terça-feira, 1 de março de 2011

Manifestantes na Líbia rejeitam intervenção militar estrangeira "Esta é uma revolução totalmente popular", diz blogueiro de Tripoli, rechaçando uma


Apesar da brutalidade da repressão do ditador líbio Muammar Kadafi, os manifestantes rejeitam a intervenção dos EUA no país, possibilidade que vem sendo aventada após a resolução do Conselho de Segurança da ONU do último final de semana.

Em Bengasi, centro da oposição ao ditador e a segunda maior cidade do país, uma faixa estampava a frase na principal praça: “Não à intervenção estrangeira, o povo líbio pode gerir isso sozinho”, junto a uma manifestante com a bandeira da era anterior a Kadafi. O correspondente do Estadão na Líbia, Lourival Santana relata que “os rebeldes não querem e acham que não precisam de tropas estrangeiras; dizem que no terreno são superiores às forças leais ao regime” .

Segundo um blogueiro líbio que escreve da capital Trípoli ao jornal britânico Guardian, com o pseudônimo de Mohammed, “Uma coisa parece ter unido todos os líbios: qualquer intervenção militar por terra, por qualquer força estrangeira, desencadearia lutas muito mais duras que os mercenários”. Em seguida o blogueiro também rechaça um ataque aéreo. “Esta é uma revolução totalmente popular, nosso combustível tem o sido o sangue do povo líbio” .

Após atacar a hipocrisia dos países imperialistas, que ignoraram a ditadura e a opressão do povo líbio por décadas, Mohammed pede aos países Ocidentais: “não tornem uma revolução popular pura em uma maldição que cairá sobre todos” .

Nenhuma confiança no Imperialismo

Após o Conselho de Segurança da ONU determinar no dia 27 de fevereiro uma série de sanções à Líbia e o início de um processo de investigação sobre os crimes de guerra cometidos no país, os EUA anunciaram a aproximação de forças militares no país, através de sua Marinha. Ao mesmo tempo, o país aventa a possibilidade de determinar um “espaço de exclusão aérea”, que na prática significaria a invasão do país por ar e o bombardeio de posições de forças pró-Kadafi.

O povo líbio e os setores dissidentes do Exército, porém, mostram a força da revolução contra Kadafi. Do Leste, a oposição foi avançando sobre a capital e hoje o ditador se vê cercado em Trípoli. Segundo a imprensa internacional, o povo e, principalmente os jovens, estão tendo treinamento militar em Bengasi para o enfrentamento final contra a ditadura Kadafi.

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