domingo, 24 de outubro de 2010

"Políticos devem mais aos financiadores do que a eleitores"



Da Redação - Pollyana Araújo

O presidente da Associação Nacional de Magistrados, Procuradores e Promotores Eleitorais (Abramppe) e membro do Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Marlon Jacinto Reis, em visita a Cuiabá, afirmou que os políticos devem mais aos financiadores de campanha do que aos próprios eleitores. Por isso, defende o financiamento público das campanhas evitando que os detentores de cargos eletivos tenham “dívidas” com grandes empresários.

“Hoje já existe financiamento público ilegal de campanha e é dado para quem está no poder”, criticou, durante o Fórum Estadual pelo Voto Consciente, realizado nesta segunda-feira (23), numa referência aos políticos que buscam a reeleição, já beneficiado pela máquina pública, diretamente ou indiretamente.

Um dos idealizadores da Lei Ficha Limpa, o magistrado avalia ainda, ao se manifestar contrário à compra de voto, que há uma cultura de que a política deve atender aos interesses privados, o que é um erro. O magistrado vê como preocupante o alto custo das campanhas e, segundo ele, o que encarece mais ainda são as campanhas individuais.

Marlon Jacinto pontua que a cultura da compra de votos está impregnada em todas as camadas sociais e para coibir esse tipo de crime, além da fiscalização, defende que é preciso haver conscientização, a ponto da sociedade passar a fazer doação ao invés de receber dinheiro dos candidatos, como ocorre nos Estados Unidos.

Para ele, é evidente que o candidato que oferece algo em troca de voto possua interesse de desviar dinheiro público em benefício próprio. “É muito óbvio que a pessoa que está dando dentadura e outros objetos na campanha está anunciando publicamente que vai participar do processo eleitoral com interesse de dilapidar o patrimônio público”, declarou.

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