma discussão sobre a conjuntura internacional, e um companheiro da direção do PSTU discutiu com a gente a questão nacional. Depois continuamos mantendo o processo de unidade nas lutas, e continuamos discutindo, inclusive textos do pré-Congresso do partido. E aí em uma segunda etapa discutimos a questão da organização, concepção de partido, e a partir desse segundo seminário, nos reunimos e deliberamos nossa entrada coletiva no partido como grupo, já que vínhamos discutindo como grupo. E isso abre um processo importante no estado, que são companheiros lutadores importantes no estado do Maranhão que vão entrar no PSTU e algumas outras pessoas que nem eram do partido nem do CAC mas que também se aproximaram, porque viam que eram o único partido de esquerda no estado. Então é um processo contínuo. Vamos ter nosso ato de filiação no próximo dia 22 de setembro, o companheiro Zé Maria vai estar presente. Vamos ter uma plenária conjunta onde concordamos também em aprovar uma direção paritária do partido, nucleando as pessoas.

E quais foram os principais pontos decisivos para a entrada de vocês no PSTU?

No Maranhão nós já tínhamos uma proximidade com o PSTU nas lutas, mesmo quando estávamos no PSOL, principalmente através da CSP-Conlutas. Algumas questões que tínhamos discordância nós fizemos o debate, sabemos que é uma experiência nova, tanto para quem está entrando como para os companheiros que já estavam no PSTU. Mas eu acho que foi um processo de diálogo e debate muito importante, tanto do ponto de vista teórico, ideológico, como de concepção de partido. Tínhamos já muitos acordos, o que facilitou isso, e os seminários também serviram inclusive para melhorar o diálogo.

E como se deu a discussão em termos de organização?

Nós vínhamos de tradições diferentes, alguns do PT, outros do PSOL mesmo, sabemos que o PT e PSOL, como organização, aceitam as tendências e as frações permanentes. Esse foi um ponto que a gente colocou bastante no debate. Também debatemos a importância do centralismo democrático. Nós sabemos que a existência de frações e tendências o tempo todo dentro do partido foi um processo que acabou com o PT e que transformou o PSOL no que é hoje. Vira mais uma disputa de tendência pela hegemonia do partido, que priorizava mais a discussão interna pra ver quais as tendências que tinham mais poder interno e abandonou a luta. Foi importante esse diálogo para ver como funciona o PSTU. Outra questão é o nucleamento. A gente sabe que no PSOL também tinha os núcloes, mas que era algo muito frouxo, não tinha a organicidade que a gente vê no PSTU. É diferente, a pessoa entra e já organicamente tem que participar de um núcleo, é um processo importante de fortalecimento que a gente não tinha realmente no PSOL. Então, as dúvidas foram tiradas, tivemos dois dias de debates profundo sobre isso e as pessoas se convenceram na entrada no partido.

Quando vocês estavam no PSOL, já tinham essa preocupação em relação às tendências, ou foi algo que vocês foram percebendo com a dinâmica desse partido?

Nós tínhamos uma preocupação com as tendências que vieram do PT, sabíamos que poderia ser da mesma forma com o PSOL. Não tínhamos uma visão de que essas correntes iriam transformar o PSOL no que foi transformado. Seria mais um processo de debates, mas acabou acontecendo a mesma coisa. Então foi mais uma experiência para demonstrar a dificuldade de um partido com tendências e frações permanentes. A gente sabe que no PSTU, durante o período congressual há a liberdade de se atuar em tendências, mas que ao final do congresso todos tem que seguir a definição votada pela maioria. Isso não acontecia no PSOL. A presidente do partido, após uma votação do partido, tomava outra decisão. Então, a gente viu que isso não avançou e não fez crescer o PSOL como uma alternativa revolucionária, uma alternativa socialista para esse país.

E por que você acha que isso aconteceu com o PSOL?

Isso aconteceu porque o PSOL veio com os erros cometidos pelo PT e os aprofundou ainda mais. O partido buscou privilegiar a via institucional. Os congressos do PSOL quase que nunca chegavam ao final, tal era a disputa de tendência em quem ia comandar o partido. Abandonou as lutas reais, as lutas sociais, que inclusive está proposto em seus estatutos, em seu programa. Com isso, essa institucionalização, essa burocratização do partido e essa via apenas eleitoral, foram os fatores que acabaram hoje fazendo com que o partido fosse cada vez mais definhando. Com um processo de inchaço, sem qualquer critério para filiação, isso vem ocorrendo em nível nacional.

Qual a importância que você vê na construção de um partido revolucionário, principalmente no Maranhão que é governado por uma oligarquia extremamente reacionária?

O problema lá é que alguns partidos que se dizem de esquerda aproveitam parte dessa oligarquia. Mas é um estado em que se poderia ter um partido realmente de esquerda, com influência de massas. A proposta inclusive do PSTU no Maranhão é fortalecer o partido não só na capital, mas também nos municípios. É uma realidade muito difícil, com uma população extremamente pobre, com os piores indicadores tanto em Educação como em Saúde. É um estado realmente em que não é fácil fazer a luta, vivemos uma realidade em que o capital está vindo com muita força, chegando para expulsar os trabalhadores. Algumas empresas estão chegando, como as de Eike Batista que vem explorar o petróleo, o gás, minérios, e com isso tenta expulsar os trabalhadores das terras, as comunidades quilombolas, os indígenas, ribeirinhos. O agronegócio também está vindo com muita força. Em algumas regiões só há eucaliptos, a Suzano chegou e pegou grande área do estado para plantar eucaliptos. A especulação imobiliária também está expulsando o pessoal da área urbana. Então hoje temos várias lutas e é importantíssima a intervenção de um partido político que esteja inserido nessas lutas. Não que vá interferir na linha do movimento, mas que é importante se inserir inclusive para dirigir nesses momentos de embate contra o capital.

Um processo de fusão como esse ocorre não só por acordos políticos e estratégicos, mas também através de uma relação de confiança entre os militantes, como isso ocorreu?

Exatamente. Foi um processo bem transparente, nos debates colocamos posições inclusive divergentes. Esses momentos serviram para mostrar a sinceridade nos debates, todos colocaram sua posição e todos amadureceram muito politicamente. Esse processo foi muito importante inclusive para a decisão da entrada no PSTU. No início nem todos queriam militar nesse momento em outro partido, mas foi o amadurecimento do debate que convenceu esses companheiros. E abre um processo importante de discussão com alguns companheiros que podem entrar futuramente.

Qual é a sua expectativa no PSTU?

Temos uma expectativa muito boa, sabemos que nesse primeiro momento vamos estar vivenciando e conhecendo o partido. É uma etapa importante, que a gente precisa manter sempre o diálogo. E a nossa perspectiva é que o partido cresça, se torne uma referência importante de esquerda no Estado, já é inclusive uma referência, mas que se fortaleça, porque hoje no Maranhão só temos o PSTU como partido de esquerda. O PSOL passa por esse processo cada vez mais de direitização e o único partido que pode cumprir esse papel de esquerda no estado realmente é o PSTU, porque precisamos de um enfrentamento muito grande com o capital lá.

Coletivo Ação Comunista (CAC) ingressa no PSTU

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Não me considero poeta, mas as vezes me arrisco a fazer poesia ou pelo o que acho que seja. Assim acordei agora pouco e, depois de assistir um documentário sobre portas, resolvi falar sobre ela e a sua relação com a liberdade.Abra a porta que tem dentro de você e se permita lê-la.















A PORTA

POR QUE O MUNDO NÃO É SEM PORTA?
SERÁ QUE É PORQUÊ A PORTA INTERROMPE UMA AÇÃO?
E ESTE MUNDO É DOMINADO POR AQUELES
QUE NÃO ACEITAM A AÇÃO DA LIBERDADE

MAS,A ABERTURA DA PORTA
TAMBÉM PRESSUPÕE
O INICIO DE OUTRA AÇÃO
E MAIS UMA VEZ ESTA AÇÃO
PODERÁ SER DE LIBERTAÇÃO


MAS,PARA QUE O MUNDO NÃO TENHA PORTA
SERIA NECESSÁRIO QUE AS NOSSAS PORTAS
ESTIVESSEM ABERTAS PARA O MUNDO
ABRA A SUA PORTA PARA A LIBERDADE
OU NÃO A FECHE PARA QUE A LIBERDADE
SEJA LIVRE